Capítulo 10 - O arrastapé

- Esta não... esta não... esta não... - dizia Duarte jogando as roupas de Flora para cima - ... esta também não... Flora... "cadê" tuas roupas, mulher? Só trouxe estas roupas de freira... não que você não pudesse ser uma... mas...

- Aaaah, Duarte! Olha só que bagunça! Coloque tudo de volta no armário e pode deixar que eu sei me arrumar sozinha.

- Não vou colocar nada no armário e sim na mala.

- Na mala?

É... já conversei com o professor Snape. Você vai para as masmorras, ontem nós arrumamos uma delas para você, ficou trilegal. Assim eu fico mais tranqüilo em deixar você aqui com aquele Richter.

- Por que você fez isso, Duarte? Você sabe que...

- Eu sei, flor... melhor do que ninguém... mas o importante é que o professor irá te proteger se aquele cafajeste tentar outra vez te enfeitiçar.

Flora andou pelo quarto recolhendo suas roupas, ela viu seu diário em cima de uma mesa, sentou-se na cadeira e o abriu.

- Teu manual de conduta... - Duarte de ajoelhou ao lado dela - Tu fizeste tudo certo, Flora... tudo.

- Acha mesmo? Ainda sou meio desastrada.

- Sedutoramente, encantadoramente, charmosamente desastrada.

- Acredita que o professor Snape me disse algo assim? - Flora folheou seu diário que era bem maior do que parecia - Disse que eu causava desastres com charme.

- Barbaridade! Já está com mais de vinte mil páginas, flor.

- É minha vida toda que está aqui, Duarte. Ainda bem que ganhei essa capa dura de Remo, assim o diário parece menor e mais leve do que realmente é. - Flora retirou a foto do diário e a beijou.

- Pára de babar nesta foto, Flora! Já cansei de te ver assim... Te dei várias oportunidades de se declarar a ele... vivia deixando vocês dois sozinhos e...

- Duarte! Sabe que ele nem olha para mim, pelo menos não do jeito que eu gostaria... Ele é tão bom para mim... - ela começou a lacrimejar, mas se conteve.

- A Flora não chora!... é... A Flora não chora!... sabe que não precisa ter vergonha comigo, Flora... pode chorar.

Ela o abraçou com força.

- Sabe que não tenho vergonha de fazer nada com você, Duarte.

- Não?... eheheh... então vai tirando este vestidinho, vai...

- Seu bobo! - Flora o empurrou sorrindo - Ai, ai, Duarte... o que seria de mim sem você?

- Provavelmente mais uma desastrada desengonçada e com complexo de rejeição, creio eu. - ambos riram - Mas você é linda e maravilhosa e pode ter qualquer um a seus pés quando quiser, por isso... - Duarte se levantou - Vamos começar a nos arrumar, temos que arrasar em Hogsmeade esta noite, irmãzinha.

- Tudo bem, mas eu escolho a roupa e...

- Nã-nã-ni-nã-não, eu ajudo. Pode tratar de arrumar uma roupa bem "maneira" para ir. Lá no Brasil sim você sabia se vestir.
- Já vi os outros professores e estão todos indo, professor Snape, é só esperarmos Flora chegar e poderemos ir também.

- Por que ela está demorando tanto? - indagou Snape tão ansioso quanto um noivo em dia de casamento - Ah... esqueci-me, isso é costume das mulheres.

- Ah, não... Flora é pontualíssima... é que ela teve um probleminha com as roupas.

- Duarte! - exclamou Flora entrando na masmorra com uma capa que lhe cobria da cabeça aos pés e uma cara muito zangada - O que fez com minhas roupas?

- Eeeeeeu? Nada, flor! Por quê? (cínico)

- Por quê Porque não importa qual eu coloque... ela muda em meu corpo. O que fez?

- Nada não, minha flor d'anajá. Sabe que não sou muito bom com esse tipo de feitiços.

- O senhor andou ensinando algo do tipo a ele, professor?

- Não, Flora. Mas o que houve realmente?

- Bem... eu estava me vestindo no quarto... estava prontinha, quando de repente a roupa que coloquei encolheu, se modificou, ficou... ah... ficou diferente e inadequada. Eu troquei e aconteceu a mesma coisa com as outras. O que fez, Duarte?

- Nada! Não fiz nada, eu juro!

- Então por que minhas roupas ficam parecendo roupas de tango?

- Tango!? Tango!? Mas eu falei para o professor Flitwick que queria roupas de dançar forró e... êpa... eheh... - Duarte se entregara - Fora querida... sabe como é né... não me olha assim, flor... eu...

- Ah, Duarte! Eu sabia que tinha o seu dedo nisso... desfaça o feitiço agora.

- Iiiii... pode esquecer, Flora... não faço a mínima idéia de como fazê-lo. O professor Flitwick é quem fez, mostrei umas fotos a ele e deixei por conta - Duarte se aproximou dela - Deixe-me ver... - e abriu a capa - Ah, Flora! Tu está linda e a saia não está tão curta.

