O Cavalo Ciumento... ou O Namorado Arisco
- Vamos logo! - dizia Harry a Rony que tentava colocar suas calças apressadamente - Deste modo ela chega, vai para Sonserina e nós nem a vemos.
- Calma, Harry. - ele enfim colocou as calças - É muito cedo ainda.
- Vem logo! - Harry puxou o amigo e o arrastou do quarto.
- Ei! Espera! Eu ainda não penteei o cabelo.
- Penteia depois. - Harry foi carregando o amigo pelos corredores do castelo, ele estava ansioso demais. Tanto que colocara sua blusa ao contrário e nem percebera, seus cabelos, apesar de molhados continuavam rebeldes e com certeza quando secassem iriam ficar mais ainda. Eles chegaram à entrada do castelo, até onde os coches paravam para os alunos descer, iam conversando e rindo muito até que levaram um susto. O professor Snape estava lá aguardando Sofie também.
- O que fazem aqui? - perguntou Snape lançando-lhes um olhar aterrador.
- Nós viemos receber, Sofie. - disse Harry o encarando.
- Não Potter, EU vim receber Sofie. Por que ela é aluna da casa a qual EU sou o diretor. Agora entrem antes que eu perca a paciência com vocês.
- Não vamos entrar, droga nenhuma. Ela é minha namorada e eu vou recebê-la. E fique sabendo que... - Harry parou de falar, viu que um coche se aproximava velozmente deles. Era o coche de Sofie que mais parecia flutuar do que deslizar pela estrada.
Snape não quis discutir com eles. A chegada de Sofie era mais importante naquele momento. O coche se aproximou e parou bem em frente a eles. Uma mulher, vestida de enfermeira saiu de dentro dele colocando várias malas no chão.
- O senhor é o professor Snape?
- Sim, sou eu mesmo.
- Bem, vim entregar sua aluna. Ela está dormindo, pobrezinha. Os trouxas a encheram de remédios ineficazes, como se não bastasse ela já estar bastante machucada. - a enfermeira deixou Snape, Harry e Rony apreensivos. Eles olharam para dentro do coche e viram que ela realmente dormia, mas com o rosto virado para o outro lado e toda coberta por uma manta. A enfermeira acenou com sua varinha e ela despertou.
- Sofie. - chamou Snape se aproximando mais, ela o ouviu, virou seu rosto a ele e então puderam vê-la. Sofie tinha o supercílio esquerdo suturado, o lado direito do rosto todo escoriado, algo se prendia a seu pescoço e cabeça e seu nariz parecia uma bola enorme. Snape não pode conter seu espanto - Meu Deus, Sofie! O que houve com você? - Snape entrou no coche.
- Bonjour, professor Snape. - disse ela sorrindo - Como tem passado?
- E-eu... Sofie, eu não... Vamos, vamos sair daqui. Você tem que ir a enfermaria imediatamente. - Snape estava nitidamente nervoso.
- Eu não tinha o que ela precisava professor, mas embora esteja parecendo feio, não é nada de grave.
- Como não é nada de grave? - bradou Snape, assustando a enfermeira e até a Harry e Rony - Não vê como ela está?
- Calma, professor. - disse Sofie - Eu estou bem. - Sofie tirou a manta de cima de si e eles levaram um susto maior ainda, ela estava com o braço direito engessado, alguma coisa se prendia a sua perna também direita e havia algo por baixo de suas vestes, pois ela estava bastante inchada no abdômen.
- Sofie! - exclamou Harry assustado - O que...
- Calma a todos, por favor. - pediu Sofie - Eu estou bem. - ela não parava de sorrir.
- Nós vamos tirá-la daí senhorita. - a enfermeira acenou novamente sua varinha e uma maca surgiu ao lado do coche, outro aceno e Sofie flutuou até ela - Bem, professor, acho que o senhor pode levá-la agora. - ela se voltou a Sofie - Você é bastante forte garota, outras não teriam conseguido suportar. - a enfermeira deu um beijo no rosto dela, despediu-se de todos, entrou no coche e foi embora.
- Sofie, você está sentindo alguma dor? - Harry se abaixava e segurava a mão dela.
- Non Harry, estou me sentindo très bien. - respondeu ela sorrindo.
- Bem? Mas está toda estropiada. - observou Rony.
- Mas eu estou de volta a Hogwarts. E é o que importa. - ela parecia até feliz.
- É melhor você se poupar agora, Sofie. - disse Snape zeloso - Vou levá-la a Pomfrey, você ficará boa logo. - Snape se voltou aos garotos - Querem ajudar? - eles acenaram que sim - Então levem a bagagem. - Snape levou a maca com Sofie até a enfermaria enquanto que Harry e Rony, a contragosto carregavam as malas.
- O que houve com você, Sofie? - Snape estava muito condoído.
- Eu caí do cavalo. - respondeu ela.
- O quê? - estranhou Harry - É verdade ou é só força de expressão?
- É verdade, Harry. Papa e eu estávamos em uma apresentação de hipismo na fazenda de um parceiro de negócios e depois da apresentação ele me pediu para acompanhar o filho do anfitrião até os estábulos. Eu fui e chegando lá havia um lindo garanhão de presente para mim, eu o montei, mas acho que ele não estava muito acostumado, pois quando meu pai e eu andávamos pelas terras ele se assustou, empinou e eu caí nos pedregulhos.
- Que horror, Sofie. - Harry estava abalado ainda - Você poderia ter morrido.
- É. Mas estou bem viva e contente por estar aqui.
- Quando foi isso, Sofie?
- Foi três dias antes do início das aulas, professor.
- Isso foi há dez dias. - exclamou Snape - E você ainda está neste estado. Se tivesse vindo para cá já estaria curada. - Snape começou a remoer pensamentos malignos contra o pai de Sofie. Primeiro por tê-la deixado subir em cavalo arisco e depois por não tê-la levado a um médico bruxo.
- Que droga de presente, Sofie, quase a matou.
- Ah, Rony, o cavalo não teve culpa. Acho que o Malfoy ia gostar dele.
- Como assim?
- Era um garanhão árabe, puro-sangue.
Harry e Rony não puderam deixar de rir e até Snape deu um pequeno sorriso.
- Toda machucada e ainda faz piada, Sofie. - disse Harry - Mas Rony tem razão, que raio de presente de aniversário é esse que te deixa toda machucada.
- Ah, Harry. Não era presente aniversário. Era um presente de noivado.
- Noivado? - exclamaram os garotos, Snape apenas a olhou surpreso.
- Sofie, você ficou noiva? - indagou Harry tremulamente.
- Claro que não, Harry. Mas se eu aceitasse o cavalo teria ficado. Imagina só que horror, eu casada com um sujeito que eu nem conhecia. O pai dele me disse que eu tinha muita sorte, que eu seria a primeira esposa e que mandaria nas outras três se casasse com ele. Esses árabes... Meu pai anda com a idéia fixa de que eu tenho que me casar. Nestas férias tive que dispensar uns cinco pretendentes. - Harry mordeu o lábio - Mas não se preocupe querido, eu só vou me casar quando estiver formada. - Harry continuou assustado - E de preferência com um bruxinho com cicatriz no meio da testa. - o garoto suspirou aliviado. Haviam chegado à enfermaria, Snape entrou com ela e os mandou levar a bagagem para os elfos.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Você ouviu o que ela disse, Rony? - dizia Harry entre suspiros debruçado a uma mesa na Sala Comunal de Grifinória - Ela quer se casar comigo quando nos formamos.
