Bom, aí vai o terceiro capitulo.
E A VIDA CONTINUA...
Capítulo três: gotas de lembranças
Na manhã seguinte, Shaoran se levantou mais cedo que Sakura e foi falar com sua mãe.
- Bom dia, filho. – disse Yelan
- Mãe, eu preciso falar com a senhora. – ele estava sério.
- Diga. O que houve?
- Nós vamos voltar para o Japão hoje mesmo.
- Mas você disse que ela iria gostar da idéia de vocês ficarem aqui.
- E ela gostaria de ficar, mas não nessa época do ano.
- O que tem nessa época do ano.
- Tudo aconteceu cerca de um ano atrás, na verdade vai fazer um ano na semana que vem. – ele suspirou antes de continuar. – Estávamos envolvidos em uma batalha terrível contra um mago que queria roubar as cartas. Era plena madrugada, todos dormiam, mas eu não conseguia dormir então fiquei meditando em meu quarto. Foi quando voltei à realidade e senti um grande poder maligno se aproximando da casa de Sakura. Saí correndo, mas quando cheguei a casa já estava em chamas. Entrei pela janela do quarto de Sakura e consegui retira-la de lá juntamente com Kerberos, ambos inconscientes. Voltei para tentar salvar o professor Kinomoto, mas não consegui chegar ao quarto dele. Quando voltei para o lado de fora, Sakura estava lutando contra o mago. Logo os outros chegaram e conseguimos vencer a batalha, porém, Sakura estava inconsolável pela perda de seu pai. Na verdade, o casamento era para ser na semana seguinte, mas não tínhamos condições mentais naquela época, então adiamos por mais três meses antes de nos casarmos.
- E semana que vem...
- Sakura que organizar uma missa em nome de seu pai. – ele suspirou mais uma vez e foi até a janela. – O professor Kinomoto era uma pessoa ótima, ele tinha o dom de cativar as pessoas da mesma forma que Sakura o faz. Além disso, sabe julgar as pessoas corretamente. Quando me viu com Sakura pela primeira vez já entendeu tudo e não foi nenhum obstáculo para nós.
- Eu entendo, podem voltar quando quiserem. Porém o convite para vocês passarem algum tempo conosco fica em aberto, para quando vocês quiserem.
- Obrigado, mãe.
Enquanto isso, Sakura estava tendo um sono agitado. Estava relembrando as cenas da noite em que seu pai havia sido morto.
**FLASHBACK**
Sakura se levanta do chão com a cabeça ainda doendo e olha a seu redor. Vê sua casa em chamas e logo do outro lado da rua um senhor com um grande poder mágico, rindo.
- Quem é você?
- Meu nome não importa, vim aqui em busca de uma coisa somente. Quero as cartas, me dê!
- Nunca, venha pegar se as quer tanto assim!
Ele partiu para cima dela e os dois começaram uma batalha. Os outros logo chegam e o homem é morto por Eriol.
- Shaoran, onde está meu pai? – perguntou Sakura, aflita.
Shaoran nada diz, apenas fita o asfalto da rua mordendo o lábio inferior. Sakura sabe exatamente o que aquilo queria dizer e logo começa a chorar desesperada.
**FIM DO FLASHBACK**
Sakura acorda assustada, suando frio e com lágrimas nos olhos. Estava se sentindo mal, enjoada e com dor de cabeça. Shaoran entra no quarto e a vê chorando.
- Sakura, o que foi? – ele se senta ao lado dela e levanta seu rosto. – O que você tem, meu anjo?
- Foi só um pesadelo, Shaoran, nada demais.
- E você acha que vou me deixar enganar? – ele a abraçou. – Sonhou com aquela noite novamente?
- Foi. Esse pesadelo vai me atormentar até o dia da minha morte. Meu pai não merecia o fim que teve, e tudo por minha culpa.
- A culpa não é sua, você sabe disso.
Sakura logo se acalmou e os dois foram tomar café. Enquanto isso, Eriol estava sentado em um galho de árvore lembrando do passado.
**FLASHBACK**
Sakura, Eriol, Yukito e Tomoyo estavam no aeroporto. Logo chegaria um avião de Hong Kong que mudaria de vez a vida de todos. Assim que o avião chegou, Sakura abraçou uma pessoa que estava indo a eles. Era um jovem de 17 anos, a idade de todos, menos Yukito.
- Shaoran, senti tanta saudade. – disse ela.
- Eu também, meu anjo, mas agora voltei para ficar. – ele a beijou. – Eu prometo.
- KAHAM! – alguém pigarreou algo atrás dos dois.
