Sakura e Li agora é que não tem mais jeito mesmo, depois de tudo que viveram juntos, mas fizeram o favor de esquecer, ainda por cima tinha que o noivo da Meilyn piorar a situação? Será que desta vez Li vai embora mesmo? Não! Isso não, eu não posso mais viver sem o Li !!! (controle-se Kath, controle-se Kath... desculpem)
Capítulo 10: The Memory
Passaram-se semanas que Meilyn havia voltado para a Hong-Kong com o seu noivo e que Sakura não via mais Li. Até a noite quando saiam para enfrentar a nova onda de vampiros da cidade, Li não ia mais com eles. Agora era apenas Sakura, seus dois guardiões e sua câmera woman Tomoyo (deu para ver que eu adorei isso!). Não que o rapaz tivesse parado de enfrentar os monstros, mas fazia isso agora sozinho, uma vez quando Sakura estava sendo ataca por um bando deles e seus guardiões estavam ocupados, ela sentiu a presença dele e viu quando um poderoso trovão atingiu cinco deles, transformando todos em pó. Porem ela não o viu devido à escuridão e ele também não se mostrou.
Ela sentia falta dele e como sentia, mas como sempre seu orgulho falava mais alto, o que não permitia que a menina o procurasse para conversar abertamente. Ela não acreditava realmente que Li quisesse tirar-lhe as cartas, mas também não aceitava que ele tivesse dado a palavra aos anciões da família de que recuperaria as cartas para o clã. Ela contou tudo para Ywe e Kero. Kero ficou falando uma não sei quantas vezes de que sempre a avisou sobre as intenções obscuras do rapaz. Ywe, no entanto não falou nada. Perguntou se ela tinha certeza disso e depois da menina ter confirmado com a cabeça, comentou que realmente o clã Li sempre se achou no direito de ter as cartas Clow e que não deveriam ter aceitado muito bem Sakura como a mestra delas, mas também custava muito a acreditar que o descendente de Clow seria capaz de tentar tirá-las da menina.
Num dia Li estava voltando de suas saídas à noite quando viu Ywe no seu quarto.
Syaoran: 'O que faz aqui, Ywe?'
Ywe: 'Sakura me contou que você veio para Tomoeda com a intenção de tirar as cartas dela?'
Syaoran: 'Hum-hum.'
Ywe: 'Quero lhe disser que terá que enfrentar a mim e a Kerberus.'
Syaoran: 'Seria até uma boa lutar contra você, quem sabe desta vez eu tenha mais sorte do que no juízo final.'
Ywe: 'Naquela época você não tinha desenvolvido os seus poderes.'
Syaoran: 'Isso é desculpa, não fui capaz de vencê-lo.'
Ywe: 'Mas agora, tanto eu quanto você sabemos que é capaz de fazer isso.'
Syaoran (erguendo uma sobrancelha): 'O que quer disser com isso, Ywe?'
Ywe: 'Que eu sei que têm poderes para tirar de Sakura as cartas.'
Syaoran: 'Nossa, não me julgava tão capaz.'
Ywe (indo até a janela): 'Sei que anda ajudando a Sakura nas rondas dela e sei que nunca lhe passou pela cabeça tirar as cartas dela.'
Syaoran: 'Não fique tão seguro disso. Ela não lhe contou o que descobriu?'
Ywe (olhando seriamente para ele): 'Seu interesse nunca foi possuir as cartas, quando pequeno você as caçou apenas para desenvolver a sua magia que não tem nada haver com a de Clow. As cartas na sua mão seriam apenas instrumentos de decoração, você não as usaria.'
Syaoran: 'É verdade, não gosto do tipo de magia das cartas, elas iriam restringir os meus poderes.'
Ywe: 'Você prefere a magia dos guerreiros, ataque e defesa, cartas como as bolhas e a esperança, seriam inúteis a você.'
Syaoran (o encarando): 'Você não veio aqui para me convencer disso?'
Ywe: 'Eu sei que você sabe disso tudo, eu só queria deixar claro que eu também sei.'
Syaoran: 'Então o que veio fazer aqui?'
Ywe: Perguntar porque não contou a verdade para a Sakura em vez de deixar que ela acreditasse nesta besteira toda?'
Syaoran: 'Se ela preferiu acreditar que eu teria vindo tirar as cartas dela, isso não é meu problema.'
Ywe: 'Mas você também não fez questão nenhuma de esclarecer o mal entendido.'
Syaoran: 'Eu não vou ficar me justificando para ela. Ela acredita no que quiser. Eu só não entendo qual o seu interesse nisto tudo.'
Ywe: 'Eu amo Sakura e não suporto vê-la sofrer.'
Syaoran: 'Mas eu não fiz nada contra ela, muito pelo contrário.'
Ywe: 'Mas ela está sofrendo... (saindo pela janela)... por você.'
Syaoran avistou a figura alada de Ywe desaparecer em direção a lua cheia que brilhava no céu. Ele entendeu que Ywe não veio para lhe pedir satisfações pelo que Sakura havia descoberto, veio apenas lhe disser que Sakura estava sofrendo com a situação. "Acredite Ywe, eu também".
