Oii, se você leu a one-shot 27 de outubro; que faz parte do Projeto One-shot Oculta 2021, um amigo oculto entre autoras do fandom de Crepúsculo; e ficou com um gostinho de quero mais, eu tenho uma novidade: essa história vai ganhar alguns extras!

A ideia é contar o passado desse casal e depois o presente, que é o período após o término da One-shot já postada neste site. Não precisa ter lido a One-shot para ler a parte referente ao passado dos extras, mas quando chegar no presente, é aconselhável ler primeiro a One-shot.

Gostaria de deixar aqui um muito obrigada a minha beta, Ana ( /acullenperdida, no tt) por aguentar meus surtos e dúvidas. Obrigada Ana, sem você esses extras jamais veriam a luz do dia!

Obs: A música que o Edward começa a "compor" nesse capítulo como sendo dele, na verdade existe e é de outro Ed, se chama Shivers do Ed Sheeran!

Bom, é isso pessoal, espero que vocês gostem de conhecer um pouco mais da história deles.

Boa leitura!


08 de agosto de 2015

Your Daily Gossip por Lady Kim

Férias merecidas!

Querido leitor, esta autora teve o prazer de presenciar o último show da turnê mundial do nosso astro Edward Cullen, que aconteceu ontem na cidade de Nova York, e posso lhes garantir que o ruivo conseguiu entregar tudo e mais um pouco na noite passada.

Depois de quase um ano com a agenda lotada por causa do seu último álbum, intitulado como Never Think, e os últimos três anos sem uma pausa sequer, o cantor anunciou que irá tirar férias! Em entrevista para a revista Cosmópolis, o astro nos diz um pouquinho do que pretende fazer: Preciso de um tempo para mim, sabe? — risos — Sem compromissos, shows e sem tanta gente me cercando o tempo todo. Quero visitar meus pais, compor e descansar. Com certeza preciso descansar!

Quem negaria uma cama quentinha com todo o conforto do mundo para ele descansar? Ninguém, não é mesmo? Haha! Mas acalmem os coraçõezinhos de vocês, não importa aonde ele vá, caros leitores, esta autora jamais deixará de mantê-los informados sobre o nosso astro.

XXXXXXXXXX

Edward

Terça, 27 de outubro de 2015 - Forks, WA.

Apesar de acordar e ter o dia inteiro só para mim, sem nenhuma obrigação ou gente atrás de mim a cada passo que eu dou, me sinto cheio de tédio nessa casa enorme que comprei para minha mãe na pequena e isolada Forks, sua cidade natal. A casa, ou melhor, mansão é perfeita. É afastada da cidade, quase escondida por entre as árvores e esbanja conforto e sofisticação.

O sorriso e o orgulho que sinto da minha mãe me atingem de imediato toda vez que lembro do esforço dela de transformar esse lugar, e fico feliz de saber que foi com o meu trabalho que pude dar a ela a oportunidade de estudar o que sempre sonhou: arquitetura. Ela conseguiu deixar essa casa com cara de lar e, mesmo que só passássemos as festas de fim de ano ou algum final de semana esporádico aqui, realmente me sinto em casa neste lugar. É por isso que resolvi passar um tempo das minhas férias aqui, é calmo e tem tudo que eu poderia querer para passar o tempo: um pequeno estúdio com alguns dos meus instrumentos, uma sala de cinema e um videogame só pra mim.

Faz quase dois meses que vim me refugiar aqui, no começo eu consegui o que eu queria e gostei da calma e do silêncio constante, mas agora estou ficando muito ansioso e até um pouco solitário. Gosto do que faço, amo cantar e tocar as pessoas com a minha música, mas às vezes é um saco não poder pisar um pé na rua sem ser reconhecido.

Levanto da cama decidido a procurar um lugar no globo terrestre que seja longe o bastante para que eu possa andar pelas ruas como um anônimo. Pego o notebook e abro no primeiro site que aparece com título: os 8 países menos visitados do mundo. A Antártica me parece uma boa opção, é um dos poucos lugares isolados do planeta, com natureza preservada e paisagens certamente incríveis, só tem um problema: é frio demais. Consegui me acostumar com o clima Forks que é bem chuvoso e frio, mas imagino que não chegue aos pés das temperaturas negativas da Antártica.

Liechtenstein fica bem no coração da Europa Central, o país fica encravado nos Alpes e oferece aos visitantes um horizonte recortado por montanhas, lagos, castelos medievais e vilarejos rústicos. É, Liechtenstein é uma opção a se considerar. Já Tuvalu é um paraíso tropical quase intocado, fica entre o Havaí e a Austrália, três ilhas e seis atóis! Um destino mais praiano me agrada bem mais. Um dos últimos shows da minha turnê foi pelo Brasil, um lugar maravilhoso e quente que eu gostaria de ter explorado. Abro minha conversa com Kate, minha assessora e agente, e peço para que ela veja como eu poderia ir para um dessas opções sem que a viagem seja um verdadeiro inferno.

Depois dela ser a pessoa maravilhosa que é, e me garantir que iria analisar as melhores opções de hospedagem e turismo local, me vejo mais uma vez sem ter o que fazer. Falta pouco para o meio-dia, então como basicamente só acordei tarde e fiquei na cama encarando o teto, sigo para cozinha tentar cozinhar alguma coisa rápida. Faço a única coisa que sei fazer e não sai um desastre completo: meu macarrão com queijo. Termino minha refeição e lavo tudo em seguida, deixando a cozinha o mais organizada possível. Minha mãe me mataria se visse algo fora do lugar. Volto para o meu quarto e me distraio com uma série qualquer, mas não consigo assistir mais do que três episódios.

Desligo a TV e encaro o teto mais uma vez no dia, completamente impaciente. Olho em volta e, mesmo que eu não seja tão adepto assim da organização, começo a arrumar meu quarto. Coloco as latinhas de cerveja e os pacotes de besteiras que estavam espalhados pelo chão no lixo e passo uma vassoura para tirar a poeira. Poderia ter contratado alguém para cuidar dessas coisas, mas eu queria mesmo ficar sozinho, então dispensei a ideia quando minha mãe sugeriu. Passa das cinco da tarde quando termino de limpar tudo, desço para fazer um lanche rápido mas percebo que preciso urgentemente fazer compras. O estoque gigantesco que minha mãe comprou finalmente teve fim e, por isso, resolvi sair para dar uma volta pela cidade para procurar um mercado próximo e quem sabe achar algo interessante para passar o tempo.

Dirijo sem rumo por quase meia hora debaixo de uma fina neblina até avistar o que procurava, percebendo que não tem muito o que ver pela cidade. Entro no estabelecimento usando um moletom cinza e cubro a cabeça com o capuz. Eu não demoro muito para colocar tudo que precisava no carrinho e ir para o caixa pagar. Saio de lá e sigo para a farmácia próxima, ando com muitas dores de cabeça ultimamente. Talvez seja só o tédio me consumindo, mas compro alguns comprimidos para resolver meu problema.

Saio de lá e volto para o carro, desistindo da minha tour por Forks quando vejo uma bela garota segurando firmemente seu notebook, olhando para o chão como se uma cratera fosse se abrir a qualquer momento e quase a vejo escorregar em… nada? Dou uma risada, enquanto ela entra feito um furacão num bar.

