Capítulo 16: O Passado de Reed Clow.

            Li saia do hospital depois de poucas horas que voltara do coma de 4 dias, teve que assinar um monte de papeladas que faziam com que se responsabilizasse pelo seu estado de saúde, já que os médicos não queriam por nada dar alta para o rapaz. Sakura e Tomoyo acompanhavam o rapaz que seguia ao encontro com Eriol Hiragizawa. Li caminhava sem parar apesar de ainda estar sentindo dores por todo corpo. Ele inconscientemente levou uma das suas mãos na altura do abdômen onde tinha um grande corte. Sakura viu isso e sentiu os olhos se encherem de lágrimas, como ela estava desesperada por isso tudo. Ela olhou em volta e viu o estado terrível da cidade. Pessoas caminhavam quase que correndo pelas ruas com medo de serem atacadas por coisas estranhas. Ouvia-se a todo instante barulho de sirenes de ambulâncias ou patrulhas da polícia (Nossa, isto ta até parecendo a Tijuca, RJ à noite! Brincadeirinha...) que vistoriavam a cidade em praticamente estado de sitio.

            Os três pararam em frente à conhecida casa de senhora Mizuki. Tomoyo foi quem bateu a porta. A figura da bela senhora apareceu, porem esta pela primeira vez não sorria para eles, trazia no rosto uma expressão de preocupação. Ela fitou Li e Sakura.

Tomoyo: 'Senhora Mizuki, viemos ver Hiragizawa.'

Senhora (depois de alguns segundos fitando o casal): 'Por favor, entrem.'

            Sakura segurava a mão de Li com mais força que o de costume, o rapaz virou para ela e tentou sorrir tentando lhe passar calma. Na conhecida sala, a lareira estava acesa como sempre. Eriol estava sentado numa poltrona, Mizuki estava em pé ao lado dele. A expressão dos dois era de pura ansiedade.

Kaho: 'Que bom que vieram.'

Sakura: 'O Syaoran insistiu para ver o Eriol.'

Eriol: 'Era só me chamar e ia até o hospital vê-lo, Li.'

Syaoran (sentenciando): 'O que temos a conversar não poderia ser tratado lá.'

Eriol (observando ele com curiosidade): 'Imagino que tenha muitas perguntas a me fazer.'

Syaoran: 'Preciso saber o que eu estou realmente enfrentando.'

Senhora: 'Por favor, sentem-se. Irei preparar um chá para todos. Esta conversa será mais longa que podemos imaginar.'

Kaho: 'Quer que eu a ajude, mãe?'

Senhora: 'Não minha filha, fique aqui.'

            Tomoyo reparou que as duas trocaram olhares assustados e preocupados. A senhora sumiu para a cozinha. Nakuru com Spinel, na sua forma falsa, desceram do segundo andar da casa. Por alguns minutos houve um silêncio pesado na sala, até mesmo a espevitada Nakuru estava quieta e pensativa enquanto observava o grupo. Eriol se mexia na poltrona com freqüência, só parou quando Kaho repousou sua mão na dele e sorriu. Sakura olhava para Syaoran que permanecia sério e em silêncio, esperando que Eriol começasse sua explicação. Ele não parecia nervoso, pelo contrário estava calmo, bem diferente dos outros habitantes da sala.

Eriol: 'Estou esperando Ywe e Kerberus. Prefiro explicar tudo de uma vez para todos.'

Kaho: 'Eles já devem estar chegando.'

Eriol: 'Como se sente, Li?'

Syaoran: 'Dolorido.'

Eriol: 'Não tive a oportunidade de lhe agradecer. Acho que se não fosse sua atitude impulsiva junto com Kerberus não estaria aqui para explicar tudo a vocês.'

Spinel: 'Na verdade, nenhum de nós.'

Eriol: 'Se tornou um grande guerreiro, Syaoran Li.'

Nakuru: 'O melhor.'

Syaoran: 'Não adiantou nada o meu treinamento se eu mal consegui ferir o idiota que nos atacou.'

Sakura (segurando as mãos dele): 'Não diga isso. Não ouviu Eriol disser que...'

Syaoran (interrompendo-a): 'Ele podia ter matado você e eu nem ia ver o que a atingiu.'

Sakura (olhando nos olhos do namorado): 'Syaoran, não se cobre demais.'

Kaho: 'Ela tem razão. Não tome para si toda a responsabilidade.'

Eriol: 'Acredite, eu sou o responsável por tudo que está acontecendo agora.'

Kaho: 'Você não... Clow.'

Eriol (olhando para ela): 'Que sou eu.'

Syaoran: 'O que quer disser com isso, Hiragizawa?'

Eriol: 'Já irá entender tudo, Li. Só espero que depois de saberem de tudo possam me perdoar.'

Sakura: 'Eriol, eu não consigo entender...'

Eriol: 'Irá entender tudo, querida Sakura, inclusive sobre a origem dos seus poderes.'

Sakura (olhando para ele espantada): 'Meu poder?'

