Capítulo 2 - A Carta
Londres, 03 de Novembro de 1981
Minha querida Hermione,
Quando estiver lendo estas linhas, infelizmente isso significará que falhei, e não consegui salvar a minha própria vida. Serão precisos mais de dezesseis anos para que você conheça toda a nossa história, mas só assim você compreenderá tudo o que aconteceu. Confio em Dumbledore, que guardará essa carta. E tenho certeza que você terá um lar seguro entre os trouxas, até que atinja a idade de começar os seus estudos em Hogwarts.
Filha, em primeiro lugar preciso me apresentar: eu, sua mãe que tanto te ama, sou Marian Potter, e tenho vinte e três anos. Neste exato momento, sinto o meu coração pesado de tristeza e ódio. Há três dias que meu irmão Tiago, dois anos mais novo que eu, foi assassinado por Voldemort, junto com Lílian, sua esposa e minha amiga. O filho deles, Harry - seu primo - sobreviveu ao ataque e , ao que me parece, foi entregue à irmã trouxa de Lílian. Eu gostaria de tê-lo comigo agora, mas não posso oferecer segurança nem mesmo à você, minha querida. Provavelmente um dia você saberá como se deu a morte deles, e a grande traição de que foram vítimas. Sim, estou falando de Sirius Black. O grande traidor. Aquele que em que nós confiávamos. Ele agora está bem trancado em Azkaban, mas não posso deixar de sofrer por ele, simplesmente porque ele também é meu irmão. Confuso? Se meu pai estivesse vivo, deixaria ele explicar essa história mais uma vez, exatamente como ele fez quando eu tinha dez anos e Tiago oito, e ele apareceu com o Sirius pela mão. Ele tinha a mesma idade do Tiago, e isso foi o fim para a minha mãe. Talvez venha daí a tendência de Sirius para trair. Eu nunca soube ao certo o que aconteceu com a mãe dele. Só sei que foi o fim do casamento dos meus pais, e o meu pai terminou de criar o Sirius sozinho. Só vim a conhecer o meu irmão realmente em Hogwarts, e aqueles foram dias felizes para todos nós.
Hogwarts. A grande maioria dos bruxos conhece ali o seu grande amor. E comigo não foi diferente. Sim, Hermione, estou falando do seu pai. O rapaz mais bonito e popular da escola, capitão do time da Sonserina. Como eu poderia imaginar o monstro que ele se tornaria? Embora fôssemos de casas diferentes, tínhamos muitas aulas juntos, o que serviu para nos aproximar cada vez mais. Lúcio Malfoy...rico e influente. A família dele detestava a nossa, e vice-versa, mas o que isso interessa a dois jovens de dezessete anos? Mas eu sabia que não poderíamos ficar juntos: ele estava prometido para uma menina tontinha da Grifinória, amiga da Lílian, dos meus irmãos e seus amigos chamada Narcissa...
"Nesse ponto, parei a leitura. Minhas mãos tremiam, e eu preferia acreditar que tudo aquilo não passava de uma grande brincadeira sem-graça. Mas eu sabia que Dumbledore tinha muito mais a fazer do que se divertir às minhas custas. Me forcei a continuar a leitura, lutando contra o pânico que eu começava a sentir."
Depois da formatura, passamos a nos encontrar às escondidas, e assim foi durante os anos negros que se seguiram. Lúcio se casou com Narcissa assim que ela se formou, mas eu sabia que eles não se amavam. Eu me conformei no papel de amante. E nessa situação descobri muitos segredos dele, relacionados à Voldemort e os Comensais da Morte. Nessa altura, eu já estava grávida e preferi sumir. Eu juntei muitas provas contra ele, e me escondi durante muito tempo. Os únicos que sabiam do meu paradeiro eram Sirius , Tiago e Dumbledore. Só que Lúcio descobriu os meus planos, e passou a me perseguir. E agora temo que o traidor também tenha me entregado. Entende o meu pânico, minha querida?
Vou deixá-la num orfanato trouxa, onde estará segura, e entregarei a carta a Dumbledore. Depois, enfrentarei o seu pai. Mesmo que eu morra tentando. Eu te amo minha filha, e sempre olharei por você.
Sua mãe,
M.Potter
"Quando terminei a leitura, eu percebi o desastre em que minha vida acabava de se transformar. Eu já não tinha mais forças nem mesmo para chorar. Naquele momento eu não conseguia enxergar as vantagens daquela história - ser prima do Harry e sobrinha do Sirius. Eu só pensava no Draco. E no incesto que cometemos sem saber.