Até que não seria tão ruim assim parar para tomar uma cerveja agora, seria? Deixo minhas compras no carro e sigo em direção ao B. Black, apesar de estar meio caindo aos pedaços, o lugar é aconchegante com sua decoração rústica e música ambiente. Vou para uma mesa estrategicamente reservada e perto de onde a morena conversa com um cara alto, forte e de cabelo longo.

— Não sabia que estava em Forks. — Escuto o homem atrás do balcão falar com ela.

— Meu pai vai casar, Jake, lembra? — Ela sorri.

— Verdade! — Riu. — Porque eles resolveram se casar somente agora? Faz o que? 9 anos que estão juntos?

— Porque Mary sempre quis e meu pai só resolveu pedir agora. — Deu de ombros. — São 11 anos, na verdade.

— Tudo isso? Nossa parece que foi ontem que eles se conheceram. — Ela concordou com a cabeça. — Às vezes esqueço que até o velho Charlie desencalhou e eu não.

O olhar dele para ela é intenso, como se eles compartilhassem de um passado. A morena começou a fazer um movimento de negação com a cabeça.

— Jake. — Seu tom é de reprovação. — Somos amigos. amigos.

— Porque você quer que seja só isso, devo lembrá-la.

O tal Jake muda de assunto e desvio o olhar segurando o riso, o cara tá quase latindo pra ela. Aproveito para chamar o garçom e pedir uma cerveja. Assim que ele sai, volto a olhar para a morena.

— Mas então, o que a traz ao humilde estabelecimento dos Black em plena terça-feira?

— Sua cerveja e uma mesa! Preciso disso para sobreviver a esta semana com todos os preparativos do casamento. — Suspirou — É sério, Mary está surtando, Charlie só ficará de férias para a lua de mel. Então, sobrou para mim ajudá-la. Aquela casa está uma loucura, preciso da paz e do silêncio deste lugar para trabalhar um pouco.

Paro de escutar a conversa dos dois e a observo com mais atenção. Consigo ver apenas seu perfil, mas já me dá uma boa noção do quão linda ela é. Seu nariz é afilado, sua bochecha é levemente rosada e seu sorriso é realmente de tirar o fôlego. Não posso sair daqui hoje sem saber, pelo menos, o seu nome.

— Opa, aqui está o seu pedido. — diz o garçom, me assustando.

Agradeço e dou um gole na minha bebida, notando o quanto estava com sede. Meu celular vibra e vejo a notificação do aplicativo de mensagem me avisando que dona Esme quer saber como vão as coisas por aqui. Respondo que está tudo bem e que ela não precisa se preocupar, mesmo assim ela me envia mil instruções de como devo cuidar da casa e de como me alimentar direito.

Depois de tranquiliza-lá de que não tem como eu quebrar um vidro sequer daquela casa, olho em volta e noto que a morena não está mais no balcão. Ela se acomodou na mesa de frente para a minha, muito concentrada em seu notebook.

Peço mais uma cerveja e, apesar de saber que não é de bom tom ficar encarando as pessoas, não consigo parar de admirá-la. Ela fica fazendo uns biquinhos, umas caretas para o computador e até resmunga algumas vezes. É adorável.

— Você sabe que encarar as pessoas é feio né? — Pergunta de repente.

Seus olhos continuam voltados para a tela do notebook. Olho ao redor, mas as únicas pessoas aqui além de nós dois estão longe demais. Merda, você é péssimo em ser discreto, Edward.

— Estou falando com você, estranho. — Continua, olhando diretamente para mim agora, com uma sobrancelha arqueada.

Sua expressão era de irritação, mas não me importei com isso. Eu estava enganado, seu perfil não faz jus a sua beleza quando a olhamos de frente. Tudo nela parece perfeito, mas seus olhos com certeza me atingiram em cheio, são do tom de castanho mais indescritível e quente que já tenha visto.

Ela é a mulher mais linda que eu já vi.

— Desculpe. — Respondi depois que ela quebrou o contato, revirando os olhos quando demorei demais para falar. — Sim, eu sei que é feio.

— Pois não parece! — Ela está realmente irritada. — Pare com isso.

— Desculpe.

Pego o celular e tento me distrair com o Twitter, Kate sempre diz que é bom usar esse aplicativo de vez em quando e até consigo por um tempo. Respondo e dou risadas com alguns comentários hilários que meus fãs me mandam. Consigo me concentrar na tarefa por quase meia hora, mas sendo sincero, só estou tentando não deixá-la desconfortável com a minha presença. Porque ainda quero ir até lá e quem sabe chamá-la para sair, mesmo que eu não tenha ideia de onde levá-la nessa cidade.

— Muito bem, tem alguma coisa no meu rosto? — perguntou.

Droga, nem notei que já estava a encarando de novo. Desse jeito eu vou acabar ganhando um soco.

— O que? — Pergunto me fazendo de doido e ela repete a pergunta. — Não, não tem nada no seu rosto.

— No meu dente, talvez? — Ela abre a boca, me mostrando seus dentes com uma careta e não controlo a gargalhada.

— Por Deus, não. — Respondo ainda rindo.

— Meu cabelo está parecendo um ninho de rato?

— Está perfeitamente alinhado.

— Então pare de olhar para mim! O que tem de errado com você? E pare de rir! — Pediu, mas ela está se segurando para não rir também. — Estou começando a achar que você é um psicopata. Se eu fosse você, tomaria cuidado, sou filha do chefe de polícia.

— Uma mulher perigosa.

— Com quem merece.

Ficamos nos olhando e sei que deveria perguntar o seu nome, mas ela é linda demais, não consigo raciocinar direito olhando para olhos tão quentes. Ela abre um sorriso tímido e desvia o olhar.

— O que a faz pensar que eu sou um psicopata?

— Primeiro, porque nunca vi você por aqui. Segundo, não confio em quem eu não conheço. E terceiro, você poderia muito bem usar esse rostinho bonito para atrair suas vítimas.

— Rostinho bonito? — Sorrio, talvez eu tenha alguma chance aqui. — Quer dizer que você me acha bonito?

— Eu não disse isso.

Ela fala tentando manter sua postura de durona, mas suas bochechas começam a ficar muito vermelhas.

— Obrigado por admitir, inconscientemente, que me acha bonito. Isso eleva minha autoestima.

— Não passou pela minha cabeça que você fosse tão convencido.

— Não sou, acredite, sempre me achei um cara normal, nada demais além dos olhos que herdei de minha mãe.

— Normal? — Riu. — Já se olhou no espelho? Você tem cara de quem era o Quarterback da escola e arrasava com os coraçõezinhos das meninas. — Debochou.

— Você ficaria muito desapontada em saber que eu era apenas um nerd que vivia com um violão na mão.

— Humrum, posso fingir que acredito nisso. — Deu de ombros. — E pare de me olhar desse jeito.

— Que jeito?

— Esse aí!

Não tenho ideia de que jeito é esse que ela está falando, mas me desculpo mesmo assim. Afinal eu não paro de olhá-la desde que entrei nesse lugar.

— Desculpe, é que você é linda. — Admito e suas bochechas viram um tomate.

Quero colocar a mão nelas e sentir o quanto estão quentes agora, mas provavelmente ela me colocaria na cadeia por assédio. Voltamos a nos encarar e meus olhos desviam dos seus quando ela morde seu lábio inferior. Eles parecem tão macios e feitos para beijar…

— Por que eu tenho a sensação de que já vi o seu rosto em algum lugar? — Diz mais para si mesma do que para mim.