Sakura não andava se sentindo bem a uns quantos dias, sentia enjôos e fraquezas com freqüência. Teve que inclusive deixar um jogo decisivo entre as irmandades porque não se sentia disposta. Tomoyo estava cada vez mais preocupada com a amiga, ela sabia que Sakura se sentiria triste por causa de Li, mas não imaginou que isso a afetaria fisicamente.
Tomoyo e Kimura continuaram a pesquisar com Li na biblioteca e em mais um monte de livros que Eriol mandou para ele. As duas não acreditaram na história de que Li estava no Japão para tirar as cartas de Sakura e tentavam convencer tanto a amiga quanto o amigo a darem o braço a torcer e se entenderem. Tomoyo sabia que Li se preocupava muito com a amiga e sempre que falava que ela não estava se sentindo bem, Syaoran ficava preocupado e perguntava o que acontecia. Insistiu para que Tomoyo a levasse a um médico, pois ele ficou muito assustado quando viu que ela saiu do jogo contra a ΔPα sendo carregada por Makoto.
Tomoyo chegou um dia no dormitório e encontrou Sakura olhando para as estrelas. A menina nem percebeu que a amiga havia chegado das aulas.
Tomoyo (colocando os livros na mesa): 'Estava pensando em Li?'
Sakura (ainda encarando a lua): 'Como ele pode ser tão falso.'
Tomoyo: 'Você realmente acredita que ele algum dia quisesse tomar as cartas de você?'
Sakura: 'Não foi por isso que ele veio ao Japão quando tinha 10 anos. Não foi por isso que ele voltou depois de tanto tempo.'
Tomoyo: 'Porque você não vai procurar ele e tenta esclarecer tudo. Sinceramente acho que se ele quisesse lhe roubar as cartas já tinha feito isso há muito tempo.'
Sakura (finalmente olhando para Tomoyo): 'Não, eu não quero o ver nunca mais.'
Tomoyo conhecia Sakura melhor que ninguém, ela a amava tanto que se pudesse daria a sua vida pela felicidade de sua adorada cardcaptor. Ela sentiu como uma punhalada no peito aquele olhar triste e dolorido que os lindos olhos de esmeralda mostravam.
Tomoyo (tentando forçar um sorriso): 'Por que não vamos a festa de aniversário do Yamasaki? Tenho certeza de que você vai se divertir um pouco, além de rever toda a turma.'
Sakura: 'Claro que eu vou, se eu não for ele e a Chiraru ficaram muito tristes e com razão.'
Tomoyo (se sentindo mais aliviada): 'É verdade. A Kimura e o Makoto também vão.'
Sakura: 'Que bom. E o Takeshi?'
Tomoyo: 'Eu acho que não, Takeshi não tem muita intimidade com Yamasaki.'
Sakura: 'É uma pena...'
Tomoyo: 'Porque?'
Sakura (levantando uma sobrancelha): 'Oras Tomoyo, ainda não percebeu que ele está caidinho por você.'
Tomoyo (vermelha): 'Claro que não, eu e ele somos apenas amigos e fazemos um dueto no coral, mas nada.'
Sakura: 'Está bem, se você diz isso.'
Tomoyo: 'Além disso, eu já gosto muito de uma pessoa.'
Sakura (consumida pela curiosidade): 'E quem é?'
Tomoyo (com um terno sorriso): 'É segredo.'
Sakura: 'Tomoyo, prometemos que não teríamos segredo uma para outra.'
Tomoyo (depois de beijar a bochecha da amiga): 'Um dia eu te conto.'
Sakura (um pouco decepcionada): 'Está bem. Se você prefere assim.'
Tomoyo confirmou com a cabeça.
Sakura (arregalando os olhos): 'Tomoyo, precisamos comprar o presente!'
Tomoyo: 'Ai meu Deus, é verdade. Esqueci do presente.'
Sakura (correndo para o banheiro): 'Eu vou tomar um banho rapidinho e a gente sai para ir ao shopping. Ok?'
Tomoyo (acompanhando a correria da amiga): 'Está bem.'
Sakura (gritando do banheiro): 'Ainda bem que o Kero está passando um tempo na casa do Touya, se ele estivesse aqui já ia falar que eu sou uma cabeça oca!'
Tomoyo (baixinho olhando para a porta fechada): 'Kero falaria que você é a pessoa mais maravilhosa do mundo...'
As duas passaram a tarde inteira no shopping tentando escolher um presente para o amigo. Sakura pensou em dar uma camisa da seleção do Japão, mas lembrou-se que este foi o presente de Chiraru no ano passado. Tomoyo pensou em dar um cd, mas Yamasaki era tão esquisito e tinha um gosto tão exótico que ficou difícil escolher um para ele (Tadinha delas, eu tinha que escolher logo o Yamasaki para ser o aniversariante). Depois de lancharem no shopping, desanimadas por não escolherem o presente, Sakura teve uma idéia, daria a ele um livro de curiosidades, quem sabe com ele, o amigo contaria histórias mais verídicas. Tomoyo adorou a idéia, porem elas tiverem dificuldade em achar um entre tantos.