- Não foi bem isso que ela disse, Harry, mas eu acho que pode até acontecer. Eu nunca vi você desta forma. Sofie mexeu mesmo com a sua cabeça.
- É Rony, com a minha cabeça e com o meu coração.
- Mas não se esqueça que há mais alguém mexido por ela, Harry... O Snape.
Harry fez cara de desagrado e foi para seu quarto.
Durante o fim de semana a notícia da doença de Sofie se espalhara, mas fora aumentada de tal forma, que agora se dizia que ela fora raptada por um príncipe árabe, que a queria para rainha de seu harém. Mas como ela era apaixonada por Harry Potter, fugiu do palácio dele montada em um cavalo e se jogara desesperada em um despenhadeiro. Parece que um grifo a salvara, mas ninguém sabia de onde tinha surgido esse animal.
- É o que todos dizem, Sofie. - contava Snape a garota que ainda estava na enfermaria - Você está famosa em Hogwarts, aliás, está mais famosa ainda. - Sofia ria muito das histórias que inventaram sobre ela.
- Mas que absurdo professor. Como são fofoqueiros esses alunos. Mas pelo menos na parte do Harry eles acertaram.
- Você gosta mesmo dele. - perguntou Snape tentando disfarçar seu desgosto - Não é, Sofie?
- Oui, professor. Gosto muito. Pensei nele as férias todas... e no senhor também. - Snape se surpreendeu - Senti falta de nossas conversas.
- Eu também senti sua falta, Sofie. Mas diga-me, por que você cortou o supercílio direito se caiu e se machucou do lado esquerdo?
- Eu? - espantou-se Sofie - Bem, eu não... Ah, professor, eu não me lembro direito... Desmaiei com a queda e só acordei dois dias depois. Acho que bati em alguma pedra... Ou ela caiu sobre mim... Não sei...
- Sofie. - Snape se aproximou mais e segurou a delicada mão dela - Conte-me o que aconteceu de fato.
Sofie baixou os olhos, pensou um pouco e enfim contou a Snape tudo o que havia acontecido e o que ela se lembrava. Snape ficou olhando para ela calado e Sofie não soube o que se passava na cabeça dele, por sorte Madame Pomfrey chegou.
- Com licença! - a enfermeira trazia um vidro - Bem, senhorita Ferraù. Tome isso aqui. - ela fez a garota beber o líquido todo - Agora pode ir para Sonserina.
- Já estou liberada? - perguntou Sofie sorrindo.
- Já. Os ossos de seu braço e suas costelas se colaram quase que instantaneamente ontem quando bebeu a poção, seus ferimentos já fecharam, não tem mais nenhuma cicatriz e seu nariz voltou ao normal. O que demorou um pouco foi tirar aqueles negócios de metal que colocaram na sua perna e fazer o osso crescer novamente.
- Eram pinos de platina enfermeira, para segurar ossos.
- Pois pelo que vi não funcionavam muito bem. Você nem conseguia andar. Nada como uma boa Poção Esquelesse para fazer os ossos crescerem novamente. Ainda bem que o professor Snape é perito nisso, é muito difícil de fazer tal poção e há anos eu não precisava dela. Temos muita sorte.
- É Madame Pomfrey, nós temos muita sorte. - disse Sofie sorrindo maravilhosamente para Snape que lhe retribuiu com outro mais tímido.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- E então, Alvo? Como está Fawkes?
- Dormindo ainda, Severo. Ela não acorda de modo algum. Acho que está chegando a hora dela partir de fato. Quando eu domestiquei Fawkes, ela já havia vivido séculos, deve estar muito cansada.
- É uma pena, Alvo.
- É Severo. Mas há coisas piores que isso, como, por exemplo, perder alguém que a gente imaginava não gostar e depois de muito tempo descobrir que gosta dela.
Snape olhou para Dumbledore interrogativamente. O diretor estava falando dele e de Verônica. Mas como poderia saber? Ele mesmo não se acostumara à idéia de que estava apaixonado pela lembrança de Verônica.
- Por isso Severo, é que nós não devemos nos conformar com o que dizem para nós. Devemos ir atrás daquilo que queremos. Sei que às vezes pode parecer difícil ou até mesmo impossível, mas se você lutar pelo que deseja, conseguirá. - Dumbledore saiu da sala dos professores e deixou Snape pensativo.
- "O que será que ele quis dizer com isso?" - pensou Snape.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Quando ela descer para a Sala Comunal e passar por aqui, - dizia Malfoy a seus capangas, Crabbe e Goyle indicando um determinado local - vocês vão acenar com as varinhas. Se alguém lhes perguntar o que aconteceu digam que não viram nada. Entenderam? - os dois garotos afirmaram que sim.
Malfoy foi para seu quarto e ficou aguardando um grito de garota.
Sofie saiu de quarto e desceu as escadas para ir para a Sala Comunal, ela ia aguardar Snape lá para ir com ele até a torre treinar um pouco. Quando ela ia passando pelo caminho que Draco Malfoy indicara a seus capangas, eles acenaram com suas varinhas. Sofie ouviu o barulho de algo vindo por de trás dela, instintivamente ela se jogou para o lado sobre uma mesa e quando viu, Crabbe e Goyle estavam todos lambuzados de estrume de dragão e um imenso balde balançava pendurado no teto por cordas. Eles gritaram furiosos. Malfoy ouviu de seu quarto e desceu todo contente, pensando que Sofie havia engasgado com o estrume e agora estava rouca.
Quando Malfoy chegou a Sala Comunal teve a grande surpresa, seus capangas é que foram pegos pela armadilha que ele próprio fizera. Os outros alunos começaram a descer e quando viram aquilo tudo começaram a gargalhar. Malfoy começou a gritar com os dois companheiros, dizendo que eles eram uns inúteis, que não sabiam nem armar uma armadilha, que eram tão estúpidos que desperdiçaram tudo o que ele fizera para pegar Sofie-Cabelo-Ensebado de surpresa.
Todos olharam para ele e ficaram calados. Malfoy percebeu que algo estava errado e olhou ao redor, ele pode ver que além dos colegas, mais duas pessoas o fitavam seriamente. Eram Snape e Sofie. Snape chegara logo depois do balde cair na cabeça dos garotos e vendo Sofie espantada sobre a mesa a tirara de perto deles e a levara para o canto da sala para longe do estrume, por isso Malfoy não os vira.
- Malfoy, - sibilou Snape - duas semanas ajudando Filch a limpar os corredores do castelo, - Malfoy arregalou os olhos - o corujal, - agora ele abriu a boca - e os banheiros masculinos. - agora ele achou que estava em um pesadelo e quase desmaiou de susto - Seus amigos Crabbe e Goyle farão companhia. - Snape o encarou por mais alguns segundos e voltou a Sofie - Vamos senhorita Ferraù. - foram para a porta de saída, mas antes - Limpem tudo isso e sem magia.
A cada dia que passava Malfoy criava mais ódio em relação a Sofie. Ele queria estrangulá-la, socá-la, açoitá-la, esquartejá-la e fazer mais um monte de coisas terríveis com ela. E tudo por ciúmes, do quarto, da predileção do professor e, sobretudo do respeito, agora que ele não era mais o queridinho do Snape os outros alunos, Sonserinos, claro, não lhe davam mais tanta atenção. Pelo menos fora de lá era ainda era temido, pois apesar de Snape sempre ficar do lado de Sofie (e com razão) quando havia alguma disputa (sempre causada por Malfoy) entre os dois, ele ainda protegia o aluno dos outros. Grifinória continuou a perder pontos, Snape não o fazia perto de Sofie, mas Malfoy aproveitando a situação, provocava Harry e Rony quando Sofie estava longe só para Snape o defender e lhe tomar as dores.