Kaho: 'Vamos esperar só mais alguns minutinhos.'

            Nesta hora a campainha tocou, Kaho foi atender. Eram Touya, Yukito e Kero. Os três entraram na casa e no mesmo instante Ywe e Kerberus surgiram. Ruby Moon e Spinel Sun também. Touya se encostou num canto observando cuidadosamente Li, ele não engolia o fato de ter definitivamente perdido sua irmãzinha para ele, mas teve que dar o braço a torcer, depois que Ywe contou tudo que aconteceu na batalha contra Shyrai, o rapaz olhava diferente para ele agora. Depois observou Kaho sentada ao lado de Eriol e imaginou que o destino tinha se confirmado, sem querer desviou os olhos para a bela figura de Ywe sério olhando fixamente para Eriol, que após tantos anos de separação voltava muito, mas muito parecido com Clow.

            A senhora Mizuki entrou na sala com o chá, Sakura ofereceu a Li, mas este gentilmente recusou, mas fez questão de que a namorada tomasse para relaxar um pouco.

Eriol (observando a todos): 'Agora sim, podemos começar.'

            Todos olhavam apreensivos para o rapaz, que ajeitou os óculos no rosto sério. Ele olhou pela última vez para Kaho que sorriu para ele docemente lhe dando força.

Eriol: 'Há muitos anos, quando eu ainda não possuía controle total...'

Kaho (corrigindo-o): 'Quando Clow não tinha.'

            Syaoran estranhou a insistência em Kaho em não associar Clow a Eriol.

Eriol: 'Quando Clow não tinha ainda controle e conhecimento pleno de seus poderes conheceu um outro jovem mago chamado Muy Shyrai...'

Sakura: 'Quem é esse tal de Shyrai?' (tadinha, nem viu quem a atacou)

Syaoran: 'Foi quem nos atacou.'

Touya: 'Então você conhece aquele cara?'

Eriol: 'Sim.'

Ywe: 'Eu não o conhecia, você... ou melhor... Clow nunca mencionou sobre ele.'

Kerberus: 'Clow nunca mencionou este nome antes.'

Spinel Sun: 'Por favor, vamos deixar o mestre Eriol contar tudo de uma vez, sem interrupções.'

Eriol (olhando o felino): 'Obrigado Spinel Sun.'

            O felino fez um gesto com a cabeça. Depois desviou os olhos para Kerberus que mostrou os dentes para ele.

Eriol: 'Como eu ia dizendo, Clow conheceu Shyrai quando ainda era um rapaz da idade de vocês. Mas não possuía o nível de poder de vocês...'

            Eriol sorriu para Sakura que retribuiu.

Eriol: 'Minha família sempre possuiu posses o que me dava uma certa liberdade para estudar mais o mundo da magia e me preocupar menos com os problemas do mundo real. Com a morte de meus pais, me isolei da humanidade a fim de estudar e praticar cada vez mais a magia em todas as suas formas.'

Syaoran (interrompendo-o): 'Inclusive a negra.'

Eriol (depois de acenar com a cabeça positivamente): 'Hum-hum.'

Ywe (revoltando-se): 'Não é verdade, Clow nunca foi um mago das trevas.'

Eriol (observando o guardião): 'Ywe, por favor...'

            Ywe caminhou para junto de Touya em silêncio e com o semblante mais amarrado que o do irmão de Sakura.

Eriol: 'Estudei tudo sobre o mundo da magia. Um dia um rapazinho bateu em minha porta, ele me contou que seus pais foram mortos por criaturas mágicas e agora estava sozinho no mundo. Com pena e é claro, vendo que ele poderia ser uma pessoa para cuidar da casa, o acolhi. Seu nome era Muy Shyrai. Tinha minha idade, porem eram muito mais sério e introspectivo que eu, devia ter passado por momentos terríveis.'

Touya (um pouco impaciente): 'E daí? Onde isso tudo irá chegar?'

Eriol (depois de consertar os óculos, um pouco nervoso): 'Nesta ocasião estava estudando sobre a teoria dos universos paralelos, os portais e também sobre o que chamamos de paraíso e trevas. Eu estava certo de que tudo não passava de mundos paralelos...'

Tomoyo: 'Você está querendo disser que o céu e inferno são parte deste mundo?'

Eriol: 'Acredita mesmo que os espíritos vão para o céu se são bons e para o fundo da terra se são maus? Se fosse assim o diâmetro da terra teria que ser infinito.'

            Tomoyo balançou a cabeça ponderando.

Eriol: 'Bem, como eu estava falando estava estudando sobre isso. Um dia Shyrai me confidenciou que possuía magia e eu pude constatar isso com pequenos truques do rapaz, tomei ele como meu aprendiz. Ensinei-lhe quase tudo que sabia. Ele era um aluno aplicada e em pouco tempo já estava discutindo comigo sobre todos os assuntos, mas o que mais o interessava era o mundo das Trevas. Imaginei que fora a curiosidade de saber o que tinha atacado ele e sua família. Após longos anos de convivência, tornamos muito amigos, mas infelizmente Shyrai nunca conseguiu tirar de sua mente o assassinato de sua família. Isso fez com que entrássemos em atrito com relação aos portais, Shyrai queria achar um para atravessar a barreira das Trevas. Com sua magia desenvolvida ele saiu pelo mundo a procura do portal que o levasse aos assassinos de sua família.'

