Disclaimer: Não é meu!!!!!! =^x^=
Para Guadalupe
~~ O Conto de Fadas de Kaoru ~~
3. Que vidente!
"Eu tenho uma pergunta..." Kaoru disse, depois que estavam cavalgando por quase duas horas. Estava ficando muito cansada e imaginava se Kenshin fazia idéia de onde eles estavam indo.
"Sim?" Kenshin perguntou, olhando para ela. Ela havia dado a perfeita desculpa para ele olhar para ela. Tinha que admitir que ela era a mais linda mulher que já havia visto em sua vida. 'Gostaria de me lembrar de onde eu a conheço... Ela está tão zangada com isso que não me conta. Acho que ela quer que eu lembre sozinho. Como eu poderia esquecer de uma jovem tão linda?'
'Lá vai ele de novo...' Kaoru pensou, irritada. 'Ele fica olhando para mim como se eu tivesse alguma coisa no meu rosto.'
"Por que não estamos levando Yahiko conosco?" Kaoru perguntou, antes que a situação ficasse estranha demais. "Foi ele que dormiu em serviço! Ele deveria ao menos nos ajudar!"
"Oro... Kaoru-dono, você não imagina qual seria a reação das pessoas em ver um dragão? Não é como se você encontrasse um em qualquer lugar. Além do mais, dragões são famosos por trazerem morte e destruição."
"Então, o que você está dizendo é que nós temos mais chances de encontrar o tesouro se nós não o tivermos conosco... A propósito, como você sabe onde procurar por esses ladrões?"
Kenshin deu um sorriso amarelo.
"Você pensou nisso, não pensou?" Kaoru fez cara feia.
"Eu sei onde começara procurar..."
"Onde?"
"É por aqui, em algum lugar... Só não consigo lembrar o local exato."
"Kenshin no baka!" Kaoru gritou.
"É ali!" Kenshin apontou, antes que Kaoru pudesse gritar mais um pouco com ele.
Perto da floresta, havia uma cabana de pedra. Havia uma placa ao lado dela. Dizia: "Okina, o grande. Poções e amuletos do amor. Vidente nas horas vagas."
"Você me trouxe até aqui para comprar uma poção do amor?" Kaoru franziu o cenho.
"Oro... Não é a parte da poção do amor... Ele também é vidente." Kenshin explicou.
"Okina?? Aquele velhaco hentai também está aqui?" Kaoru murmurou, enquanto paravam na frente da casa. "Eu acho que vou esperar aqui fora."
"Kaoru-dono, você prometeu não sair do meu lado."
"Não é como se eu estivesse indo a algum lugar!"
"Mas e se alguma coisa acontecer? Você precisa vir comigo." Kenshin insistiu.
"Tudo bem, tudo bem... maníaco por controle." Kaoru murmurou.
Bateram na porta e esperaram até que uma mulher atendesse.
"Bem vindos." A mulher disse.
Kaoru a reconheceu instantaneamente.
"Okon-san?"
"Nós nos conhecemos?" Okon a encarou, mas não conseguia lembrar exatamente de onde conhecia Kaoru.
'Preciso parar de fazer isso... Obviamente nenhum deles lembra de mim. Eu apenas encontrarei problemas se eu os deixar saber que os conheço.' Kaoru suspirou.
"Eu acho que a confundi com alguém que conheço." Kaoru disse.
Okon achou que aquela era uma desculpa esfarrapada, porque a outra havia a chamado por seu nome. Porém, se a garota não queria falar sobre isso, ela falaria de negócios.
"Vieram aqui para ver Okina, o grande?" Okon perguntou.
"Sim." Kenshin respondeu. "Nós gostaríamos muito."
"Por favor, sentem-se. Eu vou chamá-lo." Okon disse, saindo da sala.
Havia almofadas em frente a uma mesa baixa. Kenshin e Kaoru sentaram sobre elas e esperaram que Okina aparecesse. 'Isso é ridículo... Como um vidente vai nos ajudar a encontrar alguma coisa que foi roubada?' Kaoru suspirou. Parecia que nada mais fazia sentido. Por um momento, ela simplesmente desejou estar em casa. Ainda que nunca nada mudasse entre ela e Kenshin.
