Les Amoureux
- Quando irá falar com ela? - perguntou Rony curioso para Harry, que não desgrudava os olhos da mesa de Sonserina.
Sofie estava tomando ser frugal desjejum, algumas garotas Sonserinas estavam falando com ela. Provavelmente Snape havia lhe dito algo. Elas a indagavam sobre Paris e as coisas da moda. Embora não fosse muito chegada a isso, Sofie respondia a tudo educadamente e tentava ser agradável. Sofie era linda e se vestia muito bem, mas roupas, sapatos, jóias, maquiagem e cabelos não eram seus assuntos prediletos.
Na França seu pai a fazia ter "amizade" com garotas da sociedade (trouxa, é claro) e elas só falavam nessas coisas. No colégio também não era muito diferente e ela queria conversar sobre magia, feitiços e poções, principalmente. Achava que as outras garotas eram fúteis demais. Por sorte conheceu Hermione e Gina que pareciam ser inteligentes, principalmente Hermione.
Não que Sofie não gostasse de se divertir e de se descontrair, mas ter como dilema existencial, a escolha do tom da sombra e do blush certamente não era com ela. Ela queria trocar informações sobre tudo que havia. Tentou então falar de algo que ela gostava e que todas as garotas gostavam também, música. Para ser mais amigável ainda falou de música romântica, elas gostaram, embora não entendessem muito os termos técnicos que Sofie usava.
- Ei, Harry! - cutucou Rony vendo que o amigo não lhe ouvira - Quando irá falar com ela?
- Assim que ela terminar o desjejum, Rony. Veja... como ela mastiga delicadamente a comida. - Harry falou abobadamente. Fred e Jorge caíram na gargalhada e até Rony riu.
Sofie escutou os risos, olhou para eles e sorriu ao ver Harry. Ela pediu licença a suas colegas da Sonserina e foi até a mesa de Grifinória.
- Bonjour! - ela cumprimentou jovialmente ao que foi retribuída.
- Harry, - disse ela o fitando docemente com seus lindos olhos verdes - acho que trocaram nossas malas.
- Sim, Sofie, também reparei. - Harry respondeu sorrindo e devolvendo-lhe o mesmo olhar - Pedirei aos elfos para que as troquem.
- Tome, Sofie, trouxemos isso. - disse Hermione entregando dois vidros cheios de comprimidos - Estava escrito que você deveria tomá-los logo após o desjejum.
- Meus comprimidos! Merci! - ela pegou os fracos e retirou alguns - Non posso ficar sem eles. - Sofie procurou um copo com água. Harry ofereceu o seu, ela aceitou e pegou o copo da mão dele. Seus dedos se tocaram e ambos tremeram.
- Como foi sua primeira noite em Sonserina?
- Boa, muito boa, Gina. Conversei bastante com o professeur Snape, ele é realmente très intéressant. Vocês têm sorte, puderam estudar com ele durante muitos anos.
Os Grifinórios olharam bem para ela. Parecia que olhavam para uma louca, mas não disseram nada e mudaram de assunto.
- Qual será sua primeira aula na segunda? - perguntou Hermione.
- Será de Transfiguração e depois de História da Magia, à tarde terei aula de Feitiços, creio.
- Nenhuma delas conosco, só nos reuniremos terça-feira, nas aulas de Poções, DCAT, ambas com o Snape.
Sofie sorriu. Seria ótimo, teria aula com o professor e com seus novos amigos.
- Très bon! - exclamou ela, eles não acharam tão bom assim. Não por Sofie, mas porquê teriam que agüentar o Snape em duas matérias.
Os Grifinórios se levantaram e a convidaram para ir ao lago que estava congelado. Ela aceitou, mas voltou a Sonserina para pegar uma capa.
- Senhorita Ferràu, bom dia!
- Bonjour, professeur Snape.
- Vai sair? Cuidado que está nevando muito ainda. Não vá se perder.
- Non vou me perder professeur, digo... professor. Irei com alguns amigos.
- Amigos? Que bom, vejo que já se integrou com os colegas de sua casa.
- Oh, non são de Sonserina, são Grifinórios.
- Grifinórios? - Snape franziu a testa.
- Sim! Harry Potter e alguns amigos. Estão me esperando no lago para um tour de promenade. - Sofie sorria alegremente.
Snape se desconcertou, ela era como Verônica realmente. Sonserina, mas amiga de Grifinórios. O que poderia dizer? Era tudo tão... estranho e confuso.
- Então vá senhorita, não os deixe esperando. - Sofie sorriu mais ainda, acenou com a cabeça e foi em direção ao lago. Ela não percebeu, mas Snape ficou os observando o tempo todo escondido.
Os Grifinórios saudaram sua amiga e a apresentaram ao lago. Contaram a ela histórias e mais histórias sobre Hogwarts, Voldemort, a Floresta Proibida e os professores. Só evitaram falar de Snape, cada vez que tocavam no nome dele ela abria um sorriso e o elogiava. Ficaram com vergonha e deixaram que ela descobrisse sozinha sobre ele.
Sofie também contou muitas coisas a eles, mas não falou sobre seu pai e das coisas que ele a proibia de fazer sobre Beauxbatons e sobre as coisas em suas malas.
- Nossa, Sofie! - exclamou Gina - Você sabe tanta coisa, mais que Mione.
- Non, Gina! Apenas sabemos coisas diferentes. Pelo que pude perceber, Mione é a aluna mais inteligente de Hogwarts.
- Sim, é verdade. - exclamou Rony orgulhoso abraçando sua namorada - Ela é a aluna mais inteligente de Hogwarts desde Você-Sabe-Quem.
- Isso mesmo! - concordou Gina - E você, Sofie é a única filha de pai trouxa que foi para Sonserina além Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.
- O quê? Quem é esse? Aaaaah... Lembrei-me. Havia me esquecido da expressão. Vocês falam de Voldemort.
- Não diga esse nome! - tremeu Neville Longbottom.
- Excuse, non tive intenção.
- Somente Harry falava o nome do Inominado assim e agora você também o faz. - explicou Hermione.
- É, parece que têm muito em comum. - observou Rony.