- Meiling, não sabia que você vinha também. – disse Sakura com um sorriso amarelo.
- É, decidi vir para vigiar o Shaoran.
- Desculpe, mas isso é tarefa minha. – Sakura riu com Meiling. – Você mudou bastante. Seu cabelo está um pouco mais curto, está bem mais charmosa.
- Bom, o que eu posso falar de você? – Meiling riu um pouco. – Seu cabelo está lindo e você andou cuidando mais do corpo. Seu pai parou de fazer aqueles doces?
- Não, mas eu me controlo um pouco mais agora. – as duas riram.
- Bom, Meiling, vou pegar a bagagem.
- Certo, Shaoran. Obrigada.
- Shaoran, precisava que você fosse jantar lá em casa hoje. Você prometeu que iria falar com meu pai assim que voltasse. – Sakura sussurrou.
- É mesmo, tudo bem. Você que vai cozinhar, não é?
- Vou.
- Então tá. – ele foi buscar a bagagem.
- Então, Sakura o que me conta de novo? – perguntou Meiling.
Eriol olhava Meiling deslumbrado. Ela e Sakura eram bem diferentes de aparência e personalidade. Sakura era tranqüila e delicada, Meiling parecia ser mais agitada, mas também dava a impressão de ser uma pessoa muito doce.
Shaoran logo retornou e todos foram para o apartamento dele, onde Meiling moraria também. Tomoyo logo se aproximou do amigo.
- Eriol, se você ficar com essa cara de bobo e não falar nada ela nem vai perceber que você existe. – disse ela, baixinho.
- O que eu falo? – perguntou. Sabia que podia confiar em Tomoyo para esse tipo de coisa.
- Shaoran vai jantar na casa de Sakura, porque não se oferece para leva-la ao festival do templo Tsukimine?
- Ela vai rir na minha cara.
- Vai nada, quer ver? – Tomoyo foi até os outros três, que andavam um pouco mais à frente. – Ei, gente, vocês vão ao festival hoje?
- Não dá, Tomoyo. – disse Sakura. – Shaoran vai jantar lá em casa, temos que abrir o jogo com meu pai.
- Meiling, você quer ir? – perguntou Tomoyo.
- Eu quero, mas não sozinha.
- Bom, para falar a verdade, acabei de me lembrar que tenho umas coisas para resolver com minha mãe hoje. Por que você não vai com o Eriol? Tenho certeza que vocês podem ter muita coisa em comum.
- É verdade. – disse Sakura, sacando o jogo de Tomoyo. – Eriol é uma pessoa ótima, Meiling, você vai ver.
- Se vocês dizem...
No festival...
- Nossa, Eriol, você sabe mesmo das coisas. Onde descobriu tanta coisa sobre esse templo e essa cidade?
- Sabe como é, sou curioso. Então procuro descobrir tudo o que posso.
Eriol a levou para a parte deserta do templo.
- Esse lugar é tão tranqüilo...
- É mesmo.
- Meiling. – Eriol ficou subitamente sério. – Não se afasta de mim. – ele a segurou pela cintura.
- O que foi? – ela estava confusa.
- Fica quieta, tem alguém aqui. – ele observava tudo com muita cautela. – Saia daí imediatamente. – ele lançou um poder em direção a uma árvore e alguém caiu dela.
- Certo, Clow, você me pegou. – disse o homem, com as mãos para cima.
- É você, Sanada? – perguntou Eriol, reconhecendo o antigo rival de Clow.
- Que bom que ainda se lembra de mim, pois sua vida vai se tornar um inferno a partir de agora.
- De que adianta tudo isso, Sanada? Sabe bem que não detenho mais o poder das cartas e você não consegue controla-las.
- Isso vai mudar, caro Clow.
- Duvido muito, as cartas nunca obedeceriam a ordens de alguém tão sujo quanto você.
- Veremos, Clow, veremos. – ele ia sair correndo, mas Eriol o segurou com um feitiço de cordas.
- Mas acho melhor não arriscar que você encoste um dedo sequer em Sakura. – ele se afastou de Meiling. – E mais uma coisinha, meu nome é Eriol Hiiragizawa. Só tenho memórias de Clow e parte de sua magia, não sou ele.
- Vou me lembrar disso.
- Ah, não vai. Você não é um seu humano, é um zumbi e vai voltar para seu mundo agora. – Eriol lançou um feitiço que o fez desaparecer. – Você está bem?
- Estou, obrigada. – ela o olhou, hesitante. – Você é mesmo a reencarnação de Clow?
