Capítulo 5 - Barbaridade!

- Flora! Flora! - Hermione corria afoita acompanhada por mais umas dez garotas - Bom dia!

- Bom dia, Hermione... meninas. Como vão?

- Bem! Muito bem! Diga-nos... Aquele seu amigo... ele virá a Hogwarts?

- Duarte? Claro! Inclusive ele já está aqui, chegou de madrugada e está dormindo agora. Ele passou a noite toda no Três Vassouras.

- Eu disse a Harry que devíamos ter voltado lá, mas eles não quiseram.

- Gostaria de vê-lo novamente, Hermione? - indagou Flora sorrindo.

- Sim, mas... é porque você me disse que ele é excelente pesquisador, faz poções muito bem e eu... eu gostaria de aprender e...

- Tudo bem, Hermione, entendi. Quando ele estiver bem para conversar eu te aviso.

- Aonde vai agora?

- Às masmorras. Como ele estava meio... de pileque ontem, achei melhor trazê-lo pela orla da Floresta e entrar pelos fundos do castelo. As masmorras ficam mais perto.

- Como sabia que ele estava chegando?

- Ele se perdeu o controle da vassoura e se espatifou nos portões do castelo, Jeanie o ouviu e me chamou. Agora deixem-me ir, quero ver se ele já acordou.
- Bom dia, professor Snape! - Flora foi entrando na sala de Snape - Como passou a noite?

- Bom dia, Flora. Dormi muito bem... e seu amigo também, parece uma pedra.

Flora sorriu, foi até onde Duarte dormia, aproximou-se dele, colocou as mãos na cintura e balançou a cabeça negativamente.

- Ai,ai! Este aí não tem jeito mesmo. - Flora se inclinou um pouco sobre ele - Duarte, acorde. Vamos, querido! Acorde! - Duarte de mexeu na cama, esticou os braços e agarrou as pernas de Flora que quase caiu.

- Ah... Barbaridade, Rosmerta, você me deixa louco! Mulherão! Vem... bate mais no seu gauchinho... bate... - Flora não se conteve e começou a gargalhar daquilo, até Snape se virou tentando conter o riso. Duarte a ouviu e acordou.

- Flora, é você?! Barbaridade! - ele pareceu indignado - O que faz aqui? Aliás,... onde estou?

- Está nas masmorras. Mais precisamente no quarto do professor Snape. Levante-se! Eu trouxe suas malas, já é tarde, o café da manhã já foi servido, mas eu trouxe algo para nós. - ela falava realmente como uma irmã mais velha.

- Café? - Duarte ainda estava atordoado - Ei... Eu trouxe café, está na mala preta. - Flora abriu a mala preta que também tinha seu interior aumentado magicamente e começou a tirar algumas coisas de lá.

- Cuia, mate, carne-seca, pinga, queijo, banana... Duarte enlouqueceu? Tem comida em Hogwarts sabia? - disse Flora do laboratório - Mas cadê o café?

- Sim, mas esses são itens essenciais que só confio se forem de minha terra, procure direito que você vai encontrar o café. - Duarte se levantou e foi para a porta do quarto.

- Achei! Você trouxe o supermercado inteiro aqui dentro. - Flora começou a pegar tudo o que precisava para fazer o café, mexia nas coisas livremente e sabia onde estava tudo. Snape estava sentado a uma mesa lendo a edição do Profeta Diário, Flora encheu a xícara dele com chá e voltou a fazer o café. Duarte ficou de braços cruzados na porta, observando a cena, até que entrou de vez.

- Bom dia, professor Snape.

- Bom dia, senhor Duarte. Vejo que... teve uma boa noite.

- É... eheheh... - Duarte ficou envergonhado, sentou-se à mesa e continuou analisando os dois.

- O senhor devia ter descido para o desjejum, professor... Eu disse ontem que ele não acordaria e ele não acordou.

- Fiquei receoso, Flora. No estado que ele chegou poderia quebrar algo e se machucar.

- É verdade! - concordou Flora - Obrigada! - Duarte se sentiu meio excluído da conversa.

- Veja o livro que falei. Aqui está o que quer. - Flora apontou a página por cima do ombro de Snape.

