Capítulo 7 - Os desastres de Flora

- Entenderam então, não é Harry... Rony?

- Sim, Duarte, entendemos. Fique tranqüilo, Rony e eu "ficaremos de olho", secretamente.

- Valeu, guris! Já conversei com os alunos do primeiro ao quinto ano e eles também concordaram em me ajudar. Só falta com os do sétimo, ninguém além de nós pode saber, hein... Se a Flora descobre... me mata. Sabem como são as mulheres... Sempre querendo ser independentes... Não reconhecem que precisam de nós, homens, para proteger e cuidar delas.

- Pode deixar, Duarte, nós o vigiaremos para você.

- Obrigado, Rony, agora devo ir, assisto a última aula de Poções.

- Sabemos. É conosco, vamos com você.
- Agora, - dizia Snape a classe - qual erva acrescentaremos à Poção do Esquecimento para que ela se torne Poção da Memória? - Hermione ergueu o braço - Alguém sabe? - insistiu Snape ignorando-a - Ninguém? - ela balançava o braço freneticamente - Bem, talvez um rolo de pergaminho inteiro de redaç... - Snape se calou. Ele viu algo que nunca vira em sua vida... Neville Longbottom erguendo o braço voluntariamente para responder sua pergunta.

- Senhor Longbottom. - sibilou Snape deslizando até ele - Diga-nos que erva acrescentaremos.

- É-é-é aa... Gin-gin-ginko-ko-ko-alia, professor... a Ginkoalia - Neville tremia da cabeça aos pés. Snape se aproximou mais dele.

- Há duas variações delas, explique.

- Há a-a-a feminina, mais fraca, ela tem os óvulos nus, presos a depicelos e há a masculina, com grande número de estames, cada qual com dois sacos polínicos inseridos no eixo, isso a faz mais forte.

- Onde é encontrada? - indagou Snape contrariado com as respostas certas de Neville.

- Na Ásia, professor, especialmente no Japão.

Snape apertou os olhos e trincou os dentes.

- Classifique.

- A Ginkoalia é uma Gimnea.

- Por quê?

- Porque... porque ela... ela... é como as Gimneas que têm o caule normalmente desprovido de vaso no xilema e ainda faltam células companheiras no floema, onde acorrem células crivadas em vez de tubos crivados. - uma resposta digna de Flora, ninguém entendeu "lhufas" e até Hermione "boiou".

- E...? - insistiu Snape

- E...e... ela... ela é uma Pterófita! - concluiu Neville suando frio. Snape colocou as mãos na bancada e se inclinou um pouco sobre o garoto.

- Em que livro o senhor viu isso?

- Em... em... em... livro algum p-professor. A Flora me ensinou. (Ahá!) - Snape trincou os dentes novamente, seus olhos faiscaram e se inclinava cada vez mais sobre Neville. Duarte que nunca se metia nas aulas e somente observava, notou a expressão assassina de Snape e pigarreou alto e insistentemente.

- Desculpe, professor. - disse Duarte batendo no peito. Snape se afastou de Neville, foi até sua mesa, pegou um ramo de ervas e voltando ao garoto sem deixar de fitá-lo, jogou o ramo ao lado do caldeirão.

- Faça! - ordenou Snape.

Neville começou a tremer todo. Responder as perguntas até que não foi tãããão difícil, pois eram de Herbologia (avançadíssima,claro!), foi só superar o medo de Snape, mas fazer a poção... (terrível, terrível, terrível) ele não conseguiria, mas como não tinha opção teve que ao menos tentar. Ele, que fizera (graças a Deus) a Poção do Esquecimento com Hermione, começou a picar os ramos da plantinha no tamanho adequado retirando a fina película que os envolvia, depois ele os acrescentou a poção e começou a mexê-la rapidamente. Quando achou que estava pronta chamou o professor.

- Pronto, professor Snape.

Snape se aproximou do caldeirão e o observou borbulhar.

- Tsc, tsc, tsc... - fez Snape balançando a cabeça. Ele olhou para Neville e deu dois passos para trás. Foi o tempo da poção explodir lambuzando pela milésima vez Neville Longbottom - O senhor Longbottom "esqueceu" que a Poção do Esquecimento não deve ser mexida até mudar de cor e aí se tornar a Poção da Memória. Menos cinco pontos para Grifinória. - Hermione se indignou.

