Capítulo Vinte e Seis – O doce sabor do amor
Harry não sabia o que fazer. Olhou novamente para a flor e o diário em suas mãos. Em seguida voltou-se para o castelo. Correu na mesma direção que Gina correra anteriormente.
Corria sem parar. Só tinha uma idéia em mente: encontrar Gina. Mas o que diria a ela quando a encontrasse? Pediria desculpas? Mas não se arrependia do que fizera... Pelo contrário, sentia-se muito bem, como nunca tinha se sentido... E ela? Será que se arrependia? Por que chorara e correra daquela maneira? Tinha que encontrá-la, tinha que falar com ela... O que os outros diriam? O que Rony diria? Nem pensar, não podia encontrá-lo, não saberia como olhar em seus olhos... Era a irmã dele! Ele ficaria uma fera se soubesse... Mas o que era aquilo que sentia? Seu coração batia furiosamente... Nunca sentira isso... Nem com a Cho! Não, o que sentia por Cho era diferente! E não fazia ele se sentir tão bem e ao mesmo tempo, tão apreensivo e aflito... Mas onde Gina poderia estar?
Parou de correr por um instante. Estava no corredor do segundo andar. Olhou para os lados. Não havia ninguém. Será que a Gina tinha subido para a torre da Grifinória? Resolveu subir, com sorte poderia encontrá-la. Porém, antes dar ao menos um passo, ouviu uma voz bem conhecida atrás de si:
- Harry? – era a voz de Rony.
Harry gelou. Olhou para o diário e a flor que ainda segurava. Guardou-os rapidamente entre as vestes. Sorte que estava vestido com muitas roupas devido ao inverno rigoroso, por isso quase não se percebia o volume do diário. Não ousou virar-se. Ouviu os passos de Rony se aproximando.
- Ei, Harry, o que foi? – Rony parou bem à sua frente. Sem olhar nos olhos do amigo, o garoto tentou responder a pergunta com a voz mais natural possível:
- Nada, Rony.
- Tem certeza?
- Absoluta!
- Ahn... Se você tá dizendo... Eu consegui fazer a Edwiges entregar a minha carta! Ela ficou um pouco brava por eu tê-la acordado, mas depois me ajudou do mesmo jeito.
- Que bom.
- Você tá bem mesmo, Harry?
- Tô. – respondeu rapidamente. – Olha, Rony, eu preciso fazer uma coisa, depois eu te encontro, tá?
- Tá... – Rony disse desconfiado enquanto Harry corria depressa para longe dali.
O garoto subiu as escadas o mais depressa que conseguiu. Estava quase chegando ao sétimo andar quando esbarrou em alguém e caiu sonoramente no chão devido ao impacto. Quando levantou os olhos, teve o segundo susto do dia:
- Por que a pressa, Harry? – Dumbledore perguntou.
Harry ficou boquiaberto e sem palavras. Gaguejando, tentou responder à pergunta: - E... e... eu só... eu...
Dumbledore abriu um sorriso como há muito tempo Harry não o via fazer. O diretor, que tinha um olhar bondoso e aquele leve cintilar por trás dos óculos de meia lua, estendeu a mão para ajudar o garoto a se levantar, dizendo: - Fique calmo, não precisa dizer o que estava fazendo ou o que iria fazer.
Harry levantou e olhou confuso para o diretor. Sem pensar no que dizia, perguntou a primeira coisa que veio à sua mente: - O senhor viu a Gina, quer dizer, a Srta. Weasley por aí?
O cintilar nos olhos azuis do diretor mudou para um brilho intenso. Segurando o riso, ele disse: - Não, meu rapaz, eu não a vi. E sinto informar-lhe que não poderá continuar a procurá-la, se era isto que estava fazendo... Preciso que me acompanhe até a minha sala, Harry.
- Ah... – o garoto suspirou, extremamente desanimado. – Tudo bem...
Tentando se controlar para não rir, Dumbledore começou a andar e Harry o acompanhou, imerso em um completo estado de estupor. Pensava em tudo que tinha acontecido e que agora seria impossível encontrar Gina... O que faria? Se pelo menos tivesse alguém para aconselhá-lo sobre o que deveria fazer...