As lembranças daquele dia são meio nebulosas...eu só sei que disparei pelo corredor, fugindo talvez de mim mesma. Mas Draco estava a minha procura, e me encontrou no jardim. Como sempre, ele me abraçou, mas ao ver minhas lágrimas, ele pareceu preocupado. Eu me esquivei dele e ele estranhou aquele gesto.
Mione...o que está acontecendo, meu amor? Nós não podemos ficar juntos... Por que você está dizendo isso? Porque eu descobri que nós somos irmãos, Draco - eu gritei, desesperada - pergunte ao seu, ao nosso pai sobre Marian Potter...ele vai saber te responder.
Disse isso, e sumi da sua vista. Da dele, e de todos. Não esperei o Expresso de Hogwarts, fui embora por conta própria.
Em Londres, no início eu achei que seria fácil tocar a minha vida. Mas meus pais adotivos, os Granger, haviam recebido uma proposta muito boa para desenvolver um projeto de odontologia numa Universidade no Brasil. Eles queriam que eu fosse junto, mas preferi ficar na Inglaterra. Eu precisava de um tempo para mim. Foi nessa época que descobri que estava grávida, mas mesmo assim não procurei nem Draco, nem nenhum outro bruxo. Eu tinha vergonha de mim mesma, e da situação que estava vivendo.
Depois que meu filho nasceu, ainda permaneci algum tempo com ele. Era um menino lindo, louro como o pai, e eu respirei aliviada quando vi que ele não tinha nenhum defeito. Porém, o meu dinheiro acabara e precisei procurar uma forma de ganhar a vida. Eu aceitaria qualquer coisa, menos me prostituir. Foi então que eu soube que Harry e Gina, apesar da guerra, estavam vivendo juntos. Uma noite, peguei o meu bebê e o coloquei na porta da casa deles, com um bilhete:
Por favor, cuidem do meu bebê. O seu nome é Richard. Um dia explicarei tudo a vocês, se possível.
Com carinho, Mione
E isso é tudo. Não passo de um fracasso. Logicamente me arrependi de ter abandonado o meu filho, mas buscá-lo exigiria muitas explicações. Já se passaram três anos desde então. A guerra continua impiedosa. Eu rezo todas as noites por todos os meus amigos nela envolvidos, mas sinto que já não faço parte do mundo mágico."
Londres, 03 de Novembro de 1981
Minha querida Hermione,
Quando estiver lendo estas linhas, infelizmente isso significará que falhei, e não consegui salvar a minha própria vida. Serão precisos mais de dezesseis anos para que você conheça toda a nossa história, mas só assim você compreenderá tudo o que aconteceu. Confio em Dumbledore, que guardará essa carta. E tenho certeza que você terá um lar seguro entre os trouxas, até que atinja a idade de começar os seus estudos em Hogwarts.
Filha, em primeiro lugar preciso me apresentar: eu, sua mãe que tanto te ama, sou Marian Potter, e tenho vinte e três anos. Neste exato momento, sinto o meu coração pesado de tristeza e ódio. Há três dias que meu irmão Tiago, dois anos mais novo que eu, foi assassinado por Voldemort, junto com Lílian, sua esposa e minha amiga. O filho deles, Harry - seu primo - sobreviveu ao ataque e , ao que me parece, foi entregue à irmã trouxa de Lílian. Eu gostaria de tê-lo comigo agora, mas não posso oferecer segurança nem mesmo à você, minha querida. Provavelmente um dia você saberá como se deu a morte deles, e a grande traição de que foram vítimas. Sim, estou falando de Sirius Black. O grande traidor. Aquele que em que nós confiávamos. Ele agora está bem trancado em Azkaban, mas não posso deixar de sofrer por ele, simplesmente porque ele também é meu irmão. Confuso? Se meu pai estivesse vivo, deixaria ele explicar essa história mais uma vez, exatamente como ele fez quando eu tinha dez anos e Tiago oito, e ele apareceu com o Sirius pela mão. Ele tinha a mesma idade do Tiago, e isso foi o fim para a minha mãe. Talvez venha daí a tendência de Sirius para trair. Eu nunca soube ao certo o que aconteceu com a mãe dele. Só sei que foi o fim do casamento dos meus pais, e o meu pai terminou de criar o Sirius sozinho. Só vim a conhecer o meu irmão realmente em Hogwarts, e aqueles foram dias felizes para todos nós.
