II Parte

Chegou a hora do almoço.

O sol tinha-se transformado em tempestade.

Tomoyo e a mãe sentaram-se à mesa, as duas pálidas e entristecidas.

Até que, se ouviu um trovão, seguido de tiros e de gritos.

-Tomoyo, fica aqui... Eu vou ver o que é que se passa.- disse a mãe de Tomoyo, já agarrando no blusão e no guarda-chuva.

Passaram-se vários minutos, e Tomoyo já estava impaciente, até que decidiu abrir a porta e espreitar.

E assim fez. E logo de seguida arrependeu-se do que acabara de fazer.

O que Tomoyo viu, foi a pior imagem que uma adolescente pode ver. A mãe de Tomoyo estava estendida no chão, com o vestido molhado pela chuva, os cabelos rolavam-lhe na cara, também molhados, e o seu corpo estava coberto de sangue, tinha sido atingida no meio do tiroteio que decorrera.

Tomoyo correu para a sua mãe e chorou sobre o seu corpo, gritando e chorando de aflição.

Os gritos chamaram o vizinho, muito amigo da mãe e do pai de Tomoyo. Este apressou-se a ir ver o que se passava. Também este chorou sobre o corpo da vizinha. De seguida telefonou para a polícia, e para os bisavós de Tomoyo.

Tomoyo foi obrigada a explicar todo o sucedido na esquadra, e foi viver com os bisavós para a casa de campo, afastada de tudo e de todos.

Foi o dia que mudou a vida de Tomoyo...

Tomoyo que era uma rapariga simpática, feliz, extrovertida, tinha-se agora tornado numa rapariga solitária, infeliz, orfã.

Tinha perdido os pais, o amor da sua vida, os seus amigos e havia assistido à figura da sua mãe morta.

Este dia nunca foi apagado da memória de Tomoyo, pois foi o dia que mudou a sua vida.