Capítulo 11: Universos Paralelos
Li estava arrumando suas coisas quando Hiroshi entrou no dormitório dos dois.
Hiroshi (olhando as malas): 'Que isso cara?'
Syaoran (secamente): 'Tenho que voltar para Hong-Kong.'
Hiroshi (surpreso): 'Mas ainda não terminou o semestre. Vai largar a faculdade?'
Syaoran: 'Vou tentar pedir transferência para a China.'
Hiroshi (colocando seus livros na escrivaninha): 'Querem você lá?'
Syaoran (confirmando com a cabeça): 'Isso, eles querem que eu assuma logo as empresas da família.'
Hiroshi: 'Se fosse só isso tudo bem, porque competência você tem para assumir elas. Cara, mas este negócio de casar cedo... Isso é furada.' (é o que meu namorado sempre diz, mas eu sei que ele tá é fugindo da raia!)
Syaoran: 'Eu sei, não gostaria de casar-me logo, mas não tenho saída. Preciso cumprir o que meu pai prometeu.'
Hiroshi: 'Mesmo que isso seja sacrificar a sua vida?'
Syaoran (parando um momento de dobrar as roupas): 'Isso não é sacrifício, é apenas abrir mão de alguma coisa.'
Hiroshi: 'O que quer dizer a mesma coisa.'
Syaoran: 'Prefiro ver deste modo.'
Hiroshi: 'Casamento armado é loucura, Li. Você gosta da Kinomoto, porque então não se casa com ela?'
Syaoran (sentindo uma flecha no peito): 'Ela nunca aceitaria casar comigo...'
Hiroshi (em tom de deboche): 'Todas as garotas deste campus querem se casar com o solteiro mais cobiçado da China.' (casa comigo Li, eu faço este sacrifício por você!)
Syaoran (fechando o zíper da mala): 'Isso não é verdade.'
Hiroshi bem que tentou persuadir o amigo de voltar para sua terra natal, eles se tornaram muito próximos e Hiroshi já havia percebido que o amigo era diferente e que estava metido nos acontecimentos estranhos que andavam acontecendo em Tomoeda. Inclusive a namorada dele já havia sido salva por Li e Sakura de uns zumbis comedores de cérebro. Mas, não adiantou muito. Li já tinha comprado sua passagem pela Internet e o vôo Tókio Hong-Kong decolaria às 16 horas e Syaoran estaria nele.
Sakura tinha se acalmado depois de quase meia hora chorando sem parar. Tomoyo havia feito um chá quentinho para ela e não havia perguntado nada do que aconteceu, foi a amiga que tomou a iniciativa.
Sakura (olhando para o chá em suas mãos): 'Eu me lembrei de tudo, Tomoyo.'
A amiga permaneceu em silêncio.
Sakura (mostrando a carta): 'Eu criei esta carta e me lembrei de tudo.'
Tomoyo pegou a carta das mãos de Sakura e a observou.
Tomoyo (baixinho): 'As Lembranças.'
Sakura: 'Isso. Com ela, eu me lembrei de que estive num lugar parecido com o Japão medieval. As pessoas estavam vestidas como nos livros de história, sabe?'
Tomoyo: 'Sim, aquele quimono que você voltou, com certeza era do Japão medieval.'
Sakura: 'Eu e Syaoran fomos capturados por um senhor muito ruim, por isso ele estava tão machucado... '
Sakura contou toda a história para Tomoyo que ouvia fascinada cada frase e acontecimento, até que Sakura parou de falar e voltou a chorar. Era um choro silencioso, na verdade Tomoyo não soube distinguir se era de tristeza ou alegria.
Sakura: 'À noite... Eu e ele...'
Tomoyo: 'Acabaram dormindo juntos?'
Sakura confirmou com a cabeça.
Sakura: 'Eu o queria tanto e foi tão lindo, Tomoyo.'
Tomoyo (sorriu e pegou as mãos dela entre as suas): 'Fico tão feliz em saber disso. Confesso que estava pensando no pior...'
Sakura: 'Eu também, é estranho como não tinha passado pela minha cabeça que eu tivesse me entregado a ele.'
Tomoyo: 'Isso é porque está magoada.'
Sakura (colocando-se em pé e secando as lágrimas): 'Agora eu sei que ele me ama como eu o amo. E sei que ele nunca tiraria de mim as cartas.'
Tomoyo: 'Isso mesmo.'
Sakura: 'Eu vou falar com ele e mostrar a carta que eu criei.'
Tomoyo (abraçando a amiga): 'Tudo vai terminar bem, eu tenho certeza disso.'
Sakura: 'Obrigada, Tomoyo.'
Sakura foi ao banheiro tomar banho e se arrumar. Estava com uma cara horrível pelas poucas horas de sono. Em pouco mais de meia hora já estava pronta para sair e ir até o dormitório de Li. Tomoyo achou melhor ela ir sozinha, isso deveria ser um momento entre os dois. (Milagre, a Tomoyo finalmente se flagrou!)
A menina bateu na porta 405 da irmandade KΩε. Estava com o coração quase saindo pela boca pela ansiedade. Hiroshi abriu a porta.
Sakura: 'O Syaoran está?'
Hiroshi: 'Não, ele me pediu para entregar isso se você viesse procurá-lo.'
Sakura (olhando para o envelope nas mãos do rapaz): 'O que é isso?'
Hiroshi: 'Oras, é uma carta.'
Sakura pegou a carta das mãos dele, rasgou o envelope e começou a ler a carta.
