Capítulo 4 - A. H. S. Duarte

- Olá, Flora!

- Olá, Hermione! Como vai com as provas?

- Bem, muito bem! Durante esta semana fiz quatro e semana que vem continua. E você? Como está com sua pesquisa?

- Estou progredindo muito, descobri uma planta Angimnea parecida com a da Poção da Seriedade, só que ela um depicélo invertido, provavelmente deve dar para fazer uma Poção do Riso.

- Que interessante! Flora é incrível, você sabe de todas as propriedades das plantas e deus princípios. Eu sempre as utilizei já sabendo para que serviam, mas você...você as estuda e as analisa até descobrir novos usos, é... realmente incrível. Eu a admiro muito por isso.

- Ah, Hermione... Não fala assim que fico envergonhada. - Flora começou a fechar os livros que estavam sobre a mesa.

- Ei! - exclamou Hermione - Já li este livro, eu não o encontrei mais na biblioteca. - Hermione pegou o livro. "Plantas Mágicas nas Poções - Um Estudo dos Princípios", por F. W. Sommer - Flora, foi você que o escreveu?

- Não. Foi meu pai... ele foi um grande Herbólogo.

- Eu sabia que já havia visto uma foto sua. É você e seu pai, não?

- Sim. Somos nós dois. Essa foto foi tirada um pouco antes dele... partir. Eu tinha apenas dez anos.

- Sinto muito, Flora. - Hermione tentou mudar de assunto - Você não mudou quase nada nesses dezesseis anos, continua com a mesma carinha de criança, mas, é claro, parece-se uma mulher. Qual o seu segredo, Flora?

- Não é bem um segredo, Hermione. Eu tomo uma poção feita com uma substância das plantas, a clorofila. Até os trouxas a tomam, mas é claro, ela funciona melhor nos bruxos.

- Que interessante! Você me ensina a fazê-la?

- Claro, Hermione! Só tenho que arranjar um tempo, ultimamente vivo nos jardins, nas estufas ou nas masmorras.

- Flora! Você não deveria estar fazendo suas pesquisas na sala da Sprout? Por que fica nas masmorras?

Flora pensou um pouco. Realmente Hermione estava certa, ela aos poucos foi ficando lá pelas masmorras e nem percebeu.

- É... é que o professor Snape é mestre em Poções que é a matéria onde a Herbologia é mais aplicada.

- É verdade. Ele deve te ajudar muito.

- Sim, ele me ajuda mesmo. Sabe Hermione, eu nunca fui muito boa em Poções e para os experimentos deve-se ter bastante destreza.

- E isso ele tem de sobra! O professor Snape é realmente muito inteligente e competente, pena ele ser tão... chato, ranzinza e injusto. Ele também era assim no seu tempo Flora?

Flora pensou novamente. Antigamente Snape era terrível, mas agora não, ela o via calmo e amigável. Ela não entendeu bem o que Hermione queria dizer com aquilo.

- Bem... ele... ele era bastante rígido...

- Já entendi, era igualzinho e você não gosta de fazer comentários.

- É... eu... - Flora estava constrangida - Prefiro não fazer comentários sobre ele.

- Tudo bem, mas... de onde você vem? Não há nada ali naquele lado apenas o banheiro feminino e a Murta fica o tempo todo choramingando...

- Eu sei, eu estava conversando com ela.

- Conversando? Que paciência! Ela só sabe chorar.

- A Murta e eu somos amigas desde a época em que eu estudava aqui, Hermione e acredite, naquela época eu chorava muito mais do que ela.
Flora corria pelos corredores do castelo, mas ela não parecia aflita e até tinha um sorriso nos lábios. Ela desceu as escadarias que conduziam às masmorras e bateu ansiosa em uma porta. Após alguns segundos alguém a abriu.

- Flora! Por que está... - Snape não conseguiu terminar a pergunta. Flora segurou em sua mão e o puxou dizendo.

- Vem comigo!

Flora saiu correndo, arrastando Snape. Ele pensou que algo terrível acontecera, talvez algum Dragão tenha atacado Hogwarts ou outro Basílico aparecera, mas ela não parecia preocupada, pelo contrário, Flora sorria. Eles chegaram aos jardins, ela continuou o puxando até o centro dele. Lá ele pode ver uma enorme planta de vasta folhagem e um enorme botão azulado no centro.

- Veja! A Anilaria... Vai florescer e é lua-azul. - Flora arfava e seus olhos faiscavam para a planta. A lua começou a surgir, a flor começou a se abrir lentamente e a cada segundo se tornava mais azul.