Harry e Sofie ruborizaram.
O fim de semana passou rápido. Sofie conheceu melhor seus novos amigos e começou a se integrar a Sonserina. À noite Snape ia até a Sala Comunal e eles ficavam conversando animadamente. Os primeiros dias de aula foram normais para Sofie, os professores gostaram muito dela e os alunos mais ainda. Durante as aulas de Poções e DCAT, Snape parecia estar contido e intimidado com a presença de Sofie. Ele parecia escolher as palavras para dizer aos alunos, continuou mal-humorado, descontou pontos e aplicou detenções, mas pelo menos não os humilhou tanto.
- Ei, Harry! Acho que o Snape também está apaixonado por Sofie. - cutucou Rony, Harry entortou o nariz e olhou para Sofie que terminara sua poção, que era extremamente complicada e trabalhosa, antes de todos, antes até que Hermione e agora a mostrava a Snape que parecia bastante satisfeito com o resultado.
- Vocês já terminaram? - perguntou ele aos outros alunos, ninguém havia - Não? Dez pontos para Sonserina. A senhorita Ferràu acaba de fazer o segundo melhor tempo no preparo desta poção. Parabéns, senhorita. É realmente muito habilidosa e espero que seus colegas se empenhem tanto quanto a senhorita. Será um bom modelo para eles. - Snape se voltou aos alunos - Se vocês demorarem demais para fazê-la irá estragar. Andem logo!
- Segundo melhor tempo. - reclamou Malfoy que estava embirrado com Sofie - E quem teria sido o "grande gênio" que fez o primeiro? - perguntou ele sardonicamente.
- Fui eu. - disse Snape secamente. Malfoy gelou, ele era protegido de Snape, mas também não poderia debochar dele daquela maneira. Os Grifinórios riram.
Snape ia falar alguma coisa desagradável, mas viu o sorriso que Sofie lhe lançava e se conteve.
- Parabéns, Sofie. - murmurou Hermione à garota - Snape gosta de alunos aplicados e destros. Ele não é de elogiar ninguém desta forma, nem mesmo os Sonserinos.
- Que sorte a minha. - respondeu ela - Puxei ao meu pai. - ela ficou contente, realmente muito contente e agradeceu aos céus por ter um pai fármaco que a fazia treinar em seu laboratório desde pequena e por ter herdado o talento dele.
As semanas foram se passando e Sofie foi ficando cada vez mais contente por estar em Hogwarts. Só não era completamente feliz porquê não podia escrever e enviar cartas a sua mãe, já que seu pai as receptaria e não as entregaria a ela. Mas ela escrevia do mesmo jeito, apenas não as mandava.
- Escrevendo à sua mãe, senhorita Ferraù? - disse Snape encontrando Sofie escrevendo uma carta na Sala Comunal.
- Oui, professor Snape, mas não as entregarei. Escrevo agora e entrego quando voltar a Londres. Mas... Quase sempre meu pai as toma e não deixa maman as ler.
Snape achou a situação dela triste e se sentou a seu lado.
- Eu sinto muito. Mas... É... Eu vim lhe entregar isso. - ele estendeu um livro a ela - É aquele livro de que me perguntou.
- Oh, professor. Merci! - ela pegou o livro - O livro sobre bruxos cantores. Eu sempre ouvi falar dele, mas não havia em Beauxbatons. Meu pai não me dava permissão de sair do colégio e visitar os vilarejos, assim nunca pude encontrá-lo.
- Espero que goste. Ele faz muitas referências aos bruxos de minha família.
- Mesmo? - Sofie ficou admirada.
- Sim! Meus antepassados tinham... alguma aptidão para usar a voz magicamente. Se você tem o dom pode ser uma excelente arma.
- Que interessante! - ela folheava o livro - Quando devo devolvê-lo?
- Não precisa. É seu!
- Meu? - surpreendeu-se ela - Mas professor...
- É um presente... Por você ser a melhor aluna de Poções e... Junto com a senhorita Granger a melhora aluna de Hogwarts. Não aceitarei recusas.
- Bem... Obrigada, professor. O senhor é realmente muito gentil.
- Vim também lhe falar sobre o que me pediu - os olhos de Sofie cintilaram - Poderá usar o último andar da torre para estudar. Poderá cantar tocar piano e treinar lá.
Sofie vibrou e sem pensar abraçou o professor.
- Merci! Merci! Merci! - exclamava ela eufórica, mas notou que se excedera e o largou - Pardon professeur! - era só ela ficar nervosa que o francês voltava - Je...Je... Eu me excedi. Muito obrigada! O senhor me salvou de levar uma bela de uma surr... digo, um belo de um sermão. - ela estava constrangida - Ainda não me acostumei com algumas palavras do inglês.
- Que bom que está contente. Fique à vontade na torre. Ela é toda sua e Filch já foi avisado. - disse Snape dando um pequeno sorriso a ela, ele também ficou constrangido.
- Gostaria de me ouvir cantar, professor?
- Eu ficaria encantado, senhorita.
- Tem alguma preferência musical? - perguntou ela. Snape não sabia, nunca pensava nisso. Do que ele gostava? Não sabia, mas não se lembrava, mas estranhamente se lembrava do que Verônica gostava.
- O que a senhorita decidir está bom, confio em seu bom gosto.
- Então, quando eu houver treinado e escolhido algo bem bonito, o avisarei.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Olá, Harry! - Sofie entrava na biblioteca - Como está?
- Agora que a vejo, estou ótimo! - respondeu ele fazendo-a corar. Eles ficavam assim o tempo todo, um dizendo coisas doces ao outro, mas nunca se declaravam de fato.
- No próximo mês voltaremos para Londres, para as férias de verão, você está contente?
- Não! Nem um pouco! Odeio estar na cada dos Dursley, eles são terríveis.
- Oh, Harry, perdoe-me, havia me esquecido.
- Tubo bem, Sofie. Mas me diga, como vai com seus treinos?
- Muito bem! Esta noite convidei o professor Snape para uma pequena audição. Espero que ele goste.