"Sakura,
Estou voltando para Hong-Kong como havia lhe dito, só um pouco antes que em meus planos, devido a alguns problemas de família. Espero que me perdoe por não ter me despedido de você e do pessoal, mas detesto despedidas. Espero que se cuide e que não faça mais nenhum ato irresponsável como entrar em luzes desconhecidas ou tentar enfrentar sozinha algum demônio, para que existem Yue e aquela bola de pêlo?
Nunca tive a intenção de tirar-lhe as cartas, se eu prometi aos anciões isso, foi apenas para protelar o inevitável.
Espero que, sinceramente, seja muito feliz e quando quiser vir a Hong-Kong será tão bem-vinda quando na última vez que lá esteve.
Abraços,
Syaoran Li."
Sakura (depois de ler): 'O inevitável?'
Hiroshi: 'Ele deve estar falando do casamento.'
Sakura: 'Casamento? Então não era brincadeira?'
Hiroshi: 'Nunca foi, ele tava fugindo disso ao maior tempão, mas parece que a família o apertou ontem.'
Sakura: 'Que horas é o vôo dele?'
Hiroshi: 'Às quatro da tarde.'
Sakura (olhando para o relógio): 'Mas isso é daqui a duas horas!'
Hiroshi: 'Isso mesmo garota, se quer se despedir dele, é melhor desistir.'
Sakura não respondeu, ela sabia o que tinha que fazer e usaria o que fosse preciso para não perder Li novamente.
Sakura (atrás do prédio da irmandade): 'Chave que guarda o poder da minha estrela, mostre-nos seus verdadeiros poderes sobre nós e os ofereça a valente Sakura que aceitou esta missão. Liberte-se!!! Alada!!!'
As asas se formaram em suas costas e ela levantou vôo até o aeroporto. Olhava para o relógio a cada minuto e não se importava com algumas pessoas, principalmente crianças, que a viam voando pelos céus de Tomoeda e Tókio. Chegou ao aeroporto e correu até o balcão de informações.
Sakura: 'Por favor, o vôo para Hong-Kong já saiu?'
Recepcionista: 'Os passageiros já estão embarcando, não pode mais se despedir deles.'
Sakura não deu ouvidos, correu até a entrada da plataforma. Ela entraria, mas um guarda a impediu.
Guarda: 'Hei, mocinha não pode entrar aqui se não é passageira.'
Sakura (tentando se livrar dele): 'O senhor não entende! Preciso falar com uma pessoa.'
Guarda: 'Devia ter se despedido antes, agora o avião já vai decolar.'
Sakura se soltou dele bufando de ódio. Com ele ali parado não poderia ir até o avião. "O que faço?" Pensava ela aflita.
Sakura (pulando de felicidade): 'Já sei!!!'
A menina mostrou a língua para o guarda e correu para um canto escondido do aeroporto.
Sakura (pegando uma carta): 'Vamos ver se eu não posso passar por ele. Tempo!!!'
O tempo parou. As pessoas ficaram paradas como estátuas. Sakura sorriu para si mesma pensando em como era inteligente e poderosa. Agora era só pular aquela roleta e ir ao encontro de Li. Quando passou pelo guarda Sakura não agüentou e mostrou a língua para ele novamente. Pulou a roleta e correu até a plataforma de embarque. Tempo era uma carta muito perigosa e seu poder era ainda restringido há poucos minutos.
Ela correu até a plataforma e quando estava cruzando o corredor que levava ao avião avistou a figura de Li correndo em sua direção. Ele estava de terno, parecia que iria direto para o seu casamento.
Syaoran: 'O que você fez?'
Sakura: 'Eu usei a carta...'
Syaoran (nervoso): 'Eu sei que usou a carta tempo. Eu já lhe disse para usar esta carta apenas quando for necessário, ela consome muita energia do mago.'
Isso era verdade, Sakura não agüentou muito. O tempo voltou ao normal e a menina sentiu as pernas um pouco bambas.
Sakura: 'Eu preciso falar com você.'
Syaoran: 'Sakura, esta não é a melhor hora. Meu avião já vai sair. A aeromoça já estava fechando a escotilha.'
Sakura (pegando o braço dele): 'Eu não vou deixar você ir embora de novo!!!'
Syaoran arregalou os olhos, não imaginava que Sakura faria aquilo tudo.
Sakura: 'Preciso falar com você! Se depois do que eu falar você resolver ir embora, tudo bem.'
Syaoran: 'Droga, Sakura! O que é tão importante?'
Sakura: 'Por favor, venha comigo.'
Syaoran (indeciso): 'Eu tenho que ir. Estão todos me esperando para o casamento de Meilin, eu dei minha palavra que iria.'
Sakura (explodindo): 'Você me prometeu que não ia mais se separar de mim!'
Syaoran (estranhando): 'Quando eu lhe prometi isso?'
Sakura (sentindo seu rosto queimar): 'O que importa é que me prometeu isso.'
Syaoran: 'Não, Sakura. Eu me lembro de todas as promessas que faço. Eu não lhe prometi isso.'
Sakura: 'Mas eu me lembro. Quando estávamos indo até a luz, quando nossas magias voltaram...'
Syaoran (confuso): 'Do que está falando, Sakura? Olha, eu não tenho mais tempo para isso. O meu avião já vai decolar e eu preciso ir.'
O rapaz soltou o braço da menina que o segurava e começou a caminhar pelo corredor fechado em direção ao avião. Sakura não sabia o que fazer, não ia permitir que ele fosse embora sem saber o que tinha acontecido entre eles, não permitiria que ele se fosse sem saber que ela o amava.