- Para o Brasil, não, mas para aqui está.

- Olha, vamos pedir a opinião de alguém daqui... - Duarte arrancou a capa de Flora fazendo-a corar - E então, professor... O que acha? Está muito curta?

- É... é... eu... - Snape achou curta sim, mas gostou bem.

- Se estivesse curta ele diria, Flora... viu?... professor... ela usa umas bem menores que esta lá no Brasil, o senhor precisa ver que coisa de louco... ai, Flora!

- Cale-se, Duarte! Professor... o senhor pode desfazer o feitiço?

Duarte começou a saltar atrás de Flora, balançando os braços e a cabeça negativamente, Snape ficou sem fala.

- E então, professor?

- Flora eu... - balbuciou Snape. Duarte pulava e gesticulava mais ainda.

- Pode? - insistiu ela.

- E-eu...

Duarte se ajoelhou e pôs as mãos em posição de súplica.

- Não! - disse Snape finalmente - É... o feitiço parece bem complicado...

- Viu, Flora? - disse Duarte já de pé - Flitwick é expert neste tipo de feitiço, ele já foi, mas não te preocupa não... à meia noite o feitiço passa e tu volta a ser uma abóbora.

- Rá... rá... rá... muito engraçado, Duarte. Flora colocou sua capa novamente - Chegando lá eu peço a ele para desfazer o feitiço. Vamos!

Os três saíram da masmorra e já estavam chegando ao coche.

- Pensando bem, é melhor mesmo, Flora, que se troque.

- Por quê, Duarte? - estranhou ela.

- É porque o tempo passa... a idade vai chegando... e tu sabe não é... não tem mais dezoito aninhos...

- O que quer dizer com isso?

- Ah, Flora... todo mundo sabe que as mulheres não gostam quando a celulite aparece.

- Celulite? - berrou Flora - Eu não tenho celulite!

- Flora... eu te amo, mas tenho que te dizer a verdade... não fique assim não, prenda. Nem dá para notar que tua perna está varizenta.

- Eu não tenho perna varizenta, Duarte! Nem varizes e nem celulite!

- Não precisa disfarçar, flor e você nem fez depilação...

- Eu não tenho celulite, varize, pelo, estria, cicatriz ou qualquer outro defeito! Meu corpo é perfeito! - Flora apressou o passo - Quer saber?... Vou ficar assim mesmo!

Snape estranhou a atitude deles. Quando achou que estava entendendo aqueles dois...

- Viu só, professor... é só pegar o ponto fraco delas...
- Não se preocupe, professor. - disse Duarte saindo do coche - Escolhi só músicas boas e não é só forró não... tem romântica também, uns sambinhas, bossa nova, umas sertanejas bem dor de cotovelo, e outros tipos... Mas uma coisa eu garanto, não tem funk, axé, pagode de terno... arght... aquilo não é música.

- É verdade, professor... Duarte sabe escolher as músicas e ele é bem eclético embora esteja com fixação por forró ultimamente. Com certeza haverá uma que o senhor goste e talvez aí resolva dançar.

- Não sei, Flora. Acho que só vou olhar mesmo.

- Flora, chegamos... dá-me tua capa. - Duarte a ajudou a tirar a capa - Vai arrebentar, meu bem-me-quer.

Os três entraram no Três Vassouras. A festa já havia começado, uma música bem animada tocava e havia muita gente lá. De professores foram Sprout, Flitwick e Hagrid, os outros agradeceram o convite, mas não foram, ficaram receosos que Duarte os fizesse dançar aquela dança esquisita, mas um montão de alunos compareceu. Harry, Rony, Hermione e Neville, claro, alguns outros Grifinórios e outros tantos de Lufa-Lufa e Corvinal, sem falar dos de Sonserina, inclusive Draco Malfoy e seus capangas. Havia tanta gente lá que Rosmerta ficou perdida.

Duarte pediu para que ela abrisse o bar, improvisou uma pista de dança, contratou mais garçons, decorou o lugar "a brasileira" com muitos enfeites e cores e até mandou vir cerveja trouxa. Tudo por conta dele e ela adorou, claro. Seria mais uma convidada, mas não deixou de supervisionar tudo.

- Duarte! exclamou Rosmerta ao vê-los entrar - Flora! Severo Snape! Até que enfim chegaram, venham... reservei uma mesa para vocês. - ela os levou até a mesa e os acomodou - O que desejam?

- Ah, Rosmerta! Sente-se! Deixe que o garçom nos sirva.

- Sim, Duarte, mas... não consigo perder o costume, tenho que ir lá dentro mesmo. O que querem?

- Deixe-me ver se adivinho o que eles querem... - Duarte olhou para Flora e Snape e pensou um pouco - Vinho! - eles correram concordando - E para mim uma loira gelada, porque loira quente já tenho você, Rosmertinha querida. - Rosmerta corou e saiu da mesa toda serelepe - Ai, ai... você sentir falta desta mulher... - ele tomou um ar sonhador, mas logo voltou a ser o velho Duarte e se voltou a Snape e Flora - E aí... ficou ou não ficou bom?

