Capítulo Vinte e oito: O Último Obstáculo

Um carro aproximou-se devagar e virou a esquina da rua dos Alfeneiros, procurando atentamente até parar em frente à casa número 4. Os cheiros de carne assada, molhos e aperitivos estavam pelo ar. Tirando algumas crianças brincando nos jardins, a rua estava calma quando a motorista desceu e foi em direção à porta. Tinha longos cabelos castanhos. Seu vestido de seda verde balançava com a brisa. Pôde ouvir os murmúrios de "Ela chegou" vindos da casa. Um pensamento divertido formou-se nela.

Tocou a campainha e logo foi atendida por um senhor alto, bastante forte, com um grande bigode tapando parte de seu rosto rosado.

- Boa tarde. Aqui é a residência dos Dursley?

- Sim, minha cara. E você deve ser Betsy Moore, a namorada de Duda. Entre, vamos! É um enorme prazer conhecê-la. Duda está acabando de se arrumar. Teve um pequeno contratempo com o primo, mas já está trocando de roupa e descerá logo...

Valter Dursley falava tão rápido que não permitiu a Aline Hunter dizer quem era e a razão de estar ali. Ele a pegou pelo braço e levou-a à sala de visitas onde estavam sua esposa e sua irmã, tão nervosas quanto ele. Aline divertiu-se com a confusão, mas não via sinal de Harry.

Acomodaram-na no sofá de dois lugares, o outro obviamente reservado a Duda, e começaram a desculpar-se pelo atraso. Dudinha tinha sido ferozmente atacado pelo primo perturbado que morava com eles. Ela não deveria se preocupar: o insano já fora castigado.

"Harry Potter, onde o senhor se meteu?!"

Instantes depois, vindo da cozinha com folhas e galhos grudados na roupa, apareceu o rapaz. Os cabelos negros mais rebeldes que nunca, realçando os olhos muito verdes atrás dos óculos redondos. Apesar de ofegante, ele sorria abertamente.

O Sr. Dursley levantou-se de um pulo ("O que você pensa que está fazendo, seu moleque?"). Aline virou-se para Harry e correu para abraçá-lo. Três meses sem vê-lo. Ele a segurou firme até ela dar-lhe um beijo deliciosamente demorado.

- Feliz aniversário! - Disseram os dois ao mesmo tempo.

- Você recebeu meu presente? - Harry a olhava encantado e ansioso. Enviara- lhe um fino colar de prata branca com pequenas esmeraldas dentro de uma caixa recheada de coraçõezinhos que voaram quando ela abriu o embrulho.

- Claro. Até hoje surpreendemos corações pelo ar! Você continua beijando muito bem, devo acrescentar! - Aline acariciava a nuca dele. Era muito agradável sentir a mão macia dela desarrumando mais ainda seus cabelos, sentia Harry.

- Pensei que você não viria. Achei que estava brincando.

- Ora, Sr. Potter, não acredita mais em mim? - Harry a abraçava pela cintura. A jovem sentia as mãos quentes e o conhecido friozinho na barriga. - Como está sendo fazer 18 anos? Vejo que estava se exercitando.

- Bem, acabei de ganhar um beijo da Srta. Hunter, o que não é um presente de se jogar fora. Quanto ao exercício, estava podando a sebe do quintal e martelando algumas telhas. Briguei com Duda, como sempre. Ele insinuou que você não existia... É tão bom vê-la! Eu...

- O QUE VOCÊS PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO? - O Sr. Dursley se recuperara do impacto e gritava, os olhinhos azuis injetados. Duda tinha descido e estava parado junto à mãe e à tia, todos de queixo caído. O primo de Harry estava com o rosto e os braços arranhados.

O grito fez Aline e Harry tomarem consciência dos outros na sala.

- Oh, desculpe-me, Sr. Dursley, mas vocês não me deram oportunidade de desfazer o mal-entendido. Sou Aline Hunter, noiva de Harry Potter.

