N/A: Oi gente, mais uma quinta feira chegou \o/

E com ela mais um capítulo hehehehe

Muito obrigada pelos comentários, estou muito feliz em saber que vocês estão gostando dessa aventura. Espero que continue por aqui para ver onde isso vai parar. hahahaha


Capítulo 6

O choque no rosto dela era impagável, os olhos verdes estavam arregalados e ela parecia realmente sem palavras.

"Andy!" Ela quase gritou de horror.

"Vamos lá, Sharon, meu joelho não é mais jovem". Andy falou com um sorriso bobo. "Sim ou não?"

Revirando os olhos ela cruzou os braços e bufou, ela sabia que conviver com Andy seria difícil, mas não esperou pelas risadas e loucuras. E por mais que ela quisesse fingir aborrecimento, seu coração batia descompassado pela proposta.

"Sim". Ela sussurrou e tentou não rir.

Com um sorriso ainda idiota no rosto, Andy se levantou e pegou a aliança menor, delicadamente ele tomou a mão esquerda dela e deslizou a aliança. Por mais que eles soubessem que tudo era falso, Sharon podia ver o pequeno tremor na mão do Tenente e ela ainda não tinha certeza se conseguiu acalmar os batimentos cardíacos.

"Sua vez". Ele sussurrou e a encarou. Os olhos castanhos perfurando os seus e exigindo uma ação.

A Capitã pegou a banda de ouro e deslizou pelo dedo anelar dele, todo o ritual era real demais e estava mexendo com suas emoções. Andy estava muito perto, o cheiro da colônia dele a envolvendo e tudo o que Sharon queria era puxá-lo e beijá-lo.

"Olha isso... estamos casados". Andy sussurrou enquanto encarava os lábios dela. "Seria um escândalo na delegacia".

"Você não tem ideia". Ela sorriu e deu um passo em sua direção, a tensão era tão vibrante que todo o corpo de Sharon se arrepiou.

Sem conseguir se conter, Andy a puxou pela cintura e a beijou, seus lábios um pouco mais rudes do que o beijo na festa, mas ela não parecia se importar. Ele deslizou a língua pelos lábios dela e exigiu acesso, sem pensar muito Sharon abriu a boca e sentiu os joelhos enfraquecerem quando suas línguas se tocaram, o gemido dela o incitou a puxá-la ainda mais apertado para seus braços.

Sharon já tinha esquecido que isso não deveria está acontecendo e deixou seu corpo assumir o comando, e ela estava aproveitando o contato há muito perdido. Ela deslizou os dedos pelo cabelo prateado e puxou os fios quando Andy mordeu seu lábio inferior, dessa vez o gemido saiu da boca dele. A Capitã apenas ofegou enquanto ele deslizava os lábios por seu pescoço.

Quando a parede atingiu suas costas, Sharon mal tinha percebido que eles tinham se movido. Mas tudo o que ela queria era aplacar o desejo que corria por suas veias, e como se lesse sua mente as mãos de Andy a tocavam em todos os lugares, deixando-a arrepiada e uma bagunça quente. Ela mal podia respirar enquanto tinha o Tenente por toda parte, ele deslizou a mão por baixo da blusa que ela usava e para sua surpresa tocava sua pele como se fosse feita de porcelana. O toque dele era tão gentil que seus olhos ficaram marejados.

Mas o pânico começou um instante depois quando a mão quente de Andy agarrou seu seio com firmeza e a fez gemer mais alto, ele então colou seu corpo ao dela e a beijou novamente. Ela podia sentir a protuberância dele pressionando sua barriga e ela congelou. Era claro onde isso terminaria, e por mais que Sharon se sentisse pulsando por ele, ela sabia que se dessem esse passo todo o relacionamento frágil que tinham iria por água a baixo.

"Andy". Ela sussurrou e colocou uma mão no peito dele. "Precisamos parar".

A voz dela estava um pouco embargada, seja pelo desejo ou por estar começando a se arrepender de tudo que estava acontecendo, a verdade era que ela sabia que abriria um abismo entre eles se não encerrasse isso.

"O que?" Ele a encarou confuso e ofegante.

"Por favor, precisamos parar". Ela disse e o encarou. Andy podia ver a insegurança e medo nos olhos verdes. Ele não conhecia Sharon muito bem, pelo menos não mais, muitos anos separados fazia isso.