- Realmente, Duarte... ficou bastante interessante. - afirmou Snape.

- Até está parecendo um barzinho brasileiro. Parabéns!

Rosmerta voltou com as bebidas, Duarte "fez uma horinha" e foi dançar com ela. Snape e Flora ficaram conversando. Os alunos queriam chegar até ela e convidá-la para dançar, mas não se atreviam. Snape lançava um olhar aterrorizante assim que alguém se aproximava.

- Ei, vocês dois...venham dançar. - Dizia Duarte rodopiando em frente à mesa com Rosmerta.

- Depois, Duarte. - era o que Flora se limitava a dizer toda a vez, até que ele se cansou de vê-la sentada e a puxou, deixando Rosmerta na mesa com Snape.

- Vem, Flora! - Duarte a levou para o meio da pista - Vamos mostrar para eles como é que se faz.

- Este Duarte é mesmo louco, não Severo?

- De fato, Rosmerta, às vezes parece, mas é uma pessoa excelente.

- Então... como vai com Flora? Vocês já...

- Nós já o quê?

- Você sabe, Severo... vocês dois... já... - Rosmerta mexia as mãos sorrindo.

- Ah, sim... já terminamos a pesquisa com as plantas nas poções. Agora só falta ela trabalhar com o Salgueiro Lutador.

- Claro, Severo. Claro! Eu não deveria esperar outra coisa de você.

- Vai, Flora, se solta! O que houve?

- Estou encabulada, Duarte. Aqui não é o Brasil... e estão todos olhando para mim.

- Claro, senhorita corpo perfeito. - disse Duarte. Flora corou - Até eu olharia. Ignora e t mexe direito, tu sabe fazer melhor.

- A Flora realmente é demais. Veja só... que sainha... que pernas...

- Agora entendi porque você não quis trazer a Cho, Harry.

- Ah, não foi por isso não, Mione. Ela disse que tinha que estudar.

- Sorte sua, ou estaria morto agora.

- Você também está gostando de olhar, Rony.

- Bem, Mione... olhar não arranca pedaço.

Hermione deu um beliscão nele que quase arrancou um.

- Ei... só estou olhando... e você que beijou o Duarte.

- Ah, Rony... aquilo não foi um beijo.

- Não? O que foi então?

- Foi uma dádiva!

Rony bufou.

A festa continuou bem animada, os alunos dançaram muito (tentaram pelo menos), até Sprout e Flitwick arriscaram alguns passinhos. Hagrid apenas bebeu e riu muito. Duarte não parou a noite toda, Rosmerta já estava ficando tonta, Flora se revezava com ela, mas ainda estava um pouco contida e ficou a maior parte do tempo conversando com Snape.

- Flora! - disse Duarte arrastando Harry até a mesa - O Harry está querendo dançar com você.

Snape encarou o garoto que ficou pálido e trêmulo.

- Claro, Harry. - Flora se levantou - Vamos? - Harry muito sem jeito sorriu e foi para a pista com ela.

- Professor, vamos fazer uma aposta?

- Não costumo apostar, Duarte. - Snape observava Flora e Harry atentamente.

- É só uma apostinha, vai... vinte galeões... mixaria... vamos... vamos... vamos...

- E em que consistiria essa aposta? - Snape não desgrudava os olhos de Harry.

- Aposto que logo que Flora voltar à mesa, Draco Malfoy virá pedi-la ao senhor para a próxima dança.

- Acho que não. Malfoy é muito orgulhoso e ficou decepcionado em saber que a mãe de Flora era trouxa.

- Mas mesmo assim ele virá. Ele tem ciúmes do Harry, não vai querer ficar para trás e ademais... Flora podia ser toda trouxa que ele ia querer do mesmo jeito.

- Está bem, Duarte... vinte galeões... na próxima dança...

- Combinado! Ele só virá quando eu sair, fique só olhando.

A música terminou. Flora agradeceu a Harry e foi para a mesa, Duarte se levantou e sumiu das vistas de Draco, passaram-se alguns instantes e foi o garoto.

- Com licença, professor Snape, mas será que eu poderia tirar a senhorita Sommer para a próxima dança?

Snape ficou surpreso.

- Claro, Draco... se ela quiser.

- Aceita, senhorita?

- Sim. - Flora se levantou e foi com ele. Após algum tempo Duarte voltou à mesa.

- Eu falei. Não falei? - Duarte comemorava. Snape sorriu.

- Realmente, Duarte... você só entra em uma aposta para ganhar. Tome... - Snape deu um saquinho de moedas a ele - Deve ter o suficiente aí, senão lhe dou o resto em Hogwarts.

- Não precisava tanta pressa, professor. - Duarte olhou para os lados, certificando-se de que ninguém o observava, tirou um vidrinho das vestes e derramou um pouco do líquido na taça de vinho de Flora.

- O que é isso, Duarte?

- Só uma coisa para animar Flora, professor.