Quando chegou o Natal, todos deixaram Hogwarts, com exceção de alguns alunos. Os Weasley's não fizeram como no ano anterior e seus filhos ficaram no castelo, assim como Harry. Sofie teve que ir para casa, mas antes de partir ela escreveu duas longas cartas, a Harry e a Snape. Desejando um feliz Natal a eles e já descrevendo as saudades que sentiria deles. Cada uma por um motivo diferente, claro.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Você não acha que está ficando muito desleixada, Sofie? - dizia Jean Luc à filha, vendo que algumas vestes dela estavam puídas - Como pode uma garota fazer isso com uma roupa, você não é um moleque. Tem que aprender a se comportar.
- Pardon, papa. É que quando eu estava descendo uma escadaria para a sala de aula o Malfoy me segurou e... - Sofie foi interrompida por um barulho atrás de si, ela se virou e viu sua mãe caída à sua porta. - Maman! - exclamou a garota correndo até Marie - O que houve, maman? A senhora se machucou?
Jean Luc foi até Marie, a pegou nos braços e a levou para seu quarto, Sofie quis seguí-los, mas ele a impediu.
- Fique aí, vou ver o que ela tem e depois você entra. Vá para o piano, você tem que treinar. - Jean Luc bateu a porta na cara de Sofie que tentou controlar o choro. Se seu pai percebesse que ela chorava só iria piorar as coisas, obediente, ela foi para a sala de música e começou a tocar uma triste melodia.
Jean Luc mandou que os empregados levassem uma refeição para sua esposa no quarto e ela só saiu dele à noite.
- Está se sentindo melhor, maman?
- Sim, Sofie. Eu estou bem. Fiquei tão ansiosa com sua chegada que desde ontem no almoço não como nada e quase não dormi esta noite. Seu pai me deu um remédio, eu comi, descansei e estou bem melhor agora.
- Que bom, maman. - Sofie se abraçou a Marie.
- Sofie, você está falando o inglês sem sotaque algum. - observou Jean Luc - O que eu lhe disse? Os ingleses gostam do sotaque francês.
- Oui, papa. Pardon.
- E outra coisa, não quero ouvir mais falar do nome de ninguém daquela escola aqui dentro de casa. Se o fizer novamente, eu a tirarei de lá. Já tolero demais, deixando que vá se misturar àquela gente. - Sofie concordou e ele passou a questioná-la sobre os livros novos que lhe mandara ler. Quando ela terminou, ele pediu para que tocasse e cantasse um pouco.
- Marie, - disse Jean Luc olhando para ela com uma expressão estranha - venha, eu preciso de você agora.
Marie olhou para ele um tanto constrangida, despediu-se de Sofie que ainda tocava e subiu para o quarto com Jean Luc. Sofie conhecia aquela expressão de seu pai e passou a tocar uma música mais forte e alta. Ela queria não ter que pensar no sofrimento de sua mãe, que era uma prisioneira tanto quanto ela. Sofie se sentia infeliz por viver naquela situação, mas pelo menos ela podia ir para Hogwarts e lá havia Harry e o professor Snape. Ela queria gritar bem alto pela janela, quem sabe, eles não a ouviam e iam até lá, salvar a ela e a sua mãe.
Ela imaginou Harry e o professor entrando pela porta de sua casa, como um vendaval e as levando de lá para viverem, os quatro, para sempre em Hogwarts, longe de seu pai tirano. Mas ela sabia que sua mãe jamais o deixaria. Ela não entendia o porque, pois sua mãe, se quisesse, podia abandoná-lo e ir viver como bruxa em qualquer outro lugar, ela teria direito em alguma coisa que Jean Luc possuía, pelo menos de fome não morreriam. De qualquer forma, sua mãe podia dar aulas de francês, italiano ou alemão, ela sabia muitas coisas e conseguiriam se sustentar. Sofie chegou a desejar que algo de ruim acontecesse a seu pai assim sua mãe estaria livre e quem sabe conhecendo seu professor até se apaixonaria por ele, já que ele lembrava um pouco seu pai e...
Ela interrompeu seus pensamentos, desejar a morte do próprio pai era terrível demais. Ela parou de tocar, fechou seu piano e foi para seu quarto. Durante a noite toda ela chorou baixinho para não ser ouvida e na semana que se seguiu teve uns dos piores Natais que ela já tivera na vida. Seu pai estava particularmente nervoso, por que as ações de seus laboratórios não estavam subindo o quanto ele desejava e descontava sua ira nela e em sua mãe. Aquelas férias pareceram uma eternidade, mas como tinham que acabar, acabaram e Sofie voltou para Hogwarts.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Sofie! - exclamava Harry ao entrar no refeitório e ver sua namorada. Ele correu até a mesa de Sonserina abraçou-a e lhe deu um beijo muito apaixonado que chamou a atenção de todos que estavam lá, fez Snape bufar de raiva e Malfoy querer esganá-la mais ainda.
- Que saudades, meu amor. - exclamou ela sorrindo e muito feliz.
- Fiquei tão ansioso te esperando, Sofie. Pensei que iria chegar mais cedo.
- Mas... eu cheguei, Harry.
- E não foi me procurar? - magoou-se Harry.
- É que o professor Snape foi me receber na estação e nós ficamos conversando até agora pouco em Hogsmeade. - Sofie tirou um pequeno embrulho de suas vestes e estendeu a Harry - Mas veja só o que eu...
- Espera aí, Sofie. - exclamou Harry indignado - Você chegou mais cedo e ao invés de vir ver o seu namorado, foi passear com o Snape em Hogsmeade?
- Harry...
- Mas é claro, você é a aluninha querida dele e afinal...- Harry estava muito chateado e gritou - ...ele é mais importante para você do que eu. - Harry deu as costas a Sofie e foi para a mesa de Grifinória.
Sofie ficou surpresa, não sabia o que havia acontecido e deu de sair atrás dele, mas Malfoy a segurou.
- Não vai dar esse gostinho a ele, vai?
- O quê? - Sofie se sentou ao lado de Malfoy - Você acha que eu não devo ir atrás de Harry porque ele está bravo comigo? Você acha que eu tenho que esperar ele vir me procurar e...
- Não é nada disso, sua sangue-ruim. - exclamou Malfoy irritado - Você, apesar de eu achar isso um absurdo, é uma Sonserina e os Sonserinos nunca se humilham, principalmente diante dos outros e especialmente por um Grifinório. - Sofie baixou a cabeça, ela não ia se humilhar ia apenas tentar esclarecer a situação a Harry.
- Você acha, Malfoy, que se eu esperar Harry se acalmar, então talvez...
- Cale-se. - disse Malfoy entre os dentes - Não é porque eu a impedi de humilhar Sonserina diante de todos que vou passar a conversar com você. Sangue-ruim! - Malfoy virou a cara para Sofie que não tentou mais falar com ele. Apesar da pequena briga com Harry ela procurou conversar com as garotas de sua casa de modo natural.
- Puxa, Harry. - dizia Hermione - Você não acha que foi um tanto intransigente? Ela só chegou um pouco mais tarde e...
- Essa não é a questão, Mione. Ela deveria ter vindo falar comigo primeiro, eu sou o namorado dela, é a mim que ela ama, então era a mim que ela tinha que ver primeiro e não àquele morcegão nojento. Ou será que ela quer me trocar por ele? Se ela está na dúvida é só me falar que eu caio fora.
