Capítulo Vinte e um: As conseqüências
Cornélio Fudge não sabia o que fazer. Corujas chegavam a todo o momento, uma multidão encontrava-se em frente ao seu gabinete, seus assessores já tinham esgotado as desculpas para a imprensa.
Se Harry o visse agora sem dúvida pensaria que o ministro envelhecera uns doze anos: olheiras fundas, barba por fazer, cabelos em desalinho e um olhar totalmente descrente.
- Isso não pode ter acontecido! - Dizia ele, balançando a cabeça em negativa. - Simplesmente não pode acontecer! Onde estavam os aurores? E os espiões? E Dumbledore?
- Fazendo o que o senhor mandou, Sr. Ministro: nada! - Arthur Weasley fora chamado às pressas, junto com os outros chefes de departamento do Ministério.
- Ora, Arthur, o que quer dizer? - Fudge pareceu muito ofendido. - Não havia motivo para fazer qualquer coisa. Jamais esperávamos dementadores em Hogwarts!
- Pare de tapar o sol com a peneira, Fudge! Há três anos sabemos que Você-sabe-quem ressurgiu! Há meses os espiões da Ordem da Fênix informam as movimentações dos Comensais da Morte! Cadáveres inexplicáveis por toda Inglaterra! - O Sr. Weasley elevava o tom da voz. Nem de longe lembrava o bruxo gentil que Harry conhecia. - E os ataques a Harry Potter? Foram isolados até o momento, não chamando a atenção. Mas agora uma turma inteira de adolescentes...!
O Ministro da Magia olhava o subordinado com um misto de surpresa e raiva. Conhecia os esforços de Weasley para desmoraliza-lo, infiltrando as idéias malucas de Dumbledore no centro da organização bruxa. Eles, esses insanos da tal Ordem da Fênix, pensava Fudge, queriam transformar a paz em pânico, a confiança em desespero e a alegria em sombras.
- Não dê palpites sobre o que não sabe, Weasley! Vocês todos - bradou, espalhando o olhar furioso para os demais ocupantes da sala - têm confabulado contra mim! Tudo que faço é errado, é idiota...
- Talvez porque você só encare a situação de uma forma, no mínimo, negligente, para não dizer estúpida!
- Isso é um complô!! Jamais admitirei esse tipo de comportamento! Fora daqui! Todos!
- Você ainda pode mudar os acontecimentos, Fudge! Pense bem. Dumbledore precisa de ajuda, a população precisa de segurança. Hoje foi Hogwarts, amanhã pode ser a sua casa!
Cornélio Fudge não soube o que responder. De súbito, jogou-se na poltrona e começou a chorar, a cabeça apoiada nas mãos.
- Como chegou a isso, Arthur? Como? Por que não continuamos nossa vida normal?... Eu não agüento mais!
Os outros se entreolharam. O Sr. Weasley olhou para o filho Percy, que assentiu.
- Também acreditamos que um homem só não pode organizar uma defesa e um ataque nesta guerra... - Percy olhava o pai com orgulho - Por isso, temos um plano. Queremos montar um comitê para lidar com o Inimigo... - Fudge levantou o rosto, instantaneamente atento ao homem que lhe falava cauteloso e decidido. - Um comitê com carta branca. Precisamos de total liberdade para agir sem consultar o Ministério, mas em nome dele.
- Não, Arthur. - A voz de Fudge atestava cansaço. - Não um comitê... O que precisamos é de um novo ministro.
O choque foi tremendo. Durante quatro ou cinco minutos não se ouvia nem uma mosca na sala. Foi Percy quem quebrou a catarse.
- O... o qu... O que o senhor disse, ministro?
- Que está na hora. Pode já ser tarde demais, como pode não ser. Acabei de dar-me conta: eu não posso lidar com uma guerra; e estamos em uma... Minha casa, você disse. Na minha casa ainda não chegaram, Arthur, mas foi por pouco. No meu bairro, duas pessoas desapareceram; minha mulher está tão apavorada que viajou para a Ásia. - Ele suspirou e abriu os braços, num gesto de "não sei o que fazer". - É isso! Podem ficar com a guerra de vocês, com a esperança imbecil de vocês. Para mim chega! Não quero um confronto, quero paz. Renuncio agora ao cargo de Ministro da Magia.
Ninguém o impediu de sair do gabinete, passar com dificuldade pela multidão, descer as escadas até a rua e desaparatar. Cornélio Fudge nunca mais foi visto na Grã-Bretanha. Deixou para trás o maior estrago que um ministro já fizera, e um grupo petrificado em sua ex-sala.
- Não acredito... Ele simplesmente saiu! - Percy exclamou.
- Sempre foi um covarde. - Alastor Moody falou pela primeira vez. - Finalmente podemos agir como se deve.
- Não é fácil assim, Moddy... Vai ser o caos! Estamos sem ministro, vocês se deram conta? - Arthur largou-se exausto numa cadeira. - O que faremos?
- O que deveria ter sido feito há muito tempo. - Arabella Figg, sentada ao lado de Moody, manifestou-se. - Nomeá-lo ministro, Arthur. Não podemos ter eleições, porem interinamente você pode assumir.
- Por que eu? Não, existe muita gente capaz, com graduação para o cargo...
- Arthur, não dificulte. Todos sabem que você é perfeito para o cargo. - Arabella sorria. - Estamos lidando com caçadores de trouxas, contra os quais você lutou a vida inteira. Precisamos de você. Por favor, sabemos que não será fácil arrumar a bagunça que Fudge deixou, mas você pode contar conosco.
- Isso mesmo, Weasley. A Ordem sempre apoiou você.
Arthur olhava os rostos ansiosos dos companheiros. Não queria tomar essa tarefa pois sabia do perigo que Molly e seus filhos correriam. Mas concluiu:eles estariam expostos de qualquer maneira.
Percy aproximou-se do pai. O jovem bruxo tinha mudado bastante. Não era mais arrogante, nem tão perfeccionista. Deixara há muito de ser o "Percy Perfeito". A morte de Bartolomeu Crouch abalara sensivelmente sua convicção na ordem. Começara a ajudar o pai; enquanto assumia o lugar de Crouch e descobrira uma face nova, tranqüila e ponderada de si mesmo.
Fora admitido na Ordem da Fênix há dois anos. Todos, até sua noiva, Penélope Cleanwater, começavam a acha-lo parecido com o pai em suas atitudes. Eles tornaram-se próximos como nunca haviam sido: amigos e conselheiros. Ele tocou o ombro do pai e sorriu:
- Mamãe o mataria de o senhor recusasse, papai.
- Está bem. Se a maioria do ministério concordar, eu assumirei. Interinamente, vejam bem! Não é do meu feitio mandar em alguém.
Moody exibiu seu sorriso torto:
- Ótimo! Temos que correr, o tempo urge!
********************************************************************* Harry tomou um susto de boas proporções ao ler na capa do "Profeta Diário" a nomeação do Sr. Weasley. Rony fizera questão de ser o portador da notícia. O amigo estava bastante ansioso e orgulhoso.
- Já imaginou: eu, Rony Weasley, filho do Ministro da Magia!?
- Seu pai merece, Rony. Era quase óbvio que ele seria escolhido, não era?
- Não existia melhor escolha. Quero dizer, sempre há o Dumbledore...
- Ele não aceitaria, como não aceitou uma vez.
- Acredito que teremos que conviver com dois filhos de ministro. Que você acha disso, Mione?
Hermione chegava à Ala hospitalar acompanhada de Gina. Aline dormia na cama ao lado. Harry não deixara Rony acordá-la, pois ela tivera um sono inquieto à noite.
- A Gina está bem feliz! Também pudera, né? O Sr. Weasley é ótimo! Um sogro e tanto! - Ela entrelaçou seus dedos nos do noivo e ganhou um beijo. - Acredito que agora temos uma chance de resistir. A primeira medida dele foi exatamente a sugerida pelo Profº Dumbledore: contatar os gigantes. Eles já estão se dirigindo à Azkaban e às fronteiras do país. Não quer deixar ninguém escapar. Hagrid está com eles, como uma espécie de emissário.
- É, e ele aumentou o contingente de aurores. - Gina completou. - Papai ficou furioso com o ataque. Mamãe disse que ele proibiu Gui e Carlinhos de virem para a Inglaterra. Quis até mandar Fred e Jorge para o Egito, mas eles não obedeceram e se inscreveram no recrutamento.
- Quem pode se inscrever? - Perguntou Harry.
- Só bruxos habilitados, o que exclui você, Potter. - Aline respondeu, apenas um olho aberto, a voz sonolenta.
- Olá, Aline. Pensamos que estivesse dormindo. - Hermione foi até ela. A pele dos dois estava quase cicatrizada, as bandagens haviam sido retiradas.
- É, Harry disse que você não passou bem a noite... Você escutou as novidades?
- Sim, Rony. Parabéns a você e a Gina! O Sr. Weasley será o melhor dos ministros!
Harry levantou-se e foi até a cama da namorada.
- O que aconteceu ontem? Você não dormiu um pingo. Eu senti sua perturbação.
- Nada, Harry. Só estava inquieta. Não fui criada para ficar deitada numa cama de hospital. Voltando ao assunto do recrutamento, apenas bruxos habilitados são aceitos. Tim me contou. Nosso grupo, Sirius, Remo e todos da Ordem estão na lista, claro.
- Você deveria trabalhar como jornalista, sabia? - Rony olhava admirado para a amiga. - Pouca gente tem essa informação. Suas fontes são quentíssimas!
Antes que as risadas terminassem, a porta da enfermaria abriu e o diretor entrou trazendo o velho conhecido cão preto.
- Ah, os enfermos caminham a passos largos para a recuperação. É tranqüilizante vê-los bem!
- Prof. Dumbledore, eu insisto em protestar contra a presença deste animal. - Madame Pomfrey saía de sua sala nervosa. - A pele desses pacientes não está cicatrizada. Pode haver infecções!
- Papoula, não se altere. Eu me responsabilizo pelo cão. Ele e Harry tornaram-se amigos. Se você se recorda, o animal já esteve aqui em outras ocasiões.
- Mas, professor...
- Aproveitei para trazê-lo porque preciso da sua orientação num assunto medicinal. Será que você poderia me acompanhar até a minha sala? Acredito que não demoraremos mais que uma hora. - A enfermeira lançou um olhar de dúvida para os garotos, o cão e Dumbledore. - Não se preocupe. Qualquer alteração, a Srta. Weasley nos avisará. Vamos. - E saiu arrastando Madame Pomfrey pelo corredor.
Só quando a porta estava bem trancada, Sirius transformou-se.
- AAAHH!!!!! - Gina, que vinha observando a cena com estranheza, correu para trás de Rony ao ver o fugitivo mais perigoso de Azkaban na sua frente. - SIRIUS BLACK!!
- Calma, Gina! Nós podemos explicar. - Hermione a abraçava. - Ela não sabia, Sirius. Tínhamos esquecido.
- Não faz mal, vocês podem explicar depois. - Aproximou-se do afilhado. Harry sorriu e apertou-lhe a mão. - Como foi que aconteceu?
- Ainda são apenas suposições. - Aline respondeu. - Os dementadores foram transportados para a Floresta e envolvidos numa espécie de redoma que neutralizou os feitiços de proteção.
- Seu pai falou da tentativa de capturar uma inominável que ajudara a conjurar a proteção. Eles devem ter obtido a informação dela.
- Possivelmente. Entretanto, há uma coisa que não encaixa. Foi fácil derrotá-los. Quer dizer, mesmo com Aline e Harry e os professores, eram centenas.
- Você tem razão, Hermione... Realmente foi fácil... Dementadores são fortes, não se deixariam vencer... há menos que fosse outro o objetivo de Voldemort...
- Talvez só fosse uma demonstração do poder dele. - Rony nem se encolheu ao ouvir o nome do Inimigo. - Ele estaria se gabando de poder desperdiçar um exército inteiro!
- Não, Rony. Voldemort não age assim. Esse ataque tinha dois objetivos. Se o primeiro falhasse - capturar Aline e Harry; o segundo não.
- Por favor. - Aline olhava para Gina tremendo sentada na cama de Harry. - Não podemos conversar sobre isso depois? Não estou a fim de conversar sobre Voldemort logo que acordo. - Ela sorriu para Sirius. Poderiam discutir sem Gina por perto. Ele compreendeu bem até de mais.
- Mil perdões, Srta. Hunter! Então, sobre o que conversaremos? Que tal sobre o seu namorado? - Harry olhou-o desconfiado. - A senhorita sabia que o Harry aqui ofereceu a mim e ao Remo metade da fortuna para não aparecermos mais na sua frente?
- Isso é uma mentira deslavada, Sirius! - Harry disse com veemência.
- Ele fica morto de ciúmes quando qualquer bruxo conversa com a senhorita, sabia? Disse que você lançou olhares úmidos para mim outro dia!
Até Gina riu do tom falsamente indignado de Sirius. Harry tentou protestar, mas era voto vencido. Uma hora depois, quando Madame Pomfrey retornou, Rony já tinha levado o cão embora. Aline e Hermione contavam a Gina sobre o padrinho de Harry, enquanto o próprio observava da janela Sirius correndo em direção a Hogsmeade com um aperto no coração.
"Todos que amo continuam em perigo", pensou antes de voltar para a cama.
N/A: Então, o que vcs acham? Será q agora a guerra começa de vez? O treinamento do Harry, vai dar certo? Mandem e-mails, reviews, bilhetinhos, correios-coruja etc. Preciso saber o que vcs estão achando, ok?
N/A 2: Aproveito p/ agradecer quem atendeu ao meu apelo anterior!!! Especialmente a Amélia, a Miyuki e a Carol!! Valeu, garotas!!!
Cornélio Fudge não sabia o que fazer. Corujas chegavam a todo o momento, uma multidão encontrava-se em frente ao seu gabinete, seus assessores já tinham esgotado as desculpas para a imprensa.
Se Harry o visse agora sem dúvida pensaria que o ministro envelhecera uns doze anos: olheiras fundas, barba por fazer, cabelos em desalinho e um olhar totalmente descrente.
- Isso não pode ter acontecido! - Dizia ele, balançando a cabeça em negativa. - Simplesmente não pode acontecer! Onde estavam os aurores? E os espiões? E Dumbledore?
- Fazendo o que o senhor mandou, Sr. Ministro: nada! - Arthur Weasley fora chamado às pressas, junto com os outros chefes de departamento do Ministério.
- Ora, Arthur, o que quer dizer? - Fudge pareceu muito ofendido. - Não havia motivo para fazer qualquer coisa. Jamais esperávamos dementadores em Hogwarts!
- Pare de tapar o sol com a peneira, Fudge! Há três anos sabemos que Você-sabe-quem ressurgiu! Há meses os espiões da Ordem da Fênix informam as movimentações dos Comensais da Morte! Cadáveres inexplicáveis por toda Inglaterra! - O Sr. Weasley elevava o tom da voz. Nem de longe lembrava o bruxo gentil que Harry conhecia. - E os ataques a Harry Potter? Foram isolados até o momento, não chamando a atenção. Mas agora uma turma inteira de adolescentes...!
O Ministro da Magia olhava o subordinado com um misto de surpresa e raiva. Conhecia os esforços de Weasley para desmoraliza-lo, infiltrando as idéias malucas de Dumbledore no centro da organização bruxa. Eles, esses insanos da tal Ordem da Fênix, pensava Fudge, queriam transformar a paz em pânico, a confiança em desespero e a alegria em sombras.
- Não dê palpites sobre o que não sabe, Weasley! Vocês todos - bradou, espalhando o olhar furioso para os demais ocupantes da sala - têm confabulado contra mim! Tudo que faço é errado, é idiota...
- Talvez porque você só encare a situação de uma forma, no mínimo, negligente, para não dizer estúpida!
- Isso é um complô!! Jamais admitirei esse tipo de comportamento! Fora daqui! Todos!
- Você ainda pode mudar os acontecimentos, Fudge! Pense bem. Dumbledore precisa de ajuda, a população precisa de segurança. Hoje foi Hogwarts, amanhã pode ser a sua casa!
Cornélio Fudge não soube o que responder. De súbito, jogou-se na poltrona e começou a chorar, a cabeça apoiada nas mãos.
- Como chegou a isso, Arthur? Como? Por que não continuamos nossa vida normal?... Eu não agüento mais!
Os outros se entreolharam. O Sr. Weasley olhou para o filho Percy, que assentiu.
- Também acreditamos que um homem só não pode organizar uma defesa e um ataque nesta guerra... - Percy olhava o pai com orgulho - Por isso, temos um plano. Queremos montar um comitê para lidar com o Inimigo... - Fudge levantou o rosto, instantaneamente atento ao homem que lhe falava cauteloso e decidido. - Um comitê com carta branca. Precisamos de total liberdade para agir sem consultar o Ministério, mas em nome dele.
- Não, Arthur. - A voz de Fudge atestava cansaço. - Não um comitê... O que precisamos é de um novo ministro.
O choque foi tremendo. Durante quatro ou cinco minutos não se ouvia nem uma mosca na sala. Foi Percy quem quebrou a catarse.
- O... o qu... O que o senhor disse, ministro?
- Que está na hora. Pode já ser tarde demais, como pode não ser. Acabei de dar-me conta: eu não posso lidar com uma guerra; e estamos em uma... Minha casa, você disse. Na minha casa ainda não chegaram, Arthur, mas foi por pouco. No meu bairro, duas pessoas desapareceram; minha mulher está tão apavorada que viajou para a Ásia. - Ele suspirou e abriu os braços, num gesto de "não sei o que fazer". - É isso! Podem ficar com a guerra de vocês, com a esperança imbecil de vocês. Para mim chega! Não quero um confronto, quero paz. Renuncio agora ao cargo de Ministro da Magia.
Ninguém o impediu de sair do gabinete, passar com dificuldade pela multidão, descer as escadas até a rua e desaparatar. Cornélio Fudge nunca mais foi visto na Grã-Bretanha. Deixou para trás o maior estrago que um ministro já fizera, e um grupo petrificado em sua ex-sala.
- Não acredito... Ele simplesmente saiu! - Percy exclamou.
- Sempre foi um covarde. - Alastor Moody falou pela primeira vez. - Finalmente podemos agir como se deve.
- Não é fácil assim, Moddy... Vai ser o caos! Estamos sem ministro, vocês se deram conta? - Arthur largou-se exausto numa cadeira. - O que faremos?
- O que deveria ter sido feito há muito tempo. - Arabella Figg, sentada ao lado de Moody, manifestou-se. - Nomeá-lo ministro, Arthur. Não podemos ter eleições, porem interinamente você pode assumir.
- Por que eu? Não, existe muita gente capaz, com graduação para o cargo...
- Arthur, não dificulte. Todos sabem que você é perfeito para o cargo. - Arabella sorria. - Estamos lidando com caçadores de trouxas, contra os quais você lutou a vida inteira. Precisamos de você. Por favor, sabemos que não será fácil arrumar a bagunça que Fudge deixou, mas você pode contar conosco.
- Isso mesmo, Weasley. A Ordem sempre apoiou você.
Arthur olhava os rostos ansiosos dos companheiros. Não queria tomar essa tarefa pois sabia do perigo que Molly e seus filhos correriam. Mas concluiu:eles estariam expostos de qualquer maneira.
Percy aproximou-se do pai. O jovem bruxo tinha mudado bastante. Não era mais arrogante, nem tão perfeccionista. Deixara há muito de ser o "Percy Perfeito". A morte de Bartolomeu Crouch abalara sensivelmente sua convicção na ordem. Começara a ajudar o pai; enquanto assumia o lugar de Crouch e descobrira uma face nova, tranqüila e ponderada de si mesmo.
Fora admitido na Ordem da Fênix há dois anos. Todos, até sua noiva, Penélope Cleanwater, começavam a acha-lo parecido com o pai em suas atitudes. Eles tornaram-se próximos como nunca haviam sido: amigos e conselheiros. Ele tocou o ombro do pai e sorriu:
- Mamãe o mataria de o senhor recusasse, papai.
- Está bem. Se a maioria do ministério concordar, eu assumirei. Interinamente, vejam bem! Não é do meu feitio mandar em alguém.
Moody exibiu seu sorriso torto:
- Ótimo! Temos que correr, o tempo urge!
********************************************************************* Harry tomou um susto de boas proporções ao ler na capa do "Profeta Diário" a nomeação do Sr. Weasley. Rony fizera questão de ser o portador da notícia. O amigo estava bastante ansioso e orgulhoso.
- Já imaginou: eu, Rony Weasley, filho do Ministro da Magia!?
- Seu pai merece, Rony. Era quase óbvio que ele seria escolhido, não era?
- Não existia melhor escolha. Quero dizer, sempre há o Dumbledore...
- Ele não aceitaria, como não aceitou uma vez.
- Acredito que teremos que conviver com dois filhos de ministro. Que você acha disso, Mione?
Hermione chegava à Ala hospitalar acompanhada de Gina. Aline dormia na cama ao lado. Harry não deixara Rony acordá-la, pois ela tivera um sono inquieto à noite.
- A Gina está bem feliz! Também pudera, né? O Sr. Weasley é ótimo! Um sogro e tanto! - Ela entrelaçou seus dedos nos do noivo e ganhou um beijo. - Acredito que agora temos uma chance de resistir. A primeira medida dele foi exatamente a sugerida pelo Profº Dumbledore: contatar os gigantes. Eles já estão se dirigindo à Azkaban e às fronteiras do país. Não quer deixar ninguém escapar. Hagrid está com eles, como uma espécie de emissário.
- É, e ele aumentou o contingente de aurores. - Gina completou. - Papai ficou furioso com o ataque. Mamãe disse que ele proibiu Gui e Carlinhos de virem para a Inglaterra. Quis até mandar Fred e Jorge para o Egito, mas eles não obedeceram e se inscreveram no recrutamento.
- Quem pode se inscrever? - Perguntou Harry.
- Só bruxos habilitados, o que exclui você, Potter. - Aline respondeu, apenas um olho aberto, a voz sonolenta.
- Olá, Aline. Pensamos que estivesse dormindo. - Hermione foi até ela. A pele dos dois estava quase cicatrizada, as bandagens haviam sido retiradas.
- É, Harry disse que você não passou bem a noite... Você escutou as novidades?
- Sim, Rony. Parabéns a você e a Gina! O Sr. Weasley será o melhor dos ministros!
Harry levantou-se e foi até a cama da namorada.
- O que aconteceu ontem? Você não dormiu um pingo. Eu senti sua perturbação.
- Nada, Harry. Só estava inquieta. Não fui criada para ficar deitada numa cama de hospital. Voltando ao assunto do recrutamento, apenas bruxos habilitados são aceitos. Tim me contou. Nosso grupo, Sirius, Remo e todos da Ordem estão na lista, claro.
- Você deveria trabalhar como jornalista, sabia? - Rony olhava admirado para a amiga. - Pouca gente tem essa informação. Suas fontes são quentíssimas!
Antes que as risadas terminassem, a porta da enfermaria abriu e o diretor entrou trazendo o velho conhecido cão preto.
- Ah, os enfermos caminham a passos largos para a recuperação. É tranqüilizante vê-los bem!
- Prof. Dumbledore, eu insisto em protestar contra a presença deste animal. - Madame Pomfrey saía de sua sala nervosa. - A pele desses pacientes não está cicatrizada. Pode haver infecções!
- Papoula, não se altere. Eu me responsabilizo pelo cão. Ele e Harry tornaram-se amigos. Se você se recorda, o animal já esteve aqui em outras ocasiões.
- Mas, professor...
- Aproveitei para trazê-lo porque preciso da sua orientação num assunto medicinal. Será que você poderia me acompanhar até a minha sala? Acredito que não demoraremos mais que uma hora. - A enfermeira lançou um olhar de dúvida para os garotos, o cão e Dumbledore. - Não se preocupe. Qualquer alteração, a Srta. Weasley nos avisará. Vamos. - E saiu arrastando Madame Pomfrey pelo corredor.
Só quando a porta estava bem trancada, Sirius transformou-se.
- AAAHH!!!!! - Gina, que vinha observando a cena com estranheza, correu para trás de Rony ao ver o fugitivo mais perigoso de Azkaban na sua frente. - SIRIUS BLACK!!
- Calma, Gina! Nós podemos explicar. - Hermione a abraçava. - Ela não sabia, Sirius. Tínhamos esquecido.
- Não faz mal, vocês podem explicar depois. - Aproximou-se do afilhado. Harry sorriu e apertou-lhe a mão. - Como foi que aconteceu?
- Ainda são apenas suposições. - Aline respondeu. - Os dementadores foram transportados para a Floresta e envolvidos numa espécie de redoma que neutralizou os feitiços de proteção.
- Seu pai falou da tentativa de capturar uma inominável que ajudara a conjurar a proteção. Eles devem ter obtido a informação dela.
- Possivelmente. Entretanto, há uma coisa que não encaixa. Foi fácil derrotá-los. Quer dizer, mesmo com Aline e Harry e os professores, eram centenas.
- Você tem razão, Hermione... Realmente foi fácil... Dementadores são fortes, não se deixariam vencer... há menos que fosse outro o objetivo de Voldemort...
- Talvez só fosse uma demonstração do poder dele. - Rony nem se encolheu ao ouvir o nome do Inimigo. - Ele estaria se gabando de poder desperdiçar um exército inteiro!
- Não, Rony. Voldemort não age assim. Esse ataque tinha dois objetivos. Se o primeiro falhasse - capturar Aline e Harry; o segundo não.
- Por favor. - Aline olhava para Gina tremendo sentada na cama de Harry. - Não podemos conversar sobre isso depois? Não estou a fim de conversar sobre Voldemort logo que acordo. - Ela sorriu para Sirius. Poderiam discutir sem Gina por perto. Ele compreendeu bem até de mais.
- Mil perdões, Srta. Hunter! Então, sobre o que conversaremos? Que tal sobre o seu namorado? - Harry olhou-o desconfiado. - A senhorita sabia que o Harry aqui ofereceu a mim e ao Remo metade da fortuna para não aparecermos mais na sua frente?
- Isso é uma mentira deslavada, Sirius! - Harry disse com veemência.
- Ele fica morto de ciúmes quando qualquer bruxo conversa com a senhorita, sabia? Disse que você lançou olhares úmidos para mim outro dia!
Até Gina riu do tom falsamente indignado de Sirius. Harry tentou protestar, mas era voto vencido. Uma hora depois, quando Madame Pomfrey retornou, Rony já tinha levado o cão embora. Aline e Hermione contavam a Gina sobre o padrinho de Harry, enquanto o próprio observava da janela Sirius correndo em direção a Hogsmeade com um aperto no coração.
"Todos que amo continuam em perigo", pensou antes de voltar para a cama.
N/A: Então, o que vcs acham? Será q agora a guerra começa de vez? O treinamento do Harry, vai dar certo? Mandem e-mails, reviews, bilhetinhos, correios-coruja etc. Preciso saber o que vcs estão achando, ok?
N/A 2: Aproveito p/ agradecer quem atendeu ao meu apelo anterior!!! Especialmente a Amélia, a Miyuki e a Carol!! Valeu, garotas!!!