Harry ficou enciumado. Todos em Hogwarts comentavam, o professor Snape tinha um novo "aluninho querido" que desbancara Malfoy. Mas o problema era que esse aluno era uma aluna e era Sofie. Ele sempre ficava na Sala Comunal conversando com ela ou quando havia gente demais lá iam para as masmorras.
Harry tremia só em pensar no que poderiam fazer lá. Quer dizer, ele confiava em Sofie, mas Snape era ardiloso e podia tentar enganar ou enfeitiçar a garota. Ela sempre se referia a ele com um grande sorriso nos lábios e com palavras doces e respeitosas. Harry quis pedir para ouví-la cantar também, mas achou melhor não interferir e não disse nada.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Boa noite, Sofie! - era Snape que entrava na torre. Depois de um certo tempo eles criaram bastante intimidade e ele passou a chamá-la pelo primeiro nome, a pedido dela mesmo, mas ele só o fazia quando estavam a sós. Ela, porém continuou o chamando de professor ou senhor, achava mais respeitoso.
- Boa noite, professor! Chegou nem na hora, acabei de fazer o aquecimento. Posso começar?
- Claro! - respondeu ele se sentando, então ela foi para o piano e começou a tocar e a cantar.
Sofie escolheu um repertório bem variado, havia música religiosa, clássica, trouxa, mágica e a maioria era romântica. O que fez Snape se lembrar de Verônica, aquele músicas era exatamente o tipo de música que ela gostaria. Sofie cantava divinamente e Snape imaginou que ela era um anjo, pois sua voz parecia realmente vir dos céus, bonita, límpida, suave, mas muito potente. Sofie era bastante afinada, mantinha o ritmo e não se perdia.
Snape ficou maravilhado, ela derramava cascatas de notas melodiosas em seus ouvidos e aquilo o fez se sentir muito bem. De repente um tremor começou a abalar o castelo, vários vidros se quebraram e os objetos caíram no chão.
Snape correu até Sofie que ficou assustada e se agarrou a ele. O tremor desapareceu repentinamente assim como começara segundos antes. Ele olhou para ela, que ainda tremia nervosa e tentou acalmá-la. Desceram da torre e encontraram Hogwarts em um reboliço só. Os professores tentavam acalmar os alunos em vão, cada um corria para um lado tropeçando e caindo uns sobre os outros.
Harry viu Sofie e correu até ela lhe dando um abraço.
- Sofie! Você está bem? Não se machucou? - Harry passava as mãos no delicado rosto da garota.
- Eu estou bem, Harry. - afirmou ela, mas ele pareceu não acreditar e não a soltou.
- Senhor Potter! - sibilou Snape lançando-lhe um olhar aterrorizante que o fez se afastar de Sofie - Tem algo a ver com isso?
- Não professor! Claro que não! - Harry se despediu de Sofie e saiu correndo espantado até seus amigos.
- Calma! Calma! Peço calma a todos vocês! - pedia Dumbledore - Já terminou o terremoto, não há mais motivo para temer. Sem pânico. Os alunos feridos queiram se dirigir para a Ala Hospitalar, madame Pomfrey os aguarda.
Os alunos se acalmaram, os feridos foram até Madame Pomfrey e os outros voltaram a suas casas. O salão logo ficou vazio. Snape olhou para Sofie que ainda parecia com medo e a levou até as masmorras.
- Cantou muito bem, Sofie. Uma verdadeira diva. - disse ele tentando animá- la, mas ela apenas sorriu - Ainda está com medo? Já passou, não fique assim.
- Tenho medo de terremotos desde pequena, eles sempre aconteciam quando eu estava entretida com minhas coisas, nas horas de maior prazer sempre vinha um e estragava tudo.
- Estranho, a França não costuma ter muitos terremotos e nem aqui em Hogwarts.
- Eu sei. Parece que eles me perseguem. - Sofie brincava nervosamente com uma caixinha que estava em cima da mesa - A última vez que houve um, foi na véspera de eu vir para Hogwarts. Eu estava... fazendo algumas coisas com meu pai e aí aconteceu.
- Não tema, Sofie. Nada de mal vai lhe acontecer.
Sofie sorriu agora com vontade.
- Eu sei que não. Enquanto eu tiver o senhor e o Harry para me proteger, estarei bem.
Snape ouviu isso com um certo desgosto.
- O Potter?
- Oui! - ela respondeu animada - Ele mesmo!
- Vocês são amigos. Não?
- Oiu, e... - ela corou - Bem, somo muito amigos.
- Espero que sua... amizade com o Potter lhe traga alegria.
Snape mudou de assunto e começaram a conversar sobre outras coisas, era incrível como conseguiam falar tanto, quase todas as noites e não se cansarem. Quando viu que já era tarde, Snape escoltou Sofie até seu dormitório e voltou às masmorras.
Ele estava confuso, não entendia o porquê de estar tão mudado, ele se afeiçoara muito a Sofie e não tinha coragem de lhe pedir que se afastasse de Potter, embora continuasse a não gostar dele. Snape não queria magoá-la e achou que se assim se redimiria pelo que fizera Verônica sofrer no passado.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Vocês souberam o que aconteceu durante o terremoto?
- O que Harry? - indagou Gina curiosa.
- Ass corujas desmaiaram.
- Como assim? - estranhou Neville - Bateram a cabeça?
- Não! Apenas desmaiaram e depois de algumas horas acordaram.
- Que estranho! - exclamou Hermione - Já ouvi falar de algo do tipo... pássaros desmaiarem... assim... todos juntos. - ela colocou a mão no queixo e tentou se lembrar.
- Ah, não, Mione! Não vai ficar pensando nisso agora, vai? Da última vez que encasquetou com algo, não pudemos namorar por uma semana. Você ficou trancada o tempo todo na biblioteca.
- O que disse Dumbledore a respeito disso, Harry?
- Não sei ainda Gina, acho que ele falará no refeitório.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Senhores alunos, quero lhes informar que suas corujas estão passando bem. Nada de grave lhes aconteceu, apenas... caíram no sono todas juntas. - falava Dumbledore num tom casual.
- Sei! - exclamou Rony - Apenas tiraram um cochilo coletivo.