Sakura chegou com Tomoyo na boate onde estava sendo comemorado o aniversário de Yamasaki, logo foi cumprimentada por Chiraru, que estava sentada a mesa que tinha reservado para reunir os amigos.
Chiraru (abraçando as amigas): 'Que bom que vieram.'
Tomoyo: 'E você acha que iríamos faltar.'
Sakura (olhando para a multidão que se movia ao ritmo da musica): 'E onde está o nosso aniversariante?'
Chiraru (procurando também por ele): 'Ele estava aqui a um minuto. Onde está aquele irresponsável?'
Yamasaki (aparecendo atrás das três): 'Estava falando de mim, amor?'
Chiraru (depois do enorme susto): 'Nunca mais faça isso. Eu quase morri de susto.'
Yamasaki (sacudindo o dedo): 'Quem não deve, não teme.' (minha mãe sempre diz isso, é insuportável!)
Chiraru (pisando no pé dele): 'Só quem está devendo aqui é você, Takashi.'
Yamasaki: 'Eu?'
Chiraru: 'Onde você estava?'
Yamasaki: 'Logo aqui atrás.'
Chiraru: 'Com quem?'
Yamasaki: 'Com ninguém?'
Tomoyo (cochichando ao ouvido de Sakura): 'Não sabia que a Chiraru era tão ciumenta.'
Sakura: 'Eu também não.'
Tomoyo: 'Que tal a gente ir dançar um pouco. Depois entregamos o presente a ele.'
Sakura (já saindo de fininho): 'Eu acho melhor mesmo.'
As duas deixaram o casal discutindo sozinhos. Estava tocando uma música bem dançante, uma daquelas que Sakura adorava dançar e que Tomoyo achava extremamente irritante, mas estava tentando dançar junto com a amiga. Sakura se soltava quando dançava, era a hora que ela realmente não pensava em nada apenas em fazer este ou aquele passo certo. O ambiente estava escuro, apenas dava para se ver a sombra dos corpos pulando ao ritmo da musica. Logo todos da turma já estavam na pista de dança. Chiraru e Yamasaki pararam de brigar e se juntaram a Naoko e Rika. Kimura e Makoto chegaram juntos e constrangidos com o comentário de Chiraru de que estavam andando muito juntos. Quando Takeshi chegou Sakura cutucou Tomoyo que apenas sorriu para ele ainda um pouco envergonhada com os pensamentos maldosos da amiga. Sakura estava feliz, pela primeira vez depois de tanto tempo finalmente tinha deixado de pensar em Li, apenas queria curtir com os amigos aquela festa.
Depois de um bom tempo, os jovens exaustos resolveram se sentar e tomar alguma coisa. Sakura estava ainda em pé se movendo lentamente ao ritmo da música. Os amigos falavam alto, tentando conversar sobre as novidades. Foi quando a menina sentiu a aura mágica de Li parar ao seu lado. Ela se virou devagar e o viu rindo ao cumprimentar com um abraço Yamasaki. Li gostava muito do amigo de infância, e era meio óbvio que ele viria para comemoração do aniversário do amigo. Educadamente cumprimentou a todos e a Sakura, que apenas acenou com a cabeça tentando mostrar indiferença. O rapaz se sentou ao lado de Naoko e entrou na conversa entre os amigos, Sakura se sentiu mal. Ninguém sabia o que estava acontecendo entre eles, nem tinham como saber. Li aceitou uma cerveja de Makoto, os dois depois do episódio da porção acabaram se tornando camaradas (isso é próprio de homem, eles no final acabam sempre amigos e nós mulheres resolvemos nossas diferenças com outras como inimigas mortais e eternas). Li estava até dando alguns toques de futebol para ele. O grupo conversava animadamente, alguns amigos de Yamasaki também se juntaram a ele, o rapaz era muito conhecido pelas suas histórias.
Li e Sakura volta e meia se olhavam, mas disfarçavam ao máximo um do outro. Tomoyo apenas observava e sorria. Sakura se sentia constrangida com tudo aquilo, Li percebeu isso e aproveitando uma música que gostava se levantou dizendo que iria dançar, Naoko se levantou em seguida pedindo para acompanhá-lo. Sakura observou os dois indo para pista conversando e rindo e se sentiu pior ainda.
Kimura: 'Esta Naoko, não perde tempo.' (eu também não perderia. Bem que namorado de amiga minha para mim é mulher, mas coitada da Naoko, Li e Sakura nem estão namorando ainda)
Chiraru: 'Deixa ela, ela só esta aproveitando para ficar perto do Li.'
Yamasaki: 'Não sabia que ela gostava dele.'
Rika (sorrindo): 'Estes homens não percebem nada mesmo.'
Sakura (para Kimura): 'Vamos dançar?'
Kimura (querendo que o circo pegue fogo): 'Claro.' (sempre tem aquela amiga que se mostra solidária, mas tá louca para ver o barraco!)
A espevitada menina olhou de relance para Makoto, que acenou com a cabeça e foi junto com elas. Os três entraram na pista de dança, estava escuro, mas podia se ver o contorno dos vultos. Sakura mesmo que não quisesse se concentrou para achar a aura mágica de Li e foi até lá. Quem procura acha e Sakura procurou e achou o que não queria, encontrou Li e Naoko se beijando e sentiu como se o sangue escorresse pelo corpo. O casal que a acompanhava não viu, pois estavam ocupados fazendo o mesmo. Se achando perdida e tonta, resolveu ir para o banheiro molhar um pouco o rosto e a nuca.