— Talvez você já tenha me visto em algum noticiário sendo preso por… o que mesmo? Assassinato? Sequestro? Roubo? — Ela revira os olhos.

— Qual o seu nome? — Seus olhos analisam meu rosto como se tentasse se lembrar de onde me conhece.

— Edward.

— Edward de que?

Me levanto e me aproximo devagar, faço uma pergunta silenciosa com um movimento de cabeça se posso ocupar a cadeira vaga em sua mesa, de frente para ela. A morena faz um gesto positivo e eu me sento.

— Isso não é justo. Você já sabe meu primeiro nome, sobre o meu passado vergonhoso no colegial e eu não sei nada sobre você. — Ela estreita os olhos. — Vamos fazer assim, eu conto um fato sobre mim se você me contar um sobre você.

Ela não diz nada, apenas me observa, decidindo se é ou não uma boa ideia.

— Vamos lá, é um acordo muito justo. — Insisto.

— Isabella Swan, mas me chame de Bella. Sou jornalista no The Twilight Published. — Ela estende a mão para mim.

Deveria me envolver com uma jornalista? Seria péssimo ser reconhecido e ter minha paz perturbada. Bem foda-se, porque eu quero mesmo conhecê-la e ela não me parece o tipo de pessoa que me entregaria aos leões da mídia.

— Prazer, Bella, — seguro sua mão que ainda estava estendida e sinto um choque percorrer minha espinha — sou Edward Cullen.

1,2,3 e… aí está, os olhos se arregalando, a expressão de completa surpresa e choque. Ela já sabe quem eu sou.

— O cantor? — Pergunta alto demais.

— Sim, Bella, mas por favor fale baixo, não quero ser reconhecido.

— Não acredito! — Ela meio que grita e sussurra ao mesmo tempo. — O que você está fazendo em Forks?

— O mesmo que você veio procurar nesse lugar: paz e silêncio.

— Isso com certeza você vai encontrar em Forks… espera, você estava ouvindo a minha conversa com Jacob? — Acusa com as sobrancelhas arqueadas.

— Culpado. — Ergo as mãos em sinal de rendição. — Me desculpe por isso, mas foi mais forte que eu.

— Então Edward Cullen além de cantar, é um fofoqueiro? — Sorri.

— Observador eu diria.

— Se isso te faz se sentir melhor, quem sou para julgar. — Dá de ombros. — E como eu posso ter certeza que você é mesmo quem diz ser?

— Você é bem desconfiada. — Concluo.

Pego a minha carteira de identidade e entrego a ela, que analisa procurando algum tipo de falsificação no documento.

— Você sabe que isso não prova nada, né?

— Eu poderia cantar para você ou…

Never Think, — fala rápido, me cortando — é a única que eu conheço de verdade. — Afirma com uma expressão de desculpas.

Digo a ela que não tem problema não conhecer todas as minhas músicas, tem até gente que odeia o meu trabalho, não é como se eu não soubesse lidar com isso. Limpo a garganta e canto a música escolhida por ela, olhando em seus olhos.

I should never think

What's in your heart

What's in our home

So I won't

You'll learn to hate me

But still call me baby

Oh love

So call me by my name

— Ok, você é você mesmo! — Declara surpresa. — Não tem como não reconhecer a sua voz. É linda!

— Obrigado. É sempre bom provar que eu sou eu mesmo. — Dou uma piscadela para ela que me retribui com um revirar de olhos. — Faz tempo que você trabalha no Twilight?

— Consegui um estágio em 2013 graças a uma indicação de uma professora da faculdade. Fui efetivada como colunista há quase um ano.

— E você escreve sobre o quê? — Por um longo momento eu acho que ela não vai responder.

A julgar pela forma como entrou correndo nesse lugar, depois de quase cair, escolheu uma mesa mais reservada e como suas respostas são diretas, me ocorreu que talvez Bella não goste de ser o centro das atenções. Penso em mudar de assunto quando ela responde:

— Escrevo sobre economia, sempre gostei dessa parte. Traduzo alguns textos também.

— Bilíngue? Qual o outro idioma que você fala?

— Francês e Italiano.

Et êtes-vous déjà allé en France ou en Italie?

Non, et vous demandez plus que vous ne répondez. — Ela responde.

Solto uma risada sabendo que ela está certa.

— Sim, você tem razão. Eu estou perguntando mais do que respondendo. — Dou de ombros. — O que você quer saber?

— Você com certeza já sabe alguma informação sobre a minha família. — Lembra, com a sobrancelha arqueada, de eu tê-la observado conversar com o amigo. — Me diga algo sobre a sua.

— Minha mãe se chama Esme, ela é arquiteta de interiores, ama o que faz e é um pouco complexada por limpeza. Meu pai se chama Carlisle, ele é médico e foi ele quem me apresentou o mundo da música. Ah e acho que seria interessante mencionar que ele fez o meu parto.

— A pergunta agora é sua, mas nem fodendo que eu vou conseguir responder qualquer coisa sem saber a história completa do seu nascimento!

Ri de seu entusiasmo e lhe contei brevemente a história dos meus pais.

— Eles demoraram 12 anos pra perceber o óbvio? Que se amavam? — Pergunta incrédula. — E você já chamava ele de pai durante esse tempo todo?

— Sim, para as três perguntas. Ele sempre foi a minha figura paterna, não tinha como chamá-lo por qualquer outro nome. Depois que eles se casaram, durante a minha adolescência, eu passei a ser Masen Cullen. Não quis tirar o sobrenome da minha mãe.

— Cullen combina com você. — Ela abre um sorriso gentil e, automaticamente, retribuo.

— Você gosta? — pergunto, lembrando que é a minha vez. — De escrever, eu quero dizer.

— Eu amo.

— Mas? — Por alguma razão, sinto que essa não é a resposta completa.

— Realmente, você é muito observador. — Ri e dá um gole na sua bebida, de novo a sinto se esquivar antes de responder. — Mas não concordo muito com a linha que meu chefe segue, a coluna de economia seria muito melhor se ele me ouvisse de vez em quando. Ele usa termos técnicos demais, isso é um jornal, tem que ser acessível para todos.

— Tenho que concordar, sempre pulei a parte de economia.

Acho que nunca parei, de fato, para ler um jornal, mas ainda assim não deixa de ser verdade. Economia é chato demais.

— Pois é! — Bufa irritada. — Eu mando textos mais dinâmicos, sabe? Mas ele sempre me manda refazer, tipo agora — aponta para o notebook. — É por isso que às vezes eu sinto falta de ser uma "estagiária faz tudo" e escrever sobre turismo ou qualquer outra coisa… era menos estressante.

— Desculpe, — peço notando que ela ainda está com o notebook aberto. — Estou atrapalhando você, não é?

— Não! Já terminei. — Ela fecha o aparelho e o deixa no canto da mesa. — Eu que deveria pedir desculpas por desabafar com você quando tudo que você queria era paz e sossego, e não escutar os problemas de uma simples proletária.

— Não vejo por que pedir desculpas, estou me divertindo pela primeira vez desde que cheguei em Forks.

— Problemas em encontrar o que fazer numa cidadezinha pequena?

— Talvez. Faz um tempo que estou aqui e durante boa parte eu consegui o que eu queria: paz, silêncio e descansar. Só que agora eu me sinto constantemente entediado.

