Capítulo Vine e sete: Reviver
- Não sei, Sr. Hunter. Temo que as mãos e braços não voltem ao normal.

- Madame Pomfrey, garanto à senhora que ela vai se recuperar. O miruor é um excelente revigorante. Lavamos os ferimentos com ele e o misturamos à medicação. Fique tranqüila.

Era a voz de Timoth que ela ouvia. Pensara, por um instante terrível, que nunca mais ouviria o som grave e sempre calmo da voz do pai. Aline abriu os olhos. Estava na enfermaria da escola. As camas ao redor cheias de gente, umas dormindo com os rostos pálidos, outras conversando com visitantes. Timoth e Severo, postados, em frente à sua cama.

Estivera um tempo com sua mãe e Harry. Laurëtinwe conseguira reconfortá-los e restaurar suas energias, contudo, tiveram que permanecer nos Portos por dias. Conversaram longamente sobre os acontecimentos recentes. Harry e ela souberam muitas notícias daquela noite.

Por todo o país, os aurores e gigantes enfrentaram ataques de seguidores de Voldemort, mas, sem dúvida, o golpe mais duro foi em Hogwarts.

Mione, Rony, Gina e Sig lutaram contra vários Comensais na torre da Grifinória. Os outros alunos do sétimo ano ajudaram a expulsar os invasores e os perseguiram até a entrada do castelo, lutando ombro a ombro com as forças do Ministério. Esse feito garantiu a todos os N.I.E.M.'s para a formatura.

Hagrid comandara um grupo de gigantes que encontrava-se em Hogsmeade no combate exterior e tinha revelado que seu guarda-chuva escondia sua varinha quebrada.

Os amigos foram curados dos feitiços e ferimentos.

Também viram o funeral de Dumbledore (Harry sentiu bastante não estar presente em corpo. A primeira coisa que fez quando acordou foi visitar o túmulo. Ficou lá por várias horas.) e as medidas do Ministério para caçar os poucos fugitivos. Portanto, quando acordou, Aline só desejava abraçar o pai e não soltá-lo mais.

- Elenna, não sabe a alegria que é vê-la acordada! Quando peguei-a nos braços, pensei que estive morta!

- Nada que alguns dias nos Portos não resolvessem, pai. Mamãe enviou-lhe vários recados: primeiro que o ama muito; depois que podem suspender a medicação normal e dar a Harry e a mim apenas miruor; e também... - Laurëtinwe sempre mandava muitas mensagens pela filha. Sentia falta de Timoth cada minuto em seu exílio.

Ela olhou para Severo, parado ali, atento à afilhada. Aline abraçou-o forte e sorriu.

- Padrinho, soube da sua tentativa de proteger Harry e da ajuda nas masmorras. Obrigada por tudo, como sempre.

Snape pareceu um tanto encabulado mas satisfeito pelo reconhecimento de seus esforços.

Quando Aline se recuperou, visitou os amigos que ainda estavam de cama; e foi visitada por muitos outros, todos invariavelmente envergonhados pela maneira de como a trataram. A notícia da destruição de Lord Voldemort trouxe uma fama instantânea e incômoda. Vários curiosos tentaram se aproximar dela, repórteres escalavam as paredes do castelo para tirar fotos. Harry sentia o mesmo.

Ele se recuperara rapidamente e viera conversar com a namorada.

- Por que será que eu sempre me recupero primeiro? - Perguntou ele, após beijá-la muito.

- Para dar mais entrevistas? - Aline estava sem fôlego.

- Gracinha! - Exclamou ele, mostrando-lhe a língua. - Em todo caso, tive tempo para juntar algumas peças e montar um enorme quebra-cabeças. O que você me diz, "minha estrela"?

- Não faço idéia do que você está falando, Potter. Será que consertaram sua cabeça direito?

- Da profecia. - Harry a olhava triunfante, enquanto tirava um pergaminho do bolso e o desenrolava. - Realmente ela é bem direta. Se não fosse sobre mim, não sei de quem se trataria. Escute:

"Solidão. Pais perdidos. A cicatriz pulsando é o sinal da esperança. Anos passarão até encontrar a canção e compreenderá com exatidão sua vinda."

- O poeta da introdução era um pouco fraquinho, não? Já ouvi profecias melhores. Mas o que vem a seguir é mais antigo. Mione e eu demoramos para traduzir em inglês atual.

- Mesmo assim, é mais antiga que o inglês. Esses versos foram compostos em élfico. Você os viu na forma original num de meus livros, lembra-se? E eu não quis traduzi-los. Leia, vejamos como ficam.

"Raio, escuridão, estrela

Verde lampejo

Fenece e renasce

Da escuridão uma estrela surge

E a destrói
Verde, vermelho, prata

Olhos, olhos, forma

Duas antigas estirpes

Equilíbrio faz à força

O menino que sobrevive sonha

Nas trevas ele consegue a luz

Esperança semeia nos corações

Seu destino o leva longe de seu mundo

Até que ele encontre a si mesmo

Da escuridão eu percebo a noite

Sonhos fluem, uma estrela brilha

Longa jornada noite a dentro

Escuro, frio, vazio

Deve ser uma estrela

Brilhando dentro de você

Quando a escuridão desvanecer

Seu coração encontrará a verdade

A escuridão está vindo

Acredite e você encontrará seu caminho

A escuridão está fenecendo

Uma promessa está com você agora

Guiando sua jornada

Para a luz do dia

Quando a noite chega

Você encontrará o sol"

- E então?