- Ei, e quanto às respostas certas dele. Eram difíceis e ele acertou todas elas mesmo sem ser matéria deste ano.

- Por isso menos lhe tiro somente cinco pontos, senão seriam vinte pontos a menos. - Snape se aproximou dela - E cinco pontos a menos para a senhorita pelo atrevimento. Agora... tome este lenço... ajude seu amigo a se limpar.

Hermione estranhou a atitude de Snape, mas pegou o negro lenço que o professor lhe oferecia e passou no rosto de Neville.

- Áááááááh... - gritou Hermione ao ver o rosto de Neville - O rosto dele... o rosto... "cadê" o rosto? - a sala toda se alvoroçou. Neville virava de uma lado para o outro e todos gritavam ao vê-lo. Menos Snape que sorria malévolamente e Duarte que se virava para a parede com as mãos na boca tentando abafar seu riso.

Neville estava sem rosto, sem olhos, sem nariz, sem boca, sem bochecha, sem sobrancelhas, sem nada. Havia somente uma redonda e lisa bola (ele era bem gordinho) no lugar de seu rosto.

- O que houve? - indagava Neville passando a mão no "rosto" - O que aconteceu? Não sinto nada de diferente. Como estou?

Hermione tentou manter a calma e tocou o "rosto" de Neville.

- "Ué"... está tudo aí... o nariz, a boca, os olhos...

- Ái, meu olho!

- Desculpe, Neville... professor, o que houve?

- Poção do Apagamento, senhorita Granger... é o que acontece quando a Poção do Esquecimento se estraga. Achei que fosse inútil... mas vejo agora que é muito boa para tirar a expressão idiota do rosto de alunos idiotas. Não se preocupe senhor Longbottom, embora não possa ver seu rosto ele está aí. O efeito passa em três dias, mas se quiser Madame Pomfrey tem o antídoto.

- Eu o levo até lá, professor. - ofereceu-se Duarte - É Poção Reveladora, não é?

- Sim, é, Duarte. - concordou Snape e se voltou aos alunos - Para que isso não se repita mais quero que me entreguem na próxima aula uma redação de três rolos de pergaminho sobre as poções que afetam a memória. E não quero ver ninguém perturbando a senhorita Sommer ou o senhor Duarte sobre isso. Estão todos dispensados, menos a senhorita Granger que vai limpar a sujeira de seu colega.

- Vem, Neville. Eu te levo. - Duarte levou Neville para fora da sala - Tome, coloque este lenço sobre o rosto. Não vai querer que mais ninguém saia gritando ao te ver, não é?

- Eu sabia, eu sabia, Duarte... Na aula do Snape eu sempre arrumo confusão e faço Grifinória perder pontos. Sou um desastre ambulante.

- Que é isso, Neville... Não fique assim, tchê. Nem tudo na vida sai como a gente quer e... ei,ei, fica quietinho, a Flora vem vindo.

- Como sabe?

- Pelo cheiro, claro... ela está chegando...

- Olá, Duarte! A aula já termin... Neville? O que houve?

- Nada não, minha prenda. Só estamos fazendo uma brincadeira. O Neville tapa o rosto com o lenço, eu vou me esconder e depois de dois minutos ele vem me procurar.

- Dãããã... Você não está um pouco grandinho para esse tipo de brincadeira? Não devia ficar zombando de Neville, Duarte - Flora retirou o lenço de Neville e levou um susto tremendo - Áááh... Neville. O que houve?... Duarte, o que aconteceu com ele?

- Nada não, minha dedaleira, foi apenas um acidente na aula, nada sério.

- Acidente, Duarte? - disse Hermione chegando - Isso foi obra do Snape, Flora. Ele fez isso com Neville só porque ele acertou todas as perguntas na aula. Aquele... tirano. Ficou fazendo perguntas que ele sabia que ninguém na sala sabia a resposta, mas Neville as respondeu e ele, claro, se vingou... de Neville e de toda a sala, até quem não tinha nada a ver com aquilo foi punido. Teremos que fazer uma redação de três rolos de pergaminho sobre as poções que afetam a memória... Cretino, fez igual quando substituiu o professor Lupin três anos atrás. Eu até que não ligo de fazer a redação, mas...

- Com licença! - pediu Flora e saiu para a sala de Snape.