— Você gosta de natureza?

— Gosto de atividades ao ar livre, principalmente se eu for acompanhado.

— Então você poderia gostar de ir à praia de La Push, — continua, ignorando a minha sugestão de um possível encontro — ela é linda e ainda tem o benefício de ser pouco movimentada.

— Ir à praia até seria legal. O que mais Forks pode me oferecer?

— Trilhas! Você pode fazer alguma das trilhas que tem aqui, elas são lindas. Ou poderia ir pescar também, meu pai ama pescar! — Declarou com uma expressão que enfatiza bem o quanto o pai gosta da atividade. — Ah e também tem o parque de diversões.

— Um parque é? Acho que eu nem me lembro a última vez que fui em um.

— Aconselho ir na quinta. Sextas e sábados são mais lotados de adolescentes que poderiam facilmente te reconhecer. Ah, e veja a previsão antes de qualquer atividade ao ar livre, aqui chove bastante o tempo todo.

— Anotado!

Pelo o que pareceu ser a próxima hora, o assunto da nossa conversa se manteve sobre mim e o meu trabalho. Bella parecia bastante interessada em saber sobre o meu processo criativo, a fama, os fãs, a mídia, os shows e tudo que envolve esse universo. Respondi todas as suas perguntas, talvez até tenha me alongado demais, mas o que eu posso fazer? Eu amo música, amo o que faço e amo falar sobre isso.

— Posso pagar uma cerveja pra você? — Escuto sua barriga roncar e seguro o riso. — Talvez algo para comer também?

— Acho que nós podemos pedir alguma coisa para comer, mas com certeza eu vou pagar a minha parte. — Diz decidida.

Não faço questão de ser teimoso e insistir em pagar a sua parte. No momento eu preciso apenas garantir que eu terei um segundo encontro para fazer isso. Enquanto Bella acena para o amigo, que continuava atrás do balcão, aproveito para dar uma olhada no menu e decidir o que iria pedir, rapidamente, a silhueta do homem alto e forte se faz presente.

Peço a ele mais uma cerveja, um sanduíche de carne com queijo e batatas fritas, depois de anotar o meu pedido ele se vira para ouvir o pedido de Bella, mas não me passa despercebido o seu olhar de desprezo na minha direção.

— Jake, por acaso você teria o meu sanduíche?

— Não Bells, a pasta de amendoim e o bacon acabaram e eu não tive tempo de repor o estoque.

Pasta de amendoim e bacon? Doce e salgado no mesmo sanduíche? Que tipo de combinação é essa?

— Ah, tudo bem. Então eu quero um sanduíche de queijo com picles e um suco de laranja, por favor.

— É pra já. — Ele responde e sai em seguida.

— Pasta de amendoim e bacon?

— Não me julgue se você nunca provou! — Rebate na defensiva.

— Não estou julgando, estou apenas… curioso. E eu nem vi essa combinação entre as opções do cardápio. — Reflito pegando novamente o menu para conferir.

— Você não vai achar o "sanduíche Bella" — ela faz aspas com as mãos ao falar — no cardápio.

— Sanduíche Bella?

— Meu pai e o pai de Jacob são amigos desde a escola. Eu vinha muito aqui com o meu pai na infância, acabei virando amiga de Jake e isso tem seus privilégios.

— Como o que?

— Como sempre poder pedir o meu sanduíche preferido: pão com pasta de amendoim, picles, bacon e geleia de amoras. Ei! Não faça essa cara de nojo!

— Desculpe, mas simplesmente não consigo imaginar como essa combinação pode ser agradável ao paladar humano.

— Confie em mim, é bom! Aposto 5 dólares que você vai mudar de ideia depois de provar.

— 10 dólares que eu vou odiar. — Estendo minha mão para ela selar nossa aposta.

— Tudo bem, — ela estende a sua mão e para antes de segurar a minha. — Mas, se você odiar mesmo, aposto 15 que não aguenta chegar nem na metade do sanduíche.

— 20 que eu aguento mesmo assim. — Mantenho meu olhar fixo ao seu, adorando esse jogo de apostas.

— Fechado! — Responde apertando minha mão com a sua.

É o nosso segundo contato físico direto da noite e, pela segunda vez, sinto uma eletricidade percorrer a minha espinha. O que é muito estranho. Nunca senti isso antes. Será que eu tô doente?

— Vou logo adiantando que quase nunca perco uma aposta.

— Bom, eu também não.

Nos encaramos por uns dois segundos antes de cairmos na gargalhada do nosso espírito infantil aflorado.

— Para essa aposta ser justa você tem que estar comigo quando eu provar.

— Você tem que ser mais criativo que isso pra me fazer sair com você, Cullen.

— Eu nem havia cogitado a possibilidade de sair, — minto — apenas que deveríamos voltar aqui e nós dois comermos essa iguaria. Mas sair com você me parece uma ideia bem melhor.

Bella me avalia com um olhar meio desconfiado e meio divertido. Ficamos em silêncio por um tempo e eu espero por sua resposta a minha segunda tentativa de um encontro. Ela finalmente abre a boca para falar, mas é impedida pelo amigo, que retorna com os nossos pedidos. Nós comemos compartilhando de um silêncio agradável e da companhia um do outro. Não sei se é a minha fome ou se realmente o sanduíche é bom, a questão é que eu devoro a comida satisfeito.

— Uma comida favorita? — Ela pergunta dando uma última mordida em seu sanduíche.

— Hum...não sei se tenho uma em específico mas gosto de massas em geral. E você?

— A torta de chocolate do meu pai. O que? — Pergunta depois que eu ri.

— Pelo o que eu pude notar você tem gostos estranhos para comida, mas a sua favorita é torta de chocolate? — Reflito e é ela quem ri dessa vez.

— Tudo bem, é um pouco irônico.

— Um lugar? — É a minha vez de perguntar.

— Meu quarto. E você?

— Qualquer um que eu esteja com o meu violão. Por que seu quarto?

— Gosto de chegar em casa e me aconchegar na minha cama para assistir a um filme, ler um bom livro, ou simplesmente dormir. — Ri. — Não sei ao certo, apenas me sinto em paz com a sensação. Se bem que tem outro lugar que me sinto assim.

— Onde?

— Tem uma trilha aqui em Forks que, se você pegar o atalho certo, dá acesso a uma campina. É um lugar lindo, quase mágico.

Linda é a expressão que tomou o seu rosto. Uma expressão sonhadora, iluminada. Poderia passar horas olhando-a e admirando a sua beleza que eu não me cansaria. Bella morde seu lábio inferior e mais uma vez desvio meu olhar para sua boca, me inclinando involuntariamente sobre a mesa.

— Você não pode ficar olhando para as pessoas desse jeito. — Diz quase num sussurro.

— Bella, já é a segunda vez que você me repreende, mas não faço ideia de que jeito é esse.

E seja lá como eu estiver olhando para ela, parece deixá-la tão hipnotizada quanto eu estou por ela agora. Quase como se fosse em câmera lenta, a observo inclinar o tronco para mais perto do meu. Com a nossa proximidade consigo sentir um pouco do seu cheiro, um leve mas presente cheiro de morango com mais alguma coisa que não consigo identificar. É gostoso, me faz querer chegar ainda mais perto e passar horas descobrindo tudo sobre o seu corpo, tudo que esses olhos castanhos escondem. Olho para sua boca, tão perto e ao mesmo tempo, tão longe da minha...