            Eriol deu uma pausa e pediu para que Kaho o servisse um pouco de chá. Ela assim fez, depois de um gole longo e sob os olhares de todos, ele continuou.

Eriol: 'Eu criei Shyrai, lhe ensinei tudo para se tornar um mago tão poderoso quanto eu era. Na verdade, ele possuía mais magia do que eu, se estudasse mais poderia se tornar superior a mim.'

Kerberus: 'Ninguém é mais poderoso que Reed Clow.'

Eriol (sorrindo sem graça para o felino): 'Está ao lado de dois magos mais poderosos que ele, Kerberus.'

            O felino olhou para Li e Sakura, e pensou que realmente sua mestra tinha evoluído muito alem do esperado como a mestra das cartas e que o moleque encrenqueiro a poucos dias lhe deu uma demonstração não só de teimosia como de um estrondoso poder.

Eriol: 'Fiquei sem ter notícias do jovem Shyrai por anos, até que um dia ele apareceu em minha casa. Com um objeto parecido com uma chave. Ele me contou que percorreu o mundo inteiro atrás daquele objeto sagrado e quando finalmente o encontrou me procurou para tentar usá-lo e finalmente abrir a brecha entre os mundos.'

Sakura: 'Mas você não abriu, não é?'

Eriol (depois de um longo suspiro): 'Foi aí que eu pequei, guiado pela minha curiosidade e vaidade concordei em descobrir como usá-la.'

            Sakura olhou atordoada para Eriol, ela sempre teve a figura de Clow com uma pessoa integra e acima de sentimentos humanos. O rapaz percebeu isso.

Syaoran: 'Eu entendo o que ele sentiu.'

Sakura (olhando para o namorado): 'Syaoran...'

Syaoran (olhando fixamente para Eriol): 'Às vezes queremos saber até onde somos capazes de chegar.'

            Sakura lembrou-se do episódio dos magos do futuro (Referência ao capítulo 12 – Os visitantes do Futuro, mas eu acho que todo mundo o leu, né?).

Eriol (depois de beber mais um gole de chá): 'Eu e Shyrai pesquisamos durante meses como usar a chave até que finalmente descobrimos.'

Touya (curioso): 'E como se usava a tal chave?'

Eriol (depois de ficar com os olhos fechados por algum tempo): 'Me lembro como se fosse ontem. Como vocês sabem os portais são abertos em situações aleatórias, como a conjunção de astros ou até mesmo pelo magnetismo da Terra.'

Tomoyo: 'A senhora Mizuki nos explicou isso. Ela nos disse que na verdade não tem uma razão certa conhecida. Às vezes surge pelo desejo de um bem comum, às vezes por forças mágicas, às vezes pela interferência dos astros ou do próprio planeta. (olhando para a Senhora) Não foi isso que nos disse?'

Senhora (olhando com admiração para a menina): 'É incrível como possui uma ótima memória e uma incrível percepção, menina.'

Tomoyo (sorrindo sem graça pelo elogio): 'Que isso.'

Kaho: 'É verdade, Tomoyo tem uma ótima percepção.'

            A menina ficou mais sem graça ainda.

Eriol: 'Como Tomoyo relembrou bem, para se criar uma passagem entre os dois mundos precisa de uma certa harmonia, principalmente quando se quer abrir um grande portal.'

Ywe (espantado): 'Era isso que queriam?'

Eriol: 'Não, na verdade queríamos apenas abrir uma brecha sem ser aleatória, porem não tínhamos conhecimentos de tudo. O que tínhamos era uma chave e o manual para usá-la (pior eu que nunca leio os manuais!). Agora, as conseqüência não eram conhecidas. Bem, no momento exato...'

Kerberus: 'Momento exato?'

Senhora Mizuki: 'No eclipse solar. Quando há eclipse solar Terra, Lua e Sol estão alinhados o que torna um momento único e extremamente peculiar.'

Eriol: 'Isso mesmo. Traçamos o mapa solar e vimos quando ocorreria o eclipse no dia marcado estávamos prontos para abrir a brecha.'

            Eriol parou mais uma vez, o clima de ansiedade estava palpável na sala. Sakura retorcia as mãos enquanto Tomoyo olhava fixamente para Eriol com as mãos apertadas no peito. Touya balançava um dos pés. Kerberus ricocheteava sua calda, enquanto Ywe apenas olhava fixamente para Eriol.

Eriol: 'Conjugamos o poder da chave e o portal se abriu.'

Ywe: 'E como era?'