- Eu acho que você está confundindo as coisas, Harry. Sofie gosta de você, o relacionamento dela com o Snape é diferente.
- Só que eu não quero que ela tenha qualquer tipo de relacionamento com ele. - disse Harry e saiu do refeitório.
Na aula de poções Harry não quis se sentar com Sofie, desde domingo que ele a evitava e ela estava bastante magoada com aquilo. Hermione se sentou com ela.
- Não fique triste, Sofie. Daqui a pouco a raiva dele passa e aí ele vai enxergar tudo com clareza. - dizia Hermione a amiga que colocava cuidadosamente os ingredientes de sua poção no caldeirão.
- Estou decepcionada com Harry, Mione. Nunca pensei que ele pudesse ser tão... tão...
- Ciumento? Todos os homens são, especialmente quando seu rival é uma pessoa com que não se dá bem. Mas não se preocupe, isso passa. - Hermione mexeu o caldeirão e constatou que a poção ficara pronta. Snape que andava pelas mesas viu que elas o chamavam.
- Já terminaram? - indagou Snape já sabendo que sim - Mas já era de se esperar, uma dupla formada pela senhorita Ferraù e... pela senhorita Granger só podia ser a melhor. - Harry e Draco bufaram de raiva, Snape voltou a sua mesa - Prestem atenção todos, quando terminarem suas poções venham até aqui e peguem um pouco de Óleo de Jatobá Anão. - Snape tirou das vestes um pacotinho embrulhado para presente, Harry viu que era o mesmo que Sofie tentara entregar a ele - Este óleo, - continuava o professor desfazendo o embrulho - vai fazer com que a poção de vocês se torne espessa e que além de curar furúnculos, cure também queimaduras.
Sofie buscou sua porção e aos poucos os alunos foram até Snape buscar o óleo para acrescentar às suas poções.
- O óleo não é difícil de conseguir, mas é muito demorado de extrair e deve ser misturado a escama de lagartixa d'água imediatamente após a extração e filtrado em rim de cachorro-raivoso para não perder o efeito. Não é em qualquer lugar que vão conseguir alguém disposto a fazê-lo, pois o rim de cachorro-raivoso é extremamente mal cheiroso e venenoso. No Empório de Ingredientes Mágicos de Hogsmeade o proprietário o comercializa... se o cliente quiser processá-lo, mas... - Snape se aproximou de Sofie - a senhorita Ferraù nos fez a gentileza de doar o óleo que ela processou durante toda a tarde do domingo passado, portanto agradeçam a ela a oportunidade de poder observar o efeito do óleo e por não terem que processá-lo na aula da semana que vem.
Os alunos cochicharam entre si da sorte que tiveram, pois já sentiram o cheiro do rim de cachorro-raivoso e realmente o acharam insuportável, mesmo com a máscara protetora.
- Obrigado, Sofie. - sussurrou Rony - Eu não suporto o cheiro... - Harry cutucou o amigo.
- Ei, pare de falar com ela.
- Por quê? Eu sou amigo dela. - retrucou Rony.
- Eu pensei que você fosse MEU amigo.
- Dez pontos a menos para Grifinória por conversarem na aula. - disse Snape se aproximando dos dois - Diga-me, Potter, para o que mais serve o Óleo de Jatobá Anão?
- Eu...hum... - Harry titubeou - eu não sei, professor.
- Alguém sabe? - Snape olhou para a sala, apenas Sofie e Hermione levantavam as mãos - Diga-nos senhorita... Granger. - Hermione encarou bem Harry e respondeu.
- O Óleo de Jatobá Anão é muito utilizado para impermeabilizar o cabo e as cerdas das vassouras mágicas. Passando-o na vassoura, ela repele a sujeira, a água e qualquer outro líquido que caia sobre ela. Também a jaz resistir a alguns feitiços e ganhar mais velocidade, o que é ótimo para uma partida de Quadribol. - Harry olhou para ela com cara de espanto, olhou então para Sofie e viu que a garota fitava seu caldeirão com uma expressão indiferente.
- Correto senhorita Granger. - disse Snape, mas não deu ponto algum para Grifinória.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Que mancada a minha, Rony. Sofie ficou o tempo todo lá preparando o óleo para me dar de presente e eu briguei com ela. - Harry estava desconsolado.
- Agora que você já sabe o que aconteceu vai procurá-la?
- Mas agora é que ela não vai querer falar comigo
- Ei, Potter... - gritou Malfoy do outro lado do refeitório - Perdeu seu ólinho! - todos os Sonserinos riram, pois já sabiam que Harry brigara com Sofie por ela ter passado o domingo em Hogsmeade, só que ela preparava o óleo para presenteá-lo. - E a namorada também! - os Sonserinos riram mais ainda.
Sofie entrou no refeitório e se sentou a mesa. Harry tomou coragem e foi até ela.
- Sofie. - sussurrou ele - Eu... preciso falar com você.
- Pois não, Potter. - respondeu ela formalmente, Malfoy riu.
- Eu... eu queria... - Harry olhou ao redor e viu que toda a Sonserina o observava. - Será que podemos conversar em outro lugar?
- Claro! Depois das aulas, na biblioteca. Tenho um trabalho de Poções para fazer.
- Depois das aulas?...- ele queria conversar agora, mas...- Tudo bem, Sofie. - Harry foi para seu lugar cabisbaixo, Sofie fora fria e formal demais com ele.
- Ela me chamou de Potter. - disse ele querendo enterrar a cabeça no prato cheio de purê de batatas - Antes era Harry, querido, amor... agora sou apenas... Potter.
- Para com isso, Harry. - disse Gina animando-o - Vocês vão se entender.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Sofie? - disse Harry entrando na biblioteca e procurando sua (ex?) namorada, Sofie esticou a cabeça por cima de uma pilha de livros que estavam sobre a mesa. Harry foi até ela - Sofie eu... - Harry tremia todo - eu queria te pedir desculpas, eu fui um idiota ciumento. Não quis te ouvir e... você estava pensando em mim, fazendo algo para mim e... - Harry se ajoelhou diante dela e começou a choramingar alto - Ah, Sofie, eu te amo, não quero te perder, me perdoe, meu amor, por favor, me perdoe.
- Harry! - exclamou Sofie constrangida, a biblioteca estava cheia e Madame Pince os observava zangada - Pare! Pare! Estão todos olhando. - ela o fez se sentar a seu lado - Eu quero deixar uma coisa bem clara, Harry. Quando estou em minha casa, meu pai fica grudado em mim o tempo todo, não me deixa fazer nada sozinha e controla cada passo que dou. Portanto Hogwarts é o único lugar que eu tenho para ser eu mesma, para fazer as coisas eu gosto. É o único lugar em que eu posso conversar com as pessoas que eu quero. - Sofie tocou o rosto dele - Eu te amo, Harry, mas não é por isso que vou permitir que faça comigo o que ele faz. Quero continuar sendo sua namorada, mas nem por isso vou deixar de falar e de relacionar com quem eu quero. Tudo bem?
Harry quase chorou quando ouviu aquilo, era o que ele mais queria, ter Sofie de volta. Ele a abraçou bem forte.
- Ah, Sofie. Tive muitas saudades. - ele a beijou e Madame Pince pigarreou - Prometo não brigar mais com você, meu amor.
- Que ótimo, querido. Agora venha, você também que fazer este trabalho, é para a próxima aula. - Harry se ajeitou contente ao lado de Sofie e começou a estudar.