A menina cruzou a pista de dança esbarrando e empurrando quem estava em seu caminho. De repente aquela barulhada e fumaça começaram a ficar insuportável. Passou pelo corredor quando sentiu uma presença maligna, parou e olhou em volta tentando identificar de onde ela vinha. Fechou os olhos e se concentrou, a presença vinha de trás de uma das portas.
Sakura correu até ela e a abriu rapidamente, ela dava para o lado de fora da boate que ficava num beco. Ela avistou um casal cercando um rapaz que estava acuado no chão tremendo.
Sakura: 'O que acontece?'
Rapaz: 'Vá embora, são vampiros!!!'
O casal se virou devagar para a menina e a encarou com os olhos gélidos.
Mulher: 'Vai se arrepender de ter nascido garota.'
Sakura (puxando a chave): 'Chave que guarda o poder da minha estrela, mostre seus verdadeiros poderes sobre nós e os ofereça a valente Sakura que aceitou esta missão. Liberte-se!!!'
Homem: 'Ora, ora, é uma feiticeira.'
Sakura: 'Deixe ele em paz!'
Mulher: 'Então você é a garota que anda atrapalhando as refeições da nossa espécie.'
Homem: 'Acabaremos com você agora.'
Sakura viu o rapaz correndo para a rua e se sentiu aliviada em saber que agora ele não corria mais perigo. Bem eram apenas dois vampiros, daria conta do recado apenas com a ajuda da Luta. Os dois vieram em cima dela, a carta fazia com que Sakura tivesse uma desenvoltura em luta de deixar Meilyn com inveja. Porem um casal de namorados passou por perto, a mulher correu para atacá-los. Os jovens entraram em pânico, Sakura usou o salto e atacou-a antes de chegar a eles, fazendo-a em pó, porem com este segundo de distração o homem a atingiu com tanta força que a fez bater no muro e cair no chão.
A menina abriu os olhos e viu que estava caída no chão sentada, olhou rapidamente para a saída do beco e viu que o casal já tinha fugido, voltou a olhar para o vampiro que vinha lentamente a sua direção, acariciando com os dedos os seus caninos pontudos.
Homem: 'Agora é só entre eu e você, bruxa.'
Sakura tentou se levantar, mas sentiu uma dor tão forte no ventre que caiu de joelhos no chão novamente com as mãos na barriga.
Homem: 'O que foi, bruxa? Perdeu seus poderes. Andei ouvindo tanto de você e olha só não passa de uma menininha bonitinha.'
Sakura não se importava mais com o perigo que corria, a dor era tão grande que ela até tinha se esquecido do vampiro. Lágrimas desesperadas saiam de seus olhos enquanto ela apertava cada vez mais forte o ventre.
Homem (se ajoelhando a sua frente): 'Nem vai implorar pela sua vida.'
Syaoran (com a espada no pescoço dele): 'Acho que você é que vai.'
Com um golpe o rapaz decepou o vampiro. Uma nuvem de pó foi levada pelo vento que passava pelo beco. Li observou Sakura no chão, correu até ela.
Syaoran (se ajoelhando até ela): 'O que foi?'
Sakura não conseguia falar, ela passou a mão entre as pernas e viu que escorria sangue. Li pegou a mão dela suja de sangue e quase se desesperou.
Syaoran: 'O que aconteceu, Sakura?'
Sakura (gemendo): 'Eu estou sangrando, Syaoran...'
O rapaz a pegou nos braços e a levantou. O hospital de Tomoeda não era longe. Levou até o seu carro e correu até o hospital como maluco. Sorte que as ruas estavam desertas àquela hora da noite. Parou em frente ao prédio e tirou Sakura do carro. Ela sangrava cada vez mais. Uma enfermeira veio em auxilio ao casal e pediu para que o rapaz a acompanhasse até a sala de emergência. Ele depositou sua preciosa carga num dos leitos, a enfermeira pediu para que se retirasse. Li hesitou, mas acabou saindo deixando Sakura aos cuidados do médico e da enfermeira.
Já havia se passado quase uma hora, Li ligou para o celular de Tomoyo e a amiga já estava no hospital, os dois acharam melhor não ligar ainda para Touya antes de saberem o que estava acontecendo.
Tomoyo (perguntando pela milésima vez para Li): 'Mas como ela estava sangrando, ela foi ferida?'
Syaoran (caminhando de um lado para o outro): 'Eu não sei, ela estava caída no chão chorando, eu não sei o que aconteceu.'
Tomoyo (mal controlando o nervosismo): 'Ai meu Deus, proteja a Sakura.'
Li mal ouvia as súplicas da amiga, estava tão ou mais nervoso do que ela. De repente uma onda de incompetência e inutilidade percorreu o corpo do rapaz. Porque ele não percebeu antes as presenças dos vampiros? Porque ele não tinha chegado antes? Porque ele não foi capaz de proteger o ser que mais amava? Estas perguntas só pararam quando os dois viram o médico se aproximar deles.
