Capítulo Treze: Decisões
Em novembro o campeonato de quadribol começou, atrasado pela falta de tempo dos professores para cuidar dos alunos durante os treinos. Aline apreciava o esporte, embora não acompanhasse campeonatos. Ela própria voava muito bem, com grande velocidade e segurança.
Harry era apanhador e capitão, por estar a mais tempo no time. Costumava ser rigoroso nos treinos, embora deixasse os companheiros experimentarem seus estilos sem interferir. Essa tática funcionara nos anos anteriores e ele não a mudaria, pois era fato que não apreciava mandar em alguém.
Aline gostava de vê-lo em ação. Ele era impetuoso e especialista em mergulhos perigosos em alta velocidade. Ela pediu a vassoura emprestada e mostrou-lhe como apostava corrida com o Pomo de Ouro, sem perdê-lo de vista.
- Você daria uma ótima apanhadora!
- Não, não seria justo! Meu time jamais perderia!
Seus colegas estavam a caminho de aceitá-la e as aulas ficaram mais interessantes sem o incômodo dos olhares curiosos. Ela passava muito tempo com Hermione na biblioteca, aprendendo a "tradição dos bruxos". Descobriu que a amiga estava bastante adiantada em animagia, mas que pretendia transformar-se apenas depois da formatura.
Havia as aulas com Gina e Siegfried. O rapaz conseguira mais meia dúzia de colegas para acompanharem as orientações de Aline. O grupo era tão barulhento que Madame Pince os expulsou da biblioteca e eles tiveram que pedir uma sala especial à Profª McGonagall.
Sig, como era conhecido, logo tornou-se amigo de Aline e Gina. Ele vinha de uma família de origem nórdica e conhecia mais sobre Elfos do que os outros estudantes. De fato, Harry se viu pegando informações com ele para usá-las nos papos com a amiga.
- Como é que você sabe tanto sobre Elfos, Sig? - Viu-se perguntando numa tarde em que um grande grupo caminhava para os jardins.
- Os povos nórdicos conheciam o Belo Povo das lendas. Temos uma extensa tradição sobre eles. Mas, pelo que vi, nossas histórias diferem um pouco da história de Aline. Nossos Elfos vivem em Asgaard, a terra dos deuses. A Srta. Hunter é bem real, não fruto da imaginação.
- Aline gosta de conversar com você, não é? - Perguntou Harry, deixando transparecer uma ponta de descontentamento.
- Sim, falamos de vários assuntos, como deve ser entre você e ela, Harry. - Sig deu uma risadinha e caminhou mais rápido para acompanhar Gina e Colin. - Vê se abre os olhos! - Gritou de longe.
Snape notara a proximidade entre Aline e Harry e não aprovava. A garota percebera o desprezo e o ódio entre os dois. A situação chegou ao limite em uma aula especialmente tensa. Draco havia tentado aproximar-se dela novamente e levara um carão. Então procurou atingir Harry, dizendo bobagens sobre os Potter antes de entrarem na sala.
- Eles são ridículos e idiotas. Morrer para salvar um bruxo medíocre desses! - bradava para os amigos da Sonserina.
Harry e seus amigos chegaram na hora. Rony e Hermione o seguraram com força. Aline não se controlou:
- Seus pais é que são perfeitos, não é mesmo, Malfoy? Conseguiram criar um sapo em roupas de príncipe! Seu pai é o ser mais desprezível que já rastejou na Terra!
Antes que ele pudesse revidar, Snape abriu a porta da masmorra e colocou todos para dentro.
Enquanto organizavam os ingredientes para a aula, Harry perguntava a razão do rancor dela contra os Malfoy.
- Harry, creia-me, eles são odiosos. Tenho medo deles. Vejo o que pode acontecer se...
- Silêncio. Hoje continuaremos com as Poções de Reanimação.
O professor ditou as regras para a utilização das poções - elas não funcionam quando se trata de feitiços. Reanimam apenas vítimas envenenadas - , em seguida os alunos começaram a preparar uma amostra para ser testada no final da aula.
Enquanto trabalhavam, Snape aproximou-se da mesa de Malfoy e cochichou algo com ele.
"Aposto que ele está contando o que aconteceu."
De repente, o professor veio em direção à mesa onde Aline e Harry separavam quantidades exatas de pêlos de grifo e sementes de mandrágora.
- Gostaria de mudar a senhorita de lugar, Srta. Hunter. Chega da companhia de Potter. O Sr. Malfoy está sozinho hoje. A senhorita poderia ajudá-lo com a poção.
Aline empalideceu. Por um segundo pensou que o professor estive brincando, mas viu que não estava. Por que estava agindo assim?
- Não. Desculpe, Profº Snape, mas Harry e eu já dividimos os ingredientes e ele já prometeu ajudar-me. Não seria justo.
"Você enlouqueceu?"
Ele fingiu não ouvir a pergunta. Abaixou-se até quase encostar seu rosto no dela.
- Não me desafie, mocinha. A senhorita deveria seguir o meu conselho. O Sr. Malfoy pode ser uma companhia agradável.
"Definitivamente você está louco. Não me force a chegar perto desse verme! Pense no que está propondo! Como se atreve?"
- Professor, eu realmente não estou preparada para Draco Malfoy e, se o senhor insistir, terei que me retirar da sala!
Ela perdera o juízo? Hermione olhava sem acreditar. Rony fechou os olhos, esperando a pancada. Harry pensou que, por mais que gostasse dela, Snape não permitiria tal rebeldia.
Mas o professor endireitou-se rapidamente.
- Bem, se a senhorita pensa assim, pode continuar com Potter, apesar de eu considerar que seu aproveitamento seria melhor se ficasse com alguém mais aplicado.
- Acredito que o senhor queira me ajudar, Profº Snape, mas posso garantir- lhe que sei perfeitamente escolher minhas companhias.
Quando saíram da masmorra, os colegas da Grifinória a rodearam, cheios de espanto.
- Puxa, você não tremeu quando ele bafejou na sua cara? - Lilá estava com os olhos arregalados e segurava os livros contra o peito.
- Foi muita coragem! Eu teria desmaiado. - Neville se esforçava para acompanhar os passos da garota.
- Pensei que ele ia te agarrar e carregar até o Malfoy!
- Como você conseguiu?
Ela ria das exclamações, mas estava preocupada. Snape a queria perto de Malfoy. Seu pai iria saber disso, ah ia! Foi a atitude mais estranha que ele tomara na vida. Hermione adivinhou sua perturbação e não disse nada sobre o assunto nem permitiu que Rony e Harry o fizessem. A conversa passeou pelo campeonato, pelos acontecimentos fora da escola ou pelos exames. Até a hora do almoço.
Na porta do Salão estava Severo Snape.
- Srta. Hunter, posso falar com a senhorita?
Ela pediu aos amigos para guardarem seu lugar e virou-se para o professor. Harry insistiu que sentassem onde pudessem vê-los.
- Por que o senhor fez aquilo?
- Achei que poderia ajudá-la, Aline. Potter não é uma boa companhia para você.
- Malfoy tão pouco! O senhor esqueceu-se da minha história?
- Não e é por isso que estou aqui. Desculpe-me, sim? Por um instante acreditei que você poderia deixar de lado...
- Severo, jamais deixarei de lado a morte de minha mãe! É por ela que tenho vivido e feito tudo! - A voz da garota aumentava, ela gesticulava freneticamente. - Jamais esquecerei todo o nosso sofrimento. Meu pai ficaria surpreso ao saber que você me ofereceu a amizade de um Malfoy!
- Elenna, não me entenda mal...
Ela chorava. Largou a mochila no chão e saiu correndo.
- O que ele fez a ela? - Harry perguntou, levantando-se.
- Talvez a tenha expulsado! - Rony opinou.
- Como ele pode ser assim? - Hermione balançava a cabeça.
Harry saiu correndo, quase chutando um Snape perplexo ao passar. O que fora aquilo tudo? Nem percebeu o vento gelado que bateu em seu rosto, arrepiando- lhe a pele. Da porta de entrada a viu descendo para o lago, parando à sombra do carvalho gigante.
Ela chorava com as pernas encolhidas, o rosto escondido. Não o ouviu chegar. Harry não sabia o que fazer. Sentou-se ao seu lado. Aline levantou os olhos, o rosto marcado de lágrimas.
- Não chore. O que foi que aquele imbecil disse a você? - Sem perceber, pegou a mão dela.
- Ele me traiu. Ele sabia... Sabia e mesmo assim pensou que eu podia passar por cima de tudo...Pensou que eu passaria por cima da morte de minha mãe... Ele enlouqueceu!...
- Calma. - O que mais ele poderia dizer? Não estava entendendo absolutamente nada. - Por favor, acalme-se e me explique o que está acontecendo! Não posso ajudá-la no escuro.
- Severo Snape é meu padrinho!
- O que? - Harry espantou-se tanto que soltou a mão da garota.
- Ele não queria que ninguém soubesse...
- Como ele pode ser seu padrinho?
- Ele ajudou muito Timoth quando minha mãe foi morta. Impediu que eu fosse assassinada também. Descobriu o plano e foi até nossa casa... Conseguiu dissuadi-los... Eu o adotei como padrinho, já que nunca tive um... Você sabe que minha mãe foi assassinada. Sabe quem foi o assassino? Claro que não... Pouquíssima gente sabe ou acredita. Lúcio Malfoy torturou minha mãe até matá-la, na minha frente.
Harry paralisou. Aquilo era muito novo para ele. Nada das histórias agradáveis dos belos Elfos ou das aventuras excitantes dela. Ele realmente deveria estar dormindo ao pensar que ela escolhera essa vida pela emoção. Aline soluçava.
- Malfoy foi atrás de meu pai, mas ele havia saído... Então... Então ele e seus companheiros nojentos, Comensais da Morte, prenderam e torturaram Laurëtinwe. Eu... Eu vi tudo. Tinha apenas três anos e eles me obrigaram a ver minha mãe sofrer... Eu me lembro de tudo. Maldição após Maldição. Torturaram até que ela não agüentou e o espírito dela se foi... Você sabe o que é isso?
- Sei sim. Você sabe que eu sei. - A amiga estava cada vez mais nervosa. Ele a abraçou. Seu corpo quente tremia. Harry envolveu-a até os soluços diminuírem, o que demorou bastante. Ele sentia o perfume da pele macia dela. Acariciou seus cabelos, beijou-lhe o alto da cabeça. Não compreendia como alguém tão forte podia chorar assim.
"Ela é humana", pensou, "Apenas uma garota assustada".
- Você não sabe... Voldemort queria acabar com você, não com seus pais... Não agüento mais essa pressão... Estou completamente sozinha aqui...
- Você sabe que não está só.
Harry afastou-a e limpou as lágrimas de seu rosto. Aline olhava-o tão carente, mas ele não conseguia desviar a atenção da boca dela, os lábios tão macios e vermelhos. E então ele não pôde mais se conter. Aproximou seu rosto do dela até seus lábios se tocarem. Primeiro inseguro, logo em seguida com paixão. O garoto sentia o corpo dela relaxando ao abraçá-lo mais forte.
Foi como voar, como saborear um doce que a gente gosta muito e não come há séculos, como se houvesse borboletas na barriga. Não, foi melhor. Harry não se lembrava de um beijo tão intenso, cheio de sentimento e com gosto de bala de menta. Os dois ficaram ali, sem conhecer tempo nem lugar.
Quando conseguiram se separar, Harry ficou muito vermelho, consciente do que tinha feito, mas voltara a segurar sua mão.
- Acho que se não fizesse isso, explodiria. Você deve me achar um aproveitador. - Sussurrou com a voz rouca. - Desculpe.
Levantou-se rapidamente, levando junto a mão da garota. Aline ergueu-se num salto. Olhou-o fundo nos olhos, passou a mão livre por trás da nuca dele, como faria sempre desde esse dia, e o beijou devagar. A boca dele estava quente, os lábios sedentos. Ela sentiu o beijo calmo e fundo de Harry, até sua alma sentir-se beijada. As mãos do garoto percorrendo as costas dela, os braços fortes apertando-a.
- Achei que você nunca faria isso! - Um sorriso abriu-se sob as lágrimas.
O momento mágico acontecera. Ficaram abraçados muito tempo. Hagrid viu a cena da porta de sua cabana, algumas pessoas viram das janelas. Dificilmente encontrariam a felicidade em outro lugar naqueles dias.
- As amigas de Cho estão correndo para o castelo.
Harry acordou de um sonho adorável. Ele e Cho eram, oficialmente, namorados.
- Ela não tinha que saber assim. Eu deveria contar a ela. Vou correr e ver se consigo alcançá-las. Você se importa?
- Não. Eu gostaria de uma explicação se fosse ela. Encontro você na sala comunal, ok?
Harry correu o mais rápido que pôde, tentando não perder as garotas de vista. Seu coração batia forte, sua cabeça rodava pensando em explicações enquanto subia a escadaria de mármore, todas descartadas por serem absurdas. Simplesmente sentia-se um monstro por não ter acabado o namoro antes, deixando Cho com ilusões.
Quando entrou na biblioteca, viu as garotas já conversando com ela, cujo rosto ficava cada vez mais branco e a boca se abria mais.
"Como é rápida a língua dessas garotas!" - Pensou incrédulo, procurando ouvir um pouco do que falavam.
- Eles estão se agarrando. Todo mundo está vendo, Cho! - descrevia uma garota de sobrancelhas grossas.
- O moleque nem tem respeito por você! - disparou outra com expressão de desprezo.
- Vocês só podem estar loucas! Harry Potter e aquela elfa-superstar? - Cho olhava os rostos vermelhos das amigas, chocada.
Harry, não querendo que a conversa se prolongasse e descambasse para invenções, seguiu decidido até parar em frente ao grupo. Cho olhou-o, assustada.
- Harry!... Você aqui?
- Na certa veio se explicar...
- Fique quieta, Elvira. - Cho olhou feio para a garota de sombrancelhas grossas, que se encolheu. - Não ligue para ela, querido. Você queria falar comigo?
- Sim. - Disse, corajoso. - Precisamos de um lugar menos tumultuado. - Indicou uma parte vazia entre a Sessão dos Feitiços Expectorantes e a das Poções Complexitivas.
Cho não disse nada enquanto caminhavam para lá. Harry percebeu que ela estava nervosa porque enrolava o cabelo nos dedos compulsivamente. Quando achou que não seriam ouvidos, ela virou-se para ele e começou a falar muito depressa.
- Não se preocupe, Harry. Não acredito em uma palavra do que elas disseram. Imagine, você e Aline Hunter. É simplesmente impossível...
- Cho... Escute... Cho... Eu... - Mas não conseguia fazê-la parar. Estava descontrolada. Ele se impacientava, então segurou-a pelos ombros. - Escute! É verdade! Aline e eu nos beijamos.
O rosto de Cho empalideceu mais.
- Isso... Isso não tem nada a ver... Um beijo não é nada... Perdôo você por essa fraqueza!
- Não quero ser perdoado. Gosto de Aline.
Ela gaguejava e sacudia a cabeça. De repente, começou a rir.
- O que?... Como assim?... Vocês dois?... Você está brincando?
Será que ela acreditava que ele não tinha capacidade de conquistar outra pessoa? Ia viver o resto da vida atrás dela?
- Não queria que você soubesse assim... Queria explicar tudo, resolver nossa questão... Foi inesperado, mas não imprevisto. Ao menos não para mim... A gente já não estava bem...
- Não venha me dizer que você está gostando daquilo?! Aquela garota parece mais um soldado treinado do que outra coisa! Aposto que a conversa dela é só sobre os últimos Feitiços Aniquiladores e a lista dos mais procurados do mês!
- Você está sendo injusta. Nunca conversou com ela... Ela não é assim... Ela é... - mas Cho Chang não queria saber o que Aline Hunter era. Harry jamais vira uma garota encrespada por perder o namorado e desejou que essa fosse a última vez.
- Enfeitiçado, é isso que você foi. Seu tolo, idiota! Seduzido por uma elfa- general! Bem, deve ser por isso, não é? Precisa de alguém para tomar conta de você!
- Não vou escutar acusações ou suposições suas. Você está fora de si, Cho. Pare! Acalme-se!
PÁ.
Cho deu um tapa que deixou o desenho vermelho da mão no rosto do garoto.
- Saia da minha frente! E não me procure quando ela mostrar os punhos e bater em você!
Harry achou melhor não responder. Saiu da passagem entre as prateleiras e surpreendeu vários ouvidos e rostos virados para ele. Cho não sussurrara ao acusá-lo.
Antes de irem dormir, o castelo inteiro já sabia que o famoso Harry Potter tinha sido fisgado pela poderosa Aline Hunter.
Aline fala:
"Foi indescritível. Quando nossos lábios se tocaram, senti como se todo o sofrimento tivesse acabado. Eu não era mais Hunter, ele não era mais Potter. Éramos um único ser, o calor de um passando para o outro. Um contentamento arrebatador tomou conta da gente.
Passamos muito tempo sem dizer palavra. Harry passava os dedos entre meus cabelos. Eu conseguia apenas fechar os olhos e ouvir meu coração batendo forte.
- Você nem sabe como eu precisava disso...
- Bem, eu sabia que eu precisava demais. - O sussurro dele ao meu ouvido fazia todo o meu corpo se arrepiar. - É quase inacreditável que tenha acontecido!
- Se eu soubesse como seria, teria começado a mais tempo!
- Aí não teria graça! Só se fosse comigo! - Ele riu.
Quando a brisa tornou-se mais fria, olhei adiante e vi as amigas de Cho correndo para a escola. Avisei a Harry que teríamos problemas. Ele foi correndo explicar-se, deixando-me sozinha. Mas agora eu nunca estaria só.
Fiquei admirando o lago até as primeiras estrelas refletirem na água. Encontrei Hagrid e ele acenou alegremente para mim. Meu desejo era pular e gritar pelo universo que o amava. Ao atravessar a porta, percebi que não precisava: todos já sabiam.
Ninguém falou, mas pude sentir que tinham visto a cena romântica no jardim, ou ouvido falar dela. Isto era um tanto desagradável.
Resolvi ir direto para a sala comunal. Não estava com fome. Queria estar perto dele.
Encontrei Mione e Rony abraçados a um canto. Ele tinha um sorriso do tipo 'eu sabia que ia dar nisso' triunfante. Harry ainda não voltara.
- Espero que esse namoro dure! - Hermione estava muito feliz.
- Eu disse ao Harry que vocês iam acabar juntos!
- Onde ele está?
- Foi procurar Cho. As amigas dela viram tudo no jardim... - Eu estava ficando corada.
- Como é que vai ser agora?
- Não sei, Mione... Eu... Nós não tivemos tempo de falar nada...
De repente, mãos cobriram meus olhos. Levei um susto.
- Se adivinhar quem é, ganha um beijo!
- É um desleixado de cabelos espetados e óculos redondos.
Harry riu e deu-me um beijo na bochecha. Ele nunca agia assim. Sempre fora contido, mesmo com os amigos. A partir desse dia, no entanto, começou a se revelar muito carinhoso. Dei um espaço para ele sentar e recostei minha cabeça no ombro dele. Foi tão natural, e eu com medo de não saber como agir depois de tudo. Quando fomos dormir, ele me disse: 'É fácil. É só sermos namorados!'"
Em novembro o campeonato de quadribol começou, atrasado pela falta de tempo dos professores para cuidar dos alunos durante os treinos. Aline apreciava o esporte, embora não acompanhasse campeonatos. Ela própria voava muito bem, com grande velocidade e segurança.
Harry era apanhador e capitão, por estar a mais tempo no time. Costumava ser rigoroso nos treinos, embora deixasse os companheiros experimentarem seus estilos sem interferir. Essa tática funcionara nos anos anteriores e ele não a mudaria, pois era fato que não apreciava mandar em alguém.
Aline gostava de vê-lo em ação. Ele era impetuoso e especialista em mergulhos perigosos em alta velocidade. Ela pediu a vassoura emprestada e mostrou-lhe como apostava corrida com o Pomo de Ouro, sem perdê-lo de vista.
- Você daria uma ótima apanhadora!
- Não, não seria justo! Meu time jamais perderia!
Seus colegas estavam a caminho de aceitá-la e as aulas ficaram mais interessantes sem o incômodo dos olhares curiosos. Ela passava muito tempo com Hermione na biblioteca, aprendendo a "tradição dos bruxos". Descobriu que a amiga estava bastante adiantada em animagia, mas que pretendia transformar-se apenas depois da formatura.
Havia as aulas com Gina e Siegfried. O rapaz conseguira mais meia dúzia de colegas para acompanharem as orientações de Aline. O grupo era tão barulhento que Madame Pince os expulsou da biblioteca e eles tiveram que pedir uma sala especial à Profª McGonagall.
Sig, como era conhecido, logo tornou-se amigo de Aline e Gina. Ele vinha de uma família de origem nórdica e conhecia mais sobre Elfos do que os outros estudantes. De fato, Harry se viu pegando informações com ele para usá-las nos papos com a amiga.
- Como é que você sabe tanto sobre Elfos, Sig? - Viu-se perguntando numa tarde em que um grande grupo caminhava para os jardins.
- Os povos nórdicos conheciam o Belo Povo das lendas. Temos uma extensa tradição sobre eles. Mas, pelo que vi, nossas histórias diferem um pouco da história de Aline. Nossos Elfos vivem em Asgaard, a terra dos deuses. A Srta. Hunter é bem real, não fruto da imaginação.
- Aline gosta de conversar com você, não é? - Perguntou Harry, deixando transparecer uma ponta de descontentamento.
- Sim, falamos de vários assuntos, como deve ser entre você e ela, Harry. - Sig deu uma risadinha e caminhou mais rápido para acompanhar Gina e Colin. - Vê se abre os olhos! - Gritou de longe.
Snape notara a proximidade entre Aline e Harry e não aprovava. A garota percebera o desprezo e o ódio entre os dois. A situação chegou ao limite em uma aula especialmente tensa. Draco havia tentado aproximar-se dela novamente e levara um carão. Então procurou atingir Harry, dizendo bobagens sobre os Potter antes de entrarem na sala.
- Eles são ridículos e idiotas. Morrer para salvar um bruxo medíocre desses! - bradava para os amigos da Sonserina.
Harry e seus amigos chegaram na hora. Rony e Hermione o seguraram com força. Aline não se controlou:
- Seus pais é que são perfeitos, não é mesmo, Malfoy? Conseguiram criar um sapo em roupas de príncipe! Seu pai é o ser mais desprezível que já rastejou na Terra!
Antes que ele pudesse revidar, Snape abriu a porta da masmorra e colocou todos para dentro.
Enquanto organizavam os ingredientes para a aula, Harry perguntava a razão do rancor dela contra os Malfoy.
- Harry, creia-me, eles são odiosos. Tenho medo deles. Vejo o que pode acontecer se...
- Silêncio. Hoje continuaremos com as Poções de Reanimação.
O professor ditou as regras para a utilização das poções - elas não funcionam quando se trata de feitiços. Reanimam apenas vítimas envenenadas - , em seguida os alunos começaram a preparar uma amostra para ser testada no final da aula.
Enquanto trabalhavam, Snape aproximou-se da mesa de Malfoy e cochichou algo com ele.
"Aposto que ele está contando o que aconteceu."
De repente, o professor veio em direção à mesa onde Aline e Harry separavam quantidades exatas de pêlos de grifo e sementes de mandrágora.
- Gostaria de mudar a senhorita de lugar, Srta. Hunter. Chega da companhia de Potter. O Sr. Malfoy está sozinho hoje. A senhorita poderia ajudá-lo com a poção.
Aline empalideceu. Por um segundo pensou que o professor estive brincando, mas viu que não estava. Por que estava agindo assim?
- Não. Desculpe, Profº Snape, mas Harry e eu já dividimos os ingredientes e ele já prometeu ajudar-me. Não seria justo.
"Você enlouqueceu?"
Ele fingiu não ouvir a pergunta. Abaixou-se até quase encostar seu rosto no dela.
- Não me desafie, mocinha. A senhorita deveria seguir o meu conselho. O Sr. Malfoy pode ser uma companhia agradável.
"Definitivamente você está louco. Não me force a chegar perto desse verme! Pense no que está propondo! Como se atreve?"
- Professor, eu realmente não estou preparada para Draco Malfoy e, se o senhor insistir, terei que me retirar da sala!
Ela perdera o juízo? Hermione olhava sem acreditar. Rony fechou os olhos, esperando a pancada. Harry pensou que, por mais que gostasse dela, Snape não permitiria tal rebeldia.
Mas o professor endireitou-se rapidamente.
- Bem, se a senhorita pensa assim, pode continuar com Potter, apesar de eu considerar que seu aproveitamento seria melhor se ficasse com alguém mais aplicado.
- Acredito que o senhor queira me ajudar, Profº Snape, mas posso garantir- lhe que sei perfeitamente escolher minhas companhias.
Quando saíram da masmorra, os colegas da Grifinória a rodearam, cheios de espanto.
- Puxa, você não tremeu quando ele bafejou na sua cara? - Lilá estava com os olhos arregalados e segurava os livros contra o peito.
- Foi muita coragem! Eu teria desmaiado. - Neville se esforçava para acompanhar os passos da garota.
- Pensei que ele ia te agarrar e carregar até o Malfoy!
- Como você conseguiu?
Ela ria das exclamações, mas estava preocupada. Snape a queria perto de Malfoy. Seu pai iria saber disso, ah ia! Foi a atitude mais estranha que ele tomara na vida. Hermione adivinhou sua perturbação e não disse nada sobre o assunto nem permitiu que Rony e Harry o fizessem. A conversa passeou pelo campeonato, pelos acontecimentos fora da escola ou pelos exames. Até a hora do almoço.
Na porta do Salão estava Severo Snape.
- Srta. Hunter, posso falar com a senhorita?
Ela pediu aos amigos para guardarem seu lugar e virou-se para o professor. Harry insistiu que sentassem onde pudessem vê-los.
- Por que o senhor fez aquilo?
- Achei que poderia ajudá-la, Aline. Potter não é uma boa companhia para você.
- Malfoy tão pouco! O senhor esqueceu-se da minha história?
- Não e é por isso que estou aqui. Desculpe-me, sim? Por um instante acreditei que você poderia deixar de lado...
- Severo, jamais deixarei de lado a morte de minha mãe! É por ela que tenho vivido e feito tudo! - A voz da garota aumentava, ela gesticulava freneticamente. - Jamais esquecerei todo o nosso sofrimento. Meu pai ficaria surpreso ao saber que você me ofereceu a amizade de um Malfoy!
- Elenna, não me entenda mal...
Ela chorava. Largou a mochila no chão e saiu correndo.
- O que ele fez a ela? - Harry perguntou, levantando-se.
- Talvez a tenha expulsado! - Rony opinou.
- Como ele pode ser assim? - Hermione balançava a cabeça.
Harry saiu correndo, quase chutando um Snape perplexo ao passar. O que fora aquilo tudo? Nem percebeu o vento gelado que bateu em seu rosto, arrepiando- lhe a pele. Da porta de entrada a viu descendo para o lago, parando à sombra do carvalho gigante.
Ela chorava com as pernas encolhidas, o rosto escondido. Não o ouviu chegar. Harry não sabia o que fazer. Sentou-se ao seu lado. Aline levantou os olhos, o rosto marcado de lágrimas.
- Não chore. O que foi que aquele imbecil disse a você? - Sem perceber, pegou a mão dela.
- Ele me traiu. Ele sabia... Sabia e mesmo assim pensou que eu podia passar por cima de tudo...Pensou que eu passaria por cima da morte de minha mãe... Ele enlouqueceu!...
- Calma. - O que mais ele poderia dizer? Não estava entendendo absolutamente nada. - Por favor, acalme-se e me explique o que está acontecendo! Não posso ajudá-la no escuro.
- Severo Snape é meu padrinho!
- O que? - Harry espantou-se tanto que soltou a mão da garota.
- Ele não queria que ninguém soubesse...
- Como ele pode ser seu padrinho?
- Ele ajudou muito Timoth quando minha mãe foi morta. Impediu que eu fosse assassinada também. Descobriu o plano e foi até nossa casa... Conseguiu dissuadi-los... Eu o adotei como padrinho, já que nunca tive um... Você sabe que minha mãe foi assassinada. Sabe quem foi o assassino? Claro que não... Pouquíssima gente sabe ou acredita. Lúcio Malfoy torturou minha mãe até matá-la, na minha frente.
Harry paralisou. Aquilo era muito novo para ele. Nada das histórias agradáveis dos belos Elfos ou das aventuras excitantes dela. Ele realmente deveria estar dormindo ao pensar que ela escolhera essa vida pela emoção. Aline soluçava.
- Malfoy foi atrás de meu pai, mas ele havia saído... Então... Então ele e seus companheiros nojentos, Comensais da Morte, prenderam e torturaram Laurëtinwe. Eu... Eu vi tudo. Tinha apenas três anos e eles me obrigaram a ver minha mãe sofrer... Eu me lembro de tudo. Maldição após Maldição. Torturaram até que ela não agüentou e o espírito dela se foi... Você sabe o que é isso?
- Sei sim. Você sabe que eu sei. - A amiga estava cada vez mais nervosa. Ele a abraçou. Seu corpo quente tremia. Harry envolveu-a até os soluços diminuírem, o que demorou bastante. Ele sentia o perfume da pele macia dela. Acariciou seus cabelos, beijou-lhe o alto da cabeça. Não compreendia como alguém tão forte podia chorar assim.
"Ela é humana", pensou, "Apenas uma garota assustada".
- Você não sabe... Voldemort queria acabar com você, não com seus pais... Não agüento mais essa pressão... Estou completamente sozinha aqui...
- Você sabe que não está só.
Harry afastou-a e limpou as lágrimas de seu rosto. Aline olhava-o tão carente, mas ele não conseguia desviar a atenção da boca dela, os lábios tão macios e vermelhos. E então ele não pôde mais se conter. Aproximou seu rosto do dela até seus lábios se tocarem. Primeiro inseguro, logo em seguida com paixão. O garoto sentia o corpo dela relaxando ao abraçá-lo mais forte.
Foi como voar, como saborear um doce que a gente gosta muito e não come há séculos, como se houvesse borboletas na barriga. Não, foi melhor. Harry não se lembrava de um beijo tão intenso, cheio de sentimento e com gosto de bala de menta. Os dois ficaram ali, sem conhecer tempo nem lugar.
Quando conseguiram se separar, Harry ficou muito vermelho, consciente do que tinha feito, mas voltara a segurar sua mão.
- Acho que se não fizesse isso, explodiria. Você deve me achar um aproveitador. - Sussurrou com a voz rouca. - Desculpe.
Levantou-se rapidamente, levando junto a mão da garota. Aline ergueu-se num salto. Olhou-o fundo nos olhos, passou a mão livre por trás da nuca dele, como faria sempre desde esse dia, e o beijou devagar. A boca dele estava quente, os lábios sedentos. Ela sentiu o beijo calmo e fundo de Harry, até sua alma sentir-se beijada. As mãos do garoto percorrendo as costas dela, os braços fortes apertando-a.
- Achei que você nunca faria isso! - Um sorriso abriu-se sob as lágrimas.
O momento mágico acontecera. Ficaram abraçados muito tempo. Hagrid viu a cena da porta de sua cabana, algumas pessoas viram das janelas. Dificilmente encontrariam a felicidade em outro lugar naqueles dias.
- As amigas de Cho estão correndo para o castelo.
Harry acordou de um sonho adorável. Ele e Cho eram, oficialmente, namorados.
- Ela não tinha que saber assim. Eu deveria contar a ela. Vou correr e ver se consigo alcançá-las. Você se importa?
- Não. Eu gostaria de uma explicação se fosse ela. Encontro você na sala comunal, ok?
Harry correu o mais rápido que pôde, tentando não perder as garotas de vista. Seu coração batia forte, sua cabeça rodava pensando em explicações enquanto subia a escadaria de mármore, todas descartadas por serem absurdas. Simplesmente sentia-se um monstro por não ter acabado o namoro antes, deixando Cho com ilusões.
Quando entrou na biblioteca, viu as garotas já conversando com ela, cujo rosto ficava cada vez mais branco e a boca se abria mais.
"Como é rápida a língua dessas garotas!" - Pensou incrédulo, procurando ouvir um pouco do que falavam.
- Eles estão se agarrando. Todo mundo está vendo, Cho! - descrevia uma garota de sobrancelhas grossas.
- O moleque nem tem respeito por você! - disparou outra com expressão de desprezo.
- Vocês só podem estar loucas! Harry Potter e aquela elfa-superstar? - Cho olhava os rostos vermelhos das amigas, chocada.
Harry, não querendo que a conversa se prolongasse e descambasse para invenções, seguiu decidido até parar em frente ao grupo. Cho olhou-o, assustada.
- Harry!... Você aqui?
- Na certa veio se explicar...
- Fique quieta, Elvira. - Cho olhou feio para a garota de sombrancelhas grossas, que se encolheu. - Não ligue para ela, querido. Você queria falar comigo?
- Sim. - Disse, corajoso. - Precisamos de um lugar menos tumultuado. - Indicou uma parte vazia entre a Sessão dos Feitiços Expectorantes e a das Poções Complexitivas.
Cho não disse nada enquanto caminhavam para lá. Harry percebeu que ela estava nervosa porque enrolava o cabelo nos dedos compulsivamente. Quando achou que não seriam ouvidos, ela virou-se para ele e começou a falar muito depressa.
- Não se preocupe, Harry. Não acredito em uma palavra do que elas disseram. Imagine, você e Aline Hunter. É simplesmente impossível...
- Cho... Escute... Cho... Eu... - Mas não conseguia fazê-la parar. Estava descontrolada. Ele se impacientava, então segurou-a pelos ombros. - Escute! É verdade! Aline e eu nos beijamos.
O rosto de Cho empalideceu mais.
- Isso... Isso não tem nada a ver... Um beijo não é nada... Perdôo você por essa fraqueza!
- Não quero ser perdoado. Gosto de Aline.
Ela gaguejava e sacudia a cabeça. De repente, começou a rir.
- O que?... Como assim?... Vocês dois?... Você está brincando?
Será que ela acreditava que ele não tinha capacidade de conquistar outra pessoa? Ia viver o resto da vida atrás dela?
- Não queria que você soubesse assim... Queria explicar tudo, resolver nossa questão... Foi inesperado, mas não imprevisto. Ao menos não para mim... A gente já não estava bem...
- Não venha me dizer que você está gostando daquilo?! Aquela garota parece mais um soldado treinado do que outra coisa! Aposto que a conversa dela é só sobre os últimos Feitiços Aniquiladores e a lista dos mais procurados do mês!
- Você está sendo injusta. Nunca conversou com ela... Ela não é assim... Ela é... - mas Cho Chang não queria saber o que Aline Hunter era. Harry jamais vira uma garota encrespada por perder o namorado e desejou que essa fosse a última vez.
- Enfeitiçado, é isso que você foi. Seu tolo, idiota! Seduzido por uma elfa- general! Bem, deve ser por isso, não é? Precisa de alguém para tomar conta de você!
- Não vou escutar acusações ou suposições suas. Você está fora de si, Cho. Pare! Acalme-se!
PÁ.
Cho deu um tapa que deixou o desenho vermelho da mão no rosto do garoto.
- Saia da minha frente! E não me procure quando ela mostrar os punhos e bater em você!
Harry achou melhor não responder. Saiu da passagem entre as prateleiras e surpreendeu vários ouvidos e rostos virados para ele. Cho não sussurrara ao acusá-lo.
Antes de irem dormir, o castelo inteiro já sabia que o famoso Harry Potter tinha sido fisgado pela poderosa Aline Hunter.
Aline fala:
"Foi indescritível. Quando nossos lábios se tocaram, senti como se todo o sofrimento tivesse acabado. Eu não era mais Hunter, ele não era mais Potter. Éramos um único ser, o calor de um passando para o outro. Um contentamento arrebatador tomou conta da gente.
Passamos muito tempo sem dizer palavra. Harry passava os dedos entre meus cabelos. Eu conseguia apenas fechar os olhos e ouvir meu coração batendo forte.
- Você nem sabe como eu precisava disso...
- Bem, eu sabia que eu precisava demais. - O sussurro dele ao meu ouvido fazia todo o meu corpo se arrepiar. - É quase inacreditável que tenha acontecido!
- Se eu soubesse como seria, teria começado a mais tempo!
- Aí não teria graça! Só se fosse comigo! - Ele riu.
Quando a brisa tornou-se mais fria, olhei adiante e vi as amigas de Cho correndo para a escola. Avisei a Harry que teríamos problemas. Ele foi correndo explicar-se, deixando-me sozinha. Mas agora eu nunca estaria só.
Fiquei admirando o lago até as primeiras estrelas refletirem na água. Encontrei Hagrid e ele acenou alegremente para mim. Meu desejo era pular e gritar pelo universo que o amava. Ao atravessar a porta, percebi que não precisava: todos já sabiam.
Ninguém falou, mas pude sentir que tinham visto a cena romântica no jardim, ou ouvido falar dela. Isto era um tanto desagradável.
Resolvi ir direto para a sala comunal. Não estava com fome. Queria estar perto dele.
Encontrei Mione e Rony abraçados a um canto. Ele tinha um sorriso do tipo 'eu sabia que ia dar nisso' triunfante. Harry ainda não voltara.
- Espero que esse namoro dure! - Hermione estava muito feliz.
- Eu disse ao Harry que vocês iam acabar juntos!
- Onde ele está?
- Foi procurar Cho. As amigas dela viram tudo no jardim... - Eu estava ficando corada.
- Como é que vai ser agora?
- Não sei, Mione... Eu... Nós não tivemos tempo de falar nada...
De repente, mãos cobriram meus olhos. Levei um susto.
- Se adivinhar quem é, ganha um beijo!
- É um desleixado de cabelos espetados e óculos redondos.
Harry riu e deu-me um beijo na bochecha. Ele nunca agia assim. Sempre fora contido, mesmo com os amigos. A partir desse dia, no entanto, começou a se revelar muito carinhoso. Dei um espaço para ele sentar e recostei minha cabeça no ombro dele. Foi tão natural, e eu com medo de não saber como agir depois de tudo. Quando fomos dormir, ele me disse: 'É fácil. É só sermos namorados!'"