Sakura (gritando para ele que já estava mais afastado): 'O filho que eu esperava era seu, Syaoran!'
Li ouviu aquilo e parou, sentiu como seu corpo tivesse endurecido como uma pedra. Virou devagar e encarou Sakura.
Syaoran (sério): 'Não brinque com isso, nós dois sabemos que nunca aconteceu nada entre a gente. Nunca encostei um dedo em você.'
Sakura (lacrimejando): 'Não é verdade, eu me lembrei de tudo.'
Syaoran (um pouco irritado com aquele jogo de conta e não conta): 'Lembrou do que?'
Sakura: 'Do que aconteceu entre a gente...'
Syaoran (nervoso): 'E o que aconteceu entre a gente, Sakura?!'
Sakura (baixinho): 'Nós dormimos juntos, Syaoran.'
Syaoran olhou incrédulo para ela, não podia ser verdade o que a menina estava lhe contando, ele nunca seria capaz de tocar na sua flor de cerejeira. Ele a olhava nos olhos e viu tanto amor vindo neles que também custava a acreditar que ela estaria mentindo.
Sakura (mostrando a carta que criou): 'Eu a criei ainda pouco, foi ela que me fez lembrar de tudo que aconteceu quando estávamos na luz.'
Li andou até ela e pegou a carta de suas mãos. Leu mentalmente o nome dela para assimilar tudo que estava acontecendo.
Sakura: 'Eu amo você, Syaoran. E não vou deixar que me abandone novamente.'
O rapaz lentamente tirou os olhos da figura feminina da carta e repousou eles nas duas belas esmeraldas. Mesmo que não quisesse e que a situação não era uma das melhores sorriu por pura felicidade em ouvir ela dizer tão abertamente os seus sentimentos.
Syaoran: 'Eu também amo você, eu nunca deixei de amar.'
A menina pulou nos braços dele, chorando de felicidade. Ela queria tanto sentí-lo assim perto dela, como se no mundo apenas existissem os dois.
Syaoran ( afastando-a um pouco): 'Use a carta em mim.'
Sakura acenou com a cabeça e tirou a carta das mãos de Li. A jogou para o alto e com o báculo levantado invocou o poder dela. A figura feminina criou vida envolvendo o rapaz em uma áurea dourada. Sakura viu Li fechar os olhos e jogar a cabeça para trás. O poder da carta fez com que ele levitasse poucos centímetros do chão. Em poucos segundos, a carta voltou a sua forma original. Sakura segurou-a entre as mãos, nervosa. Li pousou no chão e abriu os olhos devagar encarando-a com o mesmo olhar sério que ele a encarou quando chegou à escola Tomoeda. Sakura ficou indecisa por alguns segundos, não sabia se era medo de a carta não ter feito o seu trabalho ou do que Li faria agora que sabia de tudo. Ela sabia que mesmo depois de lembrar de tudo ele poderia muito bem pegar o avião para Hong-Kong.
Voz: 'Vocês dois, o que estão fazendo aí? A comissária de bordo está que nem louca procurando por você, rapaz!'
Era um das aeromoças que vinha pelo corredor que ligava o avião ao aeroporto. Sakura sentiu seu coração bater mais rápido do que o de costume. Li não dava sinal do que faria ou do que sentiu ao lembrar de tudo, isso se ele realmente lembrou.
Syaoran (indo até a moça): 'Desculpe-me, mas não vou poder embarcar neste vôo. Teria como mandar minha bagagem novamente para o Japão?'
Sakura sentiu o coração pular de alegria, ela tinha conseguido, ela tinha impedido que tirassem Li dela.
Aeromoça (estranhando): 'Meu rapaz, o avião está para decolar. Tem certeza disso?'
Syaoran: 'Sim. Por favor, mande a bagagem de Syaoran Li de volta ao Japão. Seria possível?'
Aeromoça (desviando os olhos para Sakura): 'Claro. Mas agora, precisam sair daqui, vão recolher o corredor.'
Syaoran (depois de entregar a ela um cartão com seu nome e telefone): 'Obrigado.'
Aeromoça: 'Não há de que. Mas agora vamos.'
Syaoran voltou-se para Sakura e pediu com um gesto que o acompanhasse, assim ela fez sem reclamar. Quando passaram pelo guarda que antes tinha impedido a menina de passar, ele a encarou com cara feia e perguntou como ela tinha passado. 'Mágica.', foi sua resposta seguida por uma careta. Li permanecia sério e agitado. Sakura sentia isso. Os dois saíram do aeroporto e caminhavam em silêncio. Li colocou as mãos nos bolsos da calça e caminhava olhando sempre para frente. Sakura ia ao seu lado, tendo que apressar o passo para acompanhá-lo.
Sakura (tentando quebrar o silêncio): 'Estava indo direto para o casamento de Meilin?'
Syaoran (depois de confirmar com a cabeça): 'Eu ia ser o padrinho.'
Sakura (se sentindo mal pela a amiga): 'Ah... eu não sabia disso. Se soubesse antes, deixaria para te contar tudo depois, mas eu pensei que, iria embora para sempre.'
Syaoran: 'E eu ia.'
Sakura: 'Por que não se despediu de mim?'
Syaoran: 'Não gosto de despedidas.'
Sakura (parando de andar): 'Será que dá para você parar um minuto?'
Syaoran parou e olhou para ela.