Contudo, ele ainda podia lê-la como antes e podia ver todas as emoções passarem pelo rosto dela. Indo de encontro ao que seu corpo exigia Andy deu um passo atrás, respirou fundo e tentou se acalmar.

"Me desculpe". Ele começou, sua voz ainda rouca de desejo. Mas consciente da situação. "Eu perdi o controle e isso não vai voltar a acontecer".

"Eu que peço desculpa, Andy... eu-eu não posso fazer isso". Ela disse e se afastou dele. "Eu não quero ter que me arrepender, eu- me desculpe".

Sem esperar pela resposta dele, Sharon saiu em disparada para o quarto dela. Suas emoções estavam espalhadas por todo lugar e ela não estava acostumada a isso, como a mulher independente que era e com o tipo de trabalho que ela tinha, o controle era algo que nunca a escapava. Mas aqui estava ela, trêmula e insegura como uma adolescente depois de quase fazer sexo com um amigo.

A Capitã sabia que precisava esclarecer a Andy o que aconteceu, nenhum dos dois mereciam receber sinais mistos, por mais que ela quisesse se entregar a ele, as consequências do ato seriam desastrosas. Sozinha no quarto, ela se permitiu derramar as lágrimas de frustração e percebeu que Gavin estava certo, ela precisava se entregar a alguém, mas com certeza não Andy. Com o Tenente seria pessoal demais.


Andy assistiu Sharon se afastar e passou as mãos pelo cabelo completamente irritado, não com a mulher, mas consigo mesmo. Ele tinha perdido o controle, a brincadeira parecia inocente, mas ele subestimou a atração entre eles. Não era como se ele fosse um santo ou odiasse Sharon o suficiente para esquecer que ela era linda, ele apenas errou em pensar que estar tão próximo a ela fosse inofensivo.

O Tenente não a culpava por se afastar, era claramente absurda a ideia de ficarem juntos, e sem contar que antiprofissional. E por mais que quisesse beijá-la e fazer amor com ela, Andy reprimiu o desejo, foi até a cozinha e tomou um grande copo de água gelada. Era o máximo que conseguiria essa noite.


A manhã seguinte foi um pouco embaraçosa, eles não falaram muito, ambos se esforçando a esquecer a noite anterior, mesmo que o peso das alianças parecesse provoca-los.

Sharon passou boa parte do dia no escritório conversando com seus subordinados e redigindo relatórios pendentes. Andy fazia a mesma coisa, mas recluso na sala. Foi só no final da tarde que eles receberam a visita de Amy, ela parecia empolgada e feliz, como sempre.

"Capitã e Tenente, só passei para uma revisão. Receberam mais alguma mensagem de Judith?"

"Não, apenas aquele que informamos". Sharon falou e pegou o celular só para confirmar. "Sim, só essa".

"Tudo bem". Amy ficou pensativa por um momento. "Você pode mandar uma mensagem só para confirmar?"

"Claro". Sharon fez como foi pedido e cinco minutos depois Judith respondeu. A Capitã ao ler estreitou os olhos um pouco confusa.

"O que houve?" Quis saber Andy.

"Ela quer marcar a visita aqui para a quarta-feira".

"Espere um pouco... ela vai vim aqui?"

"Era o combinado, íamos na consulta e ela avaliaria a casa para ver se era apropriada para um bebê".

"Tudo bem". Amy falou, mas os dois oficiais podiam ver as engrenagens girando na cabeça da jovem. "Precisamos deixar o lugar com a cara de vocês".

"O que quer dizer?" Sharon perguntou um pouco insegura.

"Pelo o que eu ouvi vocês são a versão rica e viajada de Bonnie e Clyde". Amy sorriu divertida. "Então temos que ter algumas fotos de seus passeios, algumas lembranças dos lugares que passaram. Ok... temos alguns dias para resolver isso".

Enquanto resmungava para si, a Detetive pegou o celular e começou a informar a equipe da SIS sobre isso. Andy e Sharon foram deixados desconfortáveis no sofá, nenhum dos dois pareciam entender como isso se desenvolveria.