- O senhores podem utilizá-las se quiserem. Elas já estão dispostas e prontas para voar. - Dumbledore se sentou e os alunos começaram a especular.
- E Fawkes, Alvo? Já acordou? - perguntava Snape ao diretor.
- Não, Severo. Ela ainda dorme profundamente. Eu já fiz de tudo, mas ela continua dormindo.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Ei, Ferraù! Preciso falar com você. - era Draco Malfoy que chamava por ela na Sala Comunal de Sonserina.
- Pois não, Malfoy.
- Escute aqui, dentro de uma semana o ano letivo termina, saímos de férias e quando eu voltar é bom que não atravesse meu caminho. Quero meu quarto de volta e tudo mais. - Malfoy bufava de raiva.
- Seu quarto? Sobre o que está falando?
- Do quarto principal, sua sangue-ruim! - gritou ele - Aquele em que estive durante anos e anos e que você me tomou. - Sofie se irritou, aquele Malfoy sempre a tratava mal, sempre a fazia se lembrar de seu pai, sempre a fazia se lembrar dos maus tratos dele, então se descontrolou e deixou de lado toda a calma e polidez com que ela sempre tentava tratar Malfoy.
- Não lhe tomei nada! - respondeu ela alto.
- Tomou sim!
- Não tomei! - ela falou mais alto ainda.
- Digo que tomou!
- E eu digo que não! - agora ela gritava
- Tomou!
- Não tomei! - Sofie gritou com todas as forças que tinha e quando viu, Malfoy estava caído no chão, olhando-a com ar de assustado.
Todos os alunos de Sonserina se dirigiram a Sala Comunal, ouviram os gritos de Sofie e correram para ver o que acontecera para tirá-la do sério.
Crabbe e Goyle ajudaram Malfoy a se levantar e os três foram para seus dormitórios. Sofie olhou assustada para seus colegas e saiu de Sonserina.
- O que aconteceu, Sofie? - perguntou Harry estranhando ver sua amiga irritada, pois Sofie era sempre calma e tranqüila, nunca alterava o tom de voz e estava sempre sorrindo.
- Malfoy! Aquele... Ele ficou me ofendendo e acusando.
- Acusando do quê? - Harry ficou indignado.
- De ter lhe roubado o quarto. Eu não fiz isso!
- Mas Sofie, você realmente lhe tirou o quarto.
- O quê?
- Não sabia? - Harry a fez se sentar - Aquele quarto onde você está instalada é do diretor da casa. Como o Snape vive nas masmorras, deixou que Malfoy o usasse. Ele sempre dormiu lá, sozinho, confortavelmente, mas aí você chegou e Snape o despejou para dá-lo a você.
- Harry! Eu no fazia idéia! Pensei que... todos os quartos eram daquele jeito, quer dizer, eu sabia que existia os dormitórios masculinos e os femininos e que os alunos dormiam juntos, mas... nunca fui ao quarto de ninguém, eu geralmente convidava minhas colegas para irem para o meu e... Achei que aquele quarto estava apenas desocupado e separado dos outros.
- Sofie, você é bastante ingênua.
- Comment?
- Não percebeu ainda? O Snape te paparica o tempo todo, lhe dá o melhor quarto da casa, vigia seus alunos para que não te tratem mal por você ter pai trouxa e até mesmo desprezou Malfoy que era seu aluno preferido. Ele faz tudo por você, Sofie. Até melhorou as aulas, desde que você chegou que ele tem nos perseguido menos. Sabe que ele perseguia a mim e a meus amigos?
- Oui, eu sei. Já me contaram que ele tinha uma certa implicância com você e outros alunos.
- Certa implicância? Ele me odiava, aliás, acho que ainda me odeia, só não demonstra tanto por sua causa.
- Por minha causa, Harry? - ela se espantou.
- Exatamente, não sei o que você sente por ele, mas... - Harry hesitou.
- Mas?
- Eu... Eu acho que ele te ama!
- O quê?
- Sim! Acho que ele te ama, por isso vive atrás de você.
- Ele não vive atrás de mim!
- Não? Estão sempre juntos. Quando anoitece ficam conversando sozinhos, você vai para a sala dele e ficam lá. Os dois. Sozinhos. Malfoy já espalhou isso por toda Hogwarts.
- Mas não é nada do que estão pensando.
- Não é? Diga isso para toda a escola então, pois é o que todos pensam, que estão...
- Mas nós somos apenas amigos. Eu tenho muito respeito e muita admiração por ele. Ele é como se fosse meu... meu... - Harry a fitou com um ar de curiosidade e ela não sabia bem o que dizer, não achava a palavra correta e enfim disse sem pensar. - Ele é como se fosse meu pai.
- Pai? Tem certeza? Acho que ele não te vê como filha.
- Harry! Não seja bobo, ele pode até não me ver assim, mas me respeita, somos apenas amigos. - ela falou isso seriamente, Harry abaixou os olhos e sorriu.
- Mas eu gostaria de ser mais que seu amigo. - ambos enrubesceram.
- Para mim você já é, Harry. - disse Sofie docemente. Harry se aproximou dela e a abraçou. Depois, lentamente foram virando seus rostos um em direção do outro, fitaram-se nos olhos e deram seu primeiro beijo.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Sofie! - exclamou Harry, vendo-a entrar na cabine, ele se levantou e a beijou apaixonadamente.
- Oh! Namoradinhos! Que romântico! - exclamaram Fred e Jorge ao mesmo tempo.
- Sabíamos que iriam ficar juntos. - disse Fred.
- É. Desde o primeiro dia. - completou Jorge.
Harry e Sofie sorriram.
- Pena que durante as férias não poderemos nos ver. Meus tios não me deixam em paz.
- E meu pai fica colado em mim. Jamais admitiria que eu namorasse um bruxo.
- Não poderei lhe enviar sequer uma coruja?
- Non, Harry. Nada de correio mágico. Mas tome. - Sofie lhe estendeu um papel - É meu endereço, mande-me uma carta pelo correio trouxa.
- Obrigado, tome o meu também. - Harry escreveu seu endereço em um papel e entregou a Sofie. Foram conversando e aproveitando o máximo possível o tempo que ainda tinham juntos.