Harry sentiu-se orgulhoso com essa apresentação. Então ela tinha aceitado o pedido de casamento? Nunca respondera! Aline estendeu a mão para o tio de Harry, mas ele recuou, como se ela oferecesse um trapo sujo e infectado.

- Avisei a vocês que ela viria. - Harry se incomodou, preocupado com as grosserias que a noiva poderia ouvir. - Aline e Betsy realmente podem ter a mesma descrição, mas Betsy ainda vai demorar um pouco. Está com problemas com o carro.

- Como é que você pode saber disso?

A verdade é que Harry via a cena da garota com o carro parado, mas não queria explicar isso.

- Ela telefonou um pouco antes de eu sair para lavar as janelas.

Aline não estava gostando. Via a raiva no rosto da família cada vez que Harry abria a boca. Duda ria debochado a cada grito do pai, balançando a papada. A Sra. Dursley o olhava com desprezo; Guida parecia incrédula de que alguém gostasse de Harry.

- Já que tudo foi esclarecido, que tal você tomar um bom banho para irmos? Temos algumas coisas a fazer hoje ainda...

"Você tem certeza que quer ficar sozinha com eles?"

"Não se preocupe, querido."

Harry subiu a escada e trancou-se no banheiro. Era hora de agir.

- Então, Duda, você também tem namorada? E ela realmente se parece comigo?

- Ela é muito mais bonita que você. - Duda desdenhava, sem conseguir tirar os olhos do decote da garota. - Você é esquisita igual ao Harry.

- Ora, não entendo o que significa esquisita. Não somos, todos aqui nesta sala, pessoas honestas e sensatas?

Petúnia Dursley não suportou a comparação.

- Não se atreva a comparar Duda àquele outro! Aquele moleque é uma aberração, como a mãe e o pai dele! Mal-criado, grosseiro, doentio. Duda é totalmente diferente. Ele é um homem de bem, não um vadio! Tem tamanho e atitude de um homem de verdade!

- Você sabe "quem" é esse moleque com quem pretende se casar? - Guida Dursley resolvera entrar na discussão.

- As pessoas podem assumir diversos papéis ao longo da vida, Srta. Dursley. Não entendo o que estão querendo dizer com aberração. Esse homem que acabou de sair daqui é bondoso, carinhoso e extremamente corajoso. Além de carecer de afeto, é claro.

- Afeto? E ele lá sabe o que é isso?

- Graças aos senhores, ele demorou muito a descobrir.

- O que está insinuando? Nunca faltou nada para ele aqui! - O Sr. Dursley enchia-se de razão. - Poderíamos tê-lo enviado a um orfanato, mas...

- Por favor, façam um exame em suas consciências, sim?

- Se não teve carinho foi porque não mereceu! - Decretou a Sra. Dursley.

- Por que? Por que uma criança não merece atenção? Por que uma criança merece viver em um armário, privada de qualquer felicidade? Por que uma criança merece ser humilhada e enganada? Só porque ele é um bruxo? Sim, Srta. Dursley, sei que Harry é um bruxo. O mais poderoso e respeitado que existe atualmente. E eu não sou diferente dele. - Aline, um sorriso desafiador, ajeitou os cabelos atrás das orelhas pontudas. Petúnia soltou um gritinho abafado e colocou as mãos na boca. Guida caiu na poltrona, os joelhos trêmulos.

"Não tenham medo. Só preciso entender tanta rejeição. Todos aqui sofrem com ela, e Harry não menos. Imaginem como teria sido a vida de vocês aqui se simplesmente o vissem como ele é. Não pensem que somos seres nefastos, com narizes aduncos, voando em vassouras e preparando venenos em caldeirões. Vocês sabem que não é assim. Peço apenas que pensem."

Incrível: escutavam a voz dela, mas seus lábios não se moviam! A jovem estava parada, olhando para eles. Ela dizia coisas que os faziam sentir-se estranhos, culpados. Será que conseguiria algum sentimento bom nessa família?