***
Tão entediado. Na verdade, não havia mais palavras para exprimir o quão entediado estava. Não havia garotas bonitas para dar em cima. O velho suspirou. Por que, em nome de Deus, havia escolhido montar seu negócio no meio de nada?! Não... Ele poderia estar em uma cidade, cercado por belas mulheres. Mas isso não seria misterioso o bastante.
E era o mistério que mantinha os seus negócios. Mistério e sua famosa poção do amor, é claro. Jovens de todos os lugares vinham para comprá-la. Nenhuma delas ficava por muito tempo, infelizmente. Não conseguia as persuadir a beber a poção enquanto estivessem lá... mas alguma coisa poderia ser feita com relação a isso. Na próxima vez que uma jovem chegasse, colocaria um pouco da poção no chá e daria para ela beber. Era um plano perfeito. O velho riu consigo mesmo.
"Okina! Você tem clientes!" Okon apareceu à porta.
"Alguma jovem bonita?" Ele perguntou, empolgado.
"Por coincidência."
"Ah! Bem na hora certa!" Okina esfregou suas mãos. Pegou o bule de chá e colocou algumas gotas da poção do amor dentro dele. "Dê-me alguns minutos com ela e então nos traga chá."
"O que você está aprontando agora?"
"Apenas um temperinho para fazer a vida interessante."
Okon suspirou. Não havia jeito de conseguir que o velhaco falasse a verdade, mas se ele tivesse algum plano, seria engraçado observar. Seus planos nunca davam certo.
"Não os deixe esperando." Okon disse.
Okina foi para o seu "escritório". 'Okon disse elas? Como em mais de uma beldade? Este é o meu dia de sorte. Espero ter chá o bastante.'
Okina entrou na sala onde seus clientes estavam esperando. A primeira coisa que viu foi uma linda jovem com cabelos negros e lindos olhos azuis. A segunda era um lindo... ruivo?
'Oh, droga... a beldade já tem dono. Melhor cancelar aquele chá.' Okina sentou na frente deles.
"Vocês são um lindo casal! Posso ajudá-los?" Okina perguntou, educadamente.
"Não somos um casal!" Kenshin retrucou instantaneamente, enrubescendo.
'Então... ela não é comprometida... Okon, ande logo e traga meu chá.' Okina sorriu, mas então notou o olhar da jovem. Ela parecia ao mesmo tempo triste, esperançosa, preocupada, zangada e pronta para chutar o traseiro do ruivo.
"É uma pena... não estão apaixonados. Então... veio comprar um amuleto do amor? Tenho amuletos e poções do amor. São muito eficientes." Okina disse, olhando diretamente para Kaoru.
'Ele está tentando me dizer que posso conseguir que Kenshin se apaixone por mim se eu comprar o amuleto certo?' Kaoru perguntou-se.
'Oh! Ela está olhando diretamente para mim. Talvez eu não precise daquela poção...' Okina pensou.
'Estou com fome.' Kenshin esfregou seu estômago.
"Na verdade, nós viemos aqui por causa das suas habilidades de vidente, senhor." Kenshin disse.
"Oh... deixe-me pegar minha bola de cristal. Não são todos que vêm até aqui por um adivinho, você sabe..." Okina levantou-se e saiu da sala.
"Aquele velho... pensando que nós estávamos apaixonados..." Kaoru disse, tentando conseguir uma resposta de Kenshin.
"Louco, não é?"
Aquilo partiu o coração de Kaoru. Como Kenshin poderia ser tão insensível?
Okon entrou, carregando uma bandeja com biscoitos e chá.
"Sirvam-se." Ela sorriu, antes de os deixar a sós novamente. Sentiu que estava interrompendo algo.
'Estou faminto...' Kenshin pensou, pegando um biscoito.
Okina voltou, trazendo uma pesada bola de cristal. Colocou-a sobre a mesa. 'Okon já trouxe o chá... eu tenho que impedir que esse cara o beba. Talvez eu deva dar a ele uma leitura interessante. Assim ele esquecerá o chá.' Okina começou a se concentrar na bola de cristal. 'Vamos ver... alguma coisa interessante... alguma coisa interessante.'
"Eu vejo ouro." Okina disse.
Kaoru engasgou. Aquele velho poderia realmente ajudá-los a encontrar o tesouro?
"Está muito longe daqui..."