- Acho melhor não fazer isso.

- É fraquinho... só para ela se soltar um pouco. O senhor sabe que eu não faria nada que a prejudicasse.

- Duarte...

- Eu já dei isso a ela, professor... não faz mal e é só um golinho.

A dança com Malfoy terminou, Flora voltou à mesa sorridente.

- Cansou, Duarte? Está sentado aí há quase cinco minutos. Um recorde!

- Estou esperando você, antúrio, mas antes tome um pouco de vinho, parece com sede. - Duarte ofereceu a taça a ela. Flora sorriu e bebeu o vinho. Snape engoliu em seco - Vamos? - ela concordou.

No começo Snape não pode perceber nada, mas após alguns minutos ele viu que Flora começava a se soltar e a se mexer mais e mais. Ela e Duarte dançaram muito. Pulavam, rodavam, deslizavam e voltavam a rodar. Ele a erguia e a lançava para os lados, fazia-a girar com um peão e a colhia nos braços, descendo-a até o chão. Todos olharam admirados, eles realmente dançavam muito bem e ficaram muito tempo na pista de dança.

- Ai... - suspirou Flora se sentando à mesa - Que calor! - ela pegou a taça de vinho, mas Snape a impediu de bebê-lo - O que foi, professor?

- É que... caiu um bichinho aí... tome o meu. - Flora pegou a taça de Snape e a tomou toda.

- Professor... o senhor não vai dançar?

- Acho melhor não, Flora. Onde está Duarte? - Snape olhou ao redor. Flora pegou a outra taça e a virou de uma vez só. Snape olhou para ela e percebeu que ela sorria esquisita - Você está bem?

- Claro! Vem! - Flora se levantou e o puxou pela mão - Vamos dançar!

- Não, Flora... acho melhor eu...

Flora o arrastava, neste momento a música foi trocada por outra mais lenta e tranqüila.

- Vamos, professor... essa é calminha. - Flora se abraçou a ele e foi para a pista. Snape ficou extremamente envergonhado, mas dançou com ela enquanto procurava por Duarte que desaparecera.

- Como eu ia dizendo, Rosmerta. A vida toda procurei por alguém que quisesse viver uma vida a dois comigo, uma mulher especial, companheira, que goste de mim e de fazer as coisas para mim. - dizia Duarte todo meloso - Sempre quis uma mulher prendada, boa mãe, boa cozinheira, que saiba lavar e passar sem magia, que goste de crianças, como eu... sabe... sempre quis ter muitos filhos, doze para ser mais exato. Um time de futebol trouxa completo, mais o técnico. Quero uma mulher que goste de viver na fazenda e que aprecie o cheiro do pasto. Ah... é tão bom o cheiro de estrume na relva logo pela manhã. Imagine só... a mulher se levantando cedo, antes do sol raiar para tirar o leite das vacas para os guris enquanto eu acendo o fogão de lenha. Ela sovando a massa do pão, eu selando o cavalo e olhando para ela pela porta da cozinha. Ela colhendo os ovos no galinheiro e eu dando ração para os porcos. Ela debulhando as espigas da plantação de milho e eu colocando as tripas de carneiro para curtirem... Já pensou quando a gurisada for maior então? Todos sentados em volta da fogueira, tomando chimarrão e me esperando voltar do trabalho. Ai, ai...

Rosmerta ouviu aquilo tudo de olhos arregalados.

- Tenho certeza que um dia vai encontrar uma mulher assim, Duarte - disse ela sorrindo - Vamos dançar?

- Claro!

- Ei, veja só... Flora e Severo estão dançando.

- E Hagrid? Onde está?

- Ali, Duarte. Por quê?

- É que apostei com ele que Flora e o professor Snape dançariam... bem juntinhos. Ele tinha que ver para comprovar.

- O que apostaram? Ele parece muito decepcionado.

- Ele terá que me dar a garra do manticore que ele tem.

- O que você daria a ele se perdesse?

- Eu jamais perderia a aposta, Rosmerta, mas se isso acontecesse eu daria a ele um ovo de dragão.

- Você tem um ovo de dragão?!

- Não. Eu mandaria vir pelo Paraguai. Consegue-se qualquer coisa por lá, qualquer coisa mesmo.

- Eu acho que a Flora está estranha. O que será que houve?

- Vamos até lá... vamos trocar de pares para eu ver.

Duarte e Rosmerta se aproximaram deles dançando. Duarte tomou Flora e Rosmerta foi com Snape.

- Duarte! Meu irmão! - exclamou Flora o abraçando.

- Você está bem, meu cravo?

- Claro! - afirmou ela brava e meio grogue - Por que você e o professor ficam me perguntando isso toda hora? Que coisa chata! - Duarte riu e dançou com ela.

- O que houve com ela, Severo?

- O Duarte colocou algo na bebida dela. Eu não devia ter permitido.

- Ela está bem. Veja, está nos dando tchauzinho... e como ri...