Tomoyo: 'Doutor, como ela está?'
Doutor (calmamente): 'Ela está bem agora. Está sedada e tranqüila.'
Tomoyo (mal controlando as lágrimas): 'Graças a Deus!'
Doutor (seriamente): 'Mas infelizmente ela perdeu o bebê.'
Syaoran e Tomoyo: 'Bebê!'
Doutor (olhando para os dois): 'Ela estava com mais ou menos 6 semanas.'
O casal ficou sem fala.
Doutor: 'Será muito difícil para ela este momento. Seria muito importante que você esteja ao lado de sua namorada agora.'
Li iria falar que não era o namorado dela, muito menos o pai da criança, mas ponderou que aquela não era a melhor hora para isso, apenas confirmou com a cabeça e junto com Tomoyo acompanhou o médico até o quarto de Sakura para dar a notícia a ela.
Sakura sentiu-se dolorida como nunca havia se sentido, olhou para o braço e viu a agulha do soro na sua veia. Desviou os olhos para o teto branco do hospital pensando no que tinha acontecido, que dor era aquela e porque tinha sangrado daquela maneira. Uma lágrima correu de seus olhos. Quando ouviu o barulho da porta se abrindo, a primeira coisa que viu foi o rosto de Li pálido e com uma expressão que ela nuca havia visto antes. Correu os olhos até Tomoyo que apertava as mãos contra o peito em sinal de puro nervosismo e finalmente olhou para o semblante do médico.
Tomoyo: 'Como se sente?'
Sakura (forçando um sorriso): 'Estou melhor.'
Médico: 'É normal ficar ainda um pouco dolorida.'
Tomoyo: 'Tenho certeza de que tudo terminará bem.'
Sakura sorriu mais uma vez confirmando com a cabeça. Ela viu que Li apenas a observava encostado na parede com os braços cruzados. Os olhos dele estavam inquietos. Mal sabia ela que na cabeça do rapaz só havia uma pergunta que estava o matando por dentro: Quem era o pai da criança?
Doutor (finalmente): 'Bem senhorita Kinomoto, não tenho notícias boas para lhe dar.'
Sakura (aflita): 'O que tem de errado comigo?'
Doutor: 'A senhorita está bem agora, poderá sair do hospital em poucas horas, mas infelizmente... (depois de uma pausa) perdeu o bebê.'
Sakura (sorrindo): 'Mas eu não estava grávida.'
Doutor: 'Estava sim. É normal não ter percebido, estava com apenas 6 semanas...'
Sakura (se sentando na cama): 'Peraí, Doutor. Eu não posso estar grávida se eu nunca...nunca (ela se sentiu envergonhada em falar isso na frente de Li)...nunca dormi com nenhum rapaz.'
Li levantou uma das sobrancelhas, encarando ela pela primeira vez desde que entrou no quarto.
Doutor (um pouco nervoso): 'Acho que hoje em dia não tem mais porque se senti constrangida com isso, a maioria das meninas na sua idade...'
Sakura (interrompendo-o): 'O senhor não está entendendo, Doutor. Eu sou virgem. Eu nunca fiz o que está pensando.'
Tomoyo (segurando os ombros da amiga): 'Calma, Sakura. Você não pode ficar nervosa.'
Sakura (olhando para a amiga): 'Tomoyo, você sabe tudo da minha vida, diga a ele que isso não é possível, que só pode ser um engano.'
Doutor: 'Faremos o seguinte: há uma ginecologista no hospital, pedirei que venha aqui assim que atender o último paciente.'
Tomoyo (virando-se para o médico): 'Obrigada, Doutor.'
O médico saiu do quarto, deixando os três sozinhos. Sakura se sentia incomodada com o silêncio de Li. Tomoyo percebeu isso e tentou desviar a atenção da amiga.
Tomoyo: 'Todos ficaram procurando você como loucos na festa.'
Sakura: 'Me desculpe, eu não sei o que aconteceu direito.'
Syaoran (finalmente): 'Imprudência sua ter ido enfrentar sozinha o vampiro.'
Sakura: 'Eram apenas dois, é claro que eu daria conta, mas aquela dor... Eu não sei... Pela primeira vez eu pensei que ia morrer.'
Syaoran: 'O médico disse que ficará bem agora.'
Tomoyo: 'Li tem razão, é isso que importa: que você ficará bem.'
Sakura (voltando a se deitar): 'Este médico só pode estar enganado.'
Syaoran (saindo do quarto): 'Eu socorri minha irmã quando estava perdendo seu primeiro filho, e posso disser com clareza que foi muito parecido. Por isso é bom descansar.'
Sakura arregalou os olhos e viu Li fechando a porta do quarto, ela ficou encarando a porta fechada por um bom tempo até conseguir falar alguma coisa.
Sakura: 'Tomoyo, você acha que...'
Tomoyo: 'Eu acredito no que você fala, se você disse que não, então é não.'
Sakura (ainda um pouco incerta): 'Eu estou com uma lacuna de 5 dias na minha cabeça, Tomoyo.'
Tomoyo (arregalando os olhos): 'O médico disse que você estava com 6 semanas, é mais ou menos...'
