Capítulo Sete: Contato e conhecimento
Aline fala:
"Hermione tinha aberto um lugar para mim.
- Estou tão contente que você tenha ficado conosco!
- Já imaginou? Agora temos Aline Hunter! A maioria queria apertar minha mão, dar as boas-vindas. O espírito de minha mãe se fora. Harry tocou meu braço.
- Sabia que você ficaria na Grifinória.
Eu sorri para ele:
'Minha mãe me disse que você estava torcendo para isso'.
Ele nunca tinha falado telepaticamente. Tirou a mão rápido e me olhou assustado.
'Não tenha medo. Você não queria saber sobre meus poderes? Telepatia. Podemos conversar sem ninguém escutar.'
Ele ia dizer algo, mas o banquete havia começado e outras pessoas tinham perguntas. Minha atenção foi dispersada para o formato das minhas orelhas e se eu realmente lançava Feitiços de Amor e controlava mentes. Mesmo assim, todo o tempo estava consciente da atenção dele sobre mim."
Logo que Aline Hunter e Alvo Dumbledore entraram no salão ninguém mais abriu a boca. Harry percebeu que ela já não tinha medo. Ao contrário, parecia divertir-se com a curiosidade alheia.
- Harry, presta atenção!
- Que foi, Rony?
- Olha como ela está confiante! Bem diferente lá do trem, não é mesmo?
- Rony, ela não pode ter medo de um bando de alunos curiosos! Ela é Aline Hunter.
- Hermione, daqui a pouco você e Gina vão montar um fã-clube dela! Você é quem está achando que ela é uma deusa!
- Quietos, quero ouvir! - Gina nunca falara assim antes.
Quando Aline foi escolhida para a Grifinória, Harry sentiu o coração começar a sair pelo peito.
- Mione, arranja um lugar para ela! - falou baixo para a amiga.
Todos a cumprimentaram, aplaudiram, gritaram. Nunca esqueceria, nem em mil anos, dela vindo calma, como se flutuasse, as vestes negras cingidas pelo cinto prateado, uma áurea levemente dourada envolvendo-a.
- Estou feliz que você tenha ficado com a gente.
Mas a resposta não veio dos lábios, que ainda sorriam. Foi ouvida dentro da cabeça. Ele recuou. O que era aquilo? Telepatia, ela respondeu... Telepatia...
- Harry, o que está acontecendo com você? Parece surdo. A gente fala e você não escuta!
- Deixa o Harry, Rony. Ele está pensando naquela boboca da Cho Chang.
Harry se perguntava porque não conseguia conversar. Engoliu a comida mecanicamente e seguiu os amigos para a Torre da Grifinória. Hermione desistira de conversar com ele e tentava descobrir as novidades de Neville. Por que estava tão estranho? Não podia deixar de pensar na imagem dourada.
Percebeu Gina ao seu lado, mas não tinha a menor idéia do que falar a ela. Não queria alimentar ilusões na amiga, pois sabia dos sentimentos dela (infelizmente, pensava Harry, não correspondidos.). Tentou prestar atenção à discussão de Dino e Rony sobre quadribol.
Então, uma força o fez voltar-se para a escadaria. Aline vinha subindo devagar os degraus, sozinha. Ninguém parecia querer chegar muito perto. Ele puxou Hermione e a esperaram.
- Bem, acho que é isso. - Aline sorriu ao vê-los. - Acabei ficando com vocês, não é mesmo? Desculpem não termos conversado durante o jantar, mas é que só consigo falar com um de cada vez.
- Não tem importância! - Gina exclamou, animada.
- Venha, podemos conversar na Sala Comunal de Grifinória. Você vai ficar no meu quarto. Vou lhe apresentar as outras garotas.
- Ok.
- Você já as viu: Lilá Brown e Parvati Patil. - disse Mione, apontando duas garotas mais à frente.
Andaram juntos até a armadura chamejante de Lord Lux, o Tocha Humana, mas Gina parou para esperar as amigas e Rony e Hermione logo se distanciaram. Harry ficou sem jeito de andar com ela sozinho. Mesmo tímido, resolveu começar uma conversa.
- Bem, posso perguntar por que você resolveu vir a Hogwarts agora? Quero dizer, você não deve precisar de aulas de magia.
- Ah, Harry! Creio que nem eu mesma sei. Sempre tive vontade de estar numa escola de bruxos. Tem muita coisa que os livros ensinam melhor que a prática, pode estar certo. Além disso, preciso urgentemente de um namorado e a comida é ótima!