Syaoran: 'O que fizemos foi muito sério. Eu preciso pensar no que fazer agora.'
Sakura: 'Como é que é? Do que está falando?'
Syaoran: 'Esqueceu-se de que eu estou noivo, Sakura?'
Sakura: 'Mas você não oficializou nada.'
Syaoran: 'Eu não preciso oficializar nada, os anciões já fizeram isso.'
Sakura: 'Eu não entendo.'
Syaoran: 'Não é preciso que eu queira me casar, os anciões da minha família é que decidem os casamentos.'
Sakura (sentindo lágrimas nos olhos): 'Se está tudo decidido então está tudo decidido. Eu já fiz o que tinha que fazer.'
Syaoran (colocando as mãos nos ombros dela, impedindo que ela se afastasse dele): 'Eu vou dar um jeito nisso, só preciso de um tempo.'
Sakura (tirando as mãos dele dos seus ombros): 'Não, Syaoran. Não quero que vá contra a sua tradição. Faça o que acha certo, desculpe se eu atrapalhei a sua vida.' (Eta orgulho bobo!)
Syaoran (a segurando): 'Hei, eu não disse que você atrapalhou a minha vida, eu nunca diria isso, Sakura.'
Sakura: 'Me solta, Syaoran. Me deixa.'
Syaoran (segurando-lhe com mais força): 'Deixa de ser orgulhosa. Eu disse que precisava de um tempo para decidir como eu enfrentaria minha família, nenhum momento eu disse que queria um tempo de você.'
Sakura: 'Eu sei quando estou sendo demais.'
Syaoran: 'Pare de agir como criança.'
Sakura: 'Eu já pedi para me largar.'
Li permaneceu segurando o braço dela com força. Não deixaria sua flor sair de suas mãos como permitiu inúmeras vezes. Ele fez então o que mais queria, porém o que mais lutava para evitar. Segurou-a pela nuca e beijou os lábios mais doces que já havia provado. Sakura não imaginava esta atitude e se sentiu até um pouco sonsa quando Li a puxou para beijá-la, mas aos poucos acabou se rendendo a ele. Várias pessoas passavam na rua e olhavam discretamente ao casal enamorado e seu caloroso beijo. Li afastou-se dela, mas ainda tinha sua cintura bem presa em seu braço.
Sakura (depois de tomar o fôlego): 'O que faremos agora?'
Syaoran: 'Acho que o melhor seria namorar antes de casarmos.'
Sakura sorriu para ele, estava tão feliz por tê-lo ao seu lado e quem sabe, para sempre.
Li teve que pegar umas roupas emprestadas de Hiroshi até suas malas voltarem para o Japão. Mas isso era pinto perto do que teria que enfrentar a partir de agora, provavelmente sua família ira ficar toda contra ele, mas, fazer o quê? Não podia ir contra o seu destino, e ele, com certeza, era estar ao lado do ser que mais amava. Assim que chegou em seu dormitório, ligou para prima desculpando-se que não poderia ir para o casamento. Ele sentiu que ela ficou um pouco triste, mas assim que ele disse que o motivo era que finalmente tinha se acertado com Sakura, Meilin simplesmente gritou de alegria e aceitou sua desculpa pela ausência.
Sakura e Li saíram àquela noite para mais uma caçada aos vampiros, zumbis, demoniozinhos inferiores e irritantes e agora para mais uma espécie de monstro rastejante e pegajoso. Sakura tinha verdadeiro horror dele, sua pele era verde e lisa como de um sapo e fedia como esgoto entupido. (credo, que imaginação que eu tenho!)
Kero (vendo Li vindo com Sakura e Tomoyo): 'Ué, o que este moleque está fazendo aqui?'
Sakura: 'Já esclarecemos tudo, Kero. Syaoran nunca quis pegar as cartas de mim.'
Kero: 'Eu não acredito que se deixou enganar por ele mais uma vez, Sakura. Você é burra mesmo!'
Sakura (batendo na cabeça dele com o báculo): 'Burro é você!'
Yue (observando Li): 'Fico feliz que tudo tenha se esclarecido.'
Syaoran ( encarando-lhe): 'Eu também.'
Yue: 'Mas eu acho que não foi apenas o problema das cartas que ficou esclarecido.'
Syaoran: 'Hum?'
Yue: 'Acho que finalmente se acertou com a minha mestra.'
Syaoran (observando Sakura discutindo com Kero): 'Já tínhamos nos acertado! Pena que tiraram nossas lembranças.'
Yue: 'Está falando da Luz?'
Syaoran: 'Isso! Sakura criou mais uma carta. As Lembranças. Foi ela que nos fez lembrar de tudo o que aconteceu quando passamos pela Luz.'
Yue (colocando a mão no queixo): 'Por isso sinto mais magia vindo de Sakura. Ela elevou seu nível de poder quando criou mais uma carta.'
Tomoyo (que gravava a amiga e Kero): 'Mas o mais importante é que a carta fez com que os dois finalmente se acertassem.'
Syaoran (envergonhado): 'Isso é verdade.'
Yue (sorrindo): 'Acho que Touya não irá gostar muito desta notícia.'
Syaoran (depois de respirar fundo): 'Acho que tudo está contra a gente mesmo, Touya só vai ser mais um problema.'
Tomoyo (dando um grito de repente): 'Ai meu Deus, esquecemos do Livro!'
Sakura (parando de discutir com Kero): 'Ai, ai, ai... é verdade. Eu esqueci do Livro.'
Yue: 'Que livro?'