Sakura: 'Isso mesmo, é mais ou menos o tempo que fez depois que eu voltei não sei da onde.'
Tomoyo: 'Eu me lembro que achei que você voltou diferente aquela noite.'
Sakura (fechando os olhos dolorosamente): 'Meu Deus, aconteceu alguma coisa comigo naquela luz.'
Tomoyo (passando a mão na testa da amiga): 'Tente relaxar um pouco, não adianta supor nada, vamos esperar a doutora para termos certeza.'
Sakura não falou nada, de repente ela se sentiu violada. O que teria acontecido com ela? Porque ela não se lembrava de nada? Estas perguntas estavam enlouquecendo-a por dentro. Tomoyo acariciava os seus cabelos tentando lhe dar refúgio, mas era em vão, por dentro Sakura era uma tormenta.
A doutora demorou quase 3 horas para ir ver Sakura e a examinar.
Médica: 'Me desculpe senhorita, mas o doutor Akira tem razão você teve um aborto espontâneo.'
Sakura: 'Então eu não sou mais...'
Médica: 'Isso mesmo, você não é mais virgem.'
Sakura (não contendo as lágrimas): 'Mas como se eu não lembro...'
Médica (tentando tranqüilizá-la): 'Isso é mais comum do que imagina. Às vezes bebemos demais e fazemos coisas as quais não lembramos.'
Sakura: 'Mas eu não bebo.'
Médica (olhando com pena para o desespero dela): 'Existe uma droga que os rapazes colocam na bebida das garotas que as fazem esquecer o que aconteceu e ficarem desnorteadas. Pena que a sua primeira vez tenha sido assim.' (Obs muito importante da autora: Isso é verdade, eu li um artigo sobre isso numa revista, nos EUA e Japão está cada vez mais comum este tipo de droga. Por isso meninas, cuidado quando aceitarem alguma bebida de um rapaz que não conheça! Ah e se alguém aí leu Conte-me os seus sonhos do Sidney Sheldon também já ouviu falar dela)
Sakura levou as mãos à boca evitando que desse um grito de dor, o que teria acontecido com ela naquela maldita luz? Será que tinha se apaixonado por alguém e se entregado a ele? Será que tinha sido forçada? Pensamentos negros invadiram a mente da garota.
Logo depois que a doutora saiu do quarto, Tomoyo entrou. Sakura contou o resultado do exame e o que a doutora tinha dito. Ela abraçou Sakura com carinho tentando lhe dar apoio. Li não entrou, continuou na sala de espera até que Sakura recebesse alta para ir embora e ele pudesse levar ela até o alojamento, pois a menina se recusou a ir para o apartamento do irmão. Ela conhecia Touya, se ele apenas sonhasse com o que tinha acontecido a ela, enlouqueceria.
Li a pegou nos braços e a levou até o carro acompanhado de Tomoyo. Ele não tinha perguntado o resultado da consulta da médica, na verdade ele apenas perguntou se ela sentia alguma dor e se estava bem. Sakura não o encarava nos olhos, estava envergonhada apenas pela presença dele. Ele as deixou no dormitório e foi para o seu, recomendando a Tomoyo que ligasse para o seu celular se precisasse de alguma coisa.
Sakura (antes de ele fechar a porta): 'Syaoran...'
Syaoran (a encarando): 'Hum?'
Sakura: 'Obrigada por tudo.'
Syaoran (forçando um sorriso): 'Não pude fazer muita coisa.'
Sakura: 'Você salvou a minha vida... de novo...'
Syaoran: 'Você também já salvou a minha. Estamos quites. Agora descanse.'
O rapaz fechou a porta, Sakura olhou para Tomoyo que estava ao seu lado com o semblante preocupado. Ela respirou fundo e tentou se levantar.
Tomoyo (a segurando): 'O que pensa que está fazendo?'
Sakura: 'Vou até aquela senhora.'
Tomoyo: 'Que senhora?'
Sakura (já em pé, apesar de ainda se sentir meio sonsa): 'Aquela da porção do Makoto, quem sabe ela não tem uma que me faça lembrar o que aconteceu?'
Tomoyo (vendo que era inútil discutir com a amiga): 'Está bem, mas eu vou com você.'
Eram quase 6 da manhã quando as duas saíram da faculdade e pegaram um táxi até a conhecida casa branca. Sakura olhou para o telhado da varanda e viu os inúmeros pássaros voando de um lado para o outro. Ela achou aquilo tão lindo. Tomoyo bateu na porta e depois de poucos minutos a figura simpática e bonita da senhora apareceu na frente delas.
Senhora (com um sorriso): 'Bom dia, minhas queridas. Por favor, entrem devem estar congelando aí fora.'
As duas entraram e viram a aconchegante sala, com sua lareira em brasas e os vidrinhos bonitinhos brilhando a luz das chamas.
Senhora: 'Irei preparar um chá quentinho para que possamos conversar tranqüilas. Por favor, sentem-se e fiquem a vontade.'
Sakura e Tomoyo a viram caminhar até a cozinha.
Tomoyo (cochichando): 'Ela nem perguntou o que viermos fazer aqui.'