Os biscoitos estavam deixando Kenshin com sede. Derramou chá em uma xícara. Quando a xícara aproximou-se de seus lábios, Okina gritou, apontando um dedo para Kenshin:
"VOCÊ! Eu vejo você o encontrando!"
"Onde está?" Kenshin esqueceu do chá por um momento.
"Norte? Nordeste, talvez... mas você precisa se apressar! Do contrário, não restará nada quando você chegar lá!"
"Vamos, Kaoru-dono!" Kenshin levantou-se. Então, eles deveriam viajar nordeste. Talvez conseguissem encontrar mais pistas no caminho.
"Esperem!" Okina impediu que eles saíssem. "Talvez a senhorita queira uma xícara de chá, antes de partir?"
Kaoru sacudiu a cabeça. Não estava com ânimo para beber chá. Na verdade, queria ir ao banheiro. Kenshin apenas pegou a xícara que estava segurando antes e bebeu todo o líquido. Okina deu um tapa em sua própria testa.
"Vamos, Kaoru." Kenshin saiu, puxando a jovem com ele.
"Droga... agora ele vai se apaixonar por ela... em alguns minutos a poção vai começar a funcionar. Má sorte. Talvez eu tenha mais sorte da próxima vez." Okina suspirou.
***
Depois de sair da casa do vidente, Kenshin e Kaoru rumaram para o nordeste. Teriam que atravessar a floresta se pretendessem seguir as direções que Okina havia dado.
"Kenshin... eu preciso ir ao banheiro...."
"Oro? Não dá para segurar?"
"Segurar até quando? Estamos no meio do nada, baka!" Kaoru gritou.
"Ah... vá atrás daqueles arbustos." Kenshin disse.
Kaoru não estava muito empolgada com a idéia de fazer atrás de uns arbustos, mas não iria conseguir segurar por muito mais tempo. Apenas entregou as rédeas de seu cavalo para Kenshin e correu para os arbustos.
Kenshin imaginou porque Kaoru estava demorando tanto. Os cavalos estavam cansados. Talvez eles devessem descansar um pouco. Agora que ele estava olhando, era um bonito cavalo que Kaoru estivera montando... e não era qualquer cavalo... era uma égua. E bonito não era uma boa palavra para descrevê-la. Ela era linda.
"Kenshin? Por que está encarando o meu cavalo?"
"Não é um cavalo! É uma égua!" Kenshin retrucou, entre os dentes.
"Cavalo, égua, é a mesma coisa..." Kaoru replicou. "Não é como se isso se importasse."
"Isso?" Kenshin parecia chateado. "Ela tem sentimentos!"
"Kenshin? Qual o seu problema? É apenas um cavalo!"
"Ela não é um cavalo!"
"Égua, eu sei..."
"Não! Ela pode ser uma princesa encantada... de outra forma, como poderia ser tão linda?" Kenshin acariciou a crina da égua. "Eu, seu fiel cavaleiro, encontrarei uma forma de quebrar esse feitiço!"
'Oh-oh... dessa vez ele ficou completamente maluco... que diabos está acontecendo? Ele realmente acha que o cavalo é uma princesa?'
"Kenshin? Você faz idéia de como isso soa insano?"
"O amor nos deixa loucos."
"VOCÊ ESTÁ DIZENDO QUE ESTÁ APAIXONADO POR UM CAVALO?" As palavras de Kaoru ecoaram pela floresta.
***
ENQUANTO ISSO, NO CASTELO...
"Você está dizendo que ela foi raptada?" Perguntou o príncipe Soujirou, com uma expressão preocupada.
"Infelizmente. E o meu cavaleiro mais valente não pôde ser encontrado. Então, não há ninguém que eu confie o bastante para encontrá-la."
"Eu a encontrarei!" Soujirou afirmou, pronto para partir naquele exato instante.
'He he he... é tão fácil de enganá-lo. Onde diabos está meu baka deshi? Preciso encontrar Kaoru antes que esse príncipe Soujirou descubra que ela fugiu. Se ele realmente vai procurar por ela, isso nos dará mais tempo. Minha sorte... não apenas tenho um baka deshi, mas também tenho uma filha baka...' Hiko pensou, em desdém. 'E onde está meu sake? Meu baka deshi vai se arrepender por estar demorando tanto!'
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Continua...
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