Eriol: 'O inferno. As dimensões se confundiram. O mundo das Trevas se entrelaçava com o mundo real. Aos poucos os flashes do mundo das Trevas com seu céu vermelho em fogo e seu solo seco ficava cada vez mais visível aos olhos...'

Sakura (se levantando em um pulo e encarando Li): 'Como no templo Tsukimini?'

Syaoran: 'Provavelmente.'

Ywe (olhando espantado para eles): 'Como assim? O que viram no templo Tsukimini?'

Sakura: 'É que vimos por alguns segundos alguns flashes com esta mesma imagem. Foi assustador...'

Kaho: 'Isso prova que tem grandes poderes, Sakura.'

            Sakura ficou sem graça.

Eriol (continuando): 'Os flashes ficaram cada vez mais constante e os demônios estavam cada vez mais reais. Foi quando eu resolvi que aquilo não podia continuar e parei.'

            Ouve um silêncio pesado na sala.

Kerberus: 'Pa... parou?'

Eriol: 'Sim, disse a Shyrai que não continuaria mais. Ele se revoltou comigo, me chamou de covarde e tudo mais e continuou com a cerimônia. Tentei fazer com que desistisse da idéia. Mas ele já estava tomado pela sede de vingança, queria encontrar os demônios que mataram sua família, queria se tornar mais poderoso que eles, sem se importar com nada.'

Tomoyo: 'E o que fez?'

Eriol: 'Tomei a chave das mãos dele e fiz com que parasse, porem ele teve o tempo suficiente para atravessar a barreira e ir para o mundo das Trevas. Entrei em desespero e tentei tirá-lo de lá, mas ele se recusou. Apenas o vi caminhando em direção ao céu de fogo sem voltar para trás. Tive que usar toda minha magia tentando fechar a brecha que abri, graças aos céus o eclipse terminou antes que terminassem completamente a cerimônia e o portal foi fechado, mas infelizmente alguns demônios ficaram presos neste universo.'

Kerberus: 'Mas como?'

Eriol: 'Por algumas frações de segundos os dois universos se confundiram o que permitiu para alguns seres das trevas passassem pela barreira.'

Ywe: 'E Shyrai?'

Eriol: 'Ficou no mundo das Trevas. Nunca mais tive notícias dele até seis meses atrás.'

Tomoyo: 'E estes demônios, o que aconteceu com eles?'

Eriol: 'Esta foi a parte mais difícil, tive que caçá-los um por um, mas não podia destruí-los, por isso prendi eles em...'

            Eriol hesitou, olhou para Sakura que o fitava.

Ywe (completando): 'Cartas.'

Eriol: 'Isso.'

Sakura: 'Cartas... (caindo a ficha) As cartas Clow?'

Eriol balançou a cabeça confirmando.

Sakura (levantando-se revoltada): 'Está mentindo, como as cartas podem ser demônios das trevas. Isso é impossível.'

Eriol: 'Como acha que cartas podem ter tantas personalidades próprias?'

Sakura: 'Você criou Ywe e Kerberus. Não seria difícil criar as cartas.'

Eriol: 'Criei os dois quando já estava completamente desenvolvido em meus poderes e justamente porque precisava que as cartas não mais se libertassem para o mundo nas suas formas verdadeira. Lembra-se como criaram confusão quando estavam soltas?'

Sakura: 'Mas eu criei uma carta.'

Eriol (sorrindo): 'Isto prova que tem muito poder, mas infelizmente eu não tinha este poder, apenas associei o meu poder a de outros seres mágicos, resultando nas cartas.'

            Sakura se jogou no sofá abobalhada, não acreditando que suas queridas cartas eram seres das trevas.

Eriol (vendo a preocupação da menina): 'Mesmo que as cartas inicialmente fossem terríveis eu uni minha magia com elas resultando nas cartas Clow que conheceu. As cartas Sakuras não são apenas seres das trevas são seres associados com a minha magia e principalmente renascidos com a sua magia.'

Sakura: 'Não pode ser...'

Eriol: 'Lembra-se das palavras que dizia para libertar o báculo que controlava as cartas?'

Sakura: 'Claro. Chave que guarda o poder das tre... há não?'

Eriol: 'Isso mesmo, o poder das trevas.'

Sakura: 'Então meu poder é das trevas?'

Eriol: 'Não, seu poder é da sua estrela, você acabou renascendo as cartas e tenho certeza de que elas são muito felizes graças a você.'

Ywe: 'E a chave?'

Eriol: 'Eu a dividi em dois. Uma ficou comigo para qualquer eventualidade e a outra era necessária para o controle das cartas.'

Kerberus: 'Então a chave de Sakura era a chave que liga ao mundo das trevas?'

Eriol (depois de responder positivamente com a cabeça): 'Isso. E a outra parte da chave está aqui.' (disse mostrando a sua chave)

Sakura: 'Mas onde está a minha chave? Eu acabei perdendo ela e confesso que nem tive cabeça para procurar.'

Eriol: 'Este é o nosso problema, você não perdeu sua chave, Sakura.'