- Obrigado, Flora! Vou tentar fazer o que me pediu.

- Quer torradas?

- Sim! Com... com...

- Geléia de damasco. - Flora lhe entregou um prato sorrindo e deu um a Duarte também.

- Isso mesmo! Gostei muito dessa geléia que fez... você é excelente cozinheira, Flora.

- Obrigada, professor Snape. - Flora começou a passar o café que exalou um forte aroma.

- Que cheiro bom, então isso é o café?

- Sim e Duarte gosta dele bem forte. - Flora olhou para Duarte - Não é, querido? - Duarte apenas sorriu acenando que sim com a cabeça - E sem açúcar.

- Recebi a resposta de Azkaban.

- O que eles decidiram?

- Vão testar a poção no lobisomem prisioneiro de lá.

- Que bom! Assim terá certeza de que ela está perfeita.

- Mas mando apenas porque são as regras do Ministério, se foi você quem descobriu a planta, com certeza ela funcionará.

- Mas foi o senhor quem desenvolveu a poção.

- Bem, somente daqui a doze meses teremos o resultado.

- Dará certo. Com certeza! - Flora começou a colocar várias coisas na mesa. Snape deixou o jornal e o livro em uma cadeira - Vai experimentar o café. Não vai, professor?

- Claro!

Flora serviu três xícaras com o café negro e fumegante. Duarte bebeu o conteúdo de sua xícara como se aquilo fosse água e se serviu de mais.

- Delícia! - exclamou ele - Desde que partiu que não tomo mais nenhum café que preste, Flora.

- As garotas do laboratório não fizeram para você?

- Até que tentaram, mas ficou ruim. Só o seu é bom.

- Realmente é uma bebida muito boa e bastante forte. Os trouxas até que têm costumes interessantes. - observou Snape - Tem sorte senhor Duarte, já que Flora lhe prepara todos os dias.

- É... mas acho que minha sorte está acabando. - disse Duarte com o olhar perdido. Snape e Flora olharam para ele sem entender - Como vim para cá? - Flora segurou o riso.

- Bem... O senhor estava jogado nos portões do castelo, ao lado de uma vassoura, deve ter batido neles e feito barulho, pois Jeanie ouviu e veio até aqui em busca de Flora, avisou-a e nós fomos buscá-lo.

- O que fazia aqui de madrugada? - Duarte encarou Flora.

- Eu... bem, nós achamos que você não iria demorar e ficamos conversando aqui... perdemos a hora.

- Hum... e por que está com esse ar de deboche? - Flora não agüentou e riu.

- O senhor estava meio alterado. Não parava de dizer coisas desconexas. Flora quis lhe dar água, mas o senhor recusou e começou a gritar que... Como foi mesmo?... Ah, sim... "Que macho não bebe água, macho bebe pinga, cerveja e uísque no gargalo". - Snape começou a rir e Duarte se envergonhou.

- O professor lançou um feitiço para diminuir o volume de sua voz, senão acordaria todo o castelo.

- Bem, obrigado por me ajudarem, mas... - Duarte olhou para o negro pijama que trajava - Como coloquei essas roupas? - Flora quase caiu da cadeira de tanto rir - O que foi? - Duarte fez cara de magoado.

- O senhor, enquanto entrávamos, começou a correr para o lago despindo-se de suas vestes. Pulou nele e começou a nadar nu, mas a lula gigante o arremessou de volta, por isso está com esse galo na cabeça. - Duarte levou a mão na cabeça e pôde constatar, havia mesmo um dolorido galo lá.

- E como fizeram comigo?

- Eu conjurei um pijama meu e o vesti, senhor Duarte. Fiz com que levitasse e o trouxemos até aqui, em silêncio. - Snape não podia deixar de sorrir. Aquele homem imenso agindo como criança e dando escândalo em Hogwarts era cômico. Normalmente ele teria deixado-o sozinho, caído no chão e ainda mandaria um Trasgo acordá-lo, mas ele achou tudo muito engraçado, especialmente porque Flora estava lá e também achou graça em tudo.