Hogwarts. A grande maioria dos bruxos conhece ali o seu grande amor. E comigo não foi diferente. Sim, Hermione, estou falando do seu pai. O rapaz mais bonito e popular da escola, capitão do time da Sonserina. Como eu poderia imaginar o monstro que ele se tornaria? Embora fôssemos de casas diferentes, tínhamos muitas aulas juntos, o que serviu para nos aproximar cada vez mais. Lúcio Malfoy...rico e influente. A família dele detestava a nossa, e vice-versa, mas o que isso interessa a dois jovens de dezessete anos? Mas eu sabia que não poderíamos ficar juntos: ele estava prometido para uma menina tontinha da Grifinória, amiga da Lílian, dos meus irmãos e seus amigos chamada Narcissa...
"Nesse ponto, parei a leitura. Minhas mãos tremiam, e eu preferia acreditar que tudo aquilo não passava de uma grande brincadeira sem-graça. Mas eu sabia que Dumbledore tinha muito mais a fazer do que se divertir às minhas custas. Me forcei a continuar a leitura, lutando contra o pânico que eu começava a sentir."
Depois da formatura, passamos a nos encontrar às escondidas, e assim foi durante os anos negros que se seguiram. Lúcio se casou com Narcissa assim que ela se formou, mas eu sabia que eles não se amavam. Eu me conformei no papel de amante. E nessa situação descobri muitos segredos dele, relacionados à Voldemort e os Comensais da Morte. Nessa altura, eu já estava grávida e preferi sumir. Eu juntei muitas provas contra ele, e me escondi durante muito tempo. Os únicos que sabiam do meu paradeiro eram Sirius , Tiago e Dumbledore. Só que Lúcio descobriu os meus planos, e passou a me perseguir. E agora temo que o traidor também tenha me entregado. Entende o meu pânico, minha querida?
Vou deixá-la num orfanato trouxa, onde estará segura, e entregarei a carta a Dumbledore. Depois, enfrentarei o seu pai. Mesmo que eu morra tentando. Eu te amo minha filha, e sempre olharei por você.
Sua mãe,
M.Potter
"Quando terminei a leitura, eu percebi o desastre em que minha vida acabava de se transformar. Eu já não tinha mais forças nem mesmo para chorar. Naquele momento eu não conseguia enxergar as vantagens daquela história - ser prima do Harry e sobrinha do Sirius. Eu só pensava no Draco. E no incesto que cometemos sem saber.
As lembranças daquele dia são meio nebulosas...eu só sei que disparei pelo corredor, fugindo talvez de mim mesma. Mas Draco estava a minha procura, e me encontrou no jardim. Como sempre, ele me abraçou, mas ao ver minhas lágrimas, ele pareceu preocupado. Eu me esquivei dele e ele estranhou aquele gesto.
Mione...o que está acontecendo, meu amor? Nós não podemos ficar juntos... Por que você está dizendo isso? Porque eu descobri que nós somos irmãos, Draco - eu gritei, desesperada - pergunte ao seu, ao nosso pai sobre Marian Potter...ele vai saber te responder.
Disse isso, e sumi da sua vista. Da dele, e de todos. Não esperei o Expresso de Hogwarts, fui embora por conta própria.
Em Londres, no início eu achei que seria fácil tocar a minha vida. Mas meus pais adotivos, os Granger, haviam recebido uma proposta muito boa para desenvolver um projeto de odontologia numa Universidade no Brasil. Eles queriam que eu fosse junto, mas preferi ficar na Inglaterra. Eu precisava de um tempo para mim. Foi nessa época que descobri que estava grávida, mas mesmo assim não procurei nem Draco, nem nenhum outro bruxo. Eu tinha vergonha de mim mesma, e da situação que estava vivendo.
Depois que meu filho nasceu, ainda permaneci algum tempo com ele. Era um menino lindo, louro como o pai, e eu respirei aliviada quando vi que ele não tinha nenhum defeito. Porém, o meu dinheiro acabara e precisei procurar uma forma de ganhar a vida. Eu aceitaria qualquer coisa, menos me prostituir. Foi então que eu soube que Harry e Gina, apesar da guerra, estavam vivendo juntos. Uma noite, peguei o meu bebê e o coloquei na porta da casa deles, com um bilhete:
Por favor, cuidem do meu bebê. O seu nome é Richard. Um dia explicarei tudo a vocês, se possível.
Com carinho, Mione
E isso é tudo. Não passo de um fracasso. Logicamente me arrependi de ter abandonado o meu filho, mas buscá-lo exigiria muitas explicações. Já se passaram três anos desde então. A guerra continua impiedosa. Eu rezo todas as noites por todos os meus amigos nela envolvidos, mas sinto que já não faço parte do mundo mágico."