"Ok... está tudo preparado. Julio e Buzz virão buscar vocês amanhã para uma sessão de fotos". Ela disse e ficou pensativa. "Vocês não têm alguma foto juntos de quando eram jovens, não né?". Ela riu da própria piada. "Esqueçam o que eu disse, provavelmente vocês nem se conheciam".

"O que? Espere um minuto, Amy". Sharon falou um pouco sobrecarregada com a rapidez da conversa da Detetive. "O que quer dizer com sessão de fotos?"

"Eu não acho que modificar as fotos seriam crível". A Detetive falou como se explicasse tudo. "Judith não parece uma pessoa que comete erro e dado o tempo que essa agência existe ela não pode ser enganada facilmente. Então precisamos ser perfeitos".

"Então vocês vão fazer o que? Tira nossas fotos e colocar um ponto turístico atrás da gente?" Andy quis saber um pouco divertido.

"Essa é a ideia". Sykes falou. "O que me leva a outra coisa, qual a história de capa de vocês?"

"História de capa?"

"Sim, o que disseram a Judith até agora? Como se conheceram. No que trabalham... essas coisas".

"Não muito na verdade". Sharon falou pensativa. "Só fizemos muitas insinuações".

"Ótimo, assim temos um grande campo a explorar. Inventem uma história crível, por exemplo: Tenente, você parece alguém da máfia e sendo italiano isso é ainda mais reforçado, contudo, onde está sua família e porque ainda não teve filhos?"

Andy percebeu onde a jovem estava querendo chegar, suas personalidades deviam bater com a história que inventassem, pois Judith parecia muito esperta e se eles perdessem essa oportunidade tudo iria por água abaixo. E as perguntas eram realmente boas. Como filho de italianos ele sabia o que era ter uma grande família, então porque seu personagem não tinha?

"Ok, eu posso ver onde isso vai dar. Eu e Sharon vamos formular alguma coisa".

"Isso mesmo". Sharon afirmou e sorriu um pouco antes de chocar a jovem em sua frente. "E podemos arranjar algumas fotos antigas. Você ainda as tem, Andy?"

"Estão num depósito e as suas?"

"Surpreendentemente num lugar similar".

Quando Sykes a encarou chocada, Sharon sabia que tinha valido a pena contar esse segredinho, se com a jovem eles conseguiram essa reação, ela queria ser uma mosca para ver a cara dos outros quando descobrissem.

"Esse é o melhor caso que já trabalhei". Ela sussurrou enquanto ia em direção a porta. "Até amanhã, gente".

Andy e Sharon assistiram ela sair com o carro e quando se viram sozinhos eles começaram a rir, mas eram gargalhadas que arrancou o fôlego e trouxe lágrimas aos olhos deles.

"Acho que quebramos a menina". Andy falou ofegante. "O que deu em você para contar sobre as fotos?"

"Não sei, pareceu divertido na hora".

"Deus... espero que isso não volte e nos morda na bunda". Ele disse e a encarou. "O que me diz de um pouco de comida e um filme?"

"Parece bom". Ela disse sorrindo para ele.

Sharon estava feliz em poder acabar com todo o constrangimento, se eles fizessem o trabalho correto ainda teriam que passar um tempo juntos e fazer isso com todo o acanhamento seria infrutífero. Indo para a cozinha eles resolveram deixar toda a atração entre si em espera. Por enquanto.


No dia seguinte, após o café da manhã, Julio parou o carro na porta da frente, ele tinha um sorriso divertido e parecia feliz em levar os dois para o estúdio improvisado.

"Cale a boca". Resmungou Andy assim que entraram no carro. Julio apenas levantou as mãos em um sinal de rendição, mesmo que não tenha falado uma palavra.

Por sorte quando chegaram lá, Amy mandou Julio de volta e ficou satisfeita em ser só ela e Buzz. Por mais que Julio fosse discreto, ele não conseguia permanecer sério e lançava olhares divertido em direção a Andy, que já estava ficando irritado. Ainda bem que Amy percebeu e enxotou o Detetive.

No começo foi difícil fazer as poses, Sharon estava desconfortável em ser observada por Buzz, ela sabia que o homem era quieto, mas ela tinha uma grande suspeita que era com ele que Gavin fofocava e ela apostaria que uma dessas fotos iria parar no celular do amigo.