- O que houve com ela? - indagou Hermione. Duarte apenas ergueu os ombros e a observou partir.

- Olá, Flora. - cumprimentou Snape ao vê-la entrar em sua sala - Conseguiu as raízes de urtiga que cospe fogo?

- Sim, professor Snape. Consegui. - Flora colocou sua valise sobre uma mesa - Professor... O que houve com Neville Longbottom?

- Aquele garoto atrapalhado? Bem, como sempre fez a poção de forma errada e ela explodiu nele apagando seu rosto, mas não é nada de grave. Duarte o está levando a Pomfrey, ele ficará bom em minutos. - Flora deu um sorriso torto.

- Eu também era um desastre em suas aula, não? Vivia derrubando as coisas ou explodindo as poções.

- É verdade, Flora, mas nem tanto como Longbottom e você tinha um certo... charme ao provocar desastres.

- Charme? Com desastres? - Flora começou a rir - Como isso é possível?

- Você não causava desastres comuns, Flora. Você sempre fazia uma novidade. - Snape começou a se lembrar dos desastres que causara com certa satisfação no rosto - Em uma ocasião, no quarto ano, atrapalhou-se toda com os ferrões de Gira-Gira, triplicou a quantidade na Poção de Levitação e em vez da poção ficar roxa e visguenta, ela virou um vapor vermelho que se espalhou por toda a sala de aula.

- É mesmo! Havia me esquecido disso, a sala ficou daquele jeito por quatro dias e o vapor foi ficando meio sólido, podia-se até se subir nele... O senhor se lembra quando no meu quinto ano pediu para fazermos a Poção contra Fungo de Pé? Em vez de eu colocar um nadinha de pimenta de cheiro, como sempre me atrapalhei e coloquei "tudinho" que havia no pote e deixei cair uma dose de secreção de Erupente dentro do caldeirão.

- Foi horrível aquela ocasião, Flora. - lembrou-se Snape sorrindo - A poção explodiu com muita intensidade e lambuzou a todos na sala, inclusive a mim. - Flora corou envergonhada - Se fosse só por isso... mas cada um que foi atingido pela poção ficou com um cheiro diferente, dependendo de seu estado de espírito.

- É verdade, lembro-me que Jeremy Lubock da Corvinal ficou cheirando a meia suja. - disse ela fazendo cara de nojo.

- Peter Weihe a abóbora cozida.

- Mirian Stockley a limão.

- Francis Clewer a estrume de dragão, ele adorava colocar bombas por aí.

- Gary Levant a chocolate, ele vivia comendo um.

- Mas a que ficou melhor foi você, Flora... não podia ser outra coisa senão flores.

- O senhor nos mandou para a ala hospitalar e foi preparar um antídoto. Ficamos o dia todo daquele jeito. Alguns tinham cheiros insuportáveis e... a maioria enjoou e vomitou... foi horrível.

- Você foi a única que não quis tomar o antídoto, por isso tem esse cheiro até hoje.

- Pelo menos alguém tinha que aproveitar aquilo, não. - brincou Flora. Snape riu - Mas, professor... me diga... A que o senhor ficou cheirando? Não deu para saber naquela ocasião.

- É melhor eu não lhe contar, Flora... Mas sabe qual é o desastre que você causou de minha predileção?

- Hum... Não faço idéia. - Flora se aproximou de Snape sorrindo.

- Foi quando fez a Poção de Pintar os Cabelos... ela era para ser passada nos cabelos e você a bebeu.

- Aquilo foi horrível, eu fiquei toda cor de rosa e ainda estava resfriada.

- Sim, cada vez que espirrava você mudava de cor. Lembro-me da detenção... rosa, azul, vermelho, amarelo... mas você ficou melhor de verde que definitivamente é a sua cor.

Flora riu de todas essas lembranças.

- O senhor tem boa memória, professor. Depois de tanto tempo se lembrar disso tudo... ainda mais sendo eu... uma aluna apagada.

- Você nunca foi apagada, Flora. - Snape segurou a mão dela - Era... apenas, mal interpretada. - ele a fitou longamente - Venha... vou te mostrar um álbum de fotografias de antigos alunos daqui.

Flora se acomodou no sofá, Snape pegou o álbum e se sentou do lado dela.