- Tomara que você goste daqui. - Harry sorria.
- Você gosta muito, não?
- Só aqui me sinto em casa. - Ele não pôde evitar essa resposta um tanto dramática, mas sentia que ela não riria nem o acharia tolo.
- Conheço sua história, Harry Potter... Não estive tão desligada das fofocas da comunidade bruxa.
Como ela podia rir daquilo?
- Não demonstrei nada no trem porque vi como o incomoda alguém olhando para sua cicatriz. Eu o admiro muito.
Ele olhou bem para ela. Parecia estar sendo sincera. Ser admirado por uma pessoa com os feitos de Aline Hunter definitivamente era uma idéia nova. A cara de dúvida a fez rir mais ainda. Alcançaram o retrato da Mulher Gorda, mas os monitores vinham bem atrás com os alunos do primeiro ano.
- Temos que esperar para saber a senha deste ano.
- Vamos chegar mais perto.
Lá estavam Rony e outros alunos. Hermione, como monitora-chefe, fora procurar alguns novatos perdidos.
- Não adianta discutir com ela!
Harry ouviu um "Deixe-me tentar. Que tal ' excitante novidade'?". Ele disse a frase em voz alta e o retrato girou, permitindo a passagem para a torre.
- Como você soube? - perguntou Rony, admirado.
- Intuição. - respondeu o amigo, sem muita convicção.
Ficaram um tempo na Sala Comunal. Então Aline ficou exausta de falar com tanta gente e sentou-se perto da janela para olhar o céu.
- As estrelas são maravilhosas, não? E estão alegres hoje. Os Elfos as reverenciam, pois nasceram antes do Sol e da Lua surgirem, segundo a Tradição. Conta-se que podemos ver seu brilho nos olhos deles.
- Acho que você vai se dar bem em Astronomia. - constatou Rony. - Quero dizer, só falta a Profª Sinistra para ter um discípulo. O Snape tem o Malfoy, a McGonagall tem a Mione, a Sprout o Neville...
- Realmente aprecio as estrelas. Quem sabe assim não consigo passe-livre na Torre, não é Rony? - ela riu e acrescentou ao ver o garoto e a namorada corarem. - Brincadeira... Apesar de imaginar como deve ser bom namorar lá!
- Como você sabe tanto sobre Elfos? Não existem livros sobre eles. - Gina perguntou, mudando o rumo da conversa.
- Existem centenas de escritos, mas não interessam aos homens. Estão em lugares seguros. A maioria do conhecimento deles perdeu-se no tempo, mas ainda conservamos o mínimo. Digo nós, mas jamais encontrei outro meio-elfo. Hoje estamos sob o Domínio dos Homens, como eles chamaram essa fase do mundo. Uma vez, um homem teve contato com esse material e escreveu livros sobre a Terra-Média para os trouxas. Se quiserem, pedirei alguns para vocês.
- Seria excelente. É tudo muito misterioso. Você é como nós, mas ao mesmo tempo não é!
- Sou como você, Hermione, não se iluda. Apenas algumas características do Belo Povo permanecem em mim. Os Elfos são poderosos e nobres numa medida que nem ouso imaginar! Demorará muito para que eles voltem a caminhar por terras mortais.
Aline falava com extrema reverência e a conversa começava a ficar melancólica e pesada para uma primeira noite de conhecimento. Ela percebeu isso e disse que iria descansar.
Quando subia as escadas para os quartos, lembrou-se e disse:
- Também me disseram que vocês têm o melhor campeonato de quadribol escolar da Europa e que você é um ótimo apanhador.
O rosto de Harry ficou tal qual um pimentão.
Aline fala:
"A princípio, me incomodou a idéia da falta de privacidade, contudo, assim que entrei no ambiente aconchegante do dormitório, meus medos se dissolveram. As garotas procuraram ser amáveis. Estava tão cansada que desejava apenas deitar e dormir. Minhas companheiras, ao contrário, se propunham a discutir sobre os professores, rapazes, moda; assuntos que me excluíam.
Aproveitei para saber se Elfgold estava bem. Concentrei-me e descobri que ele arranjara um cantinho no Corujal. Mandei mensagens a meu pai.
Lilá se interessou pelas minhas vestes. Eram todas muito leves, a maioria com discretos bordados prateados. Expliquei que a prata era o metal preferido dos Elfos. Preferia os tecidos frescos pois o clima agia pouco sobre mim. Mesmo o uniforme negro era de seda.