Eles terminaram seu desjejum e Duarte tomou banho e se arrumou, quando voltou para o laboratório encontrou Snape e Flora envoltos em suas experiências. Ele percebeu que o professor não era bem como Flora havia lhe contado. Ele não o achou demasiado sério e nem ríspido, Snape lhe pareceu até simpático e afável.

- Flora! - chamou Duarte, mas ela e nem Snape ouviram, então ele saiu de fininho das masmorras e foi andar pelo castelo. Ele perambulou por salas e corredores até que abriu um aporta e percebeu que era a biblioteca (o último lugar que ele queria estar), ia saindo, mas alguém o chamou.

- Senhor Duarte! - era Hermione - Bom dia!

- Bom dia, Hermione, chame-me apenas de Duarte.

- Sim, Duarte... Está gostando de Hogwarts?

- Não pude ver muita coisa ainda, mas achei Hogwarts bastante interessante. - Duarte sorriu e se aproximou mais de Hermione - Por acaso se incomodaria de me levar aos jardins? Não conheço bem o caminho.

- Claro que levo. Imediatamente! - Hermione o levou toda contente aos jardins, no caminho foi encontrando outras garotas que para sua tristeza disseram que por acaso iam para os jardins e os seguiram.

Nos jardins, Duarte ficou conversando e jogando charme para cima delas enquanto procurava por Jeanie. A planta se escondeu dele enterrando-se toda na terra, mas ele a encontrou.

- Ahá! Achei você sua fujona. - Duarte começou a desenterrá-la e a puxou pelo bulbo - Não sabe como fiquei preocupado, eu a procurei por dias, se Flora não me avisa eu teria ficado louco... Nunca mais faça isso, OK? - ele não entendia o que a planta lhe dizia, mas sabia que ela o entendia muito bem. Jeanie se balançou concordando - Isso mesmo! Tem que ser obediente! É assim que o papai gosta! - ele deixou a forçada expressão séria e sorriu - Agora vem cá, minha querida... me abraça. Obrigado por ter me ajudado ontem, se não fosse por você eu estaria jogado nos portões até agora. - Jeanie se enroscou nele e fizeram as pazes.

As garotas acharam o jeito dele com a planta "lindo", Duarte aproveitou e voltou a conversas com elas contando sobre o Brasil. Como estavam sob o sol quente ele sentiu calor e tirou seu casaco e a camisa, ficando apenas com uma camiseta de mangas curtas que mostrava o contorno de seus músculos. As garotas deliraram, começaram a rir e falar mais alto enquanto ele jogava mais charme e paquerava todas elas.

- O que é isso?- indagou Snape percebendo o alvoroço do lado de fora.

- Acho que sei o que é. - disse Flora. Ela foi até uma pequena janela da sala e chamou por Jeanie, em instantes a planta surgiu. - Onde está Duarte?... Nos jardins... Ah... Entendi... hum... Obrigada, querida. - a planta se foi e Flora se voltou a Snape - Duarte está nos jardins e, como sempre, rodeado por garotas, por isso o alvoroço. Ele está querendo chimarrão, vou fazer para ele e levar até lá. - Flora retirou da mala de Duarte uma cuia, um pacote de erva e começou a preparar o chimarrão enquanto explicava a Snape o que era.

- Pronto! Ficou bom. - disse Flora experimentando - Prove professor, mas cuidado que é muito quente. - Snape experimentou o chimarrão.

- É bom, Flora e... diferente. Realmente há coisas fascinantes no Brasil. Cada vez que me mostra algo de lá fico com mais vontade de conhecer o país.

- Então vou cobrar uma visita sua, professor Snape. Vem comigo aos jardins?

- Claro! - eles saíram das masmorras e foram aos jardins. Duarte distraía as garotas e nem percebeu os dois chegando.

- Flora! Professor Snape! - exclamou Hermione enrubescendo. Duarte se virou a eles.

- Flora, obrigado! - ele pegou a cuia e beijou o rosto dela. Duarte provou o chimarrão - Barbaridade... Está ótimo, do jeito que eu gosto, sempre quente. Querem provar meninas? - elas aceitaram, cada uma delas tomou a bebida fazendo careta, acharam amarga e quente demais - O senhor gostou, professor?