Syaoran: 'Shyrai a atacou para tirá-la de você.'

Eriol: 'Isso. E virá atrás da minha para finalmente consegui o que pretende.'

Ywe: 'Ligar este universo com o mundo das trevas.'

Eriol: 'Pior, ligar todos os universos ao mundo das trevas e entre eles e assim criar um verdadeiro caos.'

Touya: 'Esta chave tem tanto poder para isso?'

Eriol: 'Temo que sim. Shyrai está muito mais poderoso do que eu poderia pensar. Ele ficou séculos no mundo das trevas, sobreviveu e teve o poder suficiente para sozinho atravessar a barreira entre universos e criar pequenas brechas fazendo com que demônios inferiores passassem.'

Kaho: 'Ele deve ter pensado que conseguiria sozinho, mas como não conseguiu apenas com seu poder precisa da chave para concretizar seus planos.'

Senhora Mizuki: 'Vários teólogos e estudiosos previram este acontecimento e grandes sacerdotes e magos se juntaram para impedi-lo, com toda magia e amor a este planeta e a raça humana criaram uma energia única e poderosa que chamaram de pilar da vida.'

Kaho: 'Esta energia é a sua magia, Sakura. Você tem o pilar da vida dentro de você.'

Senhora Mizuki: 'Só esta energia seria capaz de deter o caos, mas para isso precisava de alguém que o protegesse até que fosse necessário, e esta pessoa era...'

Eriol: 'Eu, ou melhor, o Mago Clow.'

Sakura: 'Então foi por isso que me escolheu para ser a mestra das cartas?'

Eriol: 'Também, imaginei que de alguma maneira você precisasse se proteger e as cartas eram um bom escudo. Porem eu sabia que mesmo com minha poderosa magia não poderia durar eternamente, foi quando conheci a família Li, formada por guerreiros e magos poderosíssimos. Eu sabia que deles sairia o melhor guardião e me juntei a eles. Me casei com uma bela maga e fui muito feliz com ela, porem mais que isso ela me deu descendentes dotados com poderosa magia e um forte espírito guerreiro. E hoje olho com satisfação para o melhor deles.'

            Eriol encarou seriamente Li, o rapaz se sentiu um pouco incomodado, mas tentou disfarçar.

Tomoyo: 'No final tudo estava previsto.'

Eriol (sorrindo): 'Nem tanto. Confesso que não imaginei que o pilar e o guardião fossem ficar tão unidos.'

            Sakura sentiu as faces esquentarem.

Syaoran (olhando seriamente para ele): 'Tem certeza disso. Ou talvez tudo não tenha sido planejado?'

Eriol: 'Acredite no que digo, fiz tudo para que Sakura amasse a forma falsa de Ywe, pois assim eu saberia com certeza que ela estaria segura. Eu não tinha certeza se você era ou não o guardião.'

            Touya olhou para Ywe.

Touya (baixo): 'Você sabia disso?'

Ywe (olhando para ele): 'Sim, eu sabia que meu dever era amar minha mestra, mas...'

            Ele não continuou, olhou para Sakura e Li que estavam de costas para eles. Ele amava sua mestra e daria sua vida por ela, mas com certeza também daria sua vida por outra pessoa.

Kerberus: 'Concluindo, o moleque se aproveitou da situação e acabou se engraçando para cima da Sakura.'

Sakura (dando um cascudo no felino): 'Não fala besteira, Kero!'

Syaoran: 'Se eu fosse você nem gastava sua saúde tentando colocar alguma coisa plausível nesta cabeça oca.'

Kerberus (virando-se para ele e mostrando os dentes): 'Quem você chamou de cabeça oca?'

Syaoran: 'Eu não disse que ele era burro mesmo, não percebe nem quando alguém sacaneia ele.'

Kerberus (quase voando em cima de Li): 'Oras seu moleque!'

Spinel Sun: 'Kerberus, comporte-se, aja como um guardião.'

            Kero estava tão fulo da vida que não sabia quem atacava com seu poderoso raio primeiro, se o moleque ou a bola de pêlo preta.

Ywe (não dando atenção para Kero): 'Acredita que Shyrai irá atacá-lo?'

Eriol: 'Com certeza. Acho que está até demorando muito.'

Ruby Moon: 'Talvez ele esteja mais ferido do que imaginamos.'

Syaoran: 'Não, eu sei que não. Ele deve estar planejando a melhor hora.'

Sakura (enlaçando seu braço no de Li): 'Ai, estou com tanto medo.'

Syaoran (olhando para ela): 'Não se preocupe, eu vou estar sempre ao seu lado.'

            Sakura repousou sua cabeça no ombro dele, não havia outro lugar do mundo que se sentisse mais segura que estar ao lado dele.

Ywe: 'Algo não está me cheirando bem?'

Kerburus: 'Deve ser o seu desodorante vencido.'

            Ywe quase soltou uma de suas flechas na cara do tigre tamanho era seu ódio.

