Título: Fênix
Classificação: G
Autora: Andréa Meiouh
Esclarecimento: Os personagens de Dragon Ball Z/GT não nos pertencem, são de propriedade de Akira Toriyama, da Toei Animation©.
Nota da Autora: Este fic veio num momento súbito de inspiração e um pouco de tristeza, depois que escutei a nova música de Jorge Vercilo, "Fênix". A fênix, como a grande maioria deve saber, é um animal mitológico, uma ave especial que morre pela combustão de seu corpo e depois renasce das próprias cinzas. A música é um tanto melancólica, apesar de falar de amor.
FÊNIX
Parte 1 - Despedida
O clima geral era de felicidade. Haviam caprichado na decoração da casa e tudo estava muito bonito. Mas um dos convidados não estava feliz. O coração dele estava partido, apesar do sorriso que enfeitava seu rosto.
Ele afastou-se de um grupo de amigos, sob o olhar atento da mãe. Sorriu para ela, numa tentativa de assegurar que estava tudo bem. Muitos o consideravam um homem de sorte, pois tinha dinheiro, poder, beleza, amigos e uma família que, mal ou bem, o amava... Então por que sentia sua vida, seu ser tão vazio naquele momento?
A resposta estava num dos quartos do andar superior. Disfarçadamente, ele alcançou as escadas e rumou, sem ser percebido, pelo corredor, atraído pelo ki tão familiar. Parou diante do último aposento e abriu levemente a porta. Lá estava ela, vestida de noiva, tão linda... Poderia passar o resto de seus dias apenas admirando-a, mas isso não aconteceria mais. Não depois daquele dia.
Seu olhar encontrou com o dela através do espelho no qual ela se mirava. Entrou e fechou a porta atrás de si, sem quebrar o contato visual.
"Trunks...", ela murmurou, de olhos arregalados.
"Você está linda... deslumbrante...", ele elogiou, se aproximando dela, parando a poucos passos.
"Obrigada", ela sorriu, mas o sorriso não alcançou os olhos.
Por um momento, Trunks se perguntou se ela também sentia aquele vazio no peito, como ele. Entretanto, ela abaixou a cabeça, parando de olhá-lo.
"O que faz aqui?", ela perguntou, ainda cabisbaixa.
"Eu precisava te ver... antes de...".
"Pra quê?", ela o interrompeu, levantando a cabeça de súbito. E pelo reflexo do espelho, Trunks pode ver que os belos olhos estavam cheios de lágrimas. "Para espezinhar ainda mais meu coração?".
"Não! Nunca!", ele sentiu como se tivesse levado um soco na boca do estômago. Jamais quis magoá-la. Tudo o que fez, fizera pelo bem deles dois. Mas só conseguira dor e solidão. "Não...", continuou. "Só queria te ver... pela última vez".
Tocando de leve no cotovelo dela, Trunks a virou, de modo que pudessem se olhar de frente. Ficaram ali, se encarando, sentindo a tristeza um do outro, percebendo que depois daquela noite não haveria mais retorno, não havia mais nenhuma oportunidade para eles.
"Por que?", ela perguntou em voz baixa, tão baixa que mesmo os ouvidos aguçados de Trunks tiveram dificuldades para ouvi-la. "Por que desistiu de nós, Trunks?".
Ele ficou sem saber o que dizer por um breve instante. "Por que tive medo", disse ele por fim. "Tive medo do que pensariam de nós, do que falariam... Tive medo de não nos aceitarem... Tive medo da atração tão grande que me arrastava para ti... Tive medo de me perder em ti e nunca mais me achar...".
Uma lágrima escorreu pela face levemente maquiada. "Então seu medo acabou conosco, com o nosso amor".
"Eu pensei que fosse o melhor para nós dois...".
"Será que foi, Trunks? Você escolheu o caminho mais fácil... Sequer tentou outras alternativas. Como poderia saber o que era melhor para nós? Para mim?".
"Eu sei disso agora... E sinto muito...".
"Sentir muito não vai trazer o tempo que passou de volta... Eu sofri quando você me deixou... Pensei que jamais poderia superar... Mas encontrei alguém que me ajudou a sair do fundo do poço onde você me largou, Trunks... Alguém que me mostrou que havia vida sem você...".
Cada palavra dela era uma punhalada no coração sofrido de Trunks. Mas ele não podia culpá-la por sentir-se daquele jeito. Se havia um culpado, era ele, por ter desistido sem ter ao menos tentado.
Respirando fundo e munido de toda sua coragem, Trunks resolveu dizer e fazer o que havia o levado até ali, no quarto da noiva. Aproximou-me e tomou o rosto dela entre as mãos, enxugando as lágrimas com os polegares.
"Olha... Quero que saiba... Que apesar de tudo o que aconteceu... E aconteça o que acontecer no nosso futuro... Sempre haverá alguém que vai te amar mais do que a própria vida...".
Então ele a beijou. E depositou naquela carícia todo seu amor, toda a sua alma... Coisas que pertenceriam a ela e a mais ninguém.
Quando se separaram, viu que ela chorava ainda mais. Deu um leve sorriso, tão triste quanto aqueles lindos olhos negros e se afastou.
"Adeus, Pan...".
Virando-se, Trunks saiu do quarto sem olhar para trás. Se tivesse se virado, teria visto Pan cair de joelhos no chão, aos prantos. Rumou para a janela mais próxima. Não iria voltar para o salão, iria embora. Não suportaria ver a mulher de sua vida se casando com outro.
* ~ * ~ * ~ *
N/A: Essa foi a primeira parte do fic, a despedida, ou a morte de um amor tão bonito quanto o de Trunks e Pan. Fiquem ligados para a segunda e última parte da história.
E eu quero saber a opinião de vocês sobre a história! Por favor, deixem um review ou mandem-me um e-mail, dizendo o que acharam... Responderei a todos com o maior prazer.
Um grande Abraço,
Andréa Meiouh
Em: 23/02/2003.