Flora apertava cada vez mais com a mão de Snape que não sabia se olhava para a flor ou se para ela. O botão enfim se abriu e a planta começou a soltar uma nuvem de pólem azul e brilhante que começou a flutuar e a se espalhar por todo o jardim. Uma grande claridade se formou iluminando o jardim e toda a área externa do castelo.

De dentro do castelo os alunos e os professores perceberam a claridade e desceram para ver o que acontecia.

- Eu não disse? - indagou ela o fitando nos olhos - É maravilhoso! - Snape concordava. Era maravilhoso, a flor, a luz, Flora. Ele começou a se sentir estranho, nunca na vida parara para apreciar algo belo, na verdade ele nunca estivera perto de algo tão belo e não era a flor que mais lhe encantava, era Flora.

- É realmente muito bonito, Flora. Você conseguiu. - Snape sorriu lhe tocando o rosto.

Os alunos começaram a chegar ao jardim e viram a flor, eles tentavam pegar o pólem com as mãos e se sujaram todos com ele.

- Flora! Flora! - eram Hermione, Neville, Harry e Rony que chegavam - Foi você que fez isso? Que incrível!

- Sim! Venham. - logo todos a rodearam e a encheram de perguntas que ela sorrindo respondia. Snape voltou às masmorras.
- Aonde vai, querida? - indagou Sprout a Flora que saía de sua sala com várias folhas e flores nas mãos.

- Vou pedir ao professor Snape me ajudar com essa planta. Quero ver como ele reage com a Poção da Invisibilidade. Se não fosse por ele eu não conseguiria fazer nada. A senhora sabe como sou desastrada, não? O professor Snape tem sido um anjo para mim!

- Você mudou muito, Flora. - disse Sprout a fitando bem. Flora franziu a testa não entendendo o que a professora queria dizer e saiu da sala.

- Olá, Flora! Aonde vai com essas plantas?

- Olá, Neville! Eu vou testá-las em uma poção, quer vir junto? Você é tão interessado em Herbologia.

- Claro que vou. Onde você fará a poção? Nas estufas?

- Na verdade vou pedir ao professor Snape, vou até as masmorras. - afirmou ela. Neville gelou e ficou paralisado.

- Flora... acabo de me lembrar... tenho um compromisso... tchau.

- Tchau! - disse ela a Neville que saíra desembestado.

Ela foi para as masmorras e quando ia bater à porta da sala de Snape ele a abriu.

- Flora! Achei que não viria esta tarde.

- É que descobri algo nesta planta e queria testá-la, será que... - Flora percebeu que ele estava de saída - Oh, estava saindo, desculpe-me, volto outra hora. - ela deu as costas e foi indo embora.

- Espere! Vou a Hogsmeade comprar alguns ingredientes para as aulas. Você gostaria de vir junto? - perguntou Snape ansioso.

- Claro! - Flora respondeu sorrindo - Eu só preciso guardar essas ervas - ela entrou na sala de Snape como se fosse sua e deixou as plantas em um pote - Pronto!
- Um saco de descuraina senhor Bowington e desta vez não tente trapacear no peso. Não quero ter que transformá-lo em fuinha novamente.

- Não, professor, eu jamais faria isso. - retrucou o vendedor - Foi um engano da última vez. - Snape o fitou friamente fazendo-o se calar.

- Meio quilo de pó de anfibólio e cinqüenta dentes de barretes-vermelhos. - pediu Snape encerrando sua lista. O vendedor pegou tudo que o professor pedira e observando Flora mexer nas coisas da loja, ela encontrou uma plantinha e brincava com ela.

- Bela companhia, professor Snape. - sussurrou Bowington.

Snape grunhiu e se virou para Flora a contemplando. Ela já estava conversando com a plantinha, mas percebeu que estava sendo observada. Flora levantou os olhos e sorriu para Snape, ela apoiou a mão em um pote que estava muito na beirada da prateleira, o pote se desequilibrou e caiu no chão se quebrando.

Flora se assustou, levou a mão à boca e viu o líquido amarelado se esparramando pelo chão. Snape foi até ela.

- Cuidado Flora! Você pode se cortar. - ele a segurou pelo braço e a tirou de perto dos cacos.

- Oh, desculpe-me... eu... estava distraída e...

- Não se preocupe, senhorita. - disse o vendedor apontando a varinha para aquela sujeirada e arrumando todo o estrago - Prontinho, tudo ajeitado. - ele se aproximou de Flora - Herbóloga, não? - ela sorriu concordando - Tome, meu doce. - ele entregou uma rosa que saía da ponta da varinha a ela - Quase tão bonita quanto você.