Eriol: 'Li e Ywe tem razão Shyrai deve estar planejando alguma coisa?'

Tomoyo: 'Abrir o portal não é, o próximo eclipse solar é daqui a quase um ano.'

Kerberus: 'Talvez ele esteja se adiantando.'

Eriol (virando a cabeça negativamente): 'Não, ele não se adiantaria tanto.'

Spinel Sun: 'Será que ele quer se vingar do senhor, Mestre. Lembre-se que agora ele está com ódio mortal do senhor.'

Kaho: 'Spinel tem razão, é melhor se cuidar mais. Shyrai se tornou aquilo que queria matar.'

Senhora Mizuki: 'Ele se tornou o próprio demônio.'

            Houve novamente um silêncio pesado na sala (OBS da autora: Vocês devem estar se perguntando que tanto silêncio é esse? Sabe quando ninguém sabe muito bem o que diz é isso, é claro que Kero vai falar uma besteira agora, até porque eu já estou começando a achar este capítulo chato demais, mas eu precisava explicar toda a trama não é?)

Kerburus (fungando um pouco o ar): 'Que fedor. Nossa Ywe, teu desodorante tá vencido mesmo ou é esta roupa que você não lava nunca.'

Ywe (bufando de ódio): 'Isso não é hora de brincadeiras.'

Eriol (se levantando): 'Kerberus tem razão.'

            Ywe olhou perturbado para seu criador, não acreditando que ele tenha levado a sério a provocação do felino laranja. Syaoran também se levantou.

Syaoran: 'Isso está fedendo demais.'

            Ywe caiu no chão. Até o descendente de Clow que nunca fora com a cara de Kerberus estava entrando na provocação de Kero contra ele.

Kerberus (olhando vitorioso para Ywe): 'Eu não disse que você era um convencido fedorento.'

Ywe: 'Oras seu...'

            Ywe foi interrompido, de repente a casa foi invadida por inúmeros demônios fedorentos com pele verde. Li invocou sua espada tentando proteger tanto Sakura que estava sem a sua chave quanto Tomoyo. As duas gritavam como desesperadas, vendo as janelas sendo destruídas e aqueles monte de cocô (cocô verde? O que a criatividade não faz?) entrando pela casa e espalhando a sua geleca verde. Kero entrou em crise e começou a atirar bolas de fogo para tudo quanto é lado tentando impedir que algum deles chegasse perto dele, não queria passar pela experiência de ser vomitado por um deles novamente. 

Eriol: 'Chave que guarda o poder das Trevas, mostre seus verdadeiros poderes sobre nós e os ofereça ao valente Eriol que aceito esta missão. Liberte-se!!!'

            Com o báculo o rapaz invocou um poderoso escudo protegendo Kaho e a senhora Mizuki. Li levou Sakura e Tomoyo até ele enquanto os guardiões faziam um verdadeiro genocídio de demônios verdes. Ywe tentava proteger Touya, mas este acabou sendo vomitado no braço (Que nojo!!! Tadinho do Touya, mas sempre alguém sai prejudicado e eu fiquei com pena do Kero para escolher ele de novo). Touya tentava se limpar mais era quase impossível, Ywe o levou até o escudo para que ficasse protegido.

Sakura (olhando para ele desesperada): 'Touya você está bem?'

Touya (tentando parecer calmo): 'Não se preocupe, não dói. Só é nojento.'

Senhora Mizuki (pegando um pano e tentando limpar ele): 'Isso é tóxico, pode fazer mal a você, temos que limpar logo.'

Kaho (gritando para Eriol): 'Eriol, precisa tirar eles daqui!!!'

Syaoran (depois de decepar mais um demônio): 'Ela tem razão, eles devem estar atrás da sua chave. (pegando um dos seus Ofuros – acreditem eu aprendi o verdadeiro nome daqueles papeizinhos) Eu invoco com a máxima urgência as Flores do vento!!!'

            Uma forte rajada carregou os demônios para fora da casa (Inclusive os pobres móveis da senhora Mizuki. Já imaginou aqueles montes de potinhos coloridos da famosa estante?!). Assim Eriol conseguiu sair junto com os guardiões, mas as coisas verdes vinham cada vez em maior números, os poderosos guardiões já estavam esgotados em sua energia e magia, Li continuava atacando-os, mas os ferimentos já começavam a reclamar das estocadas violentas que o rapaz desferia contra dos inimigos.

            Dentro da casa (ou pelo menos o que sobrou dela) a senhora Mizuki tentava limpar o braço de Touya embaixo da pia. Kaho, Sakura e Tomoyo estavam tentando ver o que acontecia lá fora.

Sakura: 'Ai meu Deus, o Syaoran não podia se esforçar, ele acabou de acordar hoje.'

Tomoyo (observando a onda verde a frente): 'Nunca vi tantos de uma só vez.'

Kaho (séria): 'Isso é coisa de Shyrai.'

Touya (vindo com a senhora): 'Não me diga. É claro que tem o dedo daquele idiota.'