- Tive a impressão que você estava rodeada de ouro quando entrou, Aline.
- Não foi impressão. Minha mãe era chamada Laurëtinwe, que na tradição élfica significa "Cintilação Dourada". E ela estava comigo naquela hora.
- Como assim? Sua mãe não morreu?
- Ela morreu, mas a consciência que tenho dela não. Ela estava comigo como um espírito. Por favor, não gostaria de falar sobre isso agora. Estou cansada.
Deitei-me e comecei a pensar nas horas que tinha vivido. Sabia que o céu exuberante significava algo. Meu encontro com Harry Potter, possivelmente. Sentia o poder nele. A profecia de que ele traria equilíbrio e paz o marcava; e ele sequer sabia dela. Uma lição que aprendi é dar tempo ao tempo. Só temi ver em seus olhos o meu destino. Pensando nele adormeci. Fui visitar meu pai em nossa casa em Paris. Ele parecia cansado, mas seguro."
********************************************************************* - Que dia, hein?
- Estou com muito sono.
Rony não queria dormir antes de perguntar o que tanto Harry e Aline tinham conversado.
- Vocês estavam falando tão baixo que até suspeitamos!
- Que bobagem, Rony. - Harry correu os olhos pelas outras camas, vendo se os outros estavam dormindo. - Ela estava só explicando porque veio para Hogwarts.
- Quer saber? Eu acho que ela gostou de você. Não parava de sorrir. E aquele negócio do quadribol?!
- Ah, Rony, boa noite!
Harry virou para o outro lado, sem conseguir deixar de pensar na possibilidade. Mas era um absurdo. Aline Hunter não parecia o tipo que se apaixonava. Era mais como uma máquina de guerra. E toda aquela conversa sobre os Elfos? Também não queria pensar em Cho pois ainda doía lembrar a decepção. E o sonho misterioso?
Mas estava cansado demais para propor soluções a si mesmo naquele momento e adormeceu. Sonhou com uma floresta densa, num mundo distante no tempo e no espaço, na Aurora dos Tempos. Ele caminhava livre, guiado pelo canto de um pássaro dourado, admirando as estrelas. Quando acordou não se lembrava mais o que tinha sonhado.
Aline fala:
"Hermione tinha aberto um lugar para mim.
- Estou tão contente que você tenha ficado conosco!
- Já imaginou? Agora temos Aline Hunter! A maioria queria apertar minha mão, dar as boas-vindas. O espírito de minha mãe se fora. Harry tocou meu braço.
- Sabia que você ficaria na Grifinória.
Eu sorri para ele:
'Minha mãe me disse que você estava torcendo para isso'.
Ele nunca tinha falado telepaticamente. Tirou a mão rápido e me olhou assustado.
'Não tenha medo. Você não queria saber sobre meus poderes? Telepatia. Podemos conversar sem ninguém escutar.'
Ele ia dizer algo, mas o banquete havia começado e outras pessoas tinham perguntas. Minha atenção foi dispersada para o formato das minhas orelhas e se eu realmente lançava Feitiços de Amor e controlava mentes. Mesmo assim, todo o tempo estava consciente da atenção dele sobre mim."
Logo que Aline Hunter e Alvo Dumbledore entraram no salão ninguém mais abriu a boca. Harry percebeu que ela já não tinha medo. Ao contrário, parecia divertir-se com a curiosidade alheia.
- Harry, presta atenção!
- Que foi, Rony?
- Olha como ela está confiante! Bem diferente lá do trem, não é mesmo?
- Rony, ela não pode ter medo de um bando de alunos curiosos! Ela é Aline Hunter.
- Hermione, daqui a pouco você e Gina vão montar um fã-clube dela! Você é quem está achando que ela é uma deusa!
- Quietos, quero ouvir! - Gina nunca falara assim antes.
Quando Aline foi escolhida para a Grifinória, Harry sentiu o coração começar a sair pelo peito.
- Mione, arranja um lugar para ela! - falou baixo para a amiga.
Todos a cumprimentaram, aplaudiram, gritaram. Nunca esqueceria, nem em mil anos, dela vindo calma, como se flutuasse, as vestes negras cingidas pelo cinto prateado, uma áurea levemente dourada envolvendo-a.
- Estou feliz que você tenha ficado com a gente.
Mas a resposta não veio dos lábios, que ainda sorriam. Foi ouvida dentro da cabeça. Ele recuou. O que era aquilo? Telepatia, ela respondeu... Telepatia...