Tomoyo: 'Eu vou buscar ele lá em cima rapidinho.'
Sakura: 'Espere! Tomoyo, eu posso mover ele com esta carta.'
A menina mostrou a carta The Move com orgulho. Depois de se concentrar e invocar a carta, o livro apareceu com asas na sua frente. Ela pegou o livro, orgulhosa de si.
Syaoran: 'Vejo que finalmente aprendeu a usar as cartas.'
Sakura (com a mão na cabeça sem graça): 'Na verdade eu, sempre uso ela quando esqueço alguma coisa para as aulas.'
Li, Yue e Kero caem no chão. Tomoyo apenas filmava Sakura, pedindo para que fizesse esta ou aquela pose, que a amiga não se recusava a fazer.
Syaoran (se recuperando do tombo): 'Que livro é este?'
Sakura: 'Eu procurei àquela senhora, aquela da poção do Makoto...'
Syaoran (levantando uma sobrancelha): 'Por que foi procurá-la?'
Sakura (olhando para Kero e para Yue): 'Quando aconteceu aquilo.'
Kero (curioso de dar dó): 'Aquilo o quê? O que aconteceu que você andou me escondendo, Sakura?'
Sakura (acuada): 'Não é nada não, Kero.'
Syaoran: 'Não tem por que esconder deles.'
Sakura (vermelha): 'Syaoran!'
Syaoran: 'Esta irresponsável resolveu lutar contra dois vampiros de uma só vez.'
Yue: 'Sakura, já pedimos para nos chamar quando alguma coisa acontece.'
Sakura: 'É isso, eu levei uma paulada de dar dó, então... então...'
Tomoyo (continuando com a história): 'Então pensou que tinha perdido os poderes...' (eu não disse que tá para nascer uma pessoa como a Tomoyo)
Sakura (pulando): 'Isso, por isso eu fui procurá-la. Ela parece tão sábia.'
Yue (sério): 'Quem é esta mulher?'
Syaoran: 'É uma feiticeira. Tem os poderes muito parecidos com o da Mizuki.'
Sakura (dando um soquinho na palma da outra mão): 'Eu sabia que ela tinha alguma coisa familiar.'
Syaoran: 'Vai me dizer que você não reparou nisso de imediato?'
Sakura (sem graça): 'Das duas vezes que eu estive lá, não estava muito bem.'
Syaoran: 'Sei. Precisa treinar mais sua percepção à magia.'
Sakura: 'Saiba que eu consigo achar qualquer ser mágico a um quarteirão de mim.'
Syaoran: 'Pois deveria perceber a dez.'
Sakura: 'E você, senhor todo poderoso?'
Syaoran: 'O que tem eu?'
Sakura: 'É tão ruim quanto eu em perceber presenças mágicas e olha que você é o todo poderoso Guardião.'
Syaoran (colocando a mão na testa da menina): 'Sakura, acho que você está enlouquecendo.'
Sakura (se afastando dele): 'Estou nada.'
Yue (interrompendo): 'Que negócio é esse de Guardião?'
Tomoyo: 'É assim que aquela senhora se refere ao Li.'
Syaoran: 'Era só o que me faltava, depois de tudo, fui rebaixado à categoria desta bola de pêlo.'
Sakura (abraçando ele): 'Não seria maravilhoso você ser meu guardião. Assim teria que ficar comigo para sempre.'
Syaoran sorriu com o comentário dela, realmente, vendo por este lado não seria má idéia ser um dos seus guardiões.
Kero: 'Está maluca, Sakura? Este moleque nunca se compararia a minha categoria de criatura mágica.'
Tomoyo (esclarecendo tudo): 'Não, Li não é o guardião da Sakura, é o guardião deste universo.'
Syaoran (pensando que Tomoyo também entrou na loucura de Sakura): 'Coooom cerrrrteza.'
Sakura: 'É verdade. Aquela senhora sabe tudo sobre mim, as cartas e até sobre Clow. Ela disse que Clow sempre soube que o guardião viria da família Li e por isso se uniu a eles.'
Yue: 'Clow está metido nisto?'
Sakura (depois de confirmar com a cabeça): 'Ela nos disse que existem vários universos paralelos nesta terra, mas nenhum tem conhecimento do outro.'
Tomoyo: 'E um desses universos é o mundo das Trevas.'
Sakura: 'Isso mesmo. E aquela luz na verdade, era uma brecha entre um desses universos e o nosso.'
Syaoran: 'Então, não estávamos no passado, mas sim num universo paralelo.'
Sakura: 'Que não existia magia. Por isso o meu báculo não se abriu.'
Syaoran: 'Só voltamos a ter magia quando a brecha se abriu novamente.'
Sakura ficou vermelha ao se lembrar de Li invocando seus poderes sem roupa.
Kero (reparando nisso): 'Hei, por que ficou vermelha, Sakura?'
Sakura (balançando a cabeça): 'Por nada não.'
Syaoran: 'Mas é claro, como não tinha pensado nisto antes. Por algum motivo está havendo estas brechas aleatórias entre os universos. Precisamos achar e, parar com isso.'
Tomoyo: 'Aquela senhora pediu para lhe entregar este livro, disse que seria para esclarecer alguns pontos.'
Syaoran (pegando o livro): 'Parece normal.'
Yue: 'Precisamos falar com Clow. Se ele está envolvido nisto, precisamos saber o que está acontecendo.'