Harry desceu correndo as escadas secando os cabelos. Não queria deixá-la muito tempo sozinha, apesar de saber que aquilo não era nada para Aline.

- Pronto. Só queria uma ajudazinha para descer a bagagem de uma vez... O que você está fazendo?

- Despertando essa gente. Já chega. Vamos, vamos pegar as malas, mas vou avisando que só carrego os travesseiros!

A ligação entre as mentes se desfez. Os Dursley estavam um tanto confusos para atender à campainha, de modo que Harry parou no meio da escada e voltou para abrir a porta.

Betsy Moore tinha alguns traços de Aline Hunter - cabelos longos e cacheados, olhos cinzentos - mas era bem mais magra, usava óculos e aparelho nos dentes; e seus olhos não emitiam o calor nem eram penetrantes como os de Aline. Ele pensou estar diante de uma versão juvenil de tia Petúnia. Betsy já ouvira falar de Harry, pois deu um passo atrás quando o viu.

- Aqui é a casa de Duda Dursley? - Havia petulância na voz dela, como se ele fosse uma espécie de empregado.

- Sim. Você deve ser a Srta Moore. - Respondeu o garoto numa voa neutra.

- É claro! E você deve ser o primo que mora de favor. Harry Porter, não é? Bem, leve-me a ele!

- É "Potter"!

Talvez em outros tempos ele ficasse zangado ou mesmo triste com o tratamento, entretanto aprendera muito. Tirou o corpo de lado para a moça passar e indicou a sala. Virou-se para Aline, parada no alto da escada e subiu para apanhar a bagagem. Finalmente estava se livrando dos Dursley.

Aline pegou a gaiola de Edwiges e uma saca com roupas. Harry encarregou-se do malão, uma caixa com livros e os presentes de aniversário recebidos pela manhã. Os dois estavam animados por estarem juntos novamente e Harry desejou abraçá-la e beijá-la, mas também desejava ir embora. Desceram para o hall e já saíam quando tio Valter chamou da cozinha.

- Vocês aí! Petúnia quer saber onde vocês vão comer.

- Não sabemos ainda. Em algum restaurante de Londres, talvez.

- É que ela fez mais que o suficiente e, bem, se quiserem vocês podem almoçar conosco.

Tio Valter fez do convite um martírio. Antes que o noivo recusasse, Aline aceitou e colocou seu fardo no chão.

"O que você está fazendo? Não quero ficar aqui! Vamos embora!"

"Harry, precisamos ficar um pouco mais. Creio que você pode suportar uma hora. É tudo que peço, por favor."

Sem ter como negar o pedido, Harry seguiu derrotado para a sala de jantar. Duda já comia uma enorme fatia de pernil com ervilhas na manteiga. Tia Petúnia serviu pernil e ervilhas, em porções menores que as dos demais. Aline agradeceu e começou a comer vagarosamente, olhando desatenta para o prato de Betsy.

"Harry, desde que cheguei aqui senti uma enorme tristeza nos corações de todos. Sei que você nunca foi feliz aqui, mas eles são sua família."

"Aline, por favor, não tente consertar as coisas agora. Eles não vão mudar e eu estou saindo daqui."

Mas Harry definitivamente fechara os olhos para o convite inédito de tio Walter, para a maneira de tia Petúnia entregar-lhe o prato, com uma sombra de sorriso nos lábios; tia Guida sequer disparou uma de suas piadas infames sobre Harry ou seus pais. Esquecendo a implicância de Betsy por Aline olhar fixamente para o prato dela, foi a refeição mais tranqüila daquela casa.

Aline estava concentrada havia alguns minutos, de modo que não prestou atenção quando Betsy perguntou se ela queria os restos do prato.

- Estou falando com você! Pare de olhar para mim desse jeito!

- Isso mesmo! - exclamou Duda, a boca escorrendo manteiga. - Deixa minha garota em paz, ou vai se ver comigo!

- Ah, Dudinha, ela está sendo grosseira! - Betsy disse, fazendo biquinho. Duda aproveitou e tascou-lhe uma beijoca melada.

Aline pareceu emergir de um sonho. Sentiu o rosto de Harry queimando, pronto para revidar. Passou a mão pelos cabelos dele. Sabia perfeitamente como acalmá-lo.

- O pernil está muito bom, Sra. Dursley. Obrigada por ter nos convidado. Receio que não possamos esperar a sobremesa. Peço apenas mais um favor. Gostaria de ficar 1 hora e quarenta e cinco minutos a sós com Harry na sala de estar. Prometo que depois disso iremos embora.

Valter e Petúnia arregalaram os olhos. Harry não compreendia. Contudo, quem resistia a um pedido dela? Logo se transferiram para a sala da lareira elétrica, sentados em poltronas de frente um para o outro.

- Não estou entendo nada, Elenna. O que significa isso?

- Harry, esse é o meu presente para você. Não poderia ser dado em outro lugar porque nesta casa você passou a maior parte da vida e eles sempre estiveram aqui.

- Eles quem? - Poderia ler as respostas na mente dela, mas tinham prometido não espionar o outro.

- Seus pais.

O coração de Harry disparou.

- Seus pais sempre estiveram aqui com você. Estão aqui agora. - O garoto olhou ansioso para os lados.

- Quando visitamos minha mãe, ela me disse que sentiu inveja em você... Não, eu não achei ruim... Eu podia visitar minha mãe morta, você não.

Uma lágrima desceu pelo rosto de Harry. Pais era um assunto espinhoso para ele. Sempre tentava controlar seu ressentimento e estava cansado disso. Desejava todos os dias o abraço da mãe. Aline pegou suas mãos e beijou-as.

- O que farei agora só pode ser feito uma vez na minha vida. Preciso de concentração, por isso pedirei que se encoste à poltrona e sossegue seu coração. Não se assuste com nada. Espero que goste do presente, Sr. Potter.

Harry encostou-se muito quieto, observando os lábios de Aline murmurando. De olhos fechados, o rosto sereno, ela parecia mais linda do que nunca. Confiava nela e confiava em si mesmo. Aos poucos, seu coração parou de doer tanto e ele pôde sentir uma brisa fria. Nenhuma janela estava aberta. Os lábios dela já não se mexiam tanto.

Uma nova brisa, dessa vez quente, passou por ele. Uma sensação de segurança tomou conta do peito de Harry. Uma onda de calor se espalhou pelo corpo quando alguém tocou seu ombro. Ele se virou devagar, adivinhando quem veria, mesmo assim o susto o fez levantar na mesma hora. Passou a mão pelos olhos; não, não estava sonhando.

- Pai?!

Tiago Potter estava de pé ao lado da poltrona, tão real que ele poderia tocá-lo. Ao lado dele, Lílian Potter observava o filho.

Harry chegou devagar, estendeu os dedos para tocar a mão do pai e descobriu que era quente. Um segundo depois, os pais o abraçavam e beijavam.

- Não acredito! Esperei tanto por isso!

- "Nós" esperamos, filho.

- Tanta coisa... tanto tempo...

- Estávamos sempre aqui com você, Harry. Vigiando e sofrendo sem conseguirmos nos revelar.

Por vários minutos eles estiveram assim unidos, conversando entre soluços e risos. Harry sentia que explodiria de felicidade. Eles estavam ali! Eles eram reais! Harry desejou que o mundo inteiro parasse para não atrapalhar. Aninhado nos braços dos pais, ele relutou em ouvir sua mãe falar em partida.

- Querido, nosso tempo está se esgotando. Temos que ir.

- Por que? - Murmurou, infeliz. - Não quero que vocês vão! Ainda não...