- Senhor Bowington, está tudo pronto? - indagou Snape secamente - Em quanto ficou?

- Vinte e cinco galeões, professor. - informou o vendedor. Snape pagou, pegou os ingredientes e saiu com Flora.

- Desculpe-me novamente, professor Snape. Eu não queria ser tão desastrada, mas às vezes parece que nada que quero fazer dá certo e... ai... - Flora deu uma trombada ao dobrar a esquina em um garoto rechonchudo, quase caíram os dois.

- Senhor Longbottom! Preste mais atenção por onde anda. Poderia ter derrubado a senhorita Sommer. - bradou Snape ao garoto amparando Flora.

- Desculpe-me, professor. Eu não queria ser tão desastrado, mas às vezes parece que nada que quero fazer dá certo. - disse Neville baixando a cabeça, Flora não se conteve e começou a rir, Neville ficou rubro.

- Tudo bem, Neville. Não houve nada. - Flora o acalmou - Então esse era o seu compromisso. Está sozinho?

- Não, Flora. Hermione, Rony e Harry vieram comigo. Veja, lá vêm eles.

- Olá, Flora! - exclamaram os três com entusiasmo, que durou pouco ao verem Snape ao lado dela. - Olá, professor Snape. - Snape franziu a testa em sinal de desagrado.

- Estão passeando? - indagou Flora sorrindo.

- Sim! - respondeu Rony - Não agüentamos mais ficar no colégio, é prova todo dia e os professores ficam pegando no nosso pé, nos deixan... - Rony se calou. Hermione o cutucara no braço - Quer dizer... eles ficam nos incentivando e auxiliando. - Rony além do cutucão percebera o olhar mortal que Snape lhe mandava.

- É melhor irmos, Flora, deixemos os alunos se... divertirem a sós. - sibilou Snape.

- Sim, vamos. Até mais garotos e Neville... - Flora não pôde continuar, foi puxada por trás e de repente se viu erguida do chão e rodopiando com alguém que gritava seu nome.

Snape sacou sua varinha pronto para lançar um feitiço no louco que ousou fazer aquilo com Flora, mas ele teria que parar primeiro e parecia que não ia fazê-lo tão cedo. Todos que estavam na rua pararam para ver a esdrúxula e escandalosa cena. O sujeito que a tomara nos braços enfim resolveu parar e a colocou em pé no chão, mas sem soltá-la.

- Flora, minha violeta dos pampas. Que bom vê-la! - disse o rapaz beijando todo o rosto dela.

- Duarte! - Flora se enroscou no pescoço dele gritando e rindo - Só você para me assustar desse jeito. Por que não me avisou que chegava hoje?

- Eu quis fazer surpresa! Cheguei em Hogwarts e me disseram que tu havias vindo para cá. Não quis esperar e vim voando. Eu queria sentir teu cheiro logo. - Duarte a segurou pela cintura e cheirou o pescoço dela que riu muito.

- Pare, pare! Faz cócegas! - ela passou a mão pelo rosto dele - Você está lindo, lindo... Como sempre, mas... - ela olhou para o "resto" dele - O que houve com suas roupas?

- Bem... depois que tu partiu não havia ninguém para passá-las para mim e... vim assim mesmo.

- Por que não usou um feitiço? - Flora apontou sua varinha para ele e as roupas ficaram impecáveis.

- Eu tentei, guria, mas elas ficaram meio... duras demais. - afirmou ele. Flora riu - Mas eu tirei o lixo todos os dias e não deixei nada para estragar na geladeira. - os dois ficaram falando sobre trivialidades trouxas e parecia que tinham muito que falar. Snape e os garotos os olhavam um pouco constrangidos até que Flora percebeu sua indelicadeza.

- Oh, perdoem-me! Fiquei tão entusiasmada que me esqueci de apresentá-los. Duarte... este é... este é o professor Snape.

- Muito prazer em conhecê-lo, professor Snape. - Duarte estendeu a mão sorrindo, Snape devolveu o cumprimento - O senhor é bem conceituado na Academia, na Associação e no Colégio e pelo que Flora já me contou é realmente o Mestre das Poções. - Snape apenas assentiu com a cabeça meio sem jeito com o elogio, já Flora enrubesceu.

- Estes são Neville Longbottom, Rony Weasley e Harry Potter.

- Toca aí, gurisada. - disse Duarte erguendo a mão no alto, eles não entenderam nada e ficaram olhando para ele intrigados.

- Duarte! - exclamou Flora baixando a mão dele e fazendo que ele os cumprimentasse da maneira comum. - Esta é Hermione Granger.