Li folheava o livro enquanto os demais discutiam sobre o que estava acontecendo e sobre até onde Clow estaria envolvido nisto. O rapaz folheava cada página com um interesse incomum. O livro continha ilustrações que pareciam de cidades umas em cima das outras, achou que isso era para demonstrar que os universos ocupam o mesmo espaço físico. No livro também havia citações antigas, como provérbios e escrituras, mas eram escritas em um língua que ele não conhecia.
Syaoran (interrompendo a discussão do grupo): 'Vamos até aquela Senhora. Só ela poderá nos esclarecer as coisas agora.'
Yue concordou com ele. Estava curioso para conhecer esta senhora. Syaoran (repousando o braço nos ombros de Sakura): 'Vamos. A casa não é muito longe daqui.'
Kero (fuzilando Li com os olhos): 'Hei cara, que negócio é esse de ficar abraçando a Sakura?'
Sakura (vermelha): 'Pára de ser implicante, Kero. Nós estamos namorando agora.'
Kero: 'O QUÊ?! Deixa o Touya saber disso, Sakura. Ele vai acabar com a raça desse moleque.'
Syaoran (já levando uma Sakura vermelha): 'Está bem, Bola de Pêlo...'
Kero (para Tomoyo): 'Você já sabia disso?'
Tomoyo (antes de correr para filmar o casal): 'Mas é claro. Isso estava demorando muito para acontecer...'
Kero (para sua última opção): 'Você também, Yue?'
Yue (sério): 'Tanto eu quanto você sabíamos que os destinos dos dois estavam entrelaçados, não sei porque desse escândalo.'
Kero (enquanto Yue levantava vôo): 'Eu odeio esta sua arrogância.'
Yue (alfinetando): 'E eu odeio esta sua burrice.'
Kero ainda tentou discutir com o guardião da Lua, mas foi em vão. Yue estava muito preocupado com que estava acontecendo, descobrindo sobre a teoria dos universos paralelos e sobre o envolvimento de seu criador nisto tudo.
Depois de quase dez minutos de caminhada, chegaram à casa branca. Yue e Kero pousaram ao lado dos três. Li subiu sozinho a escadinha da varanda e bateu à porta. A senhora atendeu-lhes com seu característico sorriso.
Senhora: 'Boa noite. (olhando para Sakura) Vejo que conseguiu achar a solução dentro de você, minha criança.'
Sakura (coçando a cabeça sem graça): 'Foi. Queria agradecer-lhe por tudo.'
Senhora: 'Não há de que. Não querem entrar?'
O incomum grupo entrou na pequena sala. A lareira estava como sempre acesa e iluminando o ambiente acolhedor. Yue e Kero recolheram suas asas e ficaram num canto observando o ambiente. Tomoyo desligou a filmadora e sentou-se ao lado de Sakura no sofá. Li ficou de pé, um pouco ansioso para começar o interrogatório.
Senhora: 'Não gostaria de um chá, meu jovem?'
Syaoran (polidamente): 'Não, obrigado.'
Senhora: 'E vocês meninas?'
Sakura (sorrindo): 'Ah, eu gostaria muito daquele chá gostosinho que a senhora nos ofereceu ontem.'
Li teve vontade de jogar uma coisa em cima da namorada para que ela não tivesse dito aquilo, agora teria que esperar mais para obter suas respostas.
Tomoyo: 'Eu também.'
Li caiu no chão.
Senhora: 'Eu já irei trazer. Por favor, esperem só um minutinho.'
Sakura: 'Muito obrigada.'
A senhora saiu da sala em direção a cozinha. Assim que ela desapareceu, Li não agüentou ficar em silêncio.
Syaoran (baixinho): 'Tinha que aceitar o chá?'
Sakura (sem entender): 'Mas é que ele é tão gostosinho. Você precisa provar.'
Syaoran (revidando): 'Eu não vim até aqui para beber chá.'
Yue: 'O descendente de Clow tem razão. Viemos aqui para obter respostas, e não para a hora do chá.'
Kero: 'Hei, Yue. Estou te estranhando, anda defendendo demais este moleque atrevido.'
Yue (quase matando Kero com os olhos): 'O que está querendo dizer, Kerberus?'
Kero (dando os ombros): 'Eu? Nada.'
A senhora voltou trazendo uma bandeja com as xícaras e o bule de chá. Depois de servir Sakura, Tomoyo e ela mesma, sentou-se na velha poltrona e encarou o grupo.
Senhora (olhando para Li): 'Imagino que tenha muitas perguntas a me fazer.'
Syaoran: 'Isso. Vi o livro que me mandou e não entendo algumas citações.'
Senhora (largando a xícara): 'Deixe-me ver.'
Li entregou-lhe o livro. A senhora folheou até achar a primeira citação. Leu mentalmente e depois fechou o livro, voltando a encarar o grupo.
Senhora: 'Acho que já sabem sobre os universos paralelos e a brecha entre eles'
Yue: 'Sim. Nossa mestra já nos disse o que sabia.'
Senhora (olhando para Sakura): 'Claro. E o que querem saber exatamente?'
Syaoran: 'Como surgem as brechas?'
Senhora: 'Pergunta interessante. Na verdade, não tem uma razão certa conhecida. Às vezes, ela surge pelo desejo de um bem comum, às vezes por forças mágicas, às vezes pela interferência dos astros ou do próprio planeta.'
Syaoran: 'Não é possível. Assim nunca conseguiremos impedir estes monstros de invadir o nosso universo.'
Senhora: 'O que está acontecendo é um momento único, alguma coisa ou alguém está fazendo com que, particularmente, entre o mundo das trevas e o nosso surjam essas brechas.'