— Esqueça. — Diz se dando conta da nossa proximidade e se recostando na cadeira.

Por que caralhos essa mesa é tão larga? Se ela fosse um pouco menor, posso jurar que teríamos nos beijado.

— Estou sendo invasivo? Psicopata? — Uso o termo que ela mesma me deu mais cedo e ela ri, balançando a cabeça em negativa. — Ah qual é, me diz.

— Não vou dar esse gostinho a você, Cullen. — Brinca descontraída.

Estava para insistir um pouco mais quando uma mensagem chega em seu celular fazendo a mesa toda vibrar junto com o aparelho.

— Ai merda, já é quase meia noite. — Comenta depois de checar a mensagem e começar a guardar seus pertences.

— Já? Eu nem percebi o tempo passar.

— Pra ser sincera, nem eu.

Bella chama o seu amigo, pedindo a conta. Aproveito para pagar a minha parte também.

— Você está de carro? — Pergunto mesmo sabendo a resposta, assim que saímos pelas portas do bar.

— Não, mas não tem problema, a casa do meu pai não fica muito longe. Uns 6, 7 minutos de caminhada e eu chego rapidinho.

— Bella, como você mesma disse, são quase meia noite. Não vou deixar você ir sozinha até sua casa, ainda mais a pé.

— Edward está tudo bem, não precisa se preocupar. Meu pai é chefe de polícia, lembra? Ninguém é doido o suficiente para se meter comigo.

— Seu pai pode ser da polícia, mas a minha mãe me deu princípios e ela me mataria se eu deixasse uma linda garota voltar para casa sozinha.

— Usar a sua mãe como chantagem é um golpe muito baixo, sabia disso? — Dou de ombros.

Não precisei me esforçar muito e Bella me deixou conduzi-la até o meu carro, parado do outro lado da rua.

— O quê? — Ela me olha com uma expressão de incredulidade por eu ter aberto a porta do carro para ela. — Eu sou um cavalheiro.

Bella apenas ri e senta no banco do passageiro. Ela realmente não mentiu quando disse que sua casa ficava perto. O trajeto não demorou mais do que 4 minutos.

— Entregue, sã e salva, senhorita Swan.

— Obrigada por me trazer, mas não precisava.

— Você é teimosa assim com todo mundo ou só com quem acabou de conhecer?

— Não sou teimosa. — Cruzo os braços na altura do peito a e encaro com a sobrancelha arqueada. — Talvez eu seja um pouco. Não gosto de incomodar, — admite — só isso.

— Não foi incômodo algum, Bella. — Ela rola os olhos não muito convencida.

— Conhecer você numa noite de terça-feira, em plena Forks foi… surpreendente. Obrigada pela conversa e pela noite em si, foi divertida.

— Para mim também, Bella.

— Boa noite, Edward. — Ela se despede, mas não faz menção alguma de sair do carro.

Na verdade, percebo seu olhar oscilar entre a minha boca e os meus olhos. Sorrio satisfeito me inclinando devagar e faço uma das coisas que desejei a noite toda: deslizo minha mão pela sua bochecha, vermelha e quente. Acaricio sua pele macia e me aproximo ainda mais, conquistando território aos poucos, nunca perdendo o contato visual com os seus olhos. Estou sendo cauteloso o suficiente para que ela me pare se isso, beija-lá, não for o que ela quer.

No entanto, quem foi pego de surpresa pela falta de cautela fui eu. Em questão de segundos, as suas mãos envolveram meu pescoço, puxando-me em sua direção e, finalmente, a sua boca está junto à minha. A eletricidade de antes, de quando apenas toquei sua mão, não é nada comparada a essa. Meu corpo inteiro está elétrico, vivo e atento aos seus movimentos. Tudo ao meu redor se transformou em Bella. Seus lábios tomam os meus com suavidade, sem pressa e deixo que ela dite nosso ritmo. Como um beijo tão calmo, quase inocente, pode ser tão excitante? Porra, eu quero e preciso de mais dela.

Aparentemente, ela também quer mais de mim, porque seus lábios me dão espaço e eu a exploro com a minha língua. Sua boca parece ter sido moldada para se encaixar perfeitamente na minha e eu não tenho dúvidas de que o seu corpo também. Nosso beijo se torna mais urgente, necessitado e gostoso pra caralho.

Bella aperta suas mãos em meu pescoço, aproximando ainda mais nossos corpos, suas unhas curtas arranham de leve a pele da minha nuca, me deixando arrepiado. Minha mão, que estava em seu rosto, foi direto para sua bunda, onde agarrei sem cerimônia alguma e, a julgar pelo gemido que ganhei em troca, ela também gostou.

— Se eu não tivesse um compromisso tão cedo amanhã de manhã, — ela se afasta, ofegante, — nossa noite não terminaria assim, Cullen.

Bella está com as bochechas coradas e os lábios inchados, que se abrem num sorriso divertido diante da minha total falta de reação perante as suas últimas palavras. Me inclino mais uma vez e a beijo de novo, não estou pronto para deixá-la ir agora. Depois de mais alguns beijos nada inocentes e mãos bobas das duas partes, Bella nos interrompe mais uma vez.

— Realmente preciso ir, Edward. — Ela me dá um selinho e vira para sair do carro. — Boa noite.

— Bella, — chamo, fazendo-a olhar para mim. — Poderia me dar seu telefone?

— Você me parece um cara legal, Edward. — Começa e eu não gosto nem um pouco da hesitação em sua voz. — Pelas suas músicas e pelo pouco que conversamos hoje, acredito que você seja um romântico. E isso não vai rolar, eu não sou esse tipo de garota. Se você quiser se divertir eu vou adorar, mas…

— Bella, — a corto, colocando um dedo em seus lábios e aproveitando para aproximar meu corpo do seu novamente. — Eu pedi o seu telefone, não para se casar comigo.

Seus olhos estão semicerrados, prontos para me dizer não. Deslizo minha mão pela sua perna apalpando a carne por cima da sua calça jeans. Beijo suas bochechas, sua mandíbula, seu queixo e o canto da sua boca onde a provoco com a ponta da minha língua. Instintivamente os seus lábios se movem para frente em busca dos meus, mas eu me afasto o suficiente para olhar em seu rosto. Seus olhos estão fechados, a boca entreaberta e os pelos do seu braço estão arrepiados. Ela está tão inebriada de desejo quanto eu.

— Você realmente não quer mais me ver? — Sussurro em seu ouvido e levo meus lábios para o seu pescoço, beijando-o. — Porque algo me diz que você não está pronta para me dizer adeus.

Bella incentiva minhas investidas e eu exploro seu pescoço e colo, praticamente nos esquecendo que estamos na frente da casa do seu pai. Seu pai policial. Volto a tocar meus lábios nos seus, num beijo lento e fodidamente quente. Porra, eu que lute para lidar com a minha ereção mais tarde.

— Eu preciso mesmo ir, Edward.

A beijo uma última vez, com um pouco mais de urgência, a beijo até não conseguirmos respirar.

— Vai me dar seu telefone, Swan? — Ela sorri saindo do carro.

— Você é bom de memória? Porque eu só vou falar uma vez.

Bella me passa seu número sem me dar a chance de anotá-lo corretamente no celular.

— Espera, o final é 5567 ou 5576? — Pergunto, mas ela já havia se afastado.