Sakura: 'Será que ela tem poderes de ler a mente?'
Tomoyo (assustada): 'Será? Acha mesmo uma boa idéia ter vindo aqui?'
Sakura: 'É a minha única alternativa.'
Em poucos minutos, a senhora retornou a sala com uma bandeja com o chá muito cheiroso. Até Sakura que não estava com vontade de tomar nada acabou aceitando.
Senhora (se sentando numa poltrona à frente delas): 'O que as trazem aqui?'
Sakura (depois de beber um gole do gostoso chá): 'Eu gostaria de comprar uma porção de memória.'
Senhora (olhando seriamente para ela): 'Uma porção de memória?'
Sakura: 'Isso, uma que me faça lembrar coisas.'
Senhora: 'Como assim lhe lembrar?'
Sakura (se lembrando que não tinha porque lhe esconder as coisas, ela já sabia das cartas, de tudo): 'Alguma coisa ou magia me fez perder as lembranças do que teria acontecido comigo durante alguns dias...'
Senhora: 'Mas aconteceu uma coisa muito importante com você nesses dias.'
Sakura: 'Isso, e eu preciso me lembrar de qualquer maneira.'
Sakura teve a impressão de que ela já sabia disso, já sabia sobre a luz e principalmente o que era a luz. A senhora foi até a sua estante e em vez de pegar um dos inúmeros vidrinhos coloridos pegou um velho livro de capa verde.
Senhora: 'Quero que leve isso para o Guardião.'
Sakura: 'Para o Kero?'
Senhora (acenando negativamente): 'Não para o seu guardião.'
Tomoyo (lembrando-se que fora assim que ela chamou Li): 'Para o Li?'
Senhora: 'Isso. Tenho certeza de que aconteceu o mesmo com ele quando passaram pelo portal. Este livro irá esclarecer alguns pontos a ele.'
Sakura (pegando o livro): 'Porque o chama assim?'
Senhora (com um terno sorriso): 'Porque ele foi o escolhido.'
Tomoyo (levantando uma sobrancelha): 'Escolhido para que?'
Senhora: 'Para o proteger este universo quando o caos chegar. Clow sabia que o guardião nasceria dos Lis e foi muito esperto em se unir a eles.'
Sakura: 'Espera aí, eu não to entendendo nada.'
Senhora (depois de tomar mais um gole tranqüilamente): 'Existem inúmeros universos, mas nenhum deles interfere um com o outro. Porem existem falhas que tornam possíveis estes portais.'
Sakura: 'Aquela luz era um portal?'
Senhora: 'Provavelmente, mas pelo visto vocês não pararam no mundo das trevas.'
Sakura: 'Mas Syaoran voltou todo machucado e eu...'
Senhora (seriamente): 'Acredite, criança. Se tivessem ido para o mundo das trevas não voltariam com vida.'
Sakura mordia os lábios em sinal de nervosismo. O que aquela senhora realmente sabia? Quem ela era realmente?
Senhora: 'A realidade é algo bem mais complexo do que temos conhecimentos. A relação espaço-tempo é algo que ainda não foi totalmente classificada e definida.'
Tomoyo: 'Mas e a ciência?'
Senhora (com um sorriso): 'A ciência não acredita em magia, e, no entanto sabemos que ela é tão real quanto o sol que brilha no céu.'
Sakura (confusa): 'Então aparecerão inimigos poderosos, mais do que estes?'
Senhora: 'Provavelmente, mas não se preocupe tudo terminará bem.'
Sakura olhou para aquela senhora sorrindo e teve a impressão de que já havia visto aquele sorriso.
Senhora (levantando-se): 'Mas não vieram aqui para ouvir uma velha senhora falar sobre estas coisas.'
Sakura (levantando-se também): 'Já lhe disse, quero uma porção que me faça lembrar o que me aconteceu no outro universo.'
Senhora (com a mão no queixo): 'Vocês devem ter perdido estas lembranças porque infelizmente não estão tão desenvolvidos assim.'
Sakura (um pouco irritada): 'Que seja isso, eu preciso me lembrar.'
Senhora (segurando-a pelos ombros): 'Eu não tenho este tipo de porção.'
Sakura (sentindo os olhos se encherem d'água): 'Como?'
Senhora: 'A solução disso está dentro de você. Tenho certeza de que a encontrará.'
Sakura: 'Mas como?'
Senhora: 'Acredite em você mesma, você é o não é o pilar do amor deste mundo?'
Sakura: 'Pilar?'
Senhora: 'Agora chega de conversa e vá para sua cama descansar. Está precisando muito disto.'
Sakura tinha mais um monte de perguntas a fazer, mas realmente se sentia cansada. A senhora chamou um táxi e encaminhou as duas até a saída da casa. Em poucos minutos depois as duas já estavam em seu dormitório.
Sakura (deitada): 'Tomoyo?'
Tomoyo (também deitada): 'Hum?'
Sakura: 'O que será que tem naquele livro?'
Tomoyo (depois de bocejar): 'Eu não sei, mas assim que acordamos, iremos levar para o Li. Agora tente não pensar em nada disso e descanse.'