- Vamos logo! - dizia Harry a Rony que tentava colocar suas calças apressadamente - Deste modo ela chega, vai para Sonserina e nós nem a vemos.
- Calma, Harry. - ele enfim colocou as calças - É muito cedo ainda.
- Vem logo! - Harry puxou o amigo e o arrastou do quarto.
- Ei! Espera! Eu ainda não penteei o cabelo.
- Penteia depois. - Harry foi carregando o amigo pelos corredores do castelo, ele estava ansioso demais. Tanto que colocara sua blusa ao contrário e nem percebera, seus cabelos, apesar de molhados continuavam rebeldes e com certeza quando secassem iriam ficar mais ainda. Eles chegaram à entrada do castelo, até onde os coches paravam para os alunos descer, iam conversando e rindo muito até que levaram um susto. O professor Snape estava lá aguardando Sofie também.
- O que fazem aqui? - perguntou Snape lançando-lhes um olhar aterrador.
- Nós viemos receber, Sofie. - disse Harry o encarando.
- Não Potter, EU vim receber Sofie. Por que ela é aluna da casa a qual EU sou o diretor. Agora entrem antes que eu perca a paciência com vocês.
- Não vamos entrar, droga nenhuma. Ela é minha namorada e eu vou recebê-la. E fique sabendo que... - Harry parou de falar, viu que um coche se aproximava velozmente deles. Era o coche de Sofie que mais parecia flutuar do que deslizar pela estrada.
Snape não quis discutir com eles. A chegada de Sofie era mais importante naquele momento. O coche se aproximou e parou bem em frente a eles. Uma mulher, vestida de enfermeira saiu de dentro dele colocando várias malas no chão.
- O senhor é o professor Snape?
- Sim, sou eu mesmo.
- Bem, vim entregar sua aluna. Ela está dormindo, pobrezinha. Os trouxas a encheram de remédios ineficazes, como se não bastasse ela já estar bastante machucada. - a enfermeira deixou Snape, Harry e Rony apreensivos. Eles olharam para dentro do coche e viram que ela realmente dormia, mas com o rosto virado para o outro lado e toda coberta por uma manta. A enfermeira acenou com sua varinha e ela despertou.
- Sofie. - chamou Snape se aproximando mais, ela o ouviu, virou seu rosto a ele e então puderam vê-la. Sofie tinha o supercílio esquerdo suturado, o lado direito do rosto todo escoriado, algo se prendia a seu pescoço e cabeça e seu nariz parecia uma bola enorme. Snape não pode conter seu espanto - Meu Deus, Sofie! O que houve com você? - Snape entrou no coche.
- Bonjour, professor Snape. - disse ela sorrindo - Como tem passado?
- E-eu... Sofie, eu não... Vamos, vamos sair daqui. Você tem que ir a enfermaria imediatamente. - Snape estava nitidamente nervoso.
- Eu não tinha o que ela precisava professor, mas embora esteja parecendo feio, não é nada de grave.
- Como não é nada de grave? - bradou Snape, assustando a enfermeira e até a Harry e Rony - Não vê como ela está?
- Calma, professor. - disse Sofie - Eu estou bem. - Sofie tirou a manta de cima de si e eles levaram um susto maior ainda, ela estava com o braço direito engessado, alguma coisa se prendia a sua perna também direita e havia algo por baixo de suas vestes, pois ela estava bastante inchada no abdômen.
- Sofie! - exclamou Harry assustado - O que...
- Calma a todos, por favor. - pediu Sofie - Eu estou bem. - ela não parava de sorrir.
- Nós vamos tirá-la daí senhorita. - a enfermeira acenou novamente sua varinha e uma maca surgiu ao lado do coche, outro aceno e Sofie flutuou até ela - Bem, professor, acho que o senhor pode levá-la agora. - ela se voltou a Sofie - Você é bastante forte garota, outras não teriam conseguido suportar. - a enfermeira deu um beijo no rosto dela, despediu-se de todos, entrou no coche e foi embora.
- Sofie, você está sentindo alguma dor? - Harry se abaixava e segurava a mão dela.
- Non Harry, estou me sentindo très bien. - respondeu ela sorrindo.
- Bem? Mas está toda estropiada. - observou Rony.
- Mas eu estou de volta a Hogwarts. E é o que importa. - ela parecia até feliz.
- É melhor você se poupar agora, Sofie. - disse Snape zeloso - Vou levá-la a Pomfrey, você ficará boa logo. - Snape se voltou aos garotos - Querem ajudar? - eles acenaram que sim - Então levem a bagagem. - Snape levou a maca com Sofie até a enfermaria enquanto que Harry e Rony, a contragosto carregavam as malas.
- O que houve com você, Sofie? - Snape estava muito condoído.
- Eu caí do cavalo. - respondeu ela.
- O quê? - estranhou Harry - É verdade ou é só força de expressão?
- É verdade, Harry. Papa e eu estávamos em uma apresentação de hipismo na fazenda de um parceiro de negócios e depois da apresentação ele me pediu para acompanhar o filho do anfitrião até os estábulos. Eu fui e chegando lá havia um lindo garanhão de presente para mim, eu o montei, mas acho que ele não estava muito acostumado, pois quando meu pai e eu andávamos pelas terras ele se assustou, empinou e eu caí nos pedregulhos.
- Que horror, Sofie. - Harry estava abalado ainda - Você poderia ter morrido.
- É. Mas estou bem viva e contente por estar aqui.
- Quando foi isso, Sofie?
- Foi três dias antes do início das aulas, professor.
- Isso foi há dez dias. - exclamou Snape - E você ainda está neste estado. Se tivesse vindo para cá já estaria curada. - Snape começou a remoer pensamentos malignos contra o pai de Sofie. Primeiro por tê-la deixado subir em cavalo arisco e depois por não tê-la levado a um médico bruxo.
- Que droga de presente, Sofie, quase a matou.
- Ah, Rony, o cavalo não teve culpa. Acho que o Malfoy ia gostar dele.
- Como assim?
- Era um garanhão árabe, puro-sangue.
Harry e Rony não puderam deixar de rir e até Snape deu um pequeno sorriso.
- Toda machucada e ainda faz piada, Sofie. - disse Harry - Mas Rony tem razão, que raio de presente de aniversário é esse que te deixa toda machucada.
- Ah, Harry. Não era presente aniversário. Era um presente de noivado.
- Noivado? - exclamaram os garotos, Snape apenas a olhou surpreso.
- Sofie, você ficou noiva? - indagou Harry tremulamente.
- Claro que não, Harry. Mas se eu aceitasse o cavalo teria ficado. Imagina só que horror, eu casada com um sujeito que eu nem conhecia. O pai dele me disse que eu tinha muita sorte, que eu seria a primeira esposa e que mandaria nas outras três se casasse com ele. Esses árabes... Meu pai anda com a idéia fixa de que eu tenho que me casar. Nestas férias tive que dispensar uns cinco pretendentes. - Harry mordeu o lábio - Mas não se preocupe querido, eu só vou me casar quando estiver formada. - Harry continuou assustado - E de preferência com um bruxinho com cicatriz no meio da testa. - o garoto suspirou aliviado. Haviam chegado à enfermaria, Snape entrou com ela e os mandou levar a bagagem para os elfos.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Você ouviu o que ela disse, Rony? - dizia Harry entre suspiros debruçado a uma mesa na Sala Comunal de Grifinória - Ela quer se casar comigo quando nos formamos.