- Sim, senhor Duarte.

- Bah... por favor, chame-me apenas Duarte.

- Sim, claro, mas... vocês se tratam sempre pelo primeiro nome. Por que então se apresenta pelo sobrenome? Flora também só o chama assim.

Flora começou a rir e Duarte enrubesceu e a olhou encabulado.

- Pára, Flora... - Duarte parecia realmente constrangido e Flora o abraçou.

- É que o nome dele, aliás, os três nomes dele, professor, são um tanto estranhos. Mesmo para o Brasil. - Flora ria mais ainda - Ele não os usa nunca e só assina as iniciais.

- Mas um nome não pode ser tão ruim assim. - afirmou Snape. Flora ia dizer algo, mas Duarte a impediu tapando-lhe a boca com as mãos.

- Ah, pode sim! E não se atreva a contar, flor.

Flora balançou negativamente a cabeça e ele a soltou, neste momento chegou Sprout.

- Que bom encontrá-los aqui. - Sprout abraçou Flora - E você também, Snape. Eu gostaria que viessem a minha sala, como o senhor Duarte trabalhará com poções aqui acho que poderá ajudá-lo. Se bem que... já tem feito isso por Flora. Ai,ai... - suspirou Sprout olhando para Duarte - Por que os altos sempre se especializam em poções? - Duarte sorriu, ele era realmente alto, tinha um metro e noventa, uns cinco centímetros a mais que Snape - Desde o pai de Flora, que era bem parecido com você que só vejo Herbólogos baixinhos... Vamos?

- Claro, professora, mas... - Duarte se voltou para as garotas, apenas Hermione estava lá e segurando a cuia - Onde foram as outras?

- Para a ala hospitalar. - Hermione entregou a cuia a Duarte - Beberam com muita pressa e queimaram a boca.
- Então vocês já sabiam que Duarte viria?

- Sim, Flora. Recebi uma carta avisando quando ele chegaria, avisei Snape e pedi segredo. Seu amigo queria fazer surpresa, mas pensei que ele só chegaria hoje à tarde.

- Surpresa! - exclamou Duarte abrindo os braços. Flora o abraçou - A Associação pediu que eu viesse auxiliá-la e... tome a carta da diretoria, flor... - ele entregou um envelope a ela - Eles também querem saber melhor as necessidades dos colégios e como o melhor professor de poções está aqui em Hogwarts - Snape ficou sem jeito com o elogio - conversaram com Dumbledore e me pediram para trabalhar diretamente com ele.

- Bem... eu quase não via Flora, agora então... - Sprout fitou Flora fingindo aborrecimento - Ela vai se mudar de vez para as masmorras. - Flora corou - Quero que fique à vontade, Duarte. Flora já conhece tudo aqui e lhe mostrará as estufas. Acho melhor que fique acomodado em Sonserina já que passará a maior parte do tempo com Snape nas masmorras.

- Não! É melhor que ele fique direto nas masmorras, professora Sprout. - disse Flora olhando para Duarte - Não creio que seja bom deixar Duarte junto dos alunos e "alunas"... - Flora enfatizou o "alunas" - Sabe ele é muito... "prestimoso" e vai acabar por fazer o dever dos alunos, principalmente dos alunos dos últimos anos. - Duarte olhou para o teto como se aquilo não fosse com ele.

- Se Snape concordar...

- Claro, Sprout... realmente acho melhor mesmo, assim o trabalho rende mais.

- Ótimo então! Todos nas masmorras! - exclamou Sprout - Mas, por favor, Flora... Não se esqueça de mim. - a garota a abraçou sorrindo.

Flora continuou suas pesquisas e Duarte foi observar as aulas e desenvolver poções com Snape. Flora agora tinha dois assistentes, competentes e dedicadíssimos, ao trabalho e a ela. Sem falar de Neville que sempre que podia a acompanhava às estufas.

- Isso mesmo, Neville, fez com perfeição, querido... O estilete é bastante sensível e mais fácil de danificar que o estigma, mas você é muito habilidoso com as plantas. A professora Sprout tem razão, você é o melhor aluno dela.

