Capítulo Vinte e cinco: A preparação
Foram férias horríveis para Harry, contabilizando aí todas as anteriores na casa dos Dursley. Ele sentia-se ansioso pela falta de notícias. Procurava Dumbledore várias vezes ao dia, mas o diretor não sabia onde Aline estava. Ela tão pouco enviara um mero bilhete.

A maioria dos alunos de Hogwarts respirou aliviada ao saber da partida da garota. As corujas dos pais finalmente pararam de amontoar cartas na caixa postal do diretor. Simas não a culpou pelo acidente, embora sua opinião em nada mudasse o clima geral. Draco ria pelos corredores, perguntando aos berros o que Harry faria sem sua babá.

Hagrid tentou alegrar Harry com uma visita à Floresta, conversando com os centauros, cuidando de filhotes unicórnios, quadradinhos de chocolate, histórias das terras dos gigantes. Mas nem um joguinho de Quadribol com Rony levantou o ânimo do garoto.

- Harry, não adianta você ficar sofrendo. - Mione sentara-se com ele e Gina na Sala Comunal.

- Eu não consigo deixar de pensar nela, Hermione.

- Tenho certeza de que Aline não gostaria de vê-lo faltando às aulas e sem querer comer. - As duas olhavam-se como se tivessem ensaiado a conversa.

- Gina, não adianta. Eu estou preso aqui, não posso sair e ela não pode entrar! Uma beleza de namoro...

Ele acreditava que os colegas eram traidores e tolos.

"Como podem acreditar no que Malfoy diz?"

Mas não era com o namoro que ele se preocupava. Pressentia o perigo que Aline corria fora de Hogwarts, por mais que ela estivesse rodeada de amigos. Harry queria sair e encontrá-la, contudo se segurava por saber que atrairia mais atenção para ela.

Quando as aulas recomeçaram, Harry só comparecia por insistência de Hermione. Aline não retornara. Ele tentara encontrar seu espírito vagando à noite sem resultado. Ela desaparecera completamente.
Aline não estava melhor. O pai a deixara à vontade; não cobrou nada e, no fundo, apoiava sua atitude. Mas ela não se sentia bem. Queria voltar, mesmo sabendo ser praticamente impossível. Alvo Dumbledore seria demitido se permitisse que ela colocasse os pés em Hogwarts novamente.

Passava horas na janela do apartamento em Paris e Tim não ousava interromper suas divagações. Sentia muita pena da filha. Sabia que a dor só tinha um remédio. Nada poderia fazer para curá-la, mas se não fizesse alguma coisa, qualquer coisa, ela definharia.

- Elenna, sua mãe não aprovaria essa entrega sem luta.

Aline o olhou intrigada, como se o visse pela primeira vez após uma longa separação.

- Você quase nunca me chama assim. Prefere o nome que escolhemos quando mudamos para cá.

Tim sorriu levemente.

- Elenna é um lindo nome, mas deve ser honrado com seu significado. Aline é melhor para lidar com as pessoas.

- Pai, o que vai acontecer agora? Não consigo ver nada.

- Minha querida, pare de se preocupar com Harry. Ele sabe se virar. Olhe para você! Você precisa viver, com ou sem ele. Talvez se nós fossemos procurar alguns bruxos que...

- Timoth, você sabe que não posso. Não posso nem quero. Sei que a minha retirada do castelo foi planejada. Vão atacar Hogwarts.

- Dumbledore conseguirá defender o castelo. Sem contar todos aqueles professores e os bruxos do Ministério. Não se pode abraçar o mundo sozinha.

- Mas não podemos virar as costas ao nosso destino. Você me ensinou isso.

- Se esse destino nos leva para a destruição devemos lutar contra ele!

- Não sabemos para onde ele nos leva antes de chegar ao final. Pai, por favor, sei que você quer me proteger, mas não tente me iludir.

- Nem quando você era criança eu conseguia! Lembra da brincadeira de esconder o presente numa mão? Você nunca errou!... Não quero vê-la sofrer. Não você...

Ele suspirou. Não tinha mais argumentos.

- O que pretende fazer?

- Não voltarei. Ficarei esperando. O golpe mais pesado caíra em Hogwarts.

- Você acha que Voldemort se arriscaria?

- Ele tem que matar Dumbledore e Harry se quiser tomar o poder definitivamente.

- Sim. Dumbledore sabe disso, mas tem que pensar em tanta gente... Bem, está bem. Vamos vigiar o castelo. Mas não podemos deixar que sintam nossa presença. Elfgold pode fazer isso por nós e comunicar qualquer fato com rapidez.

- Será que poderemos deter Voldemort, Tim?

- Somos os mais indicados para tentar, apesar de muitos quererem o mesmo.

- Por que?

- Porque estamos desesperados.
Aline Hunter não errou em sua predição, como errou em pouca coisa na vida.

Apenas três dias haviam se passado desde que Timoth entrara em contato com Sirius Black, Remo Lupin, Fabian Fastred, Arabella Figg, Jasmin Brethil, Hannah e Ângela Bastian, montando uma rede paralela de proteção a Hogwarts e Elfgold surgiu feito uma flecha dourada, pousando na janela da sala, piando estridente. O coração de Aline quase saltou pela boca.

Uma multidão de bruxos encaminhava-se para a escola abertamente, no que prometia ser a batalha decisiva da guerra. Os feitiços de proteção pouco adiantariam porque eles sabiam como neutralizar todos. Os Comensais da Morte não evitavam desafios, em um contingente extraordinário. O próprio Voldemort comandava a investida, como um general incentivando seu exército no campo de batalha, ou um jogador ousado de xadrez.

Aline apanhou arco e aljava, a mochila com a varinha, os anéis e o cantil com miruor. Depois, ela e Timoth voaram como o vento da tempestade.
N/A: Agora a história está igual aqui e no 3 Vassouras. E posso, finalmente, seguir adiante...rs!! Prometo não demorar mais a postar cap novos, ok?! E não se esqueçam de escrever!...