Realmente Flora estava toda sorridente. Já era tarde, muitos foram embora até que ficaram apenas os professores, Harry, Rony, Hermione e alguns outros alunos com suas namoradas.

- Vamos trocar de par, Flora. Quero minha loirona.

- Professor Snape! Meu amor! - gritou Flora novamente e se jogou em Snape quase caindo.

A música passou e foi substituída por outra. Flora não quis parar, então ficaram dançando música após música. Todos foram indo embora até que só restaram os quatro.

- Rosmerta, acho melhor eu ir... Já é tarde e o professor deve estar com torcicolo. - Duarte olhava para o par. Flora se enroscou no pescoço de Snape e o puxava de um lado para o outro.

- Está bem, Duarte... ai,ai... sentirei sua falta.

- Amanhã eu volto para nos despedirmos melhor. - Duarte a beijou e foi até Flora.

- Vamos, açucena? Já é tarde, a festa acabou e Rosmerta quer descansar.

- Hã... Rosmerta quer dançar? Eu danço com ela...

- Amanhã, flor... amanhã. Vamos embora.

- Embora? - indignou-se Flora - Mas ainda é cedo... Está achando isso aqui chato é? Espera aí que eu vou animar essa festa - ela subiu em uma mesa - Coloca uma música "maneira" aí.

- Para que, flor?

- Eu vou fazer um streep tease... Assim todo mundo se anima. - Flora começou a desabotoar sua blusinha.

- Não! - gritou Duarte a tirando de cima da mesa depressa - Enlouqueceu, prenda?

- Vai, Duarte... deixa...

- Aqui não... você faz quando estivermos nas masmorras.

- Urúúúú... - gritou Flora. Duarte a colocou no chão

- Vamos embora!

- Duarte tem razão, Flora. Vamos.

- Vocês mandam. - concordou ela batendo continência - Ai!

- Coloque a capa, jasmim... isso... consegue andar?... vamos então.

Despediram-se de Rosmerta e foram para a rua. Flora cambaleava de um lado para o outro e os dois tinham que ampará-la às vezes.

- Duarte, o que é streep tease?

- Bem, professor... é...

- Não conta, Duarte! Não conta! Deixa que eu mostro depois... mas olha aqui... - ela apontava o dedo para ele - vê se não me "embaça", hein? Não quero vela...

- Por Merlin, Flora... Acho que criei um monstro.

Flora riu do amigo e correu até as vitrines das lojas admirando-as.

- Será que eu errei na dose? - cochichou Duarte a Snape.

- Quanto ela podia tomar?

- Só aquele golinho que ela deu era o suficiente para animá-la, mas não a deixaria assim.

- Pois ela tomou a taça toda.

- Barbaridade! Esqueci de levar a taça da mesa. Por isso ela ficou assim.

- O que você dois estão cochichando aí? - gritou Flora com as mãos na cintura - Isso é muito feio sabia?

- Nada não, alfazema.

- Então vamos ver quem chega primeiro ao coche. - disse ela e saiu correndo desembestada - O último é mulher do padre!

- Flora! Espera aí, mulher! - Duarte saiu correndo atrás dela e Snape não teve outro remédio senão sair correndo também.

- Ganhei! Ganhei! Ganhei! - gritava ela pulando e sacudindo os braços em frente ao coche - Ei... aposto que chego ao castelo antes de vocês.

- Não! - gritou Duarte a segurando - Vamos entrar no coche, vamos...

- Espere... - pediu Flora - acho que vou vomitar. - Duarte a soltou e ela saiu correndo - Enganei você! Enganei o bobo na casca do ovo... - ela corria e dava voltinhas na rua rindo e os dois juntos não conseguiam pegá- la - Vocês não me pegam... lero, lero, lero... - Flora correu, correu, até que se largou no chão - Ai... cansei...

- Flora! Vamos embora! - Duarte a pegou nos braços - Eu te levo ao...

- Não, não e não! Mil vezes não! Quero que o professor Snape me leve... ele é o meu herói... sabia que ele salvou a minha vida?... éééé.... Há dez anos atrás... vou te contar... mas me solta, me solta... - ela se debatia nos braços dele.

- "Tó!" - Duarte a jogou nos braços de Snape.

- Professor Snape! Há quanto tempo... não se preocupe... não vou mais para baixo da árvore quando estiver chovendo.

Snape a levou para o coche enquanto ela tagarelava. Flora foi falando e rindo por todo o caminho até chegarem ao castelo. Lá ela começou a falar mais alto ainda. Snape ia fazer como fez com Duarte, ia lançar um feitiço para diminuir o volume da voz dela, mas Duarte a convenceu de brincar de vaca amarela e então foram silenciosamente para as masmorras até entrarem na sala de Snape.

- Pronto, chegamos! - exclamou Duarte fechando a porta.

- Comeu! Comeu! Comeu! - gritou Flora apontando o dedo para Duarte e pulando.

Snape e Duarte não se agüentaram e começaram a rir dela. Flora parou de gritar, os olhou espantada, fechou a cara e mostrou a língua para eles.