Sakura: 'Mas, e aquela luz? Por que eu me senti atraída pela Luz?'
Senhora (com um terno sorriso): 'Provavelmente, alguém pedia aquilo, uma pessoa ou um grupo chamava por você.'
Sakura (lembrando-se das jovens esposas de Wong): 'As meninas...'
Syaoran: 'Então a brecha...'
Senhora (interrompendo-o): 'Vamos chamar de portais.'
Syaoran (corrigindo): 'O portal se abriu para que Sakura passasse por ele?'
Senhora: 'E você também. O Guardião deve estar preparado para defender este universo e os outros quando for necessário, por isso, além do dom da magia, recebeu treinamento de guerreiro.'
Syaoran (alfinetou): 'Eu recebi o treinamento porque faz parte da minha família.'
Senhora: 'Já se perguntou porque você sempre se obrigava a ser o melhor, mesmo quando sua família não exigia isso?'
Syaoran (assustado): 'Como sabe disso?'
Senhora: 'Oras, porque algo dentro de você já sabia de sua missão.'
Yue (interrompendo): 'Por que só aqui em Tomoeda esão se abrindo estes portais?'
Senhora: 'Na verdade, eles abrem em todo o mundo, mas as pessoas não percebem. Porém, em outros lugares são raros, mas, Tomoeda é uma cidade muito forte magicamente. Não foi aàtoa que Clow e vários outros magos resolveram terminar suas vidas terrenas aqui.'
Sakura: 'Não sabia que Tomoeda era tão poderosa assim.'
Syaoran: 'E como descobrimos o que ou quem está criando estes portais?'
Senhora: 'Clow provavelmente está procurando isso. Por isso, não está aqui com vocês.'
Kero: 'A senhora conhece a reencarnação de Clow?'
Senhora: 'O jovem Eriol? Sim. Eu o conheço, minha filha está com ele tentando ajudá-lo.'
Sakura: 'Sua filha?'
Syaoran (encarando-a sério): 'Kaho Mizuki.'
Senhora (depois de uma gostosa risada): 'Isso mesmo. Achou-me parecida com ela?'
Syaoran: 'A presença é muito parecida.'
Senhora: 'Que bom. Fico muito feliz em saber disso.'
Tomoyo: 'Mas, Senhora Mizuki, eu só não entendi porque a senhora disse que Li teria que enfrentar o Caos.'
Yue (arregalando os olhos): 'O caos?'
Syaoran: 'Que caos?'
Senhora (depois de respirar fundo): 'É verdade, o guardião desta época deve enfrentar o caos. (olhando para Li) Será sua pior batalha, meu jovem, precisa estar preparado para ela.'
Sakura (sentindo um aperto no coração e correndo até o namorado): 'Isso não é justo. Syaoran não pode ter o mundo nas costas. Eu estou cansada dele ter que resolver tudo.' (Sakura tá parecendo até a Lois Lane agora)
Syaoran (pegando o rosto choroso da amada): 'Está tudo bem. Eu já estou acostumado com isso.'
Sakura: 'Mas não é justo.'
Syaoran (virando-se para a mulher): 'E o que é o caos?'
Senhora: 'É o que toda religião sabe que um dia virá. Até os católicos acreditam no caos, eles o chamam de juízo final.'
Yue: 'É verdade. Clow estudava muito sobre isso, eu me lembro.'
Senhora: 'Clow é um mago muito esperto e sábio e fez com que tudo saísse perfeito e da melhor maneira possível.'
A senhora abriu o livro e leu um trecho numa língua bem esquisita.
Senhora: 'Este é um trecho num dialeto chinês muito antigo, acho que nem mesmo você entendeu.'
Li confirmou com a cabeça o que ela disse. Ele não entendeu nada, nem sabia que era em chinês.
Senhora: 'O guardião deve estar sempre muito próximo ao pilar que sustenta a vida, como se fossem um. Ele deve protegê-lo para que não seja corrompido pelos males dos universos. Não se sabe ainda em que forma virá o pilar, mas o guardião deve estar pronto para dar de coração sua vida para protegê-lo, fazendo dele a coisa mais importante de sua existência, pois se ele desfalecer ou for corrompido, o equilíbrio do mundo será abalado e tenderá a infinita infelicidade e caos.'
Kero: 'E daí? O que isso quer dizer?'
Senhora: 'Que o guardião deve amar o pilar mais que a si mesmo.'
Sakura (enciumada): 'Peraí, só um minutinho para eu entender toda esta história. A senhora está me falando que o meu namorado é o guardião e que ele tem que amar este tal de pilar mais que tudo?'
Senhora: 'Isso mesmo.'
Sakura (dando pulinhos de raiva): 'Isso não é justo de novo. Eu já estou cansada desta história toda de caos, de guardião e agora este pilar idiota vem atrapalhar a minha vida.' (acreditem a Sakura é ciumenta!)
Syaoran (tentando acalmar a namorada): 'Calma, não tem que se preocupar, eu nem sei que pilar é esse.'
Senhora (olhando para o casal): 'O estranho é que o pilar não é obrigado a amar o guardião. É incrível como Clow fez as coisas perfeitas.'
Sakura (olhando feio para ela): 'O que o mago Clow tem a ver com isso tudo? Ele sabia disso?'
Senhora: 'Tanto sabia que conseguiu unir o pilar e guardião há muito tempo e da maneira mais perfeita possível.'
Sakura (agora olhando feio para Li): 'Syaoran Li o que você anda me escondendo? Onde está este pilar?'