Amy, no entanto, não estava gostando do resultado quase robótico dos dois oficiais. Ela percebeu que quando só os três estavam juntos era mais fácil, então ela pediu a Buzz que mostrasse como mexer na câmera e o expulsou da sala.

"Acho que assim fica melhor, não é?" Ela comentou e os dois afirmaram um pouco envergonhados. De algum jeito a jovem era a mais fácil de conviver. "Vamos começar então".

Agora que estavam só os três, Andy pareceu mais ousado e puxou Sharon para seu lado, uma mão firmemente na cintura e seus corpos se tocando. Depois disso ficou muito mais fácil, Sharon sorria com algumas piadas que o Tenente fazia e revirava os olhos divertidas quando Amy reclamava com ele.

Na verdade, todo aquele tempo estava sendo divertido. Em algum momento Amy colocou um banco e pediu para que Sharon sentasse no colo de Andy, a Capitã até tentou evitar o rubor de apareceu, mas foi inevitável.

Com os braços em sua cintura e tendo-a no colo, Andy pode sentir o cheiro de lavanda e camomila que Sharon tinha, era tão calmante que ele se viu fechando os olhos e aproveitando a carícia que ela estava fazendo em seus cabelos.

Sharon, por outro lado, estava inconsciente do que estava fazendo, a posição parecia tão natural para ela que nem percebeu que estava correndo os dedos pelo cabelo dele até que Andy relaxou e se apoiou nela. Com um sorriso divertido em seu rosto, ela o encarou e ele percebeu que estava sendo vigiado, foi então que os olhos castanhos se cruzaram com os delas e brilharam com carinho.

Amy que assistia a cena completamente surpresa, tirou o flash da câmera e começou a bater algumas fotos sem quem eles percebessem. Se as fotos anteriores estavam boas, essas comprovavam que eles eram um casal e não importa o quanto negassem.


A terça-feira chegou rapidamente e os dois estavam ansiosos, hoje seria mais uma oportunidade de descobrirem mais sobre a agência, eles esperavam que Rachel não estivessem sobre nenhuma influência narcótica.

Por sorte, eles já estavam à vontade um com o outro, o rodízio com o quarto principal estava dando certo e eles criaram uma rotina entre si e com suas equipes. Amy, Julio, Gabriel e Tao sempre estavam por perto os atualizando do que descobriram e sempre de olho para ver se alguma coisa suspeita aparecia.

Sharon tinha feito amizade com um dos vizinhos e Andy conseguiu participar de uma reunião com os homens da vizinhança, apenas para cobrir suas bases quanto aos personagens que estavam interpretando.

Quando Julio apareceu para levá-los, Andy e Sharon já estavam esperando na varanda, por sorte eles convenceram Judith a deixá-los irem com seu próprio carro e isso permitiu que eles repassassem mais uma vez a história de capa. Realmente foi uma coisa boa terem inventado tudo antes, era muito mais fácil entrar no personagem com uma história por trás.

A viagem foi feita em silêncio e quando desceram em frente a clínica, Judith já esperava com um grande sorriso

"Meus queridos, que bom que conseguiram. Rachel será atendida em breve".

"Obrigada mais uma vez por nos permitir isso. É muito importante para mim fazer parte até desses pequenos detalhes". Sharon falou e sorriu.

"O melhor para os melhores". A mulher falou e os guiou por alguns corredores até uma pequena sala.

Rachel estava lá com um livro na mão, ela já tinha trocado de roupa e esperava. Sharon, que estava de mão dada com Andy, se soltou dele e sentou ao lado da menina gentilmente.

"Olá Rachel, você lembra de mim?"

"Olá, Sra. Bennett, claro que lembro". A voz dela estava mais clara e firme do que da última vez. "Fico feliz que pode vim".

"Eu estou feliz em estar aqui". Ela sorriu. "Como você está hoje?"

"Eu e o bebê estamos bem". Rachel sorriu, mas Sharon podia ver um pouco do medo que ela tentava esconder.

"Judith, eu posso falar com você por um momento?" Andy questionou e a mulher o guiou para fora da sala.

O Tenente ficou feliz em ver que a estratégia que ele e a Capitã combinaram estava dando certo. Separar para conquistar, talvez tendo Sharon sozinha na sala, Rachel falasse alguma coisa relevante. Enquanto isso, Andy seria o marido preocupado.