Está tarde demais para eu buzinar ou gritar pedindo por uma resposta. Termino de anotar o número no celular e olho para a frente da casa, a tempo de vê-la se virar e me dar um tchauzinho antes de entrar.

Mais tarde em casa, todos os meus pensamentos estão em torno dela, do seu corpo, do seu cheiro e dos seus beijos. Acho que nunca, em toda a minha vida, me senti tão atraído por alguém quanto agora. Lembrar do seu corpo junto ao meu me deixa duro e me vejo, mais uma vez, indo em direção ao banheiro para me aliviar. Porra, que mulher é essa e o que ela fez comigo?

Quarta, 28 de outubro de 2015 - Forks, WA.

Na manhã seguinte, meu foco está unicamente em tentar encontrar Bella pelo número de celular que ela me disse tão rapidamente. O único dígito do seu número que não consegui pegar com convicção foi o último. Depois de algumas tentativas frustradas com números que não lhe pertenciam, consegui acha-lá.

Edward

Oi, Bella. Bom dia, aqui é o Edward.

Lembra-se de mim?

Nos conhecemos no B. Black bar ontem,

e você me deu seu número.

Bella

Bom dia, Edward.

kkkk sim, é claro que eu lembro de você!

Edward

Até que enfim eu te achei!

Sabe quantas mensagens para números

que não eram o seu eu mandei só esta manhã?

Bella

kkkkkk não posso nem imaginar.

Edward

Me fazer te procurar tanto te diverte, é?

Bella

KKKKKK você é muito dramático!

Se eu não quisesse que você tivesse o meu número, não teria falado ;)

Edward

Na verdade, você me deu

um conjunto de números

esperando que eu errasse a combinação :)

Bella

Eu jamais faria algo tão cruel…

Edward

Sei... suas artimanhas não me convencem Swan.

Bella

Não posso fazer nada quanto a isso.

Mas ao que devo a honra

do seu bom dia tão cedo?

Edward

Estava pensando…

Se eu não estou enganado,

você me falou sobre uma campina?

Bella

Falei sim. Pq?

Edward

Você não me disse como faço para

chegar até ela.

Estava pensando se você não poderia

ir comigo até lá.

Bella

Boa tentativa Cullen! Haha

Mas por que eu iria se eu posso simplesmente

enviar o endereço por aqui mesmo?

Edward

Bom, primeiro porque você

conhece o lugar melhor do que eu

e eu não poderia chamar um guia ou algo assim.

Seria arriscado colocar a minha localização na mídia.

Bella

Segundo?

Edward

Se eu bem me lembro, nós temos

uma aposta e eu gostaria de ganhá-la

depois da trilha.

E terceiro, porque eu queria uma

desculpa para sair com você. :)

Bella

Devido a sua sinceridade

eu aceito ser sua guia turística.

Mas esteja avisado que eu sou desastrada,

posso tropeçar em qualquer coisa, cair feio e

você será o responsável!

Edward

Vou correr o risco!

(e não se preocupe, já tive aula

de primeiros socorros, meu pai é

médico, lembra?)

Você estará segura comigo ;)

Bella

Você é meio convencido, isso sim.

Para sua sorte eu estou livre amanhã

e não há previsão de chuva.

Mas vá bem agasalhado, vai estar bem frio.

Edward

Como todos os dias pelo visto…

Bella

Kkkk Bem-vindo a Forks, Edward!

Aqui sempre é úmido e frio.

Edward

Kkk não estou reclamando!

É até gostoso ficar de frente para a lareira,

tomando alguma bebida quente

enquanto a chuva cai lá fora.

Bella

Sim, mas apenas se for uma chuva tranquila,

sem a presença de raios e trovões.

Edward

Não gosta de uma tempestade?

Bella

Não, nem um pouco.

Edward

Por que não?

É tão bonito.

Bella

Porque não.

E antes que você me venha

com "pq não, não é resposta",

queria dizer que é sim.

Edward

Kkkkk não ia questionar a

sua resposta, Bella.

Bella

Nem você acredita nisso, Cullen!

Eu preciso ir agora

*alguém precisa trabalhar aqui*

Amanhã às 14h tá bom pra você?

Edward

Kkkkk ei eu trabalho! Só estou de férias.

O horário na verdade é perfeito.

Passo ai pra pegar você.

Bella

Combinado.

Até amanhã, Edward.

Edward

Até, Bella. :)

XXXXXXXXXX

Bella

Quinta, 29 de outubro de 2015 - Forks, WA.

Desde que Edward me convidou para sair venho pensando se isso seria uma boa ideia. Eu gosto de coisas casuais, sair, me divertir e passar a noite com alguém com duração máxima de dois encontros. É mais fácil de não me apegar assim, mas ele me parece alguém romântico demais para ter relações desse tipo. Não que eu tenha aversão a relacionamentos, só não me vejo amando alguém ao ponto de querer estar em um. E mesmo assim, aqui estou eu ao lado dele tendo uma tarde bastante divertida.

— Como você conhece essa trilha tão bem se é tão desastrada assim? — Edward pergunta depois de ter me salvado pela décima vez de escorregar.

— É um lugar lindo, vale a pena o risco. E como você mesmo disse anteontem, eu sou teimosa.

Ele solta uma risadinha convencida por eu ter admitido que ele estava certo quanto a minha teimosia e ignoro sua expressão de sabe-tudo. Indico o caminho à nossa direita e seguimos por ele por mais trinta minutos antes de chegarmos à campina.

— Uau — o escuto sussurrar baixinho. — É um lugar lindo.

— Eu disse a você.

Andamos mais um pouco até mais ou menos o meio do lugar. Edward retira um cobertor de dentro da sua mochila e o estica no chão, fazendo com que tenhamos um local seco e razoavelmente quente para sentar. Ele me oferece água e uma barrinha de cereal, que eu aceito.

Ficamos um ao lado do outro em silêncio, descansando do esforço que fizemos, contemplando a vista. A campina é pequena, perfeitamente redonda coberta pela grama meio ressecada e umedecida pela fina chuva que caiu mais cedo. O verde de sempre dando lugar ao amarelo queimado e ao marrom do outono.

— Na primavera, esse lugar fica ainda mais lindo, cheio de flores silvestres violeta, amarelo e branco.

— Uma visão inspiradora.

Me sinto corar. Pela visão periférica, notei que ele me respondeu com os olhos fixos em mim e não na paisagem.

— Sua série favorita? — Pergunto voltando ao nosso jogo de bate e volta.

— The big bang theory. — Responde e eu solto uma risadinha com a escolha. — O quê? Um pouco do nerd que eu fui na época da escola ainda vive em mim.

— Juro que não consigo te ver como um nerd. — Ele dá de ombros sorrindo, me perguntando qual era a minha. — Grey's Anatomy.

— É boa, mas tem temporadas demais. — Mesmo gostando, me vi concordando com ele. — Você gosta de musicais?

— Hum, não muito. Na verdade, eu acho meio chato ficar parando a história o tempo todo para colocar uma música no meio.

— Mas a música faz parte da história! — Rio da sua indignação. — Você tinha que ter algum defeito, não é?

Conversamos um pouco mais durante algum tempo até voltarmos a compartilhar de um silêncio agradável. Gosto quando o silêncio não é algo estranho, mas sim confortável. Me deito na coberta e admiro o céu nublado. Não gosto quando a chuva é carregada de raios e trovões, mas sei reconhecer a beleza do céu cinzento e negro do local em que fui criada.