- Harry, o que está acontecendo com você? Parece surdo. A gente fala e você não escuta!
- Deixa o Harry, Rony. Ele está pensando naquela boboca da Cho Chang.
Harry se perguntava porque não conseguia conversar. Engoliu a comida mecanicamente e seguiu os amigos para a Torre da Grifinória. Hermione desistira de conversar com ele e tentava descobrir as novidades de Neville. Por que estava tão estranho? Não podia deixar de pensar na imagem dourada.
Percebeu Gina ao seu lado, mas não tinha a menor idéia do que falar a ela. Não queria alimentar ilusões na amiga, pois sabia dos sentimentos dela (infelizmente, pensava Harry, não correspondidos.). Tentou prestar atenção à discussão de Dino e Rony sobre quadribol.
Então, uma força o fez voltar-se para a escadaria. Aline vinha subindo devagar os degraus, sozinha. Ninguém parecia querer chegar muito perto. Ele puxou Hermione e a esperaram.
- Bem, acho que é isso. - Aline sorriu ao vê-los. - Acabei ficando com vocês, não é mesmo? Desculpem não termos conversado durante o jantar, mas é que só consigo falar com um de cada vez.
- Não tem importância! - Gina exclamou, animada.
- Venha, podemos conversar na Sala Comunal de Grifinória. Você vai ficar no meu quarto. Vou lhe apresentar as outras garotas.
- Ok.
- Você já as viu: Lilá Brown e Parvati Patil. - disse Mione, apontando duas garotas mais à frente.
Andaram juntos até a armadura chamejante de Lord Lux, o Tocha Humana, mas Gina parou para esperar as amigas e Rony e Hermione logo se distanciaram. Harry ficou sem jeito de andar com ela sozinho. Mesmo tímido, resolveu começar uma conversa.
- Bem, posso perguntar por que você resolveu vir a Hogwarts agora? Quero dizer, você não deve precisar de aulas de magia.
- Ah, Harry! Creio que nem eu mesma sei. Sempre tive vontade de estar numa escola de bruxos. Tem muita coisa que os livros ensinam melhor que a prática, pode estar certo. Além disso, preciso urgentemente de um namorado e a comida é ótima!
- Tomara que você goste daqui. - Harry sorria.
- Você gosta muito, não?
- Só aqui me sinto em casa. - Ele não pôde evitar essa resposta um tanto dramática, mas sentia que ela não riria nem o acharia tolo.
- Conheço sua história, Harry Potter... Não estive tão desligada das fofocas da comunidade bruxa.
Como ela podia rir daquilo?
- Não demonstrei nada no trem porque vi como o incomoda alguém olhando para sua cicatriz. Eu o admiro muito.
Ele olhou bem para ela. Parecia estar sendo sincera. Ser admirado por uma pessoa com os feitos de Aline Hunter definitivamente era uma idéia nova. A cara de dúvida a fez rir mais ainda. Alcançaram o retrato da Mulher Gorda, mas os monitores vinham bem atrás com os alunos do primeiro ano.
- Temos que esperar para saber a senha deste ano.
- Vamos chegar mais perto.
Lá estavam Rony e outros alunos. Hermione, como monitora-chefe, fora procurar alguns novatos perdidos.
- Não adianta discutir com ela!
Harry ouviu um "Deixe-me tentar. Que tal ' excitante novidade'?". Ele disse a frase em voz alta e o retrato girou, permitindo a passagem para a torre.
- Como você soube? - perguntou Rony, admirado.
- Intuição. - respondeu o amigo, sem muita convicção.
Ficaram um tempo na Sala Comunal. Então Aline ficou exausta de falar com tanta gente e sentou-se perto da janela para olhar o céu.
- As estrelas são maravilhosas, não? E estão alegres hoje. Os Elfos as reverenciam, pois nasceram antes do Sol e da Lua surgirem, segundo a Tradição. Conta-se que podemos ver seu brilho nos olhos deles.
- Acho que você vai se dar bem em Astronomia. - constatou Rony. - Quero dizer, só falta a Profª Sinistra para ter um discípulo. O Snape tem o Malfoy, a McGonagall tem a Mione, a Sprout o Neville...
- Realmente aprecio as estrelas. Quem sabe assim não consigo passe-livre na Torre, não é Rony? - ela riu e acrescentou ao ver o garoto e a namorada corarem. - Brincadeira... Apesar de imaginar como deve ser bom namorar lá!