- Pode-se dizer que sim. Mas minha vida de agora não tem nada a ver com a de Clow. Tirando o fato de que a casa em que moro é a mesma na qual ele viveu.
- Eriol! – Nakuru chegava correndo com Spinel ao seu lado.
- Não se preocupem, está tudo bem. – disse Eriol.
- Ei, Eriol, essa menina não é aquela mesmo dos pingüins...
- Nakuru! – Eriol a repreendeu.
- Opa, então a gente vai indo. – os dois se foram.
- Era você?
- Era eu o que?
- Aquelas coisas estranhas que aconteciam aqui em Tomoeda. No caso, os pingüins no parque.
- Era.
- Sakura e Shaoran sabem?
- Claro.
- E como...
- Eu tinha uma missão, na época. Não tenho as memórias e poderes de Clow à toa, fui enviado para ajudar Sakura enquanto necessário.
- Entendo... E você… gosta dela? – perguntou Meiling. Eriol sabia de tudo, a garota tinha medo de se magoar novamente.
- Sakura é uma pessoa maravilhosa, pode ser considerada um anjo para nós. – ele suspirou. – Ela é uma grande amiga minha, nada mais que isso.
- Sei... – disse ela, com um brilho nos olhos, um pouco de esperança em seu coração.
- Conheço sua história com Shaoran desde o início, Meiling. Sei como pode ser duro quando a pessoa que gostamos não corresponde a esses sentimentos, mas você não pode viver com medo de tudo.
- É, acho que você tem razão.
- Cada ser vivo tem sua beleza própria, seja na aparência ou no jeito de ser e lidar com as pessoas. Podemos pegar como exemplo você e Sakura. Ambas são lindas garotas, porém tem um jeito muito diferente de ser. – ele se aproximou dela e a olhou nos olhos. – Alguns garotos preferem garotas mais delicadas e doces, como o Shaoran. Já outros preferem um pouco menos de delicadeza e mais espontaneidade e determinação.
- Como, por exemplo, quem? – perguntou ela, ansiando pela resposta.
- Eu. – ele a beijou ternamente.
**FIM DO FLASHBACK**
- É incrível como as coisas podem mudar em tão pouco tempo. – comentou Eriol, em voz alta.
- Eriol, onde você está? – Meiling o chamava.
- Estou aqui, amor. – ele desceu da árvore.
- Estava te procurando há um tempão, então você estava aqui.
- Estava, o que quer?
- Estava querendo ir dar uma volta na cidade, fazer umas comprinhas... Pensei que talvez quisesse vir comigo.
- O seu desejo é uma ordem para mim. – diz ele cordialmente, beijando-a em seguida.
Os dois foram para a cidade. Enquanto isso, no Japão...
- Amor, fica calmo. – dizia Tomoyo.
- Tomoyo, como quer que eu fique calmo em uma situação dessas?
- Sakura está bem, ela te disse, não foi?
- Sakura pode ser uma atriz incrível, você sabe.
- Mesmo assim, não adianta você ficar desse jeito. Semana que vem vai fazer um ano desde que o pai de vocês morreu, Sakura deve voltar hoje ou amanha.
- É mesmo, um ano desde aquela madrugada... – Touya começou a lembrar da depressão de Sakura depois daquele dia. – Você tem razão.
Voltando a Hong Kong, no final do dia.
- Bom, mãe, nós já estamos indo. – disse Shaoran quando estavam indo embarcar para o Japão.
- Esperamos ver vocês de novo, certo?
- Claro que sim, senhora. – disse Sakura. – É que essa época não é fácil.
- Eu sei. Qualquer coisa que precisem é só avisar.
- OK, obrigada.
Eles embarcaram para o Japão, porém no meio do vôo, Meiling começou a se sentir mal.
Bom, chegamos ao terceiro capítulo e tenho alguns beijos para mandar: Para minha amiga da escola Juliana, que me deu a idéia dos flashbacks, novamente para a Hime que me inspira muito com as conversas pelo ICQ e para a Júlia Kinomoto Li que é uma amiga muito especial para mim, já que ela me ajuda pacas nos fics...
Bom, as revelações desse capitulo não são tão extraordinárias assim, mas acho que o Eriol ficou meio estranho... Sincero demais, eu diria... Enfim, o que estará acontecendo com Meiling? (não me perguntem que eu ainda não tenho certeza...). E como será que a vida continuará a partia de agora? Leiam o próximo capítulo e descubram.
Bjs, Miaka.
P.S.: tem uma coisinha que eu esqueci de falar, Shaoran é professor primário de matemática e Sakura de artes.