— Que foi? — Noto que Edward estava me observando.

— Nada. — Ele sussurra e se deita ao meu lado.

Às vezes ele me olha como se me conhecesse a vida toda e isso me dá uma sensação estranha no estômago. Uma sensação nova, uma que eu não gosto muito de sentir.

Ao deitar, ele não foi nada discreto em deixar o seu corpo próximo demais do meu, sua mão quase encostando na minha. Não demorou muito para que nossas mãos estivessem entrelaçadas, com ele fazendo carinhos com o polegar na minha pele, causando alguns arrepios. Não sei quanto tempo ficamos assim, mas parece que tudo ao nosso redor está parado, como se só existisse nós dois no mundo. Acho que é por isso que gosto tanto desse lugar, ao passo em que a natureza nos faz sentir pequenos e insignificantes, também nos torna únicos.

Fecho os olhos e escuto os sons da natureza. Ao longe, consigo ouvir o barulho de água, de algum rio próximo; mosquitos; grilos; o farfalhar das folhas e… outro som toma conta do ambiente, um cantarolar baixo, tão lindo como o canto de um pássaro.

Sinto a mão de Edward tocar a minha pele de uma forma diferente. Viro meu rosto para olhá-lo, ele observa o céu com o cenho franzido, numa expressão de extrema concentração. A mão que segura a minha se movendo como se tocasse um instrumento imaginário e a outra está sobre a sua barriga, fazendo os mesmos movimentos que a outra.

— …você faz desse jeito — o escuto sussurrar. — E quando você está perto, me dá arrepios. Eu quero ser aquele cara. Eu quero beijar seus olhos… — Diz voltando a cantarolar uma melodia.

Edward parece alheio a minha presença, como se as palavras apenas estivessem se forçando contra os seus lábios.

Eu quero beber aquele sorriso. Eu quero sentir como se…Como se minha alma estivesse pegando fogo. — Ele sorri como se aprovasse o que quer que esteja fazendo. — Sabia que eu deveria ter trazido meu violão. — Resmunga, se sentando de repente.

— O que você está fazendo? — Pergunto não contendo a minha curiosidade, aproveitando para me sentar também.

Edward está tão concentrado, anotando algo no pequeno bloco de papel que tirou do bolso, que achei que não iria me responder.

— Tenho que anotar uma letra na hora em que a ideia me vem à mente — explica. — Se eu não anotar, esqueço. Posso até lembrar do contexto, mas nunca sai com as mesmas palavras de quanto penso nelas pela primeira vez.

— Isso que você estava cantando, você criou agora? — Ele confirma com um movimento de cabeça. — Uau! Quer dizer que eu tive o privilégio de estar presente na hora da criação do mais novo hit de Edward Cullen?

A gargalhada que sai de seus lábios é tão contagiante que me vejo rindo junto.

— Para ser um hit vai depender de como vou terminá-la.

Edward coloca a mão no chão, se apoiando sobre o braço e inclinando seu corpo para frente. Aproximando tanto seu corpo do meu, que nossas respirações começam a se misturar.

— Ainda é um diamante bruto, preciso lapidá-la direito. — Completa fitando a minha boca.

Umedeço os lábios instintivamente, movimento que não passa despercebido por ele. Sorrio com a sua expressão de quem está se controlando bastante para não me beijar.

— E quanto tempo demora? — Sussurro. — Gostaria de ser a primeira a ouvi-la.

— Depende do quão inspirado eu esteja e, com certeza, você será a primeira a ouvir. — Ele sorri, um tipo de sorriso quente e cheio de malícia. — Você é a musa inspiradora dela, nada mais justo que seja a primeira.

— Você é um galanteador, Cullen — debocho. — É esse tipo de cantada que você costuma usar? Vai ter que se esforçar um pouco mais para me beijar.

— Você está com segundas intenções, Swan? — Sua voz sai baixa e rouca, causando arrepios por todo o meu corpo.

Sua mão livre coloca uma mecha do meu cabelo, que estava em meu rosto por causa do vento, para trás, aproveitando para deixá-la em contato com a minha pele. Seus dedos percorrendo suavemente a curva do meu pescoço.

— Ao contrário do que você acabou de dizer, o seu corpo me diz que eu não preciso me esforçar tanto assim.

Odeio admitir, mas ele está completamente certo. Assim que seus olhos encaram os meus novamente, sinto como se um imã gigantesco estivesse me puxando em sua direção e mais uma vez eu acabo com a curta distância entre as nossas bocas. Lembro-me instantaneamente por que aceitei sair com ele: seu beijo é gostoso demais para experimentar apenas uma vez.

Minhas mãos invadem seu pescoço, subindo em direção aos seus fios macios e ruivos. Todo o meu corpo está quente e vibrando por ele, por mais e mais dele, e considerando o som de prazer que Edward faz toda fez que me beija, ele se sente da mesma forma. Nossas ações se tornam quentes e primitivas demais em questão de segundos. Quando dou por mim, estou sentada em seu colo com suas mãos firmes envolvendo minha cintura, me puxando mais para si. Edward abre meu casaco, permitindo-lhe mais acesso a minha pele, seus lábios nunca deixando de me tocar, seja em meus lábios, meu pescoço, colo ou meus seios por cima da blusa.

No momento em que sinto suas mãos subindo pelas minhas costas, por baixo da minha blusa, decido que é hora de parar ou vamos acabar transando no meio do mato. O que não seria ruim, se estivéssemos no verão. Seguro seu rosto que estava enfiado em meu pescoço e o beijo, com menos urgência dessa vez, encerrando-o com alguns selinhos.

— Não sei por quê, mas acho que vou demorar mais tempo do que o normal para terminar essa canção… — Ele deixa a frase morrer, roubando mais um beijo meu.

— Mais uma desculpa para sair mais algumas vezes comigo, Cullen? — Pergunto me desvencilhando de seu colo e me pondo de pé.

— Com certeza, Swan. — Me dá uma piscadela.

— Você é ridículo. — Ele apenas sorri, seus olhos me devorando. — Anda, está ficando tarde. Melhor voltarmos.

O caminho de volta até o seu carro é mais rápido do que a nossa ida até a campina. Não deixo de revirar os olhos na insistência de Edward em abrir a porta do carro para mim; é fofo, confesso, mas também muito desnecessário.

— Sabe, estou começando a achar que você usa essa desculpa de abrir a porta do carro por medo das garotas baterem-a com força — implico assim que ele se senta no banco do motorista.

— Eu não sou um escroto Bella. Tenho ciumes dos meus carros, mas não é pra tanto.

Solto uma risada com a sua irritação.

— Você estava me testando?

— E você caiu direitinho.

Ele apenas balança a cabeça em negação e dá partida no carro.

— Você gosta de animais? — Pergunto depois de algum tempo.

— Sim, adotei um vira-lata caramelo na infância. Foi o meu pedido de aniversário durante anos. Depois que ele morreu eu não quis ter outro, sofri demais depois que ele se foi.

— Sinto muito. — Ele inclina a cabeça na minha direção me oferecendo um sorriso torto.

— E você? Gosta de animais?