- Sem graça! - ela deu as costas a eles e foi até uma das bancadas com ingredientes para poções - Que bonitinho! Tudo colorido!

- Não! - os dois correram até ela e a afastaram dos vidros.

- Flora, sente-se aqui.

- Eu... eu vou fazer um café para você, flor de cerejeira. - Duarte foi pegar o café e os utensílios.

- Professor... - chamou Flora bem baixinho - Senta aqui... - Snape se sentou ao lado dela - O senhor não acha que o Duarte está um pouco alterado? - Snape começou a rir e a abraçou - O que foi que eu disse?

Um pouquinho de tempo e Duarte chegou com o café.

- Pronto, Flora! Espera... deixe-me ver se não está quente. - ele experimentou o café e fez uma careta - Barbaridade! Que horror! Toma!

Flora pegou a xícara e bebeu de uma só vez, ela ficou toda arrepiada, sacudiu a cabeça e fez uma careta horrível.

- Por Merlin... o que é isso?

- Café, flor... está muito ruim?

- Tome, Flora. Coma este chocolate, você vai ficar melhor.

Flora enfiou um pedaço enorme de chocolate na boca, comeu e se levantou mordendo outro.

- Veu vou veitar... - disse Flora indo para o quarto.

- O quê? - exclamaram os dois não entendendo nada. Flora despiu sua capa e se jogou na cama de Snape. Duarte correu até ela.

- Bah... dormiu.

- É melhor deixá-la aí.

- É mesmo. O senhor tem algum pijama que possa emprestar a ela?

- Sim. - Snape pegou a camisa de um pijama negro - Você... vai trocá-la?

- Eu não... Jeanie. - a planta ouvira o barulho de Flora e fora para as masmorras - Troque-a e fique a noite aqui, Jeanie... mas obedeça ao professor.

Os dois saíram do quarto.

- Bem, professor... eu vou indo para meu quarto. - Duarte foi com Snape até a porta da masmorra - Se Jeanie não se comportar é só mandá-la embora viu? Ela está com a cabeça nas nuvens por causa daquele trepadeira do jardim. - Snape sorriu - Boa noite!

- Boa noite, Duarte.
- Bom dia, Duarte!

- Bom dia, Harry, Rony, Neville. Como passaram a noite?

- Bem. Dançamos tanto que dormimos feito pedras. Muito interessante aquela dança e a música, Duarte.

- Que bom que gostaram. Vocês quase foram os últimos a sair, menos Neville que saiu cedo. Não gostou, tchê?

- Gostei sim, Duarte... é que... eu estava cansado, foi isso. Eu não estou acostumado.

- Pois pode ir tratando de se acostumar, Neville. Lá no Brasil vai ser assim quase todo dia. Onde está Hermione?

- Na Sala Comunal. - respondeu Rony chateado com o interesse dele - As outras garotas estão fazendo um interrogatório sobre você a ela. Ela foi a única que teve a "honra" de dançar com você.

- Eheh... é chato ser gostoso.

- Duarte... O que houve com Flora no fim da festa? Ela... começou a... ficar... ficar muito perto do Snape e...

- Harry! Está com ciúmes?

- Não! Não, imagina! É que ela... ela estava estranha.

- É que ela exagerou no vinho, guri, e o professor a amparou. Ela o admira muito, sabe? Ela te contou que ela a salvou?

- Contou sim, mas ele também salvou a minha e nem por isso eu fico me abraçando a ele. - Harry deu as costas a ele e saiu pisando duro.

- Barbaridade! Ele está com ciúmes mesmo.

- É... ele nunca imaginou que uma amiga dele pudesse ser também amiga de Snape. - confirmou Rony - Aonde vai agora, Duarte?

- Vou para a sala do professor Snape ver se Flora acordou.

- Flora dormiu na masmorra do Snape?

- Dormiu sim. Ela apagou na cama do professor.

- Na cama dele?!

- É e... ê boca grande! - Duarte bateu a mão na cabeça - Mas de roupa e tudo. Estou indo lá levar o desjejum para eles... - Rony e Neville estavam de olhos arregalados - O que foi gente? Qual é? Normal! Jeanie também ficou lá. Mas não vão me espalhar essa história por aí, hein? Acho melhor eu ir. Tchau!

- Toc, toc,toc...

- Bom dia, professor. Dormiu bem?

- Bom dia, Duarte. Dormi bem sim e você?

- Como um anjo. Trouxe o desjejum. O senhor deve estar com fome, fez muito esforço durante a noite.

- Esforço?

- É... dançou... correu atrás de Flora. Eu estou "varado" de fome. Onde está Flora?

- Ainda está dormindo.

- Ela... dormiu bem?

- Creio que sim. Jeanie não saiu de lá e não ouvi barulho algum, o sofá fica perto da porta e eu não ouvi nada.

- Ah... o sofá... bem, vou acordá-la. - Duarte foi até o quarto e se sentou na cama - Flora... acorde... já é hora... o sol brilha e os pássaros cantam

Flora abriu os olhos, olhou para Duarte, olhou ao redor e os fechou. Abriu- os novamente e se levantou da cama assustada.

- Por Merlin! O que faço aqui?

- Calma, gardênia. Você exagerou na bebida e eu e o professor a trouxemos para cá.

- Mas... - ela olhou para o pijama que usava - porque eu...

- Ah... deixa eu explicar. Tu entrou fazendo um escândalo, fez um streep tease e pulou dentro do lago, a lula gigante se assustou e a arremessou de volta. O professor conjurou algumas roupas, a vestiu e a trouxe para cá, aí tu se agarrou nele e não soltou de modo algum.

Flora ficou roxa de vergonha e cobriu o rosto com as mãos.

- Brincadeira, minha tulipa. Você veio andando quietinha conosco, cansou-se e deitou. Jeanie a trocou e ficou aqui com você. Dormiu bem?

- Eu... acho que sim. Eu estou me lembrando agora.

- Bem, eu trouxe algo para comermos... você faz o café?

- Faço, claro... mas... eu queria tomar banho antes.

- Tudo bem, flor. Eu trouxe mesmo um vestido para ti e alguns apetrechos femininos... que horror, Flora, tu não trouxe nenhuma tanguinha... também... ninguém vai ver mesmo, não é?

- Duarte...

- Brincadeira, flor... eu vou arrumar a mesa.

- Ela está bem, Duarte?

- Sim, professor, está ótima. - Duarte começou a arrumar uma mesa para o desjejum deles - Eu passei pela cozinha e os elfos me ajudaram... mas eles não sabiam fazer café. Que coisa!

Flora até que foi rápida no banho e em vinte minutos saiu do quarto, envergonhada e de cabeça baixa.

- B-bom dia, pro-professor.

- Bom dia, Flora. Dormiu bem?

- S-sim... eu... eu gostaria de me desculpar... tive um comportamento vergonhoso, infantil e... deplorável.

- Ei... olha como fala, flor. Eu fiz pior.

- Não se preocupe, Flora. A culpa não foi sua.

- Ah, foi sim professor... ninguém me obrigou a beber e... - Flora notou a expressão de Duarte - Duarte! O que você fez?

- Ah, minha flor de lis... eu só coloquei um negocinho na tua bebida para te animar, tu ia ficar enrolando com aquela taça a noite toda e não estava se soltando. Eu só quis ajudar.

- Ajudar, Duarte? Colocando coisas na minha bebida?

- Desculpe!

- Eu sabia! - gritou Simon Richter entrando na masmorra - Além de alcoólatra, drogada.

- O quê? - Duarte se levantou - Como se atreve? Vou te partir em dois e amarrá-lo em um cavalo selvagem.

- Quem permitiu que entrasse em minha sala?

- Oras, professor... para que tantas formalidades já que dormiu com uma funcionária que é minha subalterna?

- Eu te mato! - gritou Duarte. Snape o segurou.

- Calma aí, Duarte! Se eu fosse você não faria isso.

- Não? E por quê, seu canalha?

- Por causa disso. - Richter entregou a ele um calhamaço de fotos. Eram todas de Flora. Tinha foto dela tomando vinho, dançando com Duarte, Harry e Draco. Enroscada no pescoço de Snape, subindo na mesa e desabotoando a blusa, cambaleando na rua, correndo até o coche, sentando-se no chão e nos braços de Snape. Tinha foto dela entrando com os dois na masmorra e de Duarte saindo de lá sem ela e acenando para Snape que sorria na porta.

- O que tem isso, Richter? Virou voyeur, seu depravado?

- É... quem sabe.

Flora pegou as fotos e as viu.

- O que significa isso, Richter?

- Significa, Flora, que esse seu amigo está demitido.

- O quê? Quer apanhar, é?

- Calma, Duarte! - disse Snape o segurando - Vamos deixar o senhor Richter se explicar. - Duarte notou o olhar frio e assassino de Snape e deixou por conta dele - Sente-se, senhor Richter e diga-nos como tirou essas fotos e o que quer.

- Tirei-as com uma máquina silenciosa que tenho e uma utilíssima capa de invisibilidade e... eu quero que esse aí se demita.

- E por que acha que eu vou fazer isso?

- Porque se não o fizer eu entrego essas fotos à diretoria da Associação dizendo que você está... levando Flora para o mau caminho. Sabe o quanto gostam dela, não?

- Richter... Duarte não tem nada a ver com isso e... isso não é o que parece e... e... essas fotos não provam nada.

- Não? E essas aqui? - Richter entregou outras fotos a ela, nesta podia-se ver Snape dando um saco de dinheiro a Duarte e este olhando para os lados e colocando o líquido na bebida de Flora - Eu tenho mais cópias se quiser. Sempre soube que um dia conseguiria te pegar, Duarte.

- Seu pulha! Eu devia tê-lo matado quando o encontrei tentando beijar Florinha.

- Então... vai se demitir?

- Ele não vai não, Richter e eu deixarei que ele conte tudo o que fez comigo e confirmarei.

- Oh, Flora... pobrezinha... há quanto tempo será que esse seu amigo vem lhe drogando e lhe vendendo ? E ainda mais morando na mesma casa. Que triste! Tão jovem, tão bonita!

- Senhor Richter. - sibilou Snape - Não conseguirá nada com isso. Se mostrá- las à Associação, Flora defenderá Duarte e eu também.

- Oras, professor. O testemunho de Flora não valerá nada e o do senhor também, mas eu entendo que queira defendê-lo, afinal... tê-la nos braços é realmente uma coisa maravilhosa. O senhor gostou?

Snape ficou furioso, ergueu sua varinha para lhe lançar um feitiço, mas Flora se adiantou. Correu até Richter e PAF, deu-lhe um tapa na cara. PAF, mais um e PAF, outro. Ela o segurou pelas vestes.

- Escute bem, Richter, se há alguém aqui que vai ser demitido, esse alguém é você. E sabe por quê? Porque EU sou a dona daquela "birosca", EU sou a presidente, EU controlo a diretoria, EU sou a chefona e não quero mais um funcionário como você. - Flora o largou - Está demitido!

- Não pode fazer isso, Flora, você nunca assumiu o lu...

- Estou assumindo agora. - Flora apontou para a porta - Rua!

Snape e Duarte se aproximaram de Richter que não teve outra opção senão sair da sala. Flora se virou sorrindo.

- Ai, ai... vou fazer café.

- Flora! O que... o que foi aquilo? Digo... sobre o que falava?

- Deixa que eu explico. - pediu Duarte - O pai de Flora, professor, foi o criador e fundador da Associação de Herbologia, que antes era apenas Fundação de Herbologia. Ele era o dono e pouco antes de desaparecer vendeu dez por cento da empresa para outros Herbólogos amigos dele. Como ele viajava muito, queria que alguém cuidasse da Associação, então ele formou uma diretoria confiável e seguiu sua vida. Ele era o presidente, mas deixava que a diretoria a administrasse, bem... ele desapareceu e ficou tudo para a Flora. Como ela nunca o declarou morto não assumiu o cargo ou os bens oficialmente. Ela se subordina à diretoria como uma funcionária comum, embora a diretoria sempre a consulte e a considere a presidente. Eles realmente a adoram.

- Flora...isso é realmente surpreendente.

- Minha sempre viva, vai mesmo fazer isso?

- Vou, Duarte. Se a diretoria não acreditar em mim eu faço valer meus direitos e voto a seu favor... creio que noventa por cento seja suficiente.

- Mas terá que declarar teu pai como morto.

- Ah, Duarte... já era para eu ter me conformado... Depois de tanto tempo... Não permitirei que o demitam. Você não precisa deste emprego, mas é o que gosta de fazer, é sua vida e não e não vou negar seu direito a ele.

- Obrigado, Flora. É realmente meu anjo. Ela não é incrível, professor?

- Realmente, Duarte... Flora é incrível.

- Agora vamos deixar disso... o café está pronto.

- Amanhã irei embora mais contente. - dizia Duarte mastigando sua torrada.

- Não fala de boca cheia e... quem disse que você vai embora amanhã?

- Não vou? - Duarte espirrou farelo para todos os lados.

- Não! Escreverei à diretoria, "pedirei" a demissão de Richter e sua permanência aqui explicando a nova situação.

- Obrigado, Flora, digo... presidente Flora. - Duarte fez uma reverência.

- Bobo! - riu Flora - Professor, quero agradecer por ter defendido Duarte e a mim...ah... e... desculpe as insinuações de Richter. - ela corou violentamente.

- Tudo bem, Flora... é... não foi nada, só cumpri meu papel de amigo, mas... Duarte, o que colocou no vinho de Flora, sinceramente...

- Ah, professor... isso? - Duarte tirou o vidrinho das vestes, o abriu e tomou tudo. Flora e Snape arregalaram os olhos.

- Duarte! Enlouqueceu?

- Não, minha dama da noite. Sabe o que é isso? Água de cacto.

- Água de cacto?

- Eu... eu sou alérgica a água de cacto, professor. Quer dizer, se eu a misturar a alguma bebida, remédio ou poção, sinto o efeito multiplicado por vinte.

- Eheh... isso mesmo, flor. Foi isso que tomou ontem com o vinho.

- Confesso que fiquei aliviado, Duarte, realmente imaginei que fosse outra coisa, mas mesmo assim eu acho que não deveria dar mais isso a ela.

- Não vou dar mais, prometo, não se preocupe, professor... agora já tem a dica, hein?

- Dica?

- É... do que ela não pode tomar.

- Hum... eu gostaria de saber outra coisa... Flora disse que ia fazer algo para mim ontem, era... streep tease. O que é isso? É de comer?

Flora ficou roxa e cobriu o rosto com as mãos. Duarte começou a gargalhar descontroladamente e Snape não entendeu nada.