Harry teve a leve impressão de ter ouvido Dumbledore dizer algo e de estar entrando em algum lugar. E depois subir escadas. Nunca saberia como não tropeçou em nenhum lugar. Ouviu, como se pertencesse a um lugar muito distante, a voz de Dumbledore:
- Chegamos, Harry.
Tinham chegado à porta que dava na sala circular do diretor; este último abriu a porta e entrou. Harry o seguiu. Aos pés da mesa, estava sentado um grande cachorro negro, que começou a se transformar e tomou a forma de ninguém menos que Sirius Black.
- Oi, Sirius. – Harry cumprimentou com uma voz que não parecia a sua.
- O quê? Como você tem essa cara-de-pau de falar assim comigo como se nada tivesse acontecido? – Sirius estava extremamente indignado. – Depois de tudo que você aprontou, Harry, você...
- Ahn, Sirius... – Dumbledore o interrompeu. – O Harry está um pouco... absorto... Acho que o que ele realmente precisa agora é um bom copo d'água e depois vocês podem conversar...
Mesmo confuso, Sirius obedeceu. Dumbledore acenou com a varinha e conjurou um copo cheio d'água, que ofereceu para Harry. O garoto tentou segurá-lo, mas sua mão tremeu e o copo caiu de sua mão, espatifando-se no chão.
- Desculpe... – Harry murmurou.
Sorrindo, Dumbledore fez um novo feitiço com o qual limpou tudo e disse: - Tudo bem, Harry. Acho que vou deixar vocês dois a sós. Talvez, Sirius possa ajudá-lo... – antes de sair, o diretor lançou um olhar bastante significativo para o outro quando disse: - Não é, Sirius?
- Ahn... Claro, pode deixar comigo... – Sirius disse sorrindo marotamente.
Dumbledore saiu e Sirius falou, oferecendo a cadeira à frente da mesa do diretor para que o afilhado se sentasse:
- Vem cá, Harry. Senta aqui.
O garoto assim o fez. O padrinho sentou à sua frente e começou:
- Harry, eu vou deixar de lado por um instante o motivo pelo qual estou aqui; falaremos disso depois. Agora, diga-me, o que houve com você, exatamente?
- Bem... Sabe o que é, Sirius, é que eu... – Harry não sabia se falava ou não. Sua cabeça estava uma confusão completa.
- Olha, Harry, você não precisa ter vergonha ou medo de falar isso comigo... O motivo de você estar assim tão... aparvalhado... tem a ver com uma garota, acertei?
- Como você sabe?
- Pode ter sido há muito tempo, mas um dia eu já fui um adolescente como você... – ele riu. – E eu já me senti exatamente do jeito que você está se sentindo agora... Um completo idiota, que não sabe o que fazer ou para aonde ir...
- Você tá me chamando de idiota, Sirius? – o sangue pareceu voltar a irrigar seu cérebro e Harry começou a despertar do devaneio em que se encontrava anteriormente.
Sirius soltou uma gargalhada alta e estridente. Harry não gostou nada disso e perguntou, muito irritado: - Você tá rindo da minha cara, por acaso, Sirius?
Ainda tentando controlar o riso, o outro respondeu: - Por favor, Harry, não me leve a mal, mas... Você tá muito engraçado!
- Pois eu não tô vendo nenhuma graça nisso!
- Eu sinto muito, Harry, mas é que eu não consegui me controlar... Eu te xinguei porque sabia que se fizesse isso você voltaria ao seu estado normal... Você acha que eu ia ficar conversando com você do jeito que estava, igual a um bobo? Agora podemos conversar seriamente, de homem para homem.
- O que você tá querendo dizer com isso?
- Quem faz as perguntas aqui sou eu. Você está apaixonado, Harry?
A pergunta surpreendeu Harry imensamente. O garoto corou furiosamente e murmurou: - Eu... não sei...
- Você está confuso. – Sirius pareceu retornar à seriedade. – Isso é normal, Harry. Aconteceu algo mais?
- Bem... Não... Quer dizer... Sim... Eu... eu a beijei...
- E não sabe se fez o certo?
- É, esse é o problema... Depois que nos beijamos, ela começou a chorar e saiu correndo... Eu... eu não sei o que pensar...
- Ela pode estar tão confusa quanto você, Harry... Talvez até mais...
- Você acha? Mas... eu... não sei se gosto dela...
- Por quê?