- Como você sabe tanto sobre Elfos? Não existem livros sobre eles. - Gina perguntou, mudando o rumo da conversa.
- Existem centenas de escritos, mas não interessam aos homens. Estão em lugares seguros. A maioria do conhecimento deles perdeu-se no tempo, mas ainda conservamos o mínimo. Digo nós, mas jamais encontrei outro meio-elfo. Hoje estamos sob o Domínio dos Homens, como eles chamaram essa fase do mundo. Uma vez, um homem teve contato com esse material e escreveu livros sobre a Terra-Média para os trouxas. Se quiserem, pedirei alguns para vocês.
- Seria excelente. É tudo muito misterioso. Você é como nós, mas ao mesmo tempo não é!
- Sou como você, Hermione, não se iluda. Apenas algumas características do Belo Povo permanecem em mim. Os Elfos são poderosos e nobres numa medida que nem ouso imaginar! Demorará muito para que eles voltem a caminhar por terras mortais.
Aline falava com extrema reverência e a conversa começava a ficar melancólica e pesada para uma primeira noite de conhecimento. Ela percebeu isso e disse que iria descansar.
Quando subia as escadas para os quartos, lembrou-se e disse:
- Também me disseram que vocês têm o melhor campeonato de quadribol escolar da Europa e que você é um ótimo apanhador.
O rosto de Harry ficou tal qual um pimentão.
Aline fala:
"A princípio, me incomodou a idéia da falta de privacidade, contudo, assim que entrei no ambiente aconchegante do dormitório, meus medos se dissolveram. As garotas procuraram ser amáveis. Estava tão cansada que desejava apenas deitar e dormir. Minhas companheiras, ao contrário, se propunham a discutir sobre os professores, rapazes, moda; assuntos que me excluíam.
Aproveitei para saber se Elfgold estava bem. Concentrei-me e descobri que ele arranjara um cantinho no Corujal. Mandei mensagens a meu pai.
Lilá se interessou pelas minhas vestes. Eram todas muito leves, a maioria com discretos bordados prateados. Expliquei que a prata era o metal preferido dos Elfos. Preferia os tecidos frescos pois o clima agia pouco sobre mim. Mesmo o uniforme negro era de seda.
- Tive a impressão que você estava rodeada de ouro quando entrou, Aline.
- Não foi impressão. Minha mãe era chamada Laurëtinwe, que na tradição élfica significa "Cintilação Dourada". E ela estava comigo naquela hora.
- Como assim? Sua mãe não morreu?
- Ela morreu, mas a consciência que tenho dela não. Ela estava comigo como um espírito. Por favor, não gostaria de falar sobre isso agora. Estou cansada.
Deitei-me e comecei a pensar nas horas que tinha vivido. Sabia que o céu exuberante significava algo. Meu encontro com Harry Potter, possivelmente. Sentia o poder nele. A profecia de que ele traria equilíbrio e paz o marcava; e ele sequer sabia dela. Uma lição que aprendi é dar tempo ao tempo. Só temi ver em seus olhos o meu destino. Pensando nele adormeci. Fui visitar meu pai em nossa casa em Paris. Ele parecia cansado, mas seguro."
********************************************************************* - Que dia, hein?
- Estou com muito sono.
Rony não queria dormir antes de perguntar o que tanto Harry e Aline tinham conversado.
- Vocês estavam falando tão baixo que até suspeitamos!
- Que bobagem, Rony. - Harry correu os olhos pelas outras camas, vendo se os outros estavam dormindo. - Ela estava só explicando porque veio para Hogwarts.
- Quer saber? Eu acho que ela gostou de você. Não parava de sorrir. E aquele negócio do quadribol?!
- Ah, Rony, boa noite!
Harry virou para o outro lado, sem conseguir deixar de pensar na possibilidade. Mas era um absurdo. Aline Hunter não parecia o tipo que se apaixonava. Era mais como uma máquina de guerra. E toda aquela conversa sobre os Elfos? Também não queria pensar em Cho pois ainda doía lembrar a decepção. E o sonho misterioso?
Mas estava cansado demais para propor soluções a si mesmo naquele momento e adormeceu. Sonhou com uma floresta densa, num mundo distante no tempo e no espaço, na Aurora dos Tempos. Ele caminhava livre, guiado pelo canto de um pássaro dourado, admirando as estrelas. Quando acordou não se lembrava mais o que tinha sonhado.