"Desculpa estar a incomodando, mas eu queria pedir que nossa interação continuasse. Sharon ainda está muito abalada com o fracasso da inseminação e essas consultas farão maravilhas para ela". Ele começou baixinho, como se contasse um segredo. "Ela está até dormindo melhor, eu não sei como é o procedimento de sua agência, mas queria acompanhar todas as consultas e qualquer atividade que Rachel participar".

"Como eu tinha prometido antes, não se preocupe com nada disso. Eu vou compartilhar a agenda de Rachel com vocês e nenhum momento será perdido".

"Eu fico muito grato por isso".

"Somos os melhores, Sr. Bennett. Vocês não se arrependerão". Com um pequeno aceno eles retornaram à sala.

Andy se aproximou de Sharon e beijou sua têmpora e começou a conversar com Rachel, eles foram gentis e conseguiram arrancar algumas risadas dela.

Quando o médico apareceu, os três ficaram um pouco tensos, mas o Dr. Wilson era gentil e deixou a jovem relaxada. Ele fez algumas perguntas sobre sua dieta e dia a dia, e não passou despercebido que Judith quem respondeu todas elas.

"Ok... estão prontos para conhecerem o bebê?"

"Sim". Andy falou empolgado.

Com um sorriso, o médico espalhou o gel na barriga de Rachel e a projeção na televisão fez o coração de Sharon se agitar. Como mãe ela sabia o quanto importante era esse momento e mesmo que tudo isso fosse fingimento, ela estava emocionada. Percebendo isso, Andy a puxou para seu lado e sussurrou que estava tudo bem.

As imagens granuladas mostravam um bebê ainda tão pequeno e tão indefeso que Andy teve que controlar a raiva com toda a situação. Não era para eles estarem nessa posição, a criança que assistiam merecia nascer num ambiente seguro e não num cativeiro.

"Querem saber o sexo?" o médico perguntou quebrando o pensamento irritado de Andy.

Mesmo sem querer aumentar ainda mais o envolvimento deles na gestação, os dois apenas afirmaram e o Dr. Wilson sorriu.

"Vocês estão vendo aqui?" Ele apontou para alguma coisa destorcida e encarou o casal feliz. "É uma menina".

"Oh Deus... Mia piccola". Andy sussurrou e sentiu o coração disparar. Sharon apenas sorriu e o beijou na bochecha. Os dois estavam tão confusos com o sentimento que mal perceberam quando o som do coraçãozinho encheu o quarto. "Minha pequenina".

"Isso... isso é o coração?" Sharon questionou e o médico afirmou.

"Sim, alto e forte. Ela está em perfeita saúde".

"Oh Andy... você está ouvido? Ár míorúilt".

"Sim, meu amor, nosso milagre". Ele sussurrou e a beijou gentilmente.

Rachel observava tudo com cautela, ela estava fora das drogas por alguns dias e podia pensar mais claramente, contudo sabia que não poderia confiar em ninguém. A mulher que se apresentava como Sharon foi gentil e tentou tirar delas informações bem suspeitas, mas ela apenas respondeu com sins e nãos. Ela não podia correr o risco de Judith desconfiar de alguma coisa e machucá-la, como da última vez.

Entretanto, a jovem não esperava ouvir sua língua-mãe sair da boca de Sharon e isso a pegou desprevenida. Agora com as lágrimas escorrendo pelo rosto ela pode sentir uma pontinha de esperança pulsar em seu coração quebrado.

Porém, Rachel sabia que não seria simples, ela precisava saber se a mulher que parecia tão preocupada com ela queria ajudá-la ou apenas queria seu bebê. Confundindo suas lágrimas com a emoção do momento, Andy e Sharon voltaram sua atenção para ela e como estavam felizes em tê-la ali.

Pela primeira vez em um tempo, Rachel sentiu mãos delicadas a confortando. E ela sorriu, dessa vez foi verdadeiro e foi quando ela percebeu que Sharon sorria para ela do mesmo jeito. A mulher a encarava tão ferozmente que parecia enxergar sua alma e a jovem se permitiu acreditar e confiar nas pessoas, só dessa vez.


Continua...