Sakura apenas virou para o lado olhando para a janela, dava para ver os raios do sol passarem pela persiana fechada. Mesmo que tentasse impedir, lágrimas saiam dos olhos de esmeralda.
Li acordou com o barulho do telefone, em um salto saiu da cama e correu até o aparelho pensando que fosse Tomoyo.
Syaoran: 'Pronto... Ah, oi mãe... Não, só pensei que fosse outra pessoa... Está tudo bem, não se preocupe comigo... Sabe que eu não concordo com este casamento da Meilyn... Já disse que não vou a ele... Não insista... O quê?!... Não, eu não vou aceitar uma noiva, os anciões que se danem... Não mãe, não insista... Eles não têm este direito, é a minha vida que está em jogo... Já disse que não me interessa a tradição da família... Desculpe, mãe. Não queria ter gritado com a senhora... Sim eu sei da minha responsabilidade...Sei o que meu pai deixou para mim... Não, não tem nada que me prenda aqui (triste)... Está bem, eu vou... Não se preocupe mais, estarei aí à noite... Será o melhor para todo mundo. Beijos...'
Li desligou o telefone com o coração ardendo, teria que embarcar para Hong-Kong aquele dia mesmo, os anciões já estavam muito aborrecidos com a demora de Li em trazer as cartas, e como o rapaz nunca teve a intenção de tirar as cartas de Sakura, não poderia continuar com aquela farsa por muito tempo. E no fundo mesmo que não quisesse admitir queria se afastar de Sakura, ele a amava tanto que só a desconfiança dela de que ele fosse capaz de a prejudicar já o magoava e a certeza de que ela gostava de outro rapaz o estava matando por dentro. Ele perto dela seria apenas a lembrança das caçadas as cartas Clow. O melhor era ir cumprir o seu destino de uma vez.
Sakura acordou, olhou pela janela e viu que o sol continuava lá fora. Tomoyo não abriu as persianas para que a amiga descansasse mais um pouco. Sakura levantou-se e viu que ela estava no banheiro se arrumando, deveria ter acordado a pouco tempo também e perdido como ela todas as aulas do dia. A menina levou a mão até o ventre e ainda o sentiu um pouco dolorido, mas a dor já tinha passado com os remédios. Pensou que estava carregando uma vida ali dentro, uma vida que ela não soube proteger como deveria. Lágrimas caiam de seus olhos com a incerteza e a dor que sentia. Levantou-se ainda com as pernas um pouco moles. Foi até a janela e levantou a persiana para ver o movimento no campus. Ela se sentia tão desesperada com aquela lacuna na mente, em quem seria o pai do filho que carregava no ventre e que havia perdido.
De repente a mandala se formou sobre os seus pés descalços, ela sentiu sua magia saindo do corpo, uma sensação de quentura surgiu no seu peito, ela levou as mãos até ele e abriu os olhos, vendo inúmeros raios de luz se concentrarem nelas. Aos poucos a forma conhecida de uma carta ficou cada vez mais nítida aos olhos de sua dona. Isso durou segundos, mas para a menina foram minutos, horas, dias, cinco dias. Ela fechou os olhos e viu inúmeras imagens surgirem em sua mente. Imagens de cavaleiros com armaduras, imagens de pessoas com roupas antigas, imagens de Li machucado, deles no lago, dela com outras belas moças, imagens de guerra, imagens da noite que passou com Li. Quando tudo havia passado fazendo com que a menina voltasse a se lembrar de tudo, ela abriu os olhos e a mandala desapareceu. A única coisa que confirmava de que não havia sonhando era a carta que repousava em suas mãos. Sakura virou a carta procurando o seu nome.
Sakura (com lágrimas nos olhos): 'As Lembranças...'
Tomoyo abriu a porta do banheiro indiferente ao que acabara de acontecer. Porem a imagem de Sakura chorando segurando uma de suas cartas fez com que ela soubesse de que algo tinha acontecido.
Tomoyo: 'Sakura...'
Sakura levantou os olhos para a amiga e apertou mais a carta ao peito. Lágrimas não paravam de sair dos olhos de esmeralda, fazendo com que Tomoyo entrasse quase que em pânico.
Sakura (caindo de joelhos no chão): 'Eu o amo, eu o amo...'
Tomoyo (se ajoelhando a sua frente): 'O que aconteceu, Sakura? Que carta é essa?'
Sakura não respondeu, apenas encostou-se ao peito da amiga e deixou que esta a abraçasse com carinho. Tomoyo não perguntou mais nada, apenas deixou que ela se recuperasse, este era o seu dever: estar sempre pronta para ajudar toda vez que Sakura precisasse.
Continua.
Fala sério tá para nascer uma pessoa como a Tomoyo. Como uma só pessoa pode ser tão boa e companheira como ela? Eu adoro as minhas amigas, mas como a Tomoyo acho que não existe. Bem, voltando ao que interessa, esperem pelo próximo capítulo que será muito importante, pois começará a esclarecer as coisas que estão acontecendo em Tomoeda, alem é claro a resposta da pergunta que não quer calar: Será que finalmente Li e Sakura se acertaram? Eu já não agüento estes dois, tá até parecendo novela mexicana onde os mocinhos só se acertam no último minuto do último capítulo!!!