- Não foi bem isso que ela disse, Harry, mas eu acho que pode até acontecer. Eu nunca vi você desta forma. Sofie mexeu mesmo com a sua cabeça.
- É Rony, com a minha cabeça e com o meu coração.
- Mas não se esqueça que há mais alguém mexido por ela, Harry... O Snape.
Harry fez cara de desagrado e foi para seu quarto.
Durante o fim de semana a notícia da doença de Sofie se espalhara, mas fora aumentada de tal forma, que agora se dizia que ela fora raptada por um príncipe árabe, que a queria para rainha de seu harém. Mas como ela era apaixonada por Harry Potter, fugiu do palácio dele montada em um cavalo e se jogara desesperada em um despenhadeiro. Parece que um grifo a salvara, mas ninguém sabia de onde tinha surgido esse animal.
- É o que todos dizem, Sofie. - contava Snape a garota que ainda estava na enfermaria - Você está famosa em Hogwarts, aliás, está mais famosa ainda. - Sofia ria muito das histórias que inventaram sobre ela.
- Mas que absurdo professor. Como são fofoqueiros esses alunos. Mas pelo menos na parte do Harry eles acertaram.
- Você gosta mesmo dele. - perguntou Snape tentando disfarçar seu desgosto - Não é, Sofie?
- Oui, professor. Gosto muito. Pensei nele as férias todas... e no senhor também. - Snape se surpreendeu - Senti falta de nossas conversas.
- Eu também senti sua falta, Sofie. Mas diga-me, por que você cortou o supercílio direito se caiu e se machucou do lado esquerdo?
- Eu? - espantou-se Sofie - Bem, eu não... Ah, professor, eu não me lembro direito... Desmaiei com a queda e só acordei dois dias depois. Acho que bati em alguma pedra... Ou ela caiu sobre mim... Não sei...
- Sofie. - Snape se aproximou mais e segurou a delicada mão dela - Conte-me o que aconteceu de fato.
Sofie baixou os olhos, pensou um pouco e enfim contou a Snape tudo o que havia acontecido e o que ela se lembrava. Snape ficou olhando para ela calado e Sofie não soube o que se passava na cabeça dele, por sorte Madame Pomfrey chegou.
- Com licença! - a enfermeira trazia um vidro - Bem, senhorita Ferraù. Tome isso aqui. - ela fez a garota beber o líquido todo - Agora pode ir para Sonserina.
- Já estou liberada? - perguntou Sofie sorrindo.
- Já. Os ossos de seu braço e suas costelas se colaram quase que instantaneamente ontem quando bebeu a poção, seus ferimentos já fecharam, não tem mais nenhuma cicatriz e seu nariz voltou ao normal. O que demorou um pouco foi tirar aqueles negócios de metal que colocaram na sua perna e fazer o osso crescer novamente.
- Eram pinos de platina enfermeira, para segurar ossos.
- Pois pelo que vi não funcionavam muito bem. Você nem conseguia andar. Nada como uma boa Poção Esquelesse para fazer os ossos crescerem novamente. Ainda bem que o professor Snape é perito nisso, é muito difícil de fazer tal poção e há anos eu não precisava dela. Temos muita sorte.
- É Madame Pomfrey, nós temos muita sorte. - disse Sofie sorrindo maravilhosamente para Snape que lhe retribuiu com outro mais tímido.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- E então, Alvo? Como está Fawkes?
- Dormindo ainda, Severo. Ela não acorda de modo algum. Acho que está chegando a hora dela partir de fato. Quando eu domestiquei Fawkes, ela já havia vivido séculos, deve estar muito cansada.
- É uma pena, Alvo.
- É Severo. Mas há coisas piores que isso, como, por exemplo, perder alguém que a gente imaginava não gostar e depois de muito tempo descobrir que gosta dela.
Snape olhou para Dumbledore interrogativamente. O diretor estava falando dele e de Verônica. Mas como poderia saber? Ele mesmo não se acostumara à idéia de que estava apaixonado pela lembrança de Verônica.
- Por isso Severo, é que nós não devemos nos conformar com o que dizem para nós. Devemos ir atrás daquilo que queremos. Sei que às vezes pode parecer difícil ou até mesmo impossível, mas se você lutar pelo que deseja, conseguirá. - Dumbledore saiu da sala dos professores e deixou Snape pensativo.
- "O que será que ele quis dizer com isso?" - pensou Snape.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Quando ela descer para a Sala Comunal e passar por aqui, - dizia Malfoy a seus capangas, Crabbe e Goyle indicando um determinado local - vocês vão acenar com as varinhas. Se alguém lhes perguntar o que aconteceu digam que não viram nada. Entenderam? - os dois garotos afirmaram que sim.
Malfoy foi para seu quarto e ficou aguardando um grito de garota.
Sofie saiu de quarto e desceu as escadas para ir para a Sala Comunal, ela ia aguardar Snape lá para ir com ele até a torre treinar um pouco. Quando ela ia passando pelo caminho que Draco Malfoy indicara a seus capangas, eles acenaram com suas varinhas. Sofie ouviu o barulho de algo vindo por de trás dela, instintivamente ela se jogou para o lado sobre uma mesa e quando viu, Crabbe e Goyle estavam todos lambuzados de estrume de dragão e um imenso balde balançava pendurado no teto por cordas. Eles gritaram furiosos. Malfoy ouviu de seu quarto e desceu todo contente, pensando que Sofie havia engasgado com o estrume e agora estava rouca.
Quando Malfoy chegou a Sala Comunal teve a grande surpresa, seus capangas é que foram pegos pela armadilha que ele próprio fizera. Os outros alunos começaram a descer e quando viram aquilo tudo começaram a gargalhar. Malfoy começou a gritar com os dois companheiros, dizendo que eles eram uns inúteis, que não sabiam nem armar uma armadilha, que eram tão estúpidos que desperdiçaram tudo o que ele fizera para pegar Sofie-Cabelo-Ensebado de surpresa.
Todos olharam para ele e ficaram calados. Malfoy percebeu que algo estava errado e olhou ao redor, ele pode ver que além dos colegas, mais duas pessoas o fitavam seriamente. Eram Snape e Sofie. Snape chegara logo depois do balde cair na cabeça dos garotos e vendo Sofie espantada sobre a mesa a tirara de perto deles e a levara para o canto da sala para longe do estrume, por isso Malfoy não os vira.
- Malfoy, - sibilou Snape - duas semanas ajudando Filch a limpar os corredores do castelo, - Malfoy arregalou os olhos - o corujal, - agora ele abriu a boca - e os banheiros masculinos. - agora ele achou que estava em um pesadelo e quase desmaiou de susto - Seus amigos Crabbe e Goyle farão companhia. - Snape o encarou por mais alguns segundos e voltou a Sofie - Vamos senhorita Ferraù. - foram para a porta de saída, mas antes - Limpem tudo isso e sem magia.
A cada dia que passava Malfoy criava mais ódio em relação a Sofie. Ele queria estrangulá-la, socá-la, açoitá-la, esquartejá-la e fazer mais um monte de coisas terríveis com ela. E tudo por ciúmes, do quarto, da predileção do professor e, sobretudo do respeito, agora que ele não era mais o queridinho do Snape os outros alunos, Sonserinos, claro, não lhe davam mais tanta atenção. Pelo menos fora de lá era ainda era temido, pois apesar de Snape sempre ficar do lado de Sofie (e com razão) quando havia alguma disputa (sempre causada por Malfoy) entre os dois, ele ainda protegia o aluno dos outros. Grifinória continuou a perder pontos, Snape não o fazia perto de Sofie, mas Malfoy aproveitando a situação, provocava Harry e Rony quando Sofie estava longe só para Snape o defender e lhe tomar as dores.