- Veja... é a sua turma do primeiro ao sétimo ano... mas o último foi sem você.

- Ah... há tempos não via uma foto deles... nunca mais vi nenhum deles depois que saí daqui... nossa... eu andava sempre com essa cara de choro?

- Quase sempre... esta foto foi tirada após vocês receberem as notas de Poções.

- Agora me lembro... tirei sete e meio. O senhor me deu o maior sermão, não admitia menos que oito... Como eu era magra... Veja o Gary... sempre comendo algo. Sabe o que aconteceu com ele?

- Explodiu!

- O quê?

- Parece que comeu um sapo de chocolate sabotado que encontrou em uma mesa em um bar árabe... tsc, tsc, tsc... eu sempre disse a ele que em dia a gula iria o matar.

- Que horror! A professora Sprout... sempre alegre... ei... eu me lembro desse aqui... - ela apontou para uma foto com alunos de outra turma - Clint Horsth, era Sonserino, dois anos mais velho que eu e vivia pegando no meu pé, andava atrás de mim, me infernizava o tempo todo e adorava me encurralar nos cantos do castelo até eu gritar apavorada de medo dele... nunca entendi o porque.

- Não era óbvio?

- Óbvio? Como assim?

- Horsth era apaixonado por você, Flora. Como não lhe dava atenção, ele tentava fazer com que você olhasse para ele, mesmo que de uma forma... aborrecida.

- Eu nunca percebi nada... - admirou-se Flora - Aliás, até hoje... sou um pouco lerda para perceber esse tipo de coisa, sabe? - Snape deu um meio sorriso. Ficaram olhando as fotos por minutos a fio, até que chegaram à turma de Snape. Ele fechou o álbum e se levantou.

- Ah... deixa eu ver... por favor...

- Não, Flora, você não vai gostar, as fotos são muito ruins e... - Flora começou a correr atrás de Snape que tentava tirar o álbum do alcance dela, mas com a proximidade dela Snape se desconcertou e a deixou pegá-lo. Ela voltou a se sentar e sorrindo abriu o álbum.

- Aqui... - Flora apontou para a foto - O senhor com... onze anos... que gracinha... - Snape ficou vermelho - Com doze... treze... na formatura... ei, é o Remo, não é? - ela indagou sorrindo.

- Sim... é Remo Lupin. - respondeu Snape aborrecido.

- Pobrezinho... sempre abatido... Sírius... aqui ele parecia mais alegre, também, doze anos em Azkaban... esse aqui só pode ser Tiago Potter. Harry é igualzinho a ele. Não acha?

- É, Flora... Os dois são iguaizinhos.

- E quem é essa moça linda? Uau... que olhos!

- Esta é Lílian Potter.

- Mãe de Harry? Por isso que ele tem aqueles olhos lindos... Este aqui que fica sempre perto de Remo, Sírius e Tiago... é Pedro Pettigrew, não?

- Sim, é ele mesmo.

- Traidor... - disse Flora entre os dentes.

- Acredita mesmo nisso, Flora?

- Claro, Sírius não mentiria sobre isso e Remo menos ainda.

- Fez grande amizade com eles, não?

- Sim, especialmente com Remo. - Flora sorriu - Ele... ele é bastante sensível e gentil. Até Duarte que morre de ciúmes de mim com outros amigos gostou dele. Conheceram-se no ano passado e ficaram amigos também, mas ele se deu bem mesmo foi com Sírius, os dois são do mesmo tipo... festeiros e mulherengos. Saíam quase todas as noites, eu e Remo ficávamos em casa, não tínhamos tanta disposição quanto eles.

- Vocês dois ficavam?! É... e o que... digo, sobre o que... - Snape foi interrompido, alguém batia à porta.

- Eu atendo, professor. - Flora foi até a porta e a abriu - Richter!

- Olá, Flora. Como vai? Não a vejo há dias, quando não está aqui, você fica na estufa com aquelas mandrágoras desenterradas o tempo todo.

- É que... tenho muito trabalho e... as mandrágoras precisam tomar ar, Richter... mas o que quer aqui?

- Quero que assine o relatório que fiz.

- Não o li ainda.

- Então leia, assine e me entregue. Tome, dê este a seu amigo.

- É só isso, Richter?

- É, Flora... - Richter viu Snape o encarando no fundo da sala - Professor Snape! - exclamou ele entrando - Como vai?