            Sakura sentiu uma magia forte invadir a casa, Kaho e a senhora também. As três olharam para trás e viram a figura de um jovem forte com a pele morena e os olhos pálidos. A senhora Mizuki parou na frente dos jovens tentando protegê-los dele.

Shyrai (olhando para Touya): 'Quem é o idiota que mencionava, rapaz?'

Touya (dando uns passos para frente): 'É de você mesmo que eu estava falando, quem pensa que é para encostar um dedo na minha irmã?' (reação própria de Touya)

Sakura (segurando o braço do irmão): 'Touya, fica calmo...' (reação própria de Sakura)

            Shyrai olhou para Sakura e sorriu, deixando Touya mais irado. O rapaz se soltou da irmã e correu preparado para desferir um soco no inimigo, porem com um só movimento com as mãos o forte rapaz caiu no chão se retorcendo de dor e gritando. Sakura correu até ele.

Sakura (chorando): 'O que você fez com o Touya, seu monstro?'

Shyrai (calmo): 'Uma pequena maldição dos bruxos das trevas, é muito antiga, mas funciona muito bem nos mortais.'(Alguém aí leu Harry Potter e o cálice de fogo?)

            A senhora Mizuki chegou perto do rapaz pronunciando uma oração que Sakura não conseguia entender.

Shyrai (a observando com curiosidade): 'Acha mesmo que poderá cortar a minha maldição? Não seja ridícula.'

            Shyrai cortou seu braço no ar fazendo com que todos fossem jogados contra as paredes da casa. Sakura inclusive bateu com a cabeça fazendo um pequeno corte na testa. Tomoyo foi socorrer a amiga sonsa.

Tomoyo (já em desespero): 'Sakura, você está bem?'

Sakura (com a mão na cabeça): 'Estou, não se preocupe.'

            Sakura levantou-se ao lado de Tomoyo e encarou Shyrai.

Sakura: 'Me devolva a minha chave!'

Shyrai (olhando ela com curiosidade): 'Não me faça rir, garota estúpida. Acha que só porque possui uma magia infantil pode ter a petulância de se dirigir a mim desta maneira.'

Sakura: 'Pare já com isso tudo! Porque não volta para o lugar de onde veio e nos deixa em paz!'

            Shyrai riu com gosto do desespero dela e novamente com apenas um gesto das mãos fez que a menina voasse até bater na parede. Kaho foi até ela ajudando ela a se levantar.

Shyrai: 'Vocês todos iram morrer de qualquer maneira, quero apenas usá-los para arrancar a chave de Clow. Por isso tratem de gritar para chamar a atenção dele.'

            Shyrai olhou com fúria para Touya que estava no chão, o rapaz começou a gritar de dor, Sakura correu até o irmão que se debatia no chão gritando.

Sakura: 'Pare com isso!'

Shyrai: 'Clow ainda não ouviu seus gritos rapaz, acho que está precisando de mais um incentivo.'

            Agora era a vez de Kaho cair no chão gritando e se contorcendo. A senhora Mizuki tentava inutilmente segurar a filha pedindo calma quase que desesperadamente. Sakura só podia chorar, não tinha sua chave para invocar o báculo e as cartas, olhou com fúria para Shyrai, nunca teve raiva de alguém, mas era impossível não sentir vontade de matá-lo. Ela abraçou o irmão chorando.

Sakura: 'Eu prometo que vai passar Touya, seja forte. Por favor...'

            Uma luz começou a emanar da menina como uma áurea brilhante, onde cintilavam todas as belas cores do arco íris. Shyrai olhava aquilo como uma certa admiração, vencido pela curiosidade, apenas observava o que estaria por vir.

            A áurea de Sakura circulou Touya que aos poucos foi se acalmando cortando por fim a maldição de Shyrai. A menina que estava abraçada no irmão com sua cabeça no peito dele, não havia percebido o que havia feito apenas agradeceu aos céus pelo irmão estar aos poucos se acalmando e por fim dormiu. Ela ainda colocou o ouvido no peito dele procurando a batida do coração do rapaz e pode ouvi-lo batendo calmamente dentro do peito do rapaz.

Shyrai (que observou tudo): 'Está começando a despertar para seus verdadeiros poderes, garota. (colocando uma das mãos no queixo pensando) Isso pode ser muito perigoso para mim. Bem... Acho que vou ter que acabar com você.'

            Sakura olhou para ele assustada, pensando que realmente não poderia fazer muita coisa para impedir algum ataque. A senhora Mizuki estava tentando ajudar a filha e Tomoyo olhava assustada a tudo encolhida num canto da sala.

            Shyrai concentrou uma forte energia nas mãos, Sakura apenas fechou os olhos esperando pelo pior. O rapaz desferiu com tudo na garota que apenas teve tempo de se abraçar ao corpo do irmão dormindo.  A magia bateu em algo e se desfez. A menina abriu os olhos estranhando o barulho e viu Li a sua frente.