- Quando irá falar com ela? - perguntou Rony curioso para Harry, que não desgrudava os olhos da mesa de Sonserina.
Sofie estava tomando ser frugal desjejum, algumas garotas Sonserinas estavam falando com ela. Provavelmente Snape havia lhe dito algo. Elas a indagavam sobre Paris e as coisas da moda. Embora não fosse muito chegada a isso, Sofie respondia a tudo educadamente e tentava ser agradável. Sofie era linda e se vestia muito bem, mas roupas, sapatos, jóias, maquiagem e cabelos não eram seus assuntos prediletos.
Na França seu pai a fazia ter "amizade" com garotas da sociedade (trouxa, é claro) e elas só falavam nessas coisas. No colégio também não era muito diferente e ela queria conversar sobre magia, feitiços e poções, principalmente. Achava que as outras garotas eram fúteis demais. Por sorte conheceu Hermione e Gina que pareciam ser inteligentes, principalmente Hermione.
Não que Sofie não gostasse de se divertir e de se descontrair, mas ter como dilema existencial, a escolha do tom da sombra e do blush certamente não era com ela. Ela queria trocar informações sobre tudo que havia. Tentou então falar de algo que ela gostava e que todas as garotas gostavam também, música. Para ser mais amigável ainda falou de música romântica, elas gostaram, embora não entendessem muito os termos técnicos que Sofie usava.
- Ei, Harry! - cutucou Rony vendo que o amigo não lhe ouvira - Quando irá falar com ela?
- Assim que ela terminar o desjejum, Rony. Veja... como ela mastiga delicadamente a comida. - Harry falou abobadamente. Fred e Jorge caíram na gargalhada e até Rony riu.
Sofie escutou os risos, olhou para eles e sorriu ao ver Harry. Ela pediu licença a suas colegas da Sonserina e foi até a mesa de Grifinória.
- Bonjour! - ela cumprimentou jovialmente ao que foi retribuída.
- Harry, - disse ela o fitando docemente com seus lindos olhos verdes - acho que trocaram nossas malas.
- Sim, Sofie, também reparei. - Harry respondeu sorrindo e devolvendo-lhe o mesmo olhar - Pedirei aos elfos para que as troquem.
- Tome, Sofie, trouxemos isso. - disse Hermione entregando dois vidros cheios de comprimidos - Estava escrito que você deveria tomá-los logo após o desjejum.
- Meus comprimidos! Merci! - ela pegou os fracos e retirou alguns - Non posso ficar sem eles. - Sofie procurou um copo com água. Harry ofereceu o seu, ela aceitou e pegou o copo da mão dele. Seus dedos se tocaram e ambos tremeram.
- Como foi sua primeira noite em Sonserina?
- Boa, muito boa, Gina. Conversei bastante com o professeur Snape, ele é realmente très intéressant. Vocês têm sorte, puderam estudar com ele durante muitos anos.
Os Grifinórios olharam bem para ela. Parecia que olhavam para uma louca, mas não disseram nada e mudaram de assunto.
- Qual será sua primeira aula na segunda? - perguntou Hermione.
- Será de Transfiguração e depois de História da Magia, à tarde terei aula de Feitiços, creio.
- Nenhuma delas conosco, só nos reuniremos terça-feira, nas aulas de Poções, DCAT, ambas com o Snape.
Sofie sorriu. Seria ótimo, teria aula com o professor e com seus novos amigos.
- Très bon! - exclamou ela, eles não acharam tão bom assim. Não por Sofie, mas porquê teriam que agüentar o Snape em duas matérias.
Os Grifinórios se levantaram e a convidaram para ir ao lago que estava congelado. Ela aceitou, mas voltou a Sonserina para pegar uma capa.
- Senhorita Ferràu, bom dia!
- Bonjour, professeur Snape.
- Vai sair? Cuidado que está nevando muito ainda. Não vá se perder.
- Non vou me perder professeur, digo... professor. Irei com alguns amigos.
- Amigos? Que bom, vejo que já se integrou com os colegas de sua casa.
- Oh, non são de Sonserina, são Grifinórios.
- Grifinórios? - Snape franziu a testa.
- Sim! Harry Potter e alguns amigos. Estão me esperando no lago para um tour de promenade. - Sofie sorria alegremente.
Snape se desconcertou, ela era como Verônica realmente. Sonserina, mas amiga de Grifinórios. O que poderia dizer? Era tudo tão... estranho e confuso.
- Então vá senhorita, não os deixe esperando. - Sofie sorriu mais ainda, acenou com a cabeça e foi em direção ao lago. Ela não percebeu, mas Snape ficou os observando o tempo todo escondido.
Os Grifinórios saudaram sua amiga e a apresentaram ao lago. Contaram a ela histórias e mais histórias sobre Hogwarts, Voldemort, a Floresta Proibida e os professores. Só evitaram falar de Snape, cada vez que tocavam no nome dele ela abria um sorriso e o elogiava. Ficaram com vergonha e deixaram que ela descobrisse sozinha sobre ele.
Sofie também contou muitas coisas a eles, mas não falou sobre seu pai e das coisas que ele a proibia de fazer sobre Beauxbatons e sobre as coisas em suas malas.
- Nossa, Sofie! - exclamou Gina - Você sabe tanta coisa, mais que Mione.
- Non, Gina! Apenas sabemos coisas diferentes. Pelo que pude perceber, Mione é a aluna mais inteligente de Hogwarts.
- Sim, é verdade. - exclamou Rony orgulhoso abraçando sua namorada - Ela é a aluna mais inteligente de Hogwarts desde Você-Sabe-Quem.
- Isso mesmo! - concordou Gina - E você, Sofie é a única filha de pai trouxa que foi para Sonserina além Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.
- O quê? Quem é esse? Aaaaah... Lembrei-me. Havia me esquecido da expressão. Vocês falam de Voldemort.
- Não diga esse nome! - tremeu Neville Longbottom.
- Excuse, non tive intenção.
- Somente Harry falava o nome do Inominado assim e agora você também o faz. - explicou Hermione.
- É, parece que têm muito em comum. - observou Rony.
Harry e Sofie ruborizaram.