- Senhorita... - Duarte pegou a mão dela e a beijou - É realmente um prazer. - Hermione corou, aquele rapaz além de lindo tinha um jeito diferente e sedutor.

- Calma, Duarte! - repreendeu Flora - Ela só tem dezesseis anos. - Duarte beijou Flora na testa e sorrindo a envolveu pela cintura.

Todos os garotos ficaram constrangidos e Snape incomodado com aquele sujeito espalhafatoso.

- Com licença, Flora! - exclamou Harry - Temos que ir. - e saiu com seus amigos arrastando Hermione que estava fascinada por Duarte.

- Flora, voar de Hogwarts até aqui me deu sede. Há algum lugar onde possamos tomar algo? - indagou Duarte perguntou sem largar dela - Quero uma loira gelada! - Snape estranhou aquilo.

- Eu não sei bem, há tempos que não venho aqui e... - Flora olhou para Snape - Professor, onde fica mesmo o Três Vassouras?

- Fica... fica por ali. - Snape indicou a direção.

- Então vamos! - exclamou Duarte - Quero ver se a cerveja daqui é tão boa quanto a de lá.

- Aqui só tem da amanteigada, Duarte. - disse Flora. O rapaz fez cara de descontentamento.

- Bem, com licença. Tenho que voltar a Hogwarts. - Snape se despediu e ia saindo, mas Flora o segurou pela mão.

- Venha conosco, professor! Duarte está ansioso para conhecê-lo. - ela sorriu para Snape que ficou sem ação.

- Sim,venha! - exclamou Duarte soltando Flora e batendo no ombro de Snape - Sempre quis conhecê-lo e além do mais é sábado e não se deve trabalhar no sábado, faz mal para o cérebro. - Flora riu da graça do amigo.

- Certamente, senhor Duarte. - Snape aceitou o convite e se dirigiu ao Três Vassouras com os dois.

Rosmerta os recebeu toda risonha e quase deu um beijo em Duarte quando ele a encarou de boca aberta e a chamou de "mulherão", ela serviu cerveja amanteigada a Duarte e suco de abóbora para Snape e Flora.

- Aqui deve ser bem interessante à noite. Não, professor Snape?

- Não sei lhe dizer, senhor Duarte. Eu não costumo vir aqui. Não saio muito do castelo.

- Não? - admirou-se Duarte - Mas que coisa! Igualzinho a Flora, para ela sair à noite tenho que arrastá-la de casa. Parece uma ermitã. - Flora fitou- o séria - E olha que tem uma fila enorme de rapazes querendo sair com ela. - Flora corou - Ei, estava me esquecendo... - Duarte tirou um envelope do bolso - Flora, chegou isso aqui para mim, é sobre aquele feitiço que aquela garota disse que ia fazer com meu cabelo.

Flora pegou o envelope e viu que era de uma clínica.

- Não entendi direito, mas parece que não funcionou. - Duarte sorria satisfeito - Aí está dizendo que é negativo. Eheheh... esses trouxas... sempre querendo fazer magia.

- Eu já expliquei Duarte, não é um feitiço, é um exame. Um exame de DNA, para saber se o filho que ela teve mês passado é seu ou não.

- Não interessa! O importante é que não deu certo. O filho não é meu, mas até que ele é bonitinho e acho que não me incomodaria muito se fosse meu, mesmo sendo trouxa. Ganhei a aposta hortência, pode me pagar os cinqüenta galeões... em casa, eu deixo.

Snape franziu a testa e pensou: "Como Flora consegue ficar com um sujeito desses que arruma filhos por aí a namorando?"

- Duarte! - Flora fechou o exame e o fitou censurando - Você tem que parar de ser tão galinha, qualquer dia desses vai acabar e dando mal e... - Duarte deu um beijo estalado na bochecha dela, impedindo-a de continuar o sermão e fazendo-a sorrir.

- É por isso que eu te amo, Flora. Sempre se preocupa comigo. - disse ele sorrindo - E, é claro, por teu corpinho de sereia também. - Flora levou as mãos ao rosto envergonhada.

- Duarte, não diga essas coisas. O que o professor irá pensar... Aqui não é como no Brasil.

- Oras, Flora, o professor não irá pensar nada demais. Não é?

Snape quis dizer que sim, que pensava coisas estranhíssimas sobre os dois, mas se limitou a dizer:

- Não estou pensando nada, Flora. Ele é seu namorado e...

- Espera um pouco. - interrompeu Duarte - Flora e eu, não nos namoramos. Ou nos namoramos? - indagou ele se voltando a ela.

- Não! Professor eu nunca disse isso. Somos apenas amigos.