- Pelo menos em Herbologia vou bem, Flora. Nas outras matérias sou um fiasco, não faço nada direito, sou atrapalhado, esquecido e incompetente.

- Não fale assim, Neville. Quando eu era estudante também era bastante atrapalhada e fora Herbologia minhas notas não eram nada maravilhosas.

- Mesmo, Flora? Como eu?

- Bem... nem tanto, mas melhorei bastante e com o tempo você também irá.

- Tomara! Não agüento mais o deboche dos outros alunos, eles me fazem sentir muito mal e sem falar na perseguição do Snape. Eu o odeio.

- Não fale assim do professor, Neville. Ele é meu amigo... Sei que ele é rígido, mas é para o bem de vocês.

- Bem? Acho que não, Flora, mas é melhor não discutirmos sobre...

- Ei... Boa tarde Flora, boa tarde Neville. - cumprimentaram Harry e Rony entrando na estufa - Sabem da novidade?

- Não! Qual?

- Dumbledore anunciou que Hogwarts foi eleita o melhor Colégio de magia e bruxaria novamente e em comemoração haverá um baile no próximo sábado... Os professores avisaram as Casas. - explicou Harry

- Como não os vimos no castelo, achamos que vieram para cá e viemos contar. Legal, não?

- Sim, é maravilhoso. Adoro bailes, sempre que havia um no Colégio da Amazônia eu e Duarte íamos. Adoro dançar!

- Bem, Flora, como não sabia do baile até agora, quer dizer que ainda não tem par. - observou Harry - Será que... bem... você deve ir com Duarte, não?

- Provavelmente, Harry. Por quê?

Harry e Rony fizeram uma cara de desagrado.

- Nada não... - disse Rony - É que Hermione perguntou dele.

- Entendo garotos. - realmente ela entendeu.
- Olá, Neville! Como está!

- Bem, Duarte! Você está indo para as masmorras?

- Ao contrário, Neville, acabo de vir de lá. Acabei de assistir uma aula e agora vou esticar as pernas antes do almoço. E você, aonde vai?

- Ao jardim, vou me encontrar com Rony e Harry.

- Posso ir junto?

- Claro! Vamos. - os dois seguiram aos jardins, mas no meio do caminho encontraram com alguém.

- Senhor Duarte. - era Draco Malfoy escoltado pelos seus dois capangas - Eu gostaria de lhe falar... - Draco olhou para Neville - Em particular. Poderia me acompanhar?

- Estou um pouco ocupado agora, Draco. É urgente?

- Bem... vou falar na frente desse aí mesmo, ele mal consegue lembrar do próprio nome.

Neville ficou vermelho e Duarte apertou os olhos medindo Draco.

- Eu gostaria de saber se pode me ajudar a ir com a senhorita Sommer ao baile já que o Snape disse que vocês não estão namorando.

- Flora? Bem... você a convidou?

- Ainda não, gostaria que você falasse com ela antes. Sabe, eu não quero ir com qualquer uma, parece que ninguém aqui está a minha altura. As garotas são todas desconjuntadas, esquisitas ou infantis. Quero ir com uma mulher de verdade, que seja bonita e que tenha classe. Acredita que as melhorzinhas do Colégio são sangues-ruins? É um absurdo! Aliás, absurdo maior é esse idiota do Longbottom estudar aqui. Não deveria andar com ele por aí. - Malfoy se aproximou de Duarte - Homens como nós, louros, nobres e de sangue-puro não devem se misturar com esse tipo de gente. - Duarte ouviu aquilo tudo em silêncio, cruzou os braços e respondeu a Malfoy.

- Minha mãe era trouxa.

Malfoy arregalou os olhos.

- E a mãe de Flora também.

Malfoy engoliu em seco.

- Acho melhor que vá pedir direto a Flora, mas se quer saber ela já tem acompanhante. - Duarte deu as costas a Draco e saiu com Neville - Vai falar com ela Draco.

- Nossa, Duarte, ele ficou mais branco que de costume.

- Ah, Neville... eu vou fazer esse guri cair do cavalo.