O fim de semana passou rápido. Sofie conheceu melhor seus novos amigos e começou a se integrar a Sonserina. À noite Snape ia até a Sala Comunal e eles ficavam conversando animadamente. Os primeiros dias de aula foram normais para Sofie, os professores gostaram muito dela e os alunos mais ainda. Durante as aulas de Poções e DCAT, Snape parecia estar contido e intimidado com a presença de Sofie. Ele parecia escolher as palavras para dizer aos alunos, continuou mal-humorado, descontou pontos e aplicou detenções, mas pelo menos não os humilhou tanto.
- Ei, Harry! Acho que o Snape também está apaixonado por Sofie. - cutucou Rony, Harry entortou o nariz e olhou para Sofie que terminara sua poção, que era extremamente complicada e trabalhosa, antes de todos, antes até que Hermione e agora a mostrava a Snape que parecia bastante satisfeito com o resultado.
- Vocês já terminaram? - perguntou ele aos outros alunos, ninguém havia - Não? Dez pontos para Sonserina. A senhorita Ferràu acaba de fazer o segundo melhor tempo no preparo desta poção. Parabéns, senhorita. É realmente muito habilidosa e espero que seus colegas se empenhem tanto quanto a senhorita. Será um bom modelo para eles. - Snape se voltou aos alunos - Se vocês demorarem demais para fazê-la irá estragar. Andem logo!
- Segundo melhor tempo. - reclamou Malfoy que estava embirrado com Sofie - E quem teria sido o "grande gênio" que fez o primeiro? - perguntou ele sardonicamente.
- Fui eu. - disse Snape secamente. Malfoy gelou, ele era protegido de Snape, mas também não poderia debochar dele daquela maneira. Os Grifinórios riram.
Snape ia falar alguma coisa desagradável, mas viu o sorriso que Sofie lhe lançava e se conteve.
- Parabéns, Sofie. - murmurou Hermione à garota - Snape gosta de alunos aplicados e destros. Ele não é de elogiar ninguém desta forma, nem mesmo os Sonserinos.
- Que sorte a minha. - respondeu ela - Puxei ao meu pai. - ela ficou contente, realmente muito contente e agradeceu aos céus por ter um pai fármaco que a fazia treinar em seu laboratório desde pequena e por ter herdado o talento dele.
As semanas foram se passando e Sofie foi ficando cada vez mais contente por estar em Hogwarts. Só não era completamente feliz porquê não podia escrever e enviar cartas a sua mãe, já que seu pai as receptaria e não as entregaria a ela. Mas ela escrevia do mesmo jeito, apenas não as mandava.
- Escrevendo à sua mãe, senhorita Ferraù? - disse Snape encontrando Sofie escrevendo uma carta na Sala Comunal.
- Oui, professor Snape, mas não as entregarei. Escrevo agora e entrego quando voltar a Londres. Mas... Quase sempre meu pai as toma e não deixa maman as ler.
Snape achou a situação dela triste e se sentou a seu lado.
- Eu sinto muito. Mas... É... Eu vim lhe entregar isso. - ele estendeu um livro a ela - É aquele livro de que me perguntou.
- Oh, professor. Merci! - ela pegou o livro - O livro sobre bruxos cantores. Eu sempre ouvi falar dele, mas não havia em Beauxbatons. Meu pai não me dava permissão de sair do colégio e visitar os vilarejos, assim nunca pude encontrá-lo.
- Espero que goste. Ele faz muitas referências aos bruxos de minha família.
- Mesmo? - Sofie ficou admirada.
- Sim! Meus antepassados tinham... alguma aptidão para usar a voz magicamente. Se você tem o dom pode ser uma excelente arma.
- Que interessante! - ela folheava o livro - Quando devo devolvê-lo?
- Não precisa. É seu!
- Meu? - surpreendeu-se ela - Mas professor...
- É um presente... Por você ser a melhor aluna de Poções e... Junto com a senhorita Granger a melhora aluna de Hogwarts. Não aceitarei recusas.
- Bem... Obrigada, professor. O senhor é realmente muito gentil.
- Vim também lhe falar sobre o que me pediu - os olhos de Sofie cintilaram - Poderá usar o último andar da torre para estudar. Poderá cantar tocar piano e treinar lá.
Sofie vibrou e sem pensar abraçou o professor.
- Merci! Merci! Merci! - exclamava ela eufórica, mas notou que se excedera e o largou - Pardon professeur! - era só ela ficar nervosa que o francês voltava - Je...Je... Eu me excedi. Muito obrigada! O senhor me salvou de levar uma bela de uma surr... digo, um belo de um sermão. - ela estava constrangida - Ainda não me acostumei com algumas palavras do inglês.
- Que bom que está contente. Fique à vontade na torre. Ela é toda sua e Filch já foi avisado. - disse Snape dando um pequeno sorriso a ela, ele também ficou constrangido.
- Gostaria de me ouvir cantar, professor?
- Eu ficaria encantado, senhorita.
- Tem alguma preferência musical? - perguntou ela. Snape não sabia, nunca pensava nisso. Do que ele gostava? Não sabia, mas não se lembrava, mas estranhamente se lembrava do que Verônica gostava.
- O que a senhorita decidir está bom, confio em seu bom gosto.
- Então, quando eu houver treinado e escolhido algo bem bonito, o avisarei.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Olá, Harry! - Sofie entrava na biblioteca - Como está?
- Agora que a vejo, estou ótimo! - respondeu ele fazendo-a corar. Eles ficavam assim o tempo todo, um dizendo coisas doces ao outro, mas nunca se declaravam de fato.
- No próximo mês voltaremos para Londres, para as férias de verão, você está contente?
- Não! Nem um pouco! Odeio estar na cada dos Dursley, eles são terríveis.
- Oh, Harry, perdoe-me, havia me esquecido.
- Tubo bem, Sofie. Mas me diga, como vai com seus treinos?
- Muito bem! Esta noite convidei o professor Snape para uma pequena audição. Espero que ele goste.