— Sim, confesso que adoro cachorros! Nunca tive um, infelizmente, mas sempre quis. — Suspiro lembrando da minha infância. — Meu pai dizia que eu era uma criança atrapalhada demais para cuidar de um animalzinho. Depois, com a adolescência, eu estava focada demais em estudar e entrar numa boa faculdade que nem me lembrei desse desejo.

O que me faz pensar… por que não adotar um agora que eu sou adulta e independente? Se bem que eu trabalho tanto que o bichinho ia ficar muito tempo sozinho. Quem sabe no futuro.

— Qual era o nome do seu? — Retorno às nossas perguntas.

— Caramelo. — Solto uma gargalhada. — O quê?

— Caramelo para um vira-lata caramelo? Que criativo!

— Ah é? E qual nome você daria para o seu?

— Mike!

— Por que Mike?

— Não sei, foi o primeiro nome que me veio à cabeça agora. E pensando bem, é um bom nome. — Edward assente, concordando comigo.

Volto meu olhar para a estrada e me dou conta de que já estamos na frente do . O tempo passa incrivelmente rápido quando estou com ele.

— Uma cor? — Pergunto assim que nos sentamos na mesma mesa da terça passada.

— Se você tivesse me perguntado semana passada eu responderia preto, mas hoje — ele me olhou de um jeito tão intenso, que eu nunca tinha experimentado antes — é marrom. Minha cor favorita é marrom.

Não faço ideia do porquê, mas sua resposta me fez corar e a sensação estranha no meu estômago voltar. Deve ser fome. Desvio meu olhar do seu e chamo por Jake, meu amigo, para anotar nosso pedido. Edward me pede licença para ir ao banheiro quase no mesmo instante em que Jake chega ao meu lado.

— Saindo com o mesmo cara de terça? — Questiona.

— Sim, ele é um cara legal.

— Hum.

Amo meu amigo, mas me machuca que ele ainda tenha alguma esperança tola de ter algum relacionamento comigo além de amizade. Ficamos uma vez na adolescência, foi uma burrice, uma das grandes, mas foi apenas isso: um beijo. Não significou nada para mim, mas depois Jacob se declarou e deixou as coisas uma grande bagunça na nossa amizade, ocasionando o nosso distanciamento. Jake me pergunta qual será o nosso pedido, digo a ele, que o anota rindo.

— 5 dólares que esse almofadinha não aguenta duas mordidas nesse seu sanduíche horrível.

— 10 dólares que ele aguenta até a metade. — Eu tenho que dar algum crédito para o ruivo aqui. — Fechado?

— Sim e se prepare para perder Bells. — Jacob me dá uma piscadela indo em direção à cozinha.

— Vai sonhando! — Retruco alto o suficiente para ele escutar e Edward volta para sua cadeira bem a tempo de ouvir também.

— Sonhando com o que? — Pergunta voltando a se sentar na sua cadeira.

Faço um movimento com a mão, dando a entender que não é nada demais. Meu telefone toca e vejo que é Mary.

— Desculpa, tenho que atender.

Edward me diz que eu não preciso pedir desculpas e eu atendo a ligação, que não dura mais do que três minutos.

— Sua madrasta está ansiosa pelo casamento? — Pergunta ele, provavelmente notando as inúmeras vezes que eu tive que repetir "vai dar tudo certo, Mary" num curto espaço de tempo.

— Demais!

Edward me faz algumas perguntas sobre como anda os preparativos. Acabo contando dos problemas que tivemos com a floricultura e a banda que iria tocar na festa.

— As flores eu consegui resolver, mas temo que ficaremos na base de uma playlist montada no Spotify mesmo. — Confesso e nós rimos.

Conversamos um pouco mais sobre a minha família e a dele. Numa olhada rápida para o balcão, vejo Eric Yorkie, um antigo colega de escola, pegar sua encomenda e sair apressado. Vê-lo me fez lembrar de uma coisa.

— Edward, onde você está hospedado? Porque se você estivesse no hotel dos Yorkie, o único da cidade, com certeza ninguém conseguiria andar na rua com tantos paparazzis, fãs e repórteres atrás de você.

Nada contra Eric, mas tenho que admitir que sua família gosta de uma boa fofoca.

— Minha mãe nasceu em Forks. Comprei uma casa aqui há alguns anos, ela é bem reservada e cercada por árvores. Acho que você iria gostar dela.

— Isso é um convite, Cullen?

— Tomar um bom vinho, perto de uma lareira quentinha e com uma visão privilegiada do rio Sol Duc e das estrelas? — Ele abre um sorriso muito sedutor. — Com certeza isso é um convite, Swan.

Edward é um homem lindo. Talvez o mais lindo que eu já tenha visto em toda a minha vida, e é extremamente atraente, educado e gentil. Encontrá-lo em Forks foi uma surpresa, uma que eu não esperava gostar. Só que eu não gosto de sair com caras românticos, mesmo que eles estejam cientes de que eu não posso lhes oferecer nada além de uma ou duas noites de sexo. Edward deixou subentendido que está de acordo com isso, porém, depois dessa tarde, não sei se consigo acreditar nisso. E, mesmo que meu instinto me diga que não é uma boa ideia, não vou conseguir dizer não a um convite como esse. Eu o desejo e isso é inegável.

— Considere o convite aceito, Cullen.

Seu sorriso se torna largo e seus olhos me devoram de tal forma que faz uma onda de calor passar por todo o meu corpo e se concentrar entre as minhas pernas. Estava para chamar Jacob para cancelar a porcaria desse sanduíche e ir com Edward para sua casa quando meu amigo retorna com os nossos pedidos. Não controlo a risada da cara de nojo de Edward para o meu sanduíche favorito.

— Muito bem, lá vou eu. — Diz e dá a primeira mordida.

O observo mastigar com atenção e, por um instante, acho que ele vai vomitar.

— Isso é horrível! — Declara tomando de uma vez só o copo com água que pediu. — Tipo muito, muito horrível.

— Ei! Não é, não. — Tento controlar o riso. — Já quer desistir e me pagar os 20 dólares?

— Não tão rápido, Swan! Eu ainda aguento comer esse troço inteiro.

Eu mesma mal conseguia comer de tão engraçada que estava a cena à minha frente, de Edward se forçando a comer por puro orgulho.

— Pode parar de comer, Edward. Sério, eu estou começando a ficar com pena de você.

— Aposta é aposta — disse terminando de engolir mais um pedaço. — Falta apenas a outra metade agora, eu vou ganhar esses 20 dólares.

E incrivelmente ele conseguiu, comeu o sanduíche inteiro. Termino de comer sendo observada por ele, depois pedimos a conta e saímos em direção ao seu carro. Mando uma mensagem para Mary, avisando que talvez eu chegue tarde e para ela dizer ao meu velho que não se preocupe, eu sei me cuidar.

— Edward, você não destrancou a porta. — Aviso, feliz dele não tentar bancar o príncipe encantado abridor de portas.

Olho para frente, procurando-o ao lado da porta do motorista mas encontrando um vazio no lugar. Me viro e o vejo parado, do outro lado da rua, em frente ao com uma cara de quem viu um fantasma de tão branco.

— Edward? Você está bem? — Grito, correndo em sua direção.

— Bella, eu…

Ele não termina a frase, apenas me tira da sua frente e coloca tudo que está em seu estômago para fora.


Eita que o nosso Edward tá ruim do estômago haha!

Espero que tenham gostado da leitura, comentem e me digam o quanto vocês querem a parte 2!

Obrigada por ler até aqui!