- Porque eu nunca a tinha notado antes... Eu só a via como... como a irmã mais nova do meu melhor amigo... – subitamente, Harry percebeu que tinha falado demais. Olhou para Sirius, que sorriu:
- Entendo... É a irmã do Rony, não é? A caçula dos Weasleys...
- É... é a Gina...
- E isso só deve estar piorando as coisas para você, não é?
- Isso mesmo... Eu estou me sentindo horrível... O que o Rony vai pensar? Ele nunca vai me perdoar... E além disso, eu a fiz chorar... E eu nem sei se realmente a amo...
Harry abaixou a cabeça, desanimado. Sentiu uma mão no seu ombro. Levantou os olhos e viu Sirius à sua frente, dirigindo-lhe um olhar paternal.
- Nisso eu não posso te ajudar, Harry. É você, e só você, que sabe seus sentimentos... Mas eu te garanto, Harry, que se eles forem verdadeiros, você será entendido... O Rony não vai deixar de ser seu amigo por isso, se é o que você está pensando... Ou isso, ou você vai ter que enfrentar seis irmãos Weasley raivosos atrás de você...
- Sirius!
- Tá, tudo bem, eu tô só brincando... Mas agora é sério, Harry. Organize seus sentimentos e depois vá falar com ela. Seja franco. Tudo vai dar certo, você vai ver.
- Obrigado... – ambos sorriram. – Você já teve alguma experiência como esta, Sirius?
- Já. E não gostaria de falar sobre isso se não se importa, Harry.
- Desculpe... Eu não queria...
- Não precisa se desculpar. Eu só não quero falar sobre isso. – Sirius sorriu e bagunçou o cabelo do afilhado. – Você sempre pode contar comigo quando precisar, Harry. Sempre. Está entendido?
Harry concordou com um aceno de cabeça. Respirou fundo e disse algo que queria dizer ao padrinho há muito tempo. – Muito obrigado, Sirius. Você é como... um pai pra mim...
Sirius abaixou a cabeça e respirou forte. – Assim você acaba comigo, Harry...
- Eu só... disse a verdade... Sinto muito...
O padrinho levantou novamente a cabeça e encarou o afilhado firmemente, como se estivesse vendo através dele. Apoiando as duas mãos nos ombros do garoto, ele disse:
- Onde quer que Tiago esteja... Ele deve ter muito orgulho desse filho que você é... Porque eu tenho muito orgulho do meu afilhado... Que é... E que Tiago me perdoe pelo que eu vou dizer... Que é como um filho pra mim...
Ele abriu um sorriso sincero. Harry o acompanhou e fez algo que surpreendeu a Sirius e até a si mesmo. Abraçou ao padrinho como a um pai e pensou que, apesar de todas as dores, ainda tinha muitas alegrias... Afinal, tinha dois pais em sua vida...
Depois da conversa confortadora que teve com Sirius, Harry passou a se sentir bem melhor. Não estava mais tão confuso e já sabia o que fazer: quando encontrasse Gina, falaria com ela e mostraria seus sentimentos. Agora entendia o que estava acontecendo dentro de si; gostava de Gina, só não a tinha notado, talvez por ter estado cego por tanto tempo quando achava que amava Cho. Mas agora era diferente, sabia que não amava Cho, só atraíra-se por ela; talvez pela sua beleza e popularidade, mas amar... Não, não amava Cho... O que sentia por Cho não o fazia se sentir tão bem... Não o fazia sentir que a vida valia a pena...
Harry pensava em tudo isso enquanto andava pelos corredores desertos de Hogwarts. Tinha acabado de sair da sala de Dumbledore; Sirius conversara por muito tempo com o afilhado e, é claro, tocou no assunto do ataque a Hogsmeade. O padrinho estava realmente preocupado com Harry e o garoto entendeu isso e prometeu que, na medida do possível, não mais se envolveria em encrencas. Na medida do possível, porque algumas vezes "não se encrencar" era impossível.
Chegou ao quadro da Mulher Gorda e disse a senha. Entrou e encontrou alguém na sala comunal que não esperava encontrar. Ainda. Rony estava sentado em uma poltrona, contemplando o teto, totalmente absorto. Quando Harry entrou, desviou os olhos do teto e olhou para o amigo.
- Ah, é você, Harry. Demorou. – disse, indicando a janela. Harry olhou e viu que já estava noite.