- Mas Flora... depois daquela carta e... do comportamento de vocês quando se encontraram e... tudo o que dizem... - Snape se confundiu todo.

- Bah! Lá na minha terra é assim mesmo professor. - tentou explicar Duarte - Somos grandes amigos, moramos na mesma casa, trabalhamos juntos, mas é só isso. Gosto de Flora como se ela fosse minha irmã mais velha. - Flora o fitou indignada - Bem, só uma semana mais velha. - Duarte começou a tagarelar asneiras - ...E quando ela chegou no Brasil... uhuh... mais da metade do colégio se apaixonou por ela e eu digo mais da metade porque a metade era composta por rapazes e tinha alguns sapatões lá também, sabe... - Snape não sabia nem o que eram sapatões - Eu, também me apaixonei por ela, claro. O senhor já viu uma mulher linda dessas, com um corpinho divino, medindo um metro e oitenta e um de altura, com esse air bag todo e pernas perfeitas, dando sopa por aí? Eu fui à luta! Mas... ela nunca quis nada comigo, me conformei com a amizade dela. - Duarte se aproximou de Snape - Ela é apaixonada por outro, sabe... há anos e nunca o esqueceu. - Flora sentiu o rosto queimar e deu um pisão no pé de Duarte.

- Bah, tchê, não me pisa! O que eu disse é... Bah...

- Duarte, não seja inconveniente. - Flora tremia toda - Você não devia ficar falando essas coisas! - então esbarrou no seu copo de suco e o derrubou na mesa - Ai que droga! Eu tinha que fazer algo assim... - ela tentava conter a poça de suco.

- Não se preocupe, querida! - era Rosmerta que chegava limpando a mesa e olhando sorridente para Duarte.

- Não é fraca não, hein! - exclamou Duarte diante do decote dela.

- Pare, Duarte! - sussurrou Flora, se bem que Rosmerta não entendeu e saiu - Vou lavar as mãos. Flora se levantou - Comporte-se! Ela apontou para Duarte e caminhou para o banheiro.

- É uma potranca e tanto, não é mesmo? - disse Duarte a Snape.

- O quê? - Snape não entendera.

- Uma potranca! Uma gata!

- Ah! Não sabia que Flora era animago.

- Não! Quero dizer que ela é linda, maravilhosa, sensual, gostosa. Entendeu? Uma potranca!

- Senhor Duarte... acho que não deveria se referir a Flora dessa maneira. Como amigo o senhor deveria respeitá-la. Como pode pensar tais coisas?

- Bah, tchê...Não pensei nada, só fiz uma observação. - Duarte fez uma cara marota - Queria saber tua opinião, só isso. - Snape corou - Ela é demais, não é? - Duarte o cutucou.

- O que houve? Por que estão com essas caras.

- Nada não, meu miosótis. Sente-se. Diga-me o que está achando daqui. Como é voltar depois de dez anos e reencontrar... tantas pessoas.

- É formidável, Duarte! No começo achei que tudo estava igual a quando parti, mas depois vi que Hogwarts mudou muito. Eu estou me sentindo em outro lugar, mas... gostei muito.

- Talvez não tenha sido Hogwarts que mudou, flor.

Flora não compreendeu o que Duarte disse e ele continuou a dizer asneiras e mais asneiras.

- É melhor nós irmos, já está anoitecendo e isso aqui deve ficar muito cheio e barulhento. - disse Snape vendo a hora.

- Sim, vamos! - concordou Flora se levantando - Duarte também deve estar querendo descansar.

- De modo algum! Em plena noite de sábado não ficarei trancado em um castelo. Vão vocês... Eu quero aproveitar mais um pouco.

- Tem certeza? Não terá problemas?

- Claro que não! Se eu me cansar fico na hospedaria que vi aqui perto e amanhã irei a Hogwarts. Podem ir! - Duarte cumprimentou Snape e beijou o rosto de Flora.
- Seu amigo é de fato bem interessante Flora. - observou Snape no caminho para o coche.

- Interessante? Duarte é totalmente louco, professor Snape. Ele não para de falar nunca e costuma ser inconveniente às vezes, mas é uma pessoa muito boa, eu gosto muito dele. Apesar dele ser tão mulherengo é um amigo fiel. - Flora falava colocando a mão no ombro de Snape que olhou para ela constrangido, ela percebeu e o soltou.

- Desculpe-me, professor Snape... é o costume de lá e com Duarte aqui eu...

- Não há problema algum, Flora. Eu é deveria seguir melhor o costume daqui. - Snape ofereceu o braço cavalheirescamente a ela que sorriu e aceitou.