Shyrai (olhando assustado para o rapaz): 'Co...como impediu o meu ataque?'

Syaoran (voando para cima dele): 'Vamos disser que eu estou me acostumando...'

            Shyrai estava tão assustado por sua magia ter sido interceptado por Li que seus reflexos estavam mais baixo o que possibilitou para que o guerreiro, num golpe rápido, o atingisse no braço. Shyrai andou alguns passos para trás com a mão no ferimento.

Shyrai: 'Como se atreveu a me atingir. (encarando o rapaz com puro ódio) Vou acabar com você de uma vez, inseto!!!'

            Shyrai se concentrou a tal ponto que era possível pela primeira vez ver a áurea vermelha o envolvendo, com um gesto atingiu Li que voou batendo na estante da casa com tudo (Nossa, espero que a Senhora Mizuki tenha seguro). O rapaz caiu e a estante por cima dele. Sakura correu até lá e tentava levantar inutilmente o pesado móvel.

Shyrai (já um pouco irritado): 'Vamos acabar com isso de uma vez. Onde está aquele covarde do Clow? Acho que vou ter que usar uma isca maior para chamar o peixe.'

            Kaho começou a flutuar ainda sentindo as dores da magia negra do bruxo, Eriol entrou na casa, os guardiões ainda estavam ocupados tentado acabar com os intermináveis demônios verdes.

Eriol (olhando desesperadamente para Kaho): 'Solta ela!'

Shyrai: 'Me dê a chave e eu a soltarei.'

Kaho (apesar das dores): 'Não faça isso, Eriol!!!' (que mulher corajosa!)

            Shyrai fez com que a dor aumentasse e Kaho gritava cada vez mais.

Eriol (desesperado): 'Está bem!'

Eriol transformou o báculo novamente em chave e já estava estendendo o objeto para o mago.

Voz: 'Metal, Madeira, Água, Fogo, Terra... Deuses dos relâmpagos e das tempestades elétricas... Eu vos invoco para meu auxílio!'

            O mago recebeu o poder do golpe de Li e caiu no chão largando a chave e fazendo com que Kaho caísse ao chão desacordada. Eriol correu até ela e a pegou nos braços tentando reanimá-la. Shyrai olhou para trás ainda ajoelhado e viu Li empunhando sua espada ofegante, Sakura estava atrás dele. O rapaz se levantou espumando de raiva, formou uma espada de Luz (Alguém aí viu Yu-Yu Hakusho e se lembra da espada do Kuabara? Nossa estou sem inspiração nenhuma, este capitulo ta até parecendo colcha de retalhos) e foi ao encontro do rapaz desferindo golpes e mais golpes. Li empurrou Sakura para se afastar dos dois, o que fez a menina cair de joelhos no chão. Os dois estavam travando um terrível duelo, Li conseguia ver melhor os movimentos de Shyrai, mesmo estando em uma terrível desigualdade de forças. Aos poucos o guerreiro chinês ia começando a perceber as falhas do seu adversário.  Sakura correu até Eriol, que segurava Kaho nos braços.

Sakura: 'Faça alguma coisa, ele vai acabar matando o Syaoran.'

Eriol (se sentindo completamente atordoado): 'Eu não sei. (olhando para o chão) Onde está a minha chave?'

Tomoyo: 'Está aqui. Eu a peguei.' (só podia ser a Tomoyo mesmo)

            Nesta hora Shyrai explodiu a casa em luzes fazendo não só que Li, mas todos ficassem cegos por poucos segundos. Li sentiu um forte golpe, que o fez cair novamente de joelhos no chão. Quando abriu os olhos não consegui encontrar Shyrai. Procurou Sakura e a viu esfregando as mãos nos olhos, indicando que também fora cega pela luz de Shyrai. A menina abriu os olhos e olhou atordoada para o canto da sala onde estava a sua amiga mostrando a chave de Eriol.

Sakura: 'Cadê a Tomoyo?! Onde ela está?!'

            Eriol deixou Kaho aos cuidados da mãe, se levantou e correu para o enorme buraco que tinha na parede. Encontrou os quatro guardiões caídos no chão se levantando aos poucos depois de um possível golpe de Shyrai, mas não encontrou a amiga.

Eriol: 'Isso não...'

Sakura (ainda olhando em volta da sala): 'Tomoyo!!!'

Eriol (virando-se para a menina): 'Ela não está aqui.'

Syaoran (que caminhou até eles, apesar de ter aberto todos os pontos que havia levado): 'Porque ele a levaria?'

            Sakura reparou que Eriol estava pálido a fitando, hesitava em falar.

Eriol: 'Ele a levou junto com a minha chave.'

Sakura (se desesperando): 'Mas para que? O que ele quer com ela?'

Eriol: 'Eu... eu não sei... talvez... (hesitando)... para algum ritual...'

Syaoran (nervoso pela vida da amiga): 'Que ritual, Hiragizawa?'

Eriol: 'Do alinhamento de astros...'