- É preciso, Harry. - Tiago mal conseguia falar. - Já cumprimos nossa parte. A sua está apenas começando. Você tem que viver, filho. Viver e ser feliz!

- Você se tornou um homem maravilhoso, Harry. Siga seu caminho!

- Fiquem mais um pouco, por favor... Só mais um pouco...

Lílian apontou para a figura sentada atrás deles. Aline estava tensa, sentada ereta, os olhos fechados, o rosto lívido banhado de suor. As mãos agarravam com força os braços da poltrona. Os nós dos dedos mais brancos que o rosto.

- Ela não vai resistir muito mais que isso, Harry.

Delicadamente ela beijou o filho e o abraçou uma última vez. Tiago fez o mesmo. Os dois foram se afastando pela sala, atravessaram o telhado e desaparecerem.

Harry olhou para o ponto onde eles tinham sumido tão absorto que não percebeu que sua mãe tinha deixado em sua mão um colar com uma pedra transparente. Só quando a jóia escorregou ele a pegou no ar e examinou. Tinha um líquido dentro que refletia a luz em mil cores e tons, num festival para a visão. Ouviu uma voz dentro de sua mente: "Use-a bem, querido."

Um suspiro trouxe Harry de volta à realidade. Virou-se depressa e conseguiu segurar Aline antes que ela caísse do assento. O corpo frio como gelo, ela respirava com extrema dificuldade. Colocou-a no sofá, guardou o colar e saiu apressado.

No hall encontrou os Dursley apreensivos. Tinham ouvido atrás da porta e espiavam por cima do ombro de Harry a garota estirada no sofá.

- Vocês estavam usando drogas dentro da minha casa? - Valter perguntou. Harry não respondeu. Abriu o malão e procurou uma toalha, um cobertor de lã e um frasco com o líquido dourado transparente, miruor.

Sentou-se ao lado da noiva, cobriu-a e limpou o suor frio. Com muito cuidado, levou o frasco à boca dela e deixou algumas gotas molharem os lábios.

- Beba, vamos.

Aos poucos, o líquido desceu pela garganta e Harry pingava mais, até sobrar metade do conteúdo. Ele observou atento, o coração batendo loucamente, enquanto as faces dela voltavam à cor normal. O corpo aquecido estremeceu e lá estavam aqueles olhos que ele amava olhando divertidos para o alívio dele.

Por momentos terríveis, Harry duvidara da recuperação dela e se culpava por ter ficado tanto tempo com os pais. De repente notou como sofrera ao pensar em nunca mais ouvir sua voz ou ver o brilho dos seus olhos decididos; em nunca mais tocá-la... Ela não tinha pudor em abraçar e beijar ou afagar como as outras pessoas. Ele aprendera a linguagem do corpo com ela.

"Então, como foi?"

Ainda estava fraca para usar a voz.

- Indescritível! Você pode sentir, mas não existem palavras... - Harry pegou a mão de Aline e colocou sobre o próprio peito, os olhos ardendo de expectativa. Sabia que ela estava examinando-o. Um sorriso franco abriu-se no rosto dela.

"Seu coração ainda bate forte, mas não há tristeza. Podemos ir agora."

- Você precisa descansar mais. Fique aqui enquanto guardo tudo no carro.

Para sua total surpresa, tio Valter o ajudou a levar a bagagem. "Para se livrar de nós mais rápido", pensou ele, mas estava errado. Quando voltou para pegar Aline, ela estava sentada apoiada em almofadas, ainda com o cobertor, tomando o chá de tia Petúnia. Harry carregou-a até o banco de passageiros do carro.

- Bem, acho que agora é adeus. - Disse, sem jeito. - Obrigado por todos esses anos e desculpem os transtornos que causei.

Ninguém respondeu. Duda e Betsy riam da entrada. Os outros estavam sérios. Harry entrou no lugar do motorista, ligou o motor com um golpe de varinha e saiu, olhando pela última vez a rua dos Alfeneiros.