- Bem, senhor Richter. - Snape se aproximou e ficou ao lado de Flora

- Como aquele exibicionista tem ido com as aulas e com o serviço do laboratório?

- Duarte? Muito bem, ele não atrapalha e é muito dedicado ao trabalho. Assim como Flora.

- Realmente... Flora é bastante dedicada ao trabalho... e a seus amigos também.

- Duarte deve chegar a qualquer momento, Richter. É melhor que vá, não quero confusão.

- Claro, Flora. Tudo o que você quiser, mas... diga a ele que está atrasado no cronograma.

- Não está não, Richter. Duarte está adiantado e...

- O cronograma foi mudado.

- Mudado? Como? Não nos informaram de nada e...

- Eu o mudei... há dois dias, devem receber uma carta da Associação em breve.

- Por que você fez isso?

- Ele é necessário no Brasil... tem que terminar todo seu serviço em trinta dias e voltar para lá. - Richter foi para a porta - Mas não se preocupe, Flora, você tem todo o tempo do mundo. Até mais.

- Mas que... que... Como ele ousa? - Flora estava indignada - Duarte vai ficar possesso, terá que fazer tudo correndo.

- Esse Richter tem todo esse poder na Academia, Flora?

- Tem, professor. A Diretoria é que lhe deu. Ele é competente, mas... às vezes irritante. Adora pressionar Duarte.

- Sabe que ele faz isso por ciúme e vingança, não sabe?

- Sim, mas... não é porque ele mistura as coisas que vamos fazer o mesmo.

Neste momento Duarte abriu a porta e entrou como um furacão na sala. Pela cara dele Snape e Flora perceberam que ele encontrara com Richter.

- É verdade o aquele cretino acabou de me contar, Flora?

- Sim, Duarte. É verdade.

- Canalha! Você bem que podia dar um jeito nisso, Flora.

- Ah, Duarte! Sabe o que penso sobre isso... o melhor agora é trabalhar mais e cumprir o prazo.

- Bah... Fazer o quê? Professor, Neville já voltou ao normal, eheheh... Ele causou espanto daquele jeito. Uma vez eu fiz aquilo com um colega meu, foi trilegal. Eu não suportava a cara dele, acho que devia jogar um pouco em Richter.

- Ai, Duarte, não arruma encrenca não. Vamos trabalhar.
- Neville Longbottom! Eu soube o que aconteceu ontem. Está melhor?

- Sim, senhor Richter, estou. Obrigado.

- Tem algum lugar em que possamos conversar a sós?

- Tem sim, vamos até o último jardim. Quase ninguém vai lá. - Neville levou Richter até o último e isolado jardim

- Olha, Neville... o que eu consegui para você. - Richter mostrou um vaso a ele.

- O que é isso?

- É uma Shelflera Arco-Íris.

- Nunca ouvi falar.

- É porque é rara, Neville, foi descoberta recentemente e ainda não saiu sua publicação. Ela dá um arbusto baixo e de folhagem miúda, mas a cada dia a folhagem muda de cor e à noite ela solta um brilho intenso e fica toda iluminada.

- Que legal!

- É fantástico de se ver, Neville. Eu tive trabalho para conseguí-la, mas aqui está ela, toda sua.

- Verdade, senhor Richter?

- Claro! Eu não disse que o ajudaria a fazer algo que impressionasse os outros? Tome aqui, são as instruções de como cuidar dela.

- Nossa! É bastante complicado, e requer cuidados especiais, água e solos apropriados... por sorte tem aqui em Hogwarts. Sabe que o solo de Hogwarts é raro? Só existem mais dois assim no mundo, no Brasil e na França.

- É mesmo? Nossa! Então tivemos sorte, seria complicado mandar vir terra do Brasil ou na França sem que ninguém percebesse. Acha que pode cultivá-la?

- Sim, há tudo que eu preciso nas estufas. Se eu pedir à professora...

- Mas, Neville, não pode contar a ela, senão estraga a surpresa e sem falar que aí o mérito não será apenas seu. Há muita coisa nas estufas, ela não vai reparar se você pegar um pouquinho de adubo e vitaminas.

- É mesmo.

- Então, Neville, esse será o nosso segredo. Boa sorte.

- Obrigado, senhor Richter.