Syaoran: 'Hei, eu não sei do que ela está falando. Eu não conheço pilar nenhum.'
Tomoyo (olhando para a senhora espantada): 'A senhora chamou a Sakura de pilar quando estivemos aqui.'
Yue: 'Isso mesmo, Tomoyo. Sakura quando passou pelo juízo final, ficou sendo a mestra das cartas Clow e pegou para si a responsabilidade de ser o pilar do amor deste mundo.'
Sakura (lembrando-se do juízo final): 'Eu me lembro de estar num mundo sem amor e ele era terrível.'
Sakura lacrimejou. Li a abraçou tentando dar-lhe apoio. A menina encostou sua cabeça no peito do rapaz, procurando refúgio nos braços do ser querido.
Tomoyo: 'Mas, Sakura é o pilar do amor, não da vida.'
Senhora (sorrindo para a esperta menina): 'E o que eu lhe disse sobre o amor?'
Tomoyo (fechando os olhos e tentando buscar as palavras da senhora): 'O amor é o sentimento que sustenta a vida e as pessoas e que brota nelas independente delas quererem ou não.'
Senhora (sorrindo): 'Isso mesmo.'
Yue: 'Então Sakura é este pilar que sustenta a vida neste universo?'
Senhora: 'Não só neste, como em outros. Por isso, ela foi atraída pela Luz do portal, pelas súplicas e desejos dos outros.'
Tomoyo: 'E o dever de Li é protegê-lo, proteger Sakura.'
Senhora: 'Não só ela, mas todo o universo contra o caos. (olhando para Li) Tem muita responsabilidade, meu jovem. Mas tenho certeza que será capaz de dar conta de tudo.'
Yue: 'Acho que não há mais nada a perguntar. Gostaria muito de falar com Clow, mas se ele está ocupado é melhor não aborrecê-lo.'
Syaoran: 'É melhor irmos.'
O grupo se despediu da Senhora.
Syaoran (antes de cruzar a porta): 'Diga-me uma coisa: O sentimento que eu tenho por ela é apenas porque ela é o pilar e eu tenho que protegê-la?'
Senhora (com um doce sorriso): 'Quando você a teve em seus braços, você pensou que era apenas uma obrigação?'
Syaoran (olhando Sakura que conversava com os outros): 'Não. Mas talvez o sentimento que eu tenha por ela não seja o que eu realmente pensei que fosse.'
Senhora: 'A citação diz que o guardião deveria amar o pilar, não desejar ele para si. Amar. Você ama suas irmãs, sua mãe, sua prima e até mesmo aquela menina de cabelos longos (se referindo à Tomoyo). Mas desejar, você só deseja uma mulher, não um pilar que deva proteger.'
Syaoran (entendendo suas palavras): 'Tem razão. Obrigado mais uma vez.'
Senhora (sorrindo): 'Não tem de que. Boa noite.'
Syaoran (antes de se juntar ao grupo): 'Boa noite.'
O grupo foi em direção à faculdade. Assim que chegaram à irmandade das meninas, Yue se despediu e Kero entrou com Tomoyo para o dormitório, deixando, mesmo sob os protestos do pequeno guardião, Sakura e Li sozinhos num quartinho de estudos da irmandade para namorarem um pouco.
Sakura (abraçada ao namorado): 'Estou com medo que alguma coisa lhe aconteça.'
Syaoran: 'Eu também. Detestaria que alguma coisa acontecesse a mim.'
Sakura (empurrando o rapaz): 'Seu bobo.'
Syaoran ( prendendo-lhe pela cintura): 'Não vai fugir de mim. Lembre-se, eu devo proteger o pilar.'
Sakura: 'Mas não precisa ficar me agarrando.'
Syaoran: 'É que eu acho melhor ficar assim, próximo a você. É mais seguro.'
Sakura (envolvendo o pescoço dele com os braços): 'Mesmo? Assim está bom?'
Syaoran: 'Não, é melhor mais próximo.'
Sakura (na ponta dos pés, fazendo com que quase encostasse seu nariz no dele): 'Assim?'
Syaoran (puxando ela mais para si): 'Ainda está muito longe.'
O rapaz encostou seus lábios nos dela, beijando-a com carinho inicialmente, mas assim que ela entreabriu os lábios, dando permissão para que ele aprofundasse cada vez mais o beijo. Ele segurava-lhe forte pela cintura enquanto ela carinhosamente acariciava o sedoso cabelo dele da nuca. Li já não se controlava mais sentindo aquele doce aroma de flores do cabelo e da pele dela. A pele macia e quente do rosto e pescoço que beijava fazia com que seus instintos descontrolassem-no. Por fim, afastou-se dela, evitando eles.
Sakura (olhando sem entender): 'O que foi? Fiz alguma coisa errada?'
Syaoran (pegando o delicado rosto entre as mãos): 'Não, você não fez nada errado. Mas é melhor você subir agora.'
Sakura (olhando aqueles dois maravilhosos olhos castanhos): 'Mas porquê? Estava tão bom.'
Syaoran (sussurrando ao seu ouvido): 'Se continuar eu não vou conseguir me controlar mais.'
Sakura (com um sorriso maroto): 'E quem disse que era para você se controlar?'
Syaoran arregalou os olhos e encarou aquelas belas esmeraldas transbordando de amor e desejo por ele. A beijou novamente.
Sakura: 'Eu amo tanto você, Syaoran.'
Syaoran: 'Eu também, minha flor.'
Continua.