Harry ficou enciumado. Todos em Hogwarts comentavam, o professor Snape tinha um novo "aluninho querido" que desbancara Malfoy. Mas o problema era que esse aluno era uma aluna e era Sofie. Ele sempre ficava na Sala Comunal conversando com ela ou quando havia gente demais lá iam para as masmorras.
Harry tremia só em pensar no que poderiam fazer lá. Quer dizer, ele confiava em Sofie, mas Snape era ardiloso e podia tentar enganar ou enfeitiçar a garota. Ela sempre se referia a ele com um grande sorriso nos lábios e com palavras doces e respeitosas. Harry quis pedir para ouví-la cantar também, mas achou melhor não interferir e não disse nada.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Boa noite, Sofie! - era Snape que entrava na torre. Depois de um certo tempo eles criaram bastante intimidade e ele passou a chamá-la pelo primeiro nome, a pedido dela mesmo, mas ele só o fazia quando estavam a sós. Ela, porém continuou o chamando de professor ou senhor, achava mais respeitoso.
- Boa noite, professor! Chegou nem na hora, acabei de fazer o aquecimento. Posso começar?
- Claro! - respondeu ele se sentando, então ela foi para o piano e começou a tocar e a cantar.
Sofie escolheu um repertório bem variado, havia música religiosa, clássica, trouxa, mágica e a maioria era romântica. O que fez Snape se lembrar de Verônica, aquele músicas era exatamente o tipo de música que ela gostaria. Sofie cantava divinamente e Snape imaginou que ela era um anjo, pois sua voz parecia realmente vir dos céus, bonita, límpida, suave, mas muito potente. Sofie era bastante afinada, mantinha o ritmo e não se perdia.
Snape ficou maravilhado, ela derramava cascatas de notas melodiosas em seus ouvidos e aquilo o fez se sentir muito bem. De repente um tremor começou a abalar o castelo, vários vidros se quebraram e os objetos caíram no chão.
Snape correu até Sofie que ficou assustada e se agarrou a ele. O tremor desapareceu repentinamente assim como começara segundos antes. Ele olhou para ela, que ainda tremia nervosa e tentou acalmá-la. Desceram da torre e encontraram Hogwarts em um reboliço só. Os professores tentavam acalmar os alunos em vão, cada um corria para um lado tropeçando e caindo uns sobre os outros.
Harry viu Sofie e correu até ela lhe dando um abraço.
- Sofie! Você está bem? Não se machucou? - Harry passava as mãos no delicado rosto da garota.
- Eu estou bem, Harry. - afirmou ela, mas ele pareceu não acreditar e não a soltou.
- Senhor Potter! - sibilou Snape lançando-lhe um olhar aterrorizante que o fez se afastar de Sofie - Tem algo a ver com isso?
- Não professor! Claro que não! - Harry se despediu de Sofie e saiu correndo espantado até seus amigos.
- Calma! Calma! Peço calma a todos vocês! - pedia Dumbledore - Já terminou o terremoto, não há mais motivo para temer. Sem pânico. Os alunos feridos queiram se dirigir para a Ala Hospitalar, madame Pomfrey os aguarda.
Os alunos se acalmaram, os feridos foram até Madame Pomfrey e os outros voltaram a suas casas. O salão logo ficou vazio. Snape olhou para Sofie que ainda parecia com medo e a levou até as masmorras.
- Cantou muito bem, Sofie. Uma verdadeira diva. - disse ele tentando animá- la, mas ela apenas sorriu - Ainda está com medo? Já passou, não fique assim.
- Tenho medo de terremotos desde pequena, eles sempre aconteciam quando eu estava entretida com minhas coisas, nas horas de maior prazer sempre vinha um e estragava tudo.
- Estranho, a França não costuma ter muitos terremotos e nem aqui em Hogwarts.
- Eu sei. Parece que eles me perseguem. - Sofie brincava nervosamente com uma caixinha que estava em cima da mesa - A última vez que houve um, foi na véspera de eu vir para Hogwarts. Eu estava... fazendo algumas coisas com meu pai e aí aconteceu.
- Não tema, Sofie. Nada de mal vai lhe acontecer.
Sofie sorriu agora com vontade.
- Eu sei que não. Enquanto eu tiver o senhor e o Harry para me proteger, estarei bem.
Snape ouviu isso com um certo desgosto.
- O Potter?
- Oui! - ela respondeu animada - Ele mesmo!
- Vocês são amigos. Não?
- Oiu, e... - ela corou - Bem, somo muito amigos.
- Espero que sua... amizade com o Potter lhe traga alegria.
Snape mudou de assunto e começaram a conversar sobre outras coisas, era incrível como conseguiam falar tanto, quase todas as noites e não se cansarem. Quando viu que já era tarde, Snape escoltou Sofie até seu dormitório e voltou às masmorras.
Ele estava confuso, não entendia o porquê de estar tão mudado, ele se afeiçoara muito a Sofie e não tinha coragem de lhe pedir que se afastasse de Potter, embora continuasse a não gostar dele. Snape não queria magoá-la e achou que se assim se redimiria pelo que fizera Verônica sofrer no passado.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Vocês souberam o que aconteceu durante o terremoto?
- O que Harry? - indagou Gina curiosa.
- Ass corujas desmaiaram.
- Como assim? - estranhou Neville - Bateram a cabeça?
- Não! Apenas desmaiaram e depois de algumas horas acordaram.
- Que estranho! - exclamou Hermione - Já ouvi falar de algo do tipo... pássaros desmaiarem... assim... todos juntos. - ela colocou a mão no queixo e tentou se lembrar.
- Ah, não, Mione! Não vai ficar pensando nisso agora, vai? Da última vez que encasquetou com algo, não pudemos namorar por uma semana. Você ficou trancada o tempo todo na biblioteca.
- O que disse Dumbledore a respeito disso, Harry?
- Não sei ainda Gina, acho que ele falará no refeitório.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Senhores alunos, quero lhes informar que suas corujas estão passando bem. Nada de grave lhes aconteceu, apenas... caíram no sono todas juntas. - falava Dumbledore num tom casual.
- Sei! - exclamou Rony - Apenas tiraram um cochilo coletivo.