Quando chegou o Natal, todos deixaram Hogwarts, com exceção de alguns alunos. Os Weasley's não fizeram como no ano anterior e seus filhos ficaram no castelo, assim como Harry. Sofie teve que ir para casa, mas antes de partir ela escreveu duas longas cartas, a Harry e a Snape. Desejando um feliz Natal a eles e já descrevendo as saudades que sentiria deles. Cada uma por um motivo diferente, claro.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Você não acha que está ficando muito desleixada, Sofie? - dizia Jean Luc à filha, vendo que algumas vestes dela estavam puídas - Como pode uma garota fazer isso com uma roupa, você não é um moleque. Tem que aprender a se comportar.
- Pardon, papa. É que quando eu estava descendo uma escadaria para a sala de aula o Malfoy me segurou e... - Sofie foi interrompida por um barulho atrás de si, ela se virou e viu sua mãe caída à sua porta. - Maman! - exclamou a garota correndo até Marie - O que houve, maman? A senhora se machucou?
Jean Luc foi até Marie, a pegou nos braços e a levou para seu quarto, Sofie quis seguí-los, mas ele a impediu.
- Fique aí, vou ver o que ela tem e depois você entra. Vá para o piano, você tem que treinar. - Jean Luc bateu a porta na cara de Sofie que tentou controlar o choro. Se seu pai percebesse que ela chorava só iria piorar as coisas, obediente, ela foi para a sala de música e começou a tocar uma triste melodia.
Jean Luc mandou que os empregados levassem uma refeição para sua esposa no quarto e ela só saiu dele à noite.
- Está se sentindo melhor, maman?
- Sim, Sofie. Eu estou bem. Fiquei tão ansiosa com sua chegada que desde ontem no almoço não como nada e quase não dormi esta noite. Seu pai me deu um remédio, eu comi, descansei e estou bem melhor agora.
- Que bom, maman. - Sofie se abraçou a Marie.
- Sofie, você está falando o inglês sem sotaque algum. - observou Jean Luc - O que eu lhe disse? Os ingleses gostam do sotaque francês.
- Oui, papa. Pardon.
- E outra coisa, não quero ouvir mais falar do nome de ninguém daquela escola aqui dentro de casa. Se o fizer novamente, eu a tirarei de lá. Já tolero demais, deixando que vá se misturar àquela gente. - Sofie concordou e ele passou a questioná-la sobre os livros novos que lhe mandara ler. Quando ela terminou, ele pediu para que tocasse e cantasse um pouco.
- Marie, - disse Jean Luc olhando para ela com uma expressão estranha - venha, eu preciso de você agora.
Marie olhou para ele um tanto constrangida, despediu-se de Sofie que ainda tocava e subiu para o quarto com Jean Luc. Sofie conhecia aquela expressão de seu pai e passou a tocar uma música mais forte e alta. Ela queria não ter que pensar no sofrimento de sua mãe, que era uma prisioneira tanto quanto ela. Sofie se sentia infeliz por viver naquela situação, mas pelo menos ela podia ir para Hogwarts e lá havia Harry e o professor Snape. Ela queria gritar bem alto pela janela, quem sabe, eles não a ouviam e iam até lá, salvar a ela e a sua mãe.
Ela imaginou Harry e o professor entrando pela porta de sua casa, como um vendaval e as levando de lá para viverem, os quatro, para sempre em Hogwarts, longe de seu pai tirano. Mas ela sabia que sua mãe jamais o deixaria. Ela não entendia o porque, pois sua mãe, se quisesse, podia abandoná-lo e ir viver como bruxa em qualquer outro lugar, ela teria direito em alguma coisa que Jean Luc possuía, pelo menos de fome não morreriam. De qualquer forma, sua mãe podia dar aulas de francês, italiano ou alemão, ela sabia muitas coisas e conseguiriam se sustentar. Sofie chegou a desejar que algo de ruim acontecesse a seu pai assim sua mãe estaria livre e quem sabe conhecendo seu professor até se apaixonaria por ele, já que ele lembrava um pouco seu pai e...
Ela interrompeu seus pensamentos, desejar a morte do próprio pai era terrível demais. Ela parou de tocar, fechou seu piano e foi para seu quarto. Durante a noite toda ela chorou baixinho para não ser ouvida e na semana que se seguiu teve uns dos piores Natais que ela já tivera na vida. Seu pai estava particularmente nervoso, por que as ações de seus laboratórios não estavam subindo o quanto ele desejava e descontava sua ira nela e em sua mãe. Aquelas férias pareceram uma eternidade, mas como tinham que acabar, acabaram e Sofie voltou para Hogwarts.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Sofie! - exclamava Harry ao entrar no refeitório e ver sua namorada. Ele correu até a mesa de Sonserina abraçou-a e lhe deu um beijo muito apaixonado que chamou a atenção de todos que estavam lá, fez Snape bufar de raiva e Malfoy querer esganá-la mais ainda.
- Que saudades, meu amor. - exclamou ela sorrindo e muito feliz.
- Fiquei tão ansioso te esperando, Sofie. Pensei que iria chegar mais cedo.
- Mas... eu cheguei, Harry.
- E não foi me procurar? - magoou-se Harry.
- É que o professor Snape foi me receber na estação e nós ficamos conversando até agora pouco em Hogsmeade. - Sofie tirou um pequeno embrulho de suas vestes e estendeu a Harry - Mas veja só o que eu...
- Espera aí, Sofie. - exclamou Harry indignado - Você chegou mais cedo e ao invés de vir ver o seu namorado, foi passear com o Snape em Hogsmeade?
- Harry...
- Mas é claro, você é a aluninha querida dele e afinal...- Harry estava muito chateado e gritou - ...ele é mais importante para você do que eu. - Harry deu as costas a Sofie e foi para a mesa de Grifinória.
Sofie ficou surpresa, não sabia o que havia acontecido e deu de sair atrás dele, mas Malfoy a segurou.
- Não vai dar esse gostinho a ele, vai?
- O quê? - Sofie se sentou ao lado de Malfoy - Você acha que eu não devo ir atrás de Harry porque ele está bravo comigo? Você acha que eu tenho que esperar ele vir me procurar e...
- Não é nada disso, sua sangue-ruim. - exclamou Malfoy irritado - Você, apesar de eu achar isso um absurdo, é uma Sonserina e os Sonserinos nunca se humilham, principalmente diante dos outros e especialmente por um Grifinório. - Sofie baixou a cabeça, ela não ia se humilhar ia apenas tentar esclarecer a situação a Harry.
- Você acha, Malfoy, que se eu esperar Harry se acalmar, então talvez...
- Cale-se. - disse Malfoy entre os dentes - Não é porque eu a impedi de humilhar Sonserina diante de todos que vou passar a conversar com você. Sangue-ruim! - Malfoy virou a cara para Sofie que não tentou mais falar com ele. Apesar da pequena briga com Harry ela procurou conversar com as garotas de sua casa de modo natural.
- Puxa, Harry. - dizia Hermione - Você não acha que foi um tanto intransigente? Ela só chegou um pouco mais tarde e...
- Essa não é a questão, Mione. Ela deveria ter vindo falar comigo primeiro, eu sou o namorado dela, é a mim que ela ama, então era a mim que ela tinha que ver primeiro e não àquele morcegão nojento. Ou será que ela quer me trocar por ele? Se ela está na dúvida é só me falar que eu caio fora.