O garoto respirou fundo e dirigiu-se para o lugar onde Rony estava e sentou-se ao lado dele. Não podia ficar se escondendo do amigo. Por enquanto não contaria nada a ele, preferia contar quando tudo estivesse resolvido. Depois que tivesse falado com Gina.
- Demorei? É que eu estive na sala do Dumbledore...
- Na sala dele? Mas o que aconteceu? Ele te chamou lá?
- Chamou. Na verdade não era nem para conversar com ele, era para falar com o... – Harry olhou para os lados para se certificar de que ninguém estava ouvindo e continuou, em um sussurro: - Para falar com o Sirius...
- Ah... E ele veio aqui só para falar com você?
- Não, ele veio também porque tinha alguns assuntos a tratar com o Dumbledore. E aproveitou para falar comigo sobre... Você sabe o que...
- Entendi. E ele ficou bravo com você?
- Ah, é claro que estava. Mas não muito. O Sirius é do tipo de pessoa que não consegue ficar bravo com alguém de que gosta por muito tempo...
- Bom pra você...
- Tem razão. – Harry disse e recostou-se na poltrona, fechando os olhos.
- Harry? – Rony chamou.
O garoto abriu os olhos e fixou o olhar do amigo. – O que é?
Rony olhou profundamente para o outro e disse: - Se você estiver passando por algum problema, pode contar comigo, tá?
- O que te faz pensar isso, Rony? – Harry perguntou, com medo de ouvir a resposta.
- Sei lá... Você estava meio estranho hoje... Mas... Você pode falar comigo se precisar e se não quiser falar também, não tem problema. Eu sei que tem coisas que nós não queremos falar com ninguém às vezes... E Harry... Eu sei que sou meio... teimoso e briguento, mas... eu não vou deixar de ser seu amigo... em nenhuma circunstância.
Harry ficou boquiaberto com as palavras de Rony. Talvez ele soubesse... Sim, ele sabia... Mas devia entender, já que estava dizendo essas palavras... Não parecia nervoso, só... preocupado... Harry sorriu e disse:
- Obrigado, Rony. Eu também sempre vou ser seu amigo. Sempre. – o amigo apenas sorriu, compreensivo. Harry se levantou e continuou: - Eu acho que vou para o dormitório descansar um pouco. Vejo você mais tarde.
Rony acenou afirmativamente com a cabeça. Harry saiu e subiu as escadas que levavam ao dormitório. Foi devagar, pensando. Chegou ao quarto e dirigiu-se à sua cama. Sentou na beira dela e tirou de dentro das vestes o diário e a flor. Pegou o diário e escondeu-o no armário, não mexeria nele. Quanto à flor, olhou-a por um instante, para depois guardá-la junto com o diário. Devolveria-os à Gina quando a encontrasse.
Harry deitou na cama e olhou o teto. Depois se virou e pegou o globo de vidro que tinha o castelo de Hogwarts dentro. Continuava nevando dentro dele, uma neve lenta e rala. A música era relaxante. Era assim que ele se sentia também. Aliviado. Sem notar, adormeceu.
Passaram-se alguns dias depois desses acontecimentos. Harry, por vezes, encontrara Gina, mas a garota demostrara-se esquiva e, talvez, envergonhada. O garoto, por sua vez, até tentara falar com ela, mas nunca conseguia uma oportunidade e quando conseguia, Gina mudava de assunto e fugia.
Foi numa tarde fria do começo de janeiro que aconteceu. Harry e Rony estavam voltando da cabana de Hagrid, onde alimentaram os Splooties e Canino. Conversavam sobre banalidades até o momento que Rony recebeu uma carta de Hermione, entregue de forma bastante atrapalhada por Pichitinho. O amigo disse que iria subir para o salão comunal da Grifinória, a fim de ler a carta, e Harry, compreendendo, disse que iria dar uma volta pelo castelo.
Andou pelos corredores silenciosos de Hogwarts até o momento em que dobrou um deles e viu alguém, ao longe, de cabelos cor de fogo. Era Gina. Era este o momento, tinha que falar com ela. Ele a chamou, mas ela estava longe e não o ouviu. A garota virou em outro corredor. Harry a seguiu e viu que ela entrara na biblioteca. Ele, então, resolveu fazer o mesmo. Assim que entrou, viu a garota falando algo para Madame Pince no balcão, para depois se dirigir até uma das estantes. Harry respirou fundo e foi até o lugar.