- O senhores podem utilizá-las se quiserem. Elas já estão dispostas e prontas para voar. - Dumbledore se sentou e os alunos começaram a especular.
- E Fawkes, Alvo? Já acordou? - perguntava Snape ao diretor.
- Não, Severo. Ela ainda dorme profundamente. Eu já fiz de tudo, mas ela continua dormindo.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Ei, Ferraù! Preciso falar com você. - era Draco Malfoy que chamava por ela na Sala Comunal de Sonserina.
- Pois não, Malfoy.
- Escute aqui, dentro de uma semana o ano letivo termina, saímos de férias e quando eu voltar é bom que não atravesse meu caminho. Quero meu quarto de volta e tudo mais. - Malfoy bufava de raiva.
- Seu quarto? Sobre o que está falando?
- Do quarto principal, sua sangue-ruim! - gritou ele - Aquele em que estive durante anos e anos e que você me tomou. - Sofie se irritou, aquele Malfoy sempre a tratava mal, sempre a fazia se lembrar de seu pai, sempre a fazia se lembrar dos maus tratos dele, então se descontrolou e deixou de lado toda a calma e polidez com que ela sempre tentava tratar Malfoy.
- Não lhe tomei nada! - respondeu ela alto.
- Tomou sim!
- Não tomei! - ela falou mais alto ainda.
- Digo que tomou!
- E eu digo que não! - agora ela gritava
- Tomou!
- Não tomei! - Sofie gritou com todas as forças que tinha e quando viu, Malfoy estava caído no chão, olhando-a com ar de assustado.
Todos os alunos de Sonserina se dirigiram a Sala Comunal, ouviram os gritos de Sofie e correram para ver o que acontecera para tirá-la do sério.
Crabbe e Goyle ajudaram Malfoy a se levantar e os três foram para seus dormitórios. Sofie olhou assustada para seus colegas e saiu de Sonserina.
- O que aconteceu, Sofie? - perguntou Harry estranhando ver sua amiga irritada, pois Sofie era sempre calma e tranqüila, nunca alterava o tom de voz e estava sempre sorrindo.
- Malfoy! Aquele... Ele ficou me ofendendo e acusando.
- Acusando do quê? - Harry ficou indignado.
- De ter lhe roubado o quarto. Eu não fiz isso!
- Mas Sofie, você realmente lhe tirou o quarto.
- O quê?
- Não sabia? - Harry a fez se sentar - Aquele quarto onde você está instalada é do diretor da casa. Como o Snape vive nas masmorras, deixou que Malfoy o usasse. Ele sempre dormiu lá, sozinho, confortavelmente, mas aí você chegou e Snape o despejou para dá-lo a você.
- Harry! Eu no fazia idéia! Pensei que... todos os quartos eram daquele jeito, quer dizer, eu sabia que existia os dormitórios masculinos e os femininos e que os alunos dormiam juntos, mas... nunca fui ao quarto de ninguém, eu geralmente convidava minhas colegas para irem para o meu e... Achei que aquele quarto estava apenas desocupado e separado dos outros.
- Sofie, você é bastante ingênua.
- Comment?
- Não percebeu ainda? O Snape te paparica o tempo todo, lhe dá o melhor quarto da casa, vigia seus alunos para que não te tratem mal por você ter pai trouxa e até mesmo desprezou Malfoy que era seu aluno preferido. Ele faz tudo por você, Sofie. Até melhorou as aulas, desde que você chegou que ele tem nos perseguido menos. Sabe que ele perseguia a mim e a meus amigos?
- Oui, eu sei. Já me contaram que ele tinha uma certa implicância com você e outros alunos.
- Certa implicância? Ele me odiava, aliás, acho que ainda me odeia, só não demonstra tanto por sua causa.
- Por minha causa, Harry? - ela se espantou.
- Exatamente, não sei o que você sente por ele, mas... - Harry hesitou.
- Mas?
- Eu... Eu acho que ele te ama!
- O quê?
- Sim! Acho que ele te ama, por isso vive atrás de você.
- Ele não vive atrás de mim!
- Não? Estão sempre juntos. Quando anoitece ficam conversando sozinhos, você vai para a sala dele e ficam lá. Os dois. Sozinhos. Malfoy já espalhou isso por toda Hogwarts.
- Mas não é nada do que estão pensando.
- Não é? Diga isso para toda a escola então, pois é o que todos pensam, que estão...
- Mas nós somos apenas amigos. Eu tenho muito respeito e muita admiração por ele. Ele é como se fosse meu... meu... - Harry a fitou com um ar de curiosidade e ela não sabia bem o que dizer, não achava a palavra correta e enfim disse sem pensar. - Ele é como se fosse meu pai.
- Pai? Tem certeza? Acho que ele não te vê como filha.
- Harry! Não seja bobo, ele pode até não me ver assim, mas me respeita, somos apenas amigos. - ela falou isso seriamente, Harry abaixou os olhos e sorriu.
- Mas eu gostaria de ser mais que seu amigo. - ambos enrubesceram.
- Para mim você já é, Harry. - disse Sofie docemente. Harry se aproximou dela e a abraçou. Depois, lentamente foram virando seus rostos um em direção do outro, fitaram-se nos olhos e deram seu primeiro beijo.
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- Sofie! - exclamou Harry, vendo-a entrar na cabine, ele se levantou e a beijou apaixonadamente.
- Oh! Namoradinhos! Que romântico! - exclamaram Fred e Jorge ao mesmo tempo.
- Sabíamos que iriam ficar juntos. - disse Fred.
- É. Desde o primeiro dia. - completou Jorge.
Harry e Sofie sorriram.
- Pena que durante as férias não poderemos nos ver. Meus tios não me deixam em paz.
- E meu pai fica colado em mim. Jamais admitiria que eu namorasse um bruxo.
- Não poderei lhe enviar sequer uma coruja?
- Non, Harry. Nada de correio mágico. Mas tome. - Sofie lhe estendeu um papel - É meu endereço, mande-me uma carta pelo correio trouxa.
- Obrigado, tome o meu também. - Harry escreveu seu endereço em um papel e entregou a Sofie. Foram conversando e aproveitando o máximo possível o tempo que ainda tinham juntos.