- Eu acho que você está confundindo as coisas, Harry. Sofie gosta de você, o relacionamento dela com o Snape é diferente.
- Só que eu não quero que ela tenha qualquer tipo de relacionamento com ele. - disse Harry e saiu do refeitório.
Na aula de poções Harry não quis se sentar com Sofie, desde domingo que ele a evitava e ela estava bastante magoada com aquilo. Hermione se sentou com ela.
- Não fique triste, Sofie. Daqui a pouco a raiva dele passa e aí ele vai enxergar tudo com clareza. - dizia Hermione a amiga que colocava cuidadosamente os ingredientes de sua poção no caldeirão.
- Estou decepcionada com Harry, Mione. Nunca pensei que ele pudesse ser tão... tão...
- Ciumento? Todos os homens são, especialmente quando seu rival é uma pessoa com que não se dá bem. Mas não se preocupe, isso passa. - Hermione mexeu o caldeirão e constatou que a poção ficara pronta. Snape que andava pelas mesas viu que elas o chamavam.
- Já terminaram? - indagou Snape já sabendo que sim - Mas já era de se esperar, uma dupla formada pela senhorita Ferraù e... pela senhorita Granger só podia ser a melhor. - Harry e Draco bufaram de raiva, Snape voltou a sua mesa - Prestem atenção todos, quando terminarem suas poções venham até aqui e peguem um pouco de Óleo de Jatobá Anão. - Snape tirou das vestes um pacotinho embrulhado para presente, Harry viu que era o mesmo que Sofie tentara entregar a ele - Este óleo, - continuava o professor desfazendo o embrulho - vai fazer com que a poção de vocês se torne espessa e que além de curar furúnculos, cure também queimaduras.
Sofie buscou sua porção e aos poucos os alunos foram até Snape buscar o óleo para acrescentar às suas poções.
- O óleo não é difícil de conseguir, mas é muito demorado de extrair e deve ser misturado a escama de lagartixa d'água imediatamente após a extração e filtrado em rim de cachorro-raivoso para não perder o efeito. Não é em qualquer lugar que vão conseguir alguém disposto a fazê-lo, pois o rim de cachorro-raivoso é extremamente mal cheiroso e venenoso. No Empório de Ingredientes Mágicos de Hogsmeade o proprietário o comercializa... se o cliente quiser processá-lo, mas... - Snape se aproximou de Sofie - a senhorita Ferraù nos fez a gentileza de doar o óleo que ela processou durante toda a tarde do domingo passado, portanto agradeçam a ela a oportunidade de poder observar o efeito do óleo e por não terem que processá-lo na aula da semana que vem.
Os alunos cochicharam entre si da sorte que tiveram, pois já sentiram o cheiro do rim de cachorro-raivoso e realmente o acharam insuportável, mesmo com a máscara protetora.
- Obrigado, Sofie. - sussurrou Rony - Eu não suporto o cheiro... - Harry cutucou o amigo.
- Ei, pare de falar com ela.
- Por quê? Eu sou amigo dela. - retrucou Rony.
- Eu pensei que você fosse MEU amigo.
- Dez pontos a menos para Grifinória por conversarem na aula. - disse Snape se aproximando dos dois - Diga-me, Potter, para o que mais serve o Óleo de Jatobá Anão?
- Eu...hum... - Harry titubeou - eu não sei, professor.
- Alguém sabe? - Snape olhou para a sala, apenas Sofie e Hermione levantavam as mãos - Diga-nos senhorita... Granger. - Hermione encarou bem Harry e respondeu.
- O Óleo de Jatobá Anão é muito utilizado para impermeabilizar o cabo e as cerdas das vassouras mágicas. Passando-o na vassoura, ela repele a sujeira, a água e qualquer outro líquido que caia sobre ela. Também a jaz resistir a alguns feitiços e ganhar mais velocidade, o que é ótimo para uma partida de Quadribol. - Harry olhou para ela com cara de espanto, olhou então para Sofie e viu que a garota fitava seu caldeirão com uma expressão indiferente.
- Correto senhorita Granger. - disse Snape, mas não deu ponto algum para Grifinória.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Que mancada a minha, Rony. Sofie ficou o tempo todo lá preparando o óleo para me dar de presente e eu briguei com ela. - Harry estava desconsolado.
- Agora que você já sabe o que aconteceu vai procurá-la?
- Mas agora é que ela não vai querer falar comigo
- Ei, Potter... - gritou Malfoy do outro lado do refeitório - Perdeu seu ólinho! - todos os Sonserinos riram, pois já sabiam que Harry brigara com Sofie por ela ter passado o domingo em Hogsmeade, só que ela preparava o óleo para presenteá-lo. - E a namorada também! - os Sonserinos riram mais ainda.
Sofie entrou no refeitório e se sentou a mesa. Harry tomou coragem e foi até ela.
- Sofie. - sussurrou ele - Eu... preciso falar com você.
- Pois não, Potter. - respondeu ela formalmente, Malfoy riu.
- Eu... eu queria... - Harry olhou ao redor e viu que toda a Sonserina o observava. - Será que podemos conversar em outro lugar?
- Claro! Depois das aulas, na biblioteca. Tenho um trabalho de Poções para fazer.
- Depois das aulas?...- ele queria conversar agora, mas...- Tudo bem, Sofie. - Harry foi para seu lugar cabisbaixo, Sofie fora fria e formal demais com ele.
- Ela me chamou de Potter. - disse ele querendo enterrar a cabeça no prato cheio de purê de batatas - Antes era Harry, querido, amor... agora sou apenas... Potter.
- Para com isso, Harry. - disse Gina animando-o - Vocês vão se entender.
* * * * * * * * * * * * * * * * *
- Sofie? - disse Harry entrando na biblioteca e procurando sua (ex?) namorada, Sofie esticou a cabeça por cima de uma pilha de livros que estavam sobre a mesa. Harry foi até ela - Sofie eu... - Harry tremia todo - eu queria te pedir desculpas, eu fui um idiota ciumento. Não quis te ouvir e... você estava pensando em mim, fazendo algo para mim e... - Harry se ajoelhou diante dela e começou a choramingar alto - Ah, Sofie, eu te amo, não quero te perder, me perdoe, meu amor, por favor, me perdoe.
- Harry! - exclamou Sofie constrangida, a biblioteca estava cheia e Madame Pince os observava zangada - Pare! Pare! Estão todos olhando. - ela o fez se sentar a seu lado - Eu quero deixar uma coisa bem clara, Harry. Quando estou em minha casa, meu pai fica grudado em mim o tempo todo, não me deixa fazer nada sozinha e controla cada passo que dou. Portanto Hogwarts é o único lugar que eu tenho para ser eu mesma, para fazer as coisas eu gosto. É o único lugar em que eu posso conversar com as pessoas que eu quero. - Sofie tocou o rosto dele - Eu te amo, Harry, mas não é por isso que vou permitir que faça comigo o que ele faz. Quero continuar sendo sua namorada, mas nem por isso vou deixar de falar e de relacionar com quem eu quero. Tudo bem?
Harry quase chorou quando ouviu aquilo, era o que ele mais queria, ter Sofie de volta. Ele a abraçou bem forte.
- Ah, Sofie. Tive muitas saudades. - ele a beijou e Madame Pince pigarreou - Prometo não brigar mais com você, meu amor.
- Que ótimo, querido. Agora venha, você também que fazer este trabalho, é para a próxima aula. - Harry se ajeitou contente ao lado de Sofie e começou a estudar.