- Gina? – ele chamou assim que chegou perto dela. A garota estava absorta olhando um livro, o qual caiu no chão com estrépito assim que ela viu quem a chamava.
- Harry? – ela disse com a voz rouca. – Você...
- Eu preciso falar com você, Gina. – ele a interrompeu. – E por favor, não fuja dessa vez... – ela o olhou, amedrontada. Ele continuou: - Sabe, eu... desde aquele dia... eu... não consegui parar de pensar em você... eu... pensei muito e... percebi que... que... – ele respirou fundo. – Que gosto muito de você! Eu só... demorei para notar, mas você... naquele dia... me fez sentir algo muito, muito bom... maravilhoso... e eu nunca me senti assim com nenhuma outra pessoa... e eu quero que saiba que... você não precisa me aceitar só porque eu estou te falando essas coisas... eu só queria te dizer isso e te pedir desculpas se eu te magoei naquele dia... eu...
Ela fez sinal para que se calasse e disse, sorrindo e com os olhos marejados: - Não precisa falar mais nada, Harry. Tudo o que você me disse agora já foi mais que o suficiente...
- Então, você... – ele sentiu como se sua barriga congelasse. - Você aceitaria... namorar comigo?
Ela sorriu e se aproximou. Fechou os olhos e abraçou-o ternamente. Perguntou:
- Isso responde à sua pergunta?
- Sim. – ele sentiu o frio na barriga transformar-se naquele sentimento quente que percorria todo o seu corpo. – Mas... por que você saiu correndo naquele dia? Eu pensei...
- Eu senti medo... Medo de que aquilo não fosse real, que fosse mais um sonho... Que você não gostasse de mim...
- Não foi um sonho. E eu te amo. Vou te provar isso.
Eles separaram-se. Ela permaneceu de olhos cerrados. Harry fechou os seus também e se aproximou dela, tocando-lhe os lábios em um beijo doce. Porém, um pigarro atrás deles os interrompeu. Viraram-se para olhar e gelaram instantaneamente:
- Eu achei o livro que a senhorita queria, Srta. Weasley. – Madame Pince disse com um ar severo.
Tanto Gina, quanto Harry coraram furiosamente. A garota se adiantou e disse:
- Obrigada, Madame Pince.
A bibliotecária entregou-lhe o livro, saindo logo depois com um ar repreendedor. Gina pegou o livro e olhou para Harry, como que perguntando o que fazer. O garoto disse:
- Acho melhor sairmos daqui o quanto antes.
Gina concordou e os dois saíram rapidamente da biblioteca. Quando estavam no corredor, a garota perguntou temerosa:
- Você acha que ela viu?
- Sinceramente, acho. Mas isso importa?
- É que... eu fico com vergonha...
- Pois eu quero que todos saibam! – Harry disse com um largo sorriso nos lábios. – Quero que todos saibam o quanto estou feliz de estar com você!
Ele disse isso e beijou-a rapidamente. Ela riu, encabulada e falou:
- Mas você acha mesmo bom contar para todo mundo agora?
- Vamos contar para os nossos amigos... A Mione, quando chegar das férias, o Rony, os gêmeos...
- Você tem certeza de que já quer falar com os meus irmãos?
- Por quê? Você acha que eles vão me bater se souberem que estou namorando a irmã deles?
- Não digo isso, mas... irmãos mais velhos, principalmente quando têm uma irmã, são bastante... superprotetores... O Rony é um ótimo exemplo disso...
- Você acha que o Rony vai ficar bravo?
- Não digo bravo, mas talvez preocupado... Acho melhor só contarmos para ele quando a Mione voltar. Assim ela não vai deixá-lo... como eu diria... exagerar... quando souber... – ela sorriu.
Harry, ao ver seu sorriso, não pôde deixar de concordar com ela. – Tudo bem, você é quem sabe... Mas não vamos poder ficar juntos durante esse tempo...
- Podemos nos encontrar escondidos... Vai ser divertido, você vai ver!
- Você me surpreende, sabia? Sempre pareceu tão tímida...
- E sou mesmo. Mas tem muitas coisas sobre mim que você precisa aprender... – ela disse sorrindo marotamente.
Ele não resistiu e a abraçou, beijando-a.
