Capítulo Três: Aqui, ali, em qualquer lugar
Harry Potter aparava a sebe do jardim com certa violência, pensando que aquelas eram, sem dúvida alguma, férias para esquecer. O sol forte do verão só tornava as coisas mais desagradáveis.
- Por que fui tão idiota? - Rosnou.
Passara todo o dia no jardim, cuidando dos canteiros, pintando a grade e a parede da casa, cortando a grama e arrumando o banco do quintal. Tivera uma discussão com Duda no café da manhã. O garoto arrumara uma namorada e andava gabando-se disso, bradando que Harry provavelmente morreria sem dar um beijo
- Ninguém iria querer nada com um esquisitão pobre e maníaco feito você!
Como Harry decidira não agüentar nenhuma brincadeira do primo, agarrou-o por cima da mesa e só soltou sua gravata depois que tia Petúnia tacou-lhe a vassoura na cabeça.
Enquanto adubava os canteiros, pensava em como tivera azar. Poderia estar agora com Sirius e Remo. No fim do ano letivo, achou seriamente que afinal se livraria dos Dursley para sempre, mas Alvo Dumbledore o convenceu a voltar. A proteção mágica que o guardava na rua dos Alfeneiros não poderia ser desprezada depois do último ataque de Lord Voldemort. As visitas à Sra. Figg ficaram mais animadas depois que ela revelou-se bruxa, mas não ajudavam muito, nem eram tão constantes quanto ele gostaria, para não levantar suspeitas.
O Inimigo quase o pegara dessa vez e ele deveria tomar extremo cuidado agora que o Lord das Trevas estava mais forte. Só há uma semana ele se recuperara por completo do ataque em abril. Nem À Toca permitiram que ele fosse, de modo que Harry só tinha notícias dos amigos por correio-coruja.
Rony, Gina e Mione visitavam Carlinhos na Romênia. Na última carta, contavam que o bebê Norberto tornara-se líder de um grupo de dragões, medindo agora quinze metros e com temperamento mais indócil que há seis anos.
Mas o que incomodava o garoto acima das implicâncias de Duda e do distanciamento do mundo mágico eram dois fatos. Primeiro, seu namoro com Cho. Depois de um ano, pensava poder contar com ela, entretanto, cada vez mais a garota provava que ele errara. Cho o atrapalhava, fazia-se de vítima para ganhar atenção e queria usufruir da fama de Harry, como dizia Hermione. Ainda não mandara uma carta, sequer no aniversário dele, apesar das três corujas enviadas a ela.
Segundo, ele estava tendo o mesmo sonho desde que chegara à casa dos tios. Era um sonho muito estranho e Harry tentara descrevê-lo em suas cartas, mas nunca conseguia passar a mensagem plenamente. Apesar de dar-lhe uma sensação boa, acreditava ser loucura a pessoa sonhar a mesma coisa por dois meses.
No sonho, Harry caminhava num campo enevoado. Ao seu lado corriam vários conhecidos: Hermione, Sirius, Rony, Lupin, Snape, Hagrid, Dumbledore, até a Sra. Figg e os Weasley. As expressões eram tensas. Todos passavam por ele, mas nenhum parava ou lhe dirigia a palavra. Depois o cenário mudava e eles andavam por um descampado cheio de buracos, como se atingido por bombas. Do lado oposto brilhavam luzes azuis, vermelhas e verdes. Havia gritos e um cheiro de morte.
Vertiginosamente, ele era alçado, sobrevoando a guerra e logo pousando em meio a um terceiro cenário. Do alto de um morro, Harry via sobre uma planície enormes exércitos: de um lado espadas e arcos empunhados por homens muito altos e reluzentes, estandartes ao vento. Do outro, um enxame de criaturas baixas e escuras, saindo de buracos de contrafortes distantes.
De repente, uma luz ofuscava-o e ele estava novamente no segundo cenário, só que junto com seus companheiros estavam os soldados de espadas e arcos. A batalha seguia até que do céu descia um brilho que parecia uma estrela. À medida que se aproximava, Harry via que era uma pessoa. Essa visão transmitia confiança a ele, mas não conseguia ver quem era. Acordava sempre quando a imagem tocava a relva.
Quando terminou de podar a sebe, já eram quase sete horas da noite.
- Venha! - gritou tia Petúnia da janela da cozinha. - Se demorar muito, jogo seu jantar na lata do lixo!
Harry lavou-se na torneira do quintal e passou para a cozinha, onde já estavam tio Válter e Duda, comendo um suculento assado. Duda fingiu um susto e encolheu-se.
- Aqui! - tia Petúnia apontava para um prato de sopa e uma fatia de pão em cima da pia. - Coma e suba imediatamente.
- Graças a Deus esse moleque vai embora depois de amanhã! - tio Valter sequer olhava para o sobrinho, absorto com o noticiário televisivo. - Você viu, Petúnia, como esses acidentes com gás estão freqüentes? E as quedas de aviões? Onde esse país vai parar?
As notícias trouxas dizem isso, pensava Harry enquanto comia de pé, mas o Profeta Diário com certeza diz coisas mais interessantes... A única coisa que o fazia aceitar essa situação estapafúrdia era saber que em dois dias iria se mandar dali...
Harry Potter aparava a sebe do jardim com certa violência, pensando que aquelas eram, sem dúvida alguma, férias para esquecer. O sol forte do verão só tornava as coisas mais desagradáveis.
- Por que fui tão idiota? - Rosnou.
Passara todo o dia no jardim, cuidando dos canteiros, pintando a grade e a parede da casa, cortando a grama e arrumando o banco do quintal. Tivera uma discussão com Duda no café da manhã. O garoto arrumara uma namorada e andava gabando-se disso, bradando que Harry provavelmente morreria sem dar um beijo
- Ninguém iria querer nada com um esquisitão pobre e maníaco feito você!
Como Harry decidira não agüentar nenhuma brincadeira do primo, agarrou-o por cima da mesa e só soltou sua gravata depois que tia Petúnia tacou-lhe a vassoura na cabeça.
Enquanto adubava os canteiros, pensava em como tivera azar. Poderia estar agora com Sirius e Remo. No fim do ano letivo, achou seriamente que afinal se livraria dos Dursley para sempre, mas Alvo Dumbledore o convenceu a voltar. A proteção mágica que o guardava na rua dos Alfeneiros não poderia ser desprezada depois do último ataque de Lord Voldemort. As visitas à Sra. Figg ficaram mais animadas depois que ela revelou-se bruxa, mas não ajudavam muito, nem eram tão constantes quanto ele gostaria, para não levantar suspeitas.
O Inimigo quase o pegara dessa vez e ele deveria tomar extremo cuidado agora que o Lord das Trevas estava mais forte. Só há uma semana ele se recuperara por completo do ataque em abril. Nem À Toca permitiram que ele fosse, de modo que Harry só tinha notícias dos amigos por correio-coruja.
Rony, Gina e Mione visitavam Carlinhos na Romênia. Na última carta, contavam que o bebê Norberto tornara-se líder de um grupo de dragões, medindo agora quinze metros e com temperamento mais indócil que há seis anos.
Mas o que incomodava o garoto acima das implicâncias de Duda e do distanciamento do mundo mágico eram dois fatos. Primeiro, seu namoro com Cho. Depois de um ano, pensava poder contar com ela, entretanto, cada vez mais a garota provava que ele errara. Cho o atrapalhava, fazia-se de vítima para ganhar atenção e queria usufruir da fama de Harry, como dizia Hermione. Ainda não mandara uma carta, sequer no aniversário dele, apesar das três corujas enviadas a ela.
Segundo, ele estava tendo o mesmo sonho desde que chegara à casa dos tios. Era um sonho muito estranho e Harry tentara descrevê-lo em suas cartas, mas nunca conseguia passar a mensagem plenamente. Apesar de dar-lhe uma sensação boa, acreditava ser loucura a pessoa sonhar a mesma coisa por dois meses.
No sonho, Harry caminhava num campo enevoado. Ao seu lado corriam vários conhecidos: Hermione, Sirius, Rony, Lupin, Snape, Hagrid, Dumbledore, até a Sra. Figg e os Weasley. As expressões eram tensas. Todos passavam por ele, mas nenhum parava ou lhe dirigia a palavra. Depois o cenário mudava e eles andavam por um descampado cheio de buracos, como se atingido por bombas. Do lado oposto brilhavam luzes azuis, vermelhas e verdes. Havia gritos e um cheiro de morte.
Vertiginosamente, ele era alçado, sobrevoando a guerra e logo pousando em meio a um terceiro cenário. Do alto de um morro, Harry via sobre uma planície enormes exércitos: de um lado espadas e arcos empunhados por homens muito altos e reluzentes, estandartes ao vento. Do outro, um enxame de criaturas baixas e escuras, saindo de buracos de contrafortes distantes.
De repente, uma luz ofuscava-o e ele estava novamente no segundo cenário, só que junto com seus companheiros estavam os soldados de espadas e arcos. A batalha seguia até que do céu descia um brilho que parecia uma estrela. À medida que se aproximava, Harry via que era uma pessoa. Essa visão transmitia confiança a ele, mas não conseguia ver quem era. Acordava sempre quando a imagem tocava a relva.
Quando terminou de podar a sebe, já eram quase sete horas da noite.
- Venha! - gritou tia Petúnia da janela da cozinha. - Se demorar muito, jogo seu jantar na lata do lixo!
Harry lavou-se na torneira do quintal e passou para a cozinha, onde já estavam tio Válter e Duda, comendo um suculento assado. Duda fingiu um susto e encolheu-se.
- Aqui! - tia Petúnia apontava para um prato de sopa e uma fatia de pão em cima da pia. - Coma e suba imediatamente.
- Graças a Deus esse moleque vai embora depois de amanhã! - tio Valter sequer olhava para o sobrinho, absorto com o noticiário televisivo. - Você viu, Petúnia, como esses acidentes com gás estão freqüentes? E as quedas de aviões? Onde esse país vai parar?
As notícias trouxas dizem isso, pensava Harry enquanto comia de pé, mas o Profeta Diário com certeza diz coisas mais interessantes... A única coisa que o fazia aceitar essa situação estapafúrdia era saber que em dois dias iria se mandar dali...