- Não há muito que explicar. A canção falava de uma estrela. Meu sonho tinha uma estrela e uma guerra. Na verdade, era a tradução dos versos. Era você quem descia do céu. Os soldados reluzentes eram Elfos. O significado do seu nome... Você foi enviada para me ajudar, a ajudar o enviado a trazer a luz, como dizem os versos. Fiz corretamente a lição de casa?

- Maravilhosamente! Não esperava que você descobrisse, nem era importante, senão poderia lhe subir à cabeça! - Ela riu. - Mas, veja, você daria um excelente investigador, se Mione não tivesse ajudado...

- Ela deu uma forcinha, sim. E eu não ligo de ser o escolhido, porque nenhuma profecia diz o que ele faz depois que termina o serviço!

- Isso a gente descobre... Provavelmente vive!

- Essa descoberta me levou a pensar... Não sei se devo, mas não consigo... - A expressão de Harry tornou-se séria, nem olhou nos olhos de Aline ao perguntar. - Foi por causa da profecia que você se aproximou de mim?

Aline também apagou o sorriso e abaixou a cabeça.

- Foi. No início eu não previa que me envolveria tanto... Hoje não posso viver sem você.

- Então, se não fosse por ela, você não me amaria? Não se interessaria por mim? Quero dizer, - Harry forçou um sorriso. - sei que sou irresistível e tudo mais, tenho confiança no nosso amor agora... Só queria saber se...

- Não, Potter, eu não o seduzi "por causa" da profecia. No começo era só mais uma missão: cuidar de alguém importante. Não sabia que os versos diziam respeito a mim também. Só quando olhei dentro dos seus olhos foi que percebi, entretanto, no mesmo instante, "você" já me enfeitiçara!

- Eu?!

- Amei você desde o nosso encontro no trem, lembra? Sofri demais, Harry, talvez você nem imagine o quanto. Era o meu destino, embora eu não o quisesse. Não no inicio. - Ela engoliu em seco, a voz trêmula. - Você é maior que qualquer verso ou profecia.

Harry sorriu para ela. Lentamente, afastou os cabelos de Aline, beijando- lhe o pescoço e sussurrando em seu ouvido.

- E eu amei você desde que ouvi sua voz e senti seu perfume... Amei você ao ver a mulher mais triste e linda do mundo... E amo você porque não posso viver um dia sem tê-la perto de mim.

Ele sentiu a tensão provocada por suas dúvidas desfazer-se num arrepio e num suspiro da garota. Ela ficou quieta, relaxada em seus braços.

- Sr. Potter, comporte-se! - Aline afastou-se de repente, a voz imitando Madame Pomfrey. - Isso é uma enfermaria de respeito! O que os outros pacientes irão pensar?

- Que estou agarrando Aline Hunter, ora!

- Como você é grosseiro, Potter! Pensa que sou dessas que você usa e depois joga fora?

- Quem contou o meu plano?

Através do sorriso alegre Aline via a preocupação.

- Bem, parece que finalmente acabou.

- Sim. A parte principal, Harry. Ainda temos as arestas para aparar. Você lembra da conversa com minha mãe?

- Lembro. Mas não quero seguir seu conselho. Por que devo voltar para a casa dos Dursley? Sirius e Remo já ofereceram dezenas de vezes a casa deles. Não entendo.

- Nem eu. O que Laurëtinwe vê é um mistério. Só posso dizer que sempre que deixei de seguir um conselho dela meus planos deram errado. Aprendi que devo confiar nela sem questionar. Além disso, pela lei trouxa você só é responsável a partir dos dezoito anos.

- Então você acha que preciso voltar?

- Sim. Olha, você não vai estar isolado de nós. Poderá se comunicar pela Edwiges e pelos novos meios que descobriu. - Ela percebeu o sentimento dele e riu. - Você venceu o Lord das Trevas, não pode estar com medo do Duda!

- Mas não posso enfeitiçá-lo! - Protestou o namorado, encabulado por ter sentimentos tão infantis. - Entretanto, acho que vou ceder. Uma temporada no mundo dos trouxas me dará tempo para pensar. Seu pai teve uma conversa muito séria comigo hoje de manhã.

- Eu sei. Ele vive tendo essas conversas com você, não é mesmo? Disse que precisava colocar umas caraminholas na sua cabeça. Conversa de homem para homem, como se diz.

- Tim é fora de série! Nem parece seu pai, quero dizer, parece um amigo mais velho!

- E é! O melhor amigo que uma filha poderia desejar! Quando você vai?

- Amanhã à tarde. Hagrid arranjou um jeito de sair daqui sem passar pelos repórteres. Você acredita que eles ficaram me espionando quando fui ver o túmulo de Dumbledore? Hagrid precisou ameaçá-los com o Fofo para me deixar em paz!

- O grande Harry Potter sair impune de Hogwarts? Impossível! - Aline puxou- o para si e beijou-o. Teriam mais um período infindável de separação.
N/A: Ainda não é o fim, crianças. Mas estamos quase lá! RS! Temos que acabar direito essa história... rs!