Capítulo Seis – Tempos negros

Estava escuro e frio. Não podia ver onde estava, mas uma sensação estranha dentro de seu peito o avisava que aquele era um lugar perigoso. Ouvia sibilos e sussurros, mas não conseguia compreender seus significados. Subitamente, alguém irrompeu pela porta; era um vulto escuro e conseguiu divisar que este estava envolto em uma capa preta. Seu rosto estava encoberto por um capuz, que fazia sombra em apenas metade deste; a outra metade revelava-se como sendo de um homem, loiro e de olhos claros.

- Conseguimos encontrá-lo, mestre. O covarde está conosco, devemos matá-lo? – perguntou o homem loiro.

- Ainda não. Tragam-no até mim. – respondeu uma voz fria.

- Como quiser, mestre. – respondeu o primeiro e saiu pela mesma porta pela qual tinha entrado.

- Não se preocupe, minha querida, logo você terá o que comer. – disse a voz fria. Uma cobra deslizava ao seu redor, emitindo sibilos.

Gritos e passos arrastados podiam ser ouvidos. Pela porta surgiram quatro vultos: o mesmo homem loiro, dois outros grandes e fortes e mais um, que não usava capuz e parecia pálido e abatido; este último usava uma barbicha malcuidada. Chorava e debatia-se desesperado nas mãos dos dois vultos grandes.

- Aqui está ele, mestre. – disse o homem loiro.

- Não, não! – gritou desesperado o prisioneiro. – Me deixem em paz, por favor!

- Você não reconhece seu mestre? Ou será que já esqueceu seu juramento? – disse a voz fria.

O prisioneiro pareceu se aquietar um pouco; parecia espantado e amedrontado quando disse, num sussurro: – Não, mestre, nunca... Eu... eu só...

- Cale-se! – gritou a voz fria, que se revelou como um vulto negro, mas diferente dos outros, que saiu das sombras onde estava e aproximou-se do prisioneiro, apontando uma varinha com a mão branca como o gelo. – Você me decepcionou muito, muito mais do que os outros o fizeram. Não aceito covardes perto de mim e você já devia saber disso...

- Por favor, mestre... Seja misericordioso... Perdão! Por favor, eu imploro! – disse o prisioneiro em prantos.

- Já fui misericordioso demais. Você nunca deveria ter feito o que fez. Agora é tarde para pedir perdão. Avada Kedavra! – gritou a voz fria e uma luz verde irrompeu de sua varinha. O prisioneiro caiu com estrondo no chão, morto.

Harry Potter acordou assustado com sua cicatriz ardendo em dor.

"Foi um sonho..." – falou para si mesmo, tentando se convencer disso. – "Foi apenas um sonho, mas parecia tão real..."

Harry sentou na beirada da cama e colocou os óculos; olhou para Rony, deitado na cama ao lado, dormindo profundamente, sorrindo. Parecia que o amigo estava imerso em sonhos maravilhosos, diferente de Harry.

Alguns dias se passaram depois que Harry viu a cena entre Rony e Hermione no jardim. Os dois amigos não contaram nada para Harry, que não ligou para isso, estava muito feliz pelos amigos e entendia que eles queriam viver sozinhos esse momento entre si. Mas é claro que Harry não pôde deixar de reparar a mudança que se fez nos dois; ambos estavam mais alegres e sorridentes e lançavam olhares e sorrisos um para o outro quando não estavam juntos. Quando faziam isso, Fred e Jorge não deixavam de dar risadinhas, mas não passava disso, pois tanto Harry quanto Gina pediram aos gêmeos que não comentassem nada sobre o que tinham visto.

Depois daquele dia, Harry e Gina não se falavam mais. Harry até tentou se desculpar novamente pelo ocorrido, mas a garota sempre se distanciava dele, que acabou desistindo, mas não podia deixar de notar que a garota o olhava.

Mas agora Harry não estava pensando em nada disso. Ele estava sentado na cama, segurando a cabeça entre as mãos, apoiado nos joelhos. A cicatriz ainda ardia em sua testa. O sonho ainda estava claro em sua mente; os vultos, os gritos, a luz verde irrompendo da varinha. Tinha certeza de que a voz fria pertencia ao Voldemort, e que o prisioneiro que foi morto era um dos Comensais da Morte que o traíra depois de sua queda, quatorze anos atrás.

Mas será que aquilo foi verdade ou apenas fruto de sua imaginação? Parecia tão real... Harry se levantou e, num gesto quase automático, mexeu em suas coisas, procurando algo que não tinha certeza do que era. Finalmente encontrou: a corrente de ouro que pertencera à sua mãe. O garoto a levantou e a esmeralda refletiu a fraca luz da lua, que entrava pela janela. Ele se dirigiu até a cama e se deitou. Segurava a corrente firmemente na mão direita e, estranhamente, esta o transmitia uma sensação de segurança. Fechou os olhos. Pensara ouvir alguém se mexendo ao seu lado, mas não deu importância. Sem ao menos tirar os óculos, adormeceu.

- Harry, acorde, querido. – disse uma voz suave.

O garoto abriu os olhos e viu quem era: a Sra. Weasley estava sentada ao seu lado, na cama de Rony. Harry se sentou, assustado. Percebeu que estava de óculos e, discretamente, viu que a corrente de sua mãe ainda estava segura na sua mão.

- Achei que já estava na hora de você se levantar, querido. – disse a Sra. Weasley, amavelmente. – Já passou das dez e meia da manhã.

- Já? – espantou-se Harry. – Me desculpe, Sra. Weasley, acho que acabei dormindo demais...

- Não precisa pedir desculpas, querido. Rony me disse que era melhor que você dormisse mais um pouco, pois levantara durante a noite.

- O Rony viu que eu levantei durante a noite? – Harry se surpreendeu.

- Sim. Ele me disse que ouviu quando você se levantou e depois reparou que você acabou dormindo novamente e ainda estava de óculos. – ela sorriu.

- É, acabei pegando no sono e nem lembrei de retirá-los.

- Tudo bem, querido. – ela disse e se levantou. Depois passou a mão carinhosamente no cabelo do garoto e sorriu. – Eu trouxe um pãozinho quente e um copo de leite para você, talvez esteja com fome. Quando terminar, desça pois seus amigos estão lá na sala.

Harry olhou para a comida que estava ao seu lado, na mesa de cabeceira. Voltou-se para a Sra. Weasley, que já estava de saída e disse: – Obrigado, Sra. Weasley. – ela apenas sorriu e saiu, encostando a porta.

O garoto comeu tudo com vontade e depois de guardar a corrente no bolso da calça, desceu. Na sala, encontrou Rony e Hermione conversando. Os dois se voltaram para o amigo, quando este chegou.

- Bom dia! – disseram juntos. – Pensamos que ia dormir o dia inteiro – disse Hermione.

- Bom dia. – respondeu Harry. – Acabei dormindo demais... Você me ouviu levantar, Rony?

- Ouvi sim. – respondeu o amigo. – O que aconteceu, Harry? Você está estranho...

Harry então suspirou e olhou para os amigos, perguntando-se se deveria ou não contar o que estava acontecendo. Não queria estragar a felicidade dos dois, sabia que eles estavam passando por um ótimo momento em suas vidas, mas sabia também que os dois não desistiriam enquanto não descobrissem o que se passava. Resolveu contar tudo o que estava acontecendo desde o começo; o sonho que teve constantemente na Rua dos Alfeneiros, a corrente que ganhou misteriosamente e o sonho que acabara de ter na noite anterior.

- E eu tenho certeza de que era Voldemort, mas não sei se o que vi no sonho era ou não real, por mais que o parecesse... – Harry finalizou.

- Mas e essa corrente, Harry... Quem poderia tê-la mandado para você? – perguntou Hermione, ansiosa.

- Eu não faço a mínima idéia... No bilhete só dizia que era alguém que gostava de mim... – o garoto respondeu.

- Mas, e se ela estiver enfeitiçada? Não seria melhor pedir para um bruxo adulto olhá-la? – perguntou Hermione, agora preocupada.

- Duvido, Mione. – disse Rony, incrédulo. – Harry já está com a corrente há muito tempo e nada aconteceu. Além disso, ficou provado que ela pertencia mesmo à mãe do Harry e a pessoa que estava com ela durante todo esse tempo provavelmente era algum parente dela ou alguém muito próximo...

- Não pode ser um parente. – disse Harry, sério. – Meus parentes estão todos mortos, com exceção dos Dursleys, mas tia Petúnia parecia bastante surpresa quando viu a corrente...

Rony e Hermione ficaram constrangidos depois disso, mas Hermione ainda perguntou, um pouco receosa da resposta.– E aquele que foi morto no sonho por Você-sabe-quem, Harry? Você não imagina quem possa ser?

- Eu acho, ou melhor, tenho quase certeza de que se tratava de um dos comensais que traiu Voldemort depois da queda dele. Mas não sei quem era, na realidade... A única coisa que vi nele foi uma barbicha, suja e malcuidada... Mas... – o garoto pensou um pouco. – Ele me parecia um pouco familiar, quer dizer, acho que já o tinha visto antes...

Os três amigos se entreolharam confusos. Não tinham nenhuma idéia de quem fosse essa pessoa, ou ainda se o sonho fora mesmo real. Mesmo assim estavam apreensivos e preocupados com o que estava por vir.

Depois da conversa que tiveram, os três amigos não comentaram mais nada sobre o assunto durante toda a tarde. Parecia que tanto Rony quanto Hermione, tiveram a mesma idéia de tentar desviar o pensamento de Harry para longe do que estava acontecendo e os dois não deixaram o amigo sozinho pelo resto do dia. Harry se sentiu um pouco incomodado com isso, pois sabia que talvez os dois quisessem ficar sozinhos, já que pensavam que Harry não sabia nada do que se passava entre eles e não queriam se mostrar na frente do amigo. Mas os dois foram irredutíveis quando o garoto sugeriu que eles o deixassem sozinho. Então Harry, com medo de que desconfiassem, deixou que ficassem o dia inteiro juntos com ele.

Já era tarde da noite quando aconteceu. Todos em casa tinham jantado, menos a Sra. Weasley, que insistira em servir o jantar, mas não comeu nada, esperando que Percy e o Sr. Weasley voltassem do trabalho.

- Como eles estão demorando hoje! – ela disse, olhando impaciente o relógio que mostrava onde os membros da família estavam e os ponteiros do filho e do marido não saíam de "trabalho". – Será que aconteceu alguma coisa? – perguntou a si mesma, aflita.

- Talvez Percy esteja apenas tentando puxar ainda mais o saco do novo chefinho! – debochou Fred. – E o pai deve estar tentando arrastá-lo para casa mas duvido que consiga... – emendou Jorge.

Os gêmeos estavam sentados juntos no sofá, mexendo em algo que não deixavam ninguém ver. "Mais uma das 'Gemialidades Weasley'". – pensou Harry. Gina estava tentado ver o que os irmãos estavam fazendo, enquanto que Rony e Harry jogavam uma partida de Snap Explosivo que Hagrid deu de presente para o garoto e Hermione observava o jogo.

- Vocês deviam se envergonhar do que estão dizendo, Fred e Jorge! – repreendeu a Sra. Weasley. – Percy e o pai de vocês devem estar trabalhando duro, isso sim! – mas ela foi interrompida por um barulho na cozinha e foi ver o que era. Na sala os garotos puderam ouvir ela falando: – Mas que demora! Vou preparar o jantar de vocês!

- Não, mãe, obrigado. – ouviram a voz de Percy. – Tenho muita coisa ainda para fazer! – disse e passou correndo pela sala, sem ao menos dizer "boa noite".

- Mas que consideração conosco, não acham? – perguntou Fred, tentando fazer cara de sério.

- Arthur, o que aconteceu? – ouviram novamente a voz da Sra. Weasley, aflita.

O casal veio para a sala. O Sr. Weasley caminhava em direção ao sofá preocupado e aparentando ser um pouco mais velho, seguido pela Sra. Weasley. Eles sentaram e ela perguntou novamente: – O que aconteceu, Arthur?

O Sr. Weasley olhou para os garotos na sala, analisando a situação. Parecia hesitante em contar o que tinha acontecido na frente deles. Foi Rony quem falou primeiro:

- Pai, você não precisa esconder o que está acontecendo da gente! Vamos acabar sabendo mais cedo ou mais tarde de qualquer jeito!

- Isso mesmo, Arthur! Rony está certo, pode falar na frente deles! – concordou a Sra. Weasley.

O Sr. Weasley ainda parecia um pouco indeciso e lançou um olhar preocupado para Harry, que devolveu o olhar, decidido.

- Nem sei como contar isso para vocês. – lamentou o Sr. Weasley. – Foi horrível, Molly, horrível. Hoje de manhã encontramos um... um... corpo... – ele disse, fazendo força para contar. – Na porta do prédio do Ministério da Magia... Estava em um estado lamentável... E, além disso, quando o corpo foi encontrado, a marca negra estava no céu...

- Quê? – perguntaram Fred e Jorge em coro. Todos se chocaram com a notícia e Harry começou a ficar apreensivo, pensando no sonho que teve.

- Quem era, Arthur? – perguntou a Sra. Weasley, ansiosa.

Ele respirou fundo antes de responder: – Um ex-comensal, Molly... Reconhecemos a barbicha e o rosto, mesmo do jeito que estava... Era Igor Karkaroff... – concluiu.

- O... diretor de Durmstrang, que estava na escola ano passado? – perguntou Gina, hesitante. Harry, Rony e Hermione estavam apreensivos, pois era a descrição do prisioneiro que foi morto no sonho de Harry.

- Exatamente, Gina. – confirmou Sr. Weasley. – Encontramos o corpo dele... bem... estava... mutilado... – ele fez uma expressão desgostosa. – Tinha marcas de presas de... cobra... por todo o corpo...

Agora Harry tinha certeza. No sonho, Voldemort disse à cobra que logo ela teria alimento e era isso. O garoto olhou para Rony e Hermione que pareciam pensar a mesma coisa.

- E isso foi... – começou a Sra. Weasley, hesitante. – Trabalho de... Você-sabe-quem?

- É o que tudo indica, Molly. – respondeu o Sr. Weasley. – Todos parecem concordar com isso, menos é claro, Cornélio Fudge, que parece não querer enxergar a realidade. Parece que os tempos negros voltaram, Molly... – ele disse, temeroso.

Harry, Rony e Hermione saíram discretamente da sala e se dirigiram ao quarto de Rony, para conversarem. Harry sentou na beirada de sua cama e colocou a cabeça entre as mãos, preocupado. Rony e Hermione pareciam não ter palavras para lhe dizer e sentaram na cama de Rony, de frente para o amigo. Foi o próprio Harry que quebrou o silêncio:

- O que isso significa? Quer dizer então que... Foi real... O sonho... Foi tudo real!

- Pode ter sido uma coincidência, Harry. – Hermione tentou consolá-lo. – Talvez...

- Não foi uma coincidência, Mione... – interrompeu Harry. – Tudo se encaixa perfeitamente! O corpo foi encontrado de manhã, depois do sonho, quer dizer que ele foi morto no momento em que eu vi! As marcas de presas de cobra, a descrição de Karkaroff, tudo! Tudo se encaixa!

- Harry, você já teve outros sonhos como esse? – perguntou Rony, ansioso. – Quer dizer, algum outro que parecesse real, como esse?

- Não sei... – respondeu Harry. Pensou um pouco e se lembrou. – Sim, já tive sim. Ano passado. Tive alguns sonhos com Voldemort durante o ano e... Nunca soube se eram ou não reais, mas agora... É provável que tenham sido...

Hermione levantou-se repentinamente, parecia que ela tinha tido um estalo na mente. – É claro, pode ser... Mas eu não tenho como provar, se ao menos eu pudesse olhar agora em alguns livros da biblioteca da escola, eu saberia...

- Ah, não acredito, Mione! – exclamou Rony. – Nós aqui com um monte de coisas na cabeça e você preocupada com livros?

- Você não entende, Rony? – ela perguntou ao garoto. – Eu tenho certeza de que já vi isso em algum lugar! – disse e depois se dirigiu ao Harry: – Isso é um dom raro, Harry, poucos bruxos o têm! Você pode ver as coisas, no momento em que elas acontecem! Eu tenho certeza que já li isso em algum lugar...

- Como assim, Mione? – perguntou Harry, agora ansioso. – Que dom é esse, eu não estou entendendo!

- Quando dois bruxos têm uma ligação muito forte, os dois ou um deles pode ver o que acontece com o outro, no momento em que acontece! Mas isso é muito raro! – ela explicou. – Mas eu precisaria de um livro para provar isso!

- De que adianta? – perguntou Rony. – Se Harry vê o que acontece no momento em que está acontecendo ele não pode fazer nada para impedir!

Harry não disse mais nada. Estava confuso, imerso em pensamentos. Hermione o interrompeu:

- E se você mandasse uma carta para Dumbledore, Harry? Talvez ele pudesse ajudar... – ela sugeriu.

- Dumbledore? – o garoto se espantou. – Não, ele já tem muito o que pensar, não...

- Mas isso é importante, Harry! Você não pode esconder isso dele! – ela continuou.

- Se você não quer mandar uma carta para Dumbledore, por que não manda uma então para o Sirius? – perguntou Rony.

Harry pensou por um instante e se decidiu. – Vocês estão certos! É isso mesmo que eu vou fazer! – ele se levantou e pegou pergaminho, pena e tinta e, sentando-se novamente, apoiou-se na mesa de cabeceira e começou a escrever estas palavras, sendo observado pelos amigos:

Sirius,

Como você está? Eu estou bem, estou na casa do Rony há algum tempo já. Mione também está aqui.

Mas não é sobre isso que quero lhe falar. Aconteceu uma coisa muito estranha hoje, eu acordei no meio da noite, com minha cicatriz doendo novamente, depois de um sonho. Porém o que eu tinha visto no sonho aconteceu! No sonho, eu vi Voldemort matando seu ex-servo, Karkaroff. E hoje, eu vim a saber que isso aconteceu de verdade e na hora que eu tinha sonhado! O que isso significa, Sirius?

Por favor, responda o mais rápido que puder.

Lembranças ao Prof. Lupin e ao Bicuço. Um abraço,

Harry

O garoto terminou de escrever a carta e foi chamar Edwiges, que estava adormecida. Cutucou a coruja e lhe disse:

- Edwiges, eu tenho um trabalho para você. Entregue essa carta ao Sirius o mais rápido que puder, e o mais rápido também, traga a resposta! – ele mostrou a carta e a amarrou na pata da coruja, que se empinou, querendo mostrar eficiência. Depois ela levantou vôo e sumiu na noite escura.

- Espero que ele tenha uma resposta para isso... – disse Hermione.

- E rápida. – emendou Rony.

Harry não disse nada, apenas ficou observando a noite e pôs a mão no bolso da calça. Mas não disse aos amigos que segurava a corrente firmemente, como que buscando a resposta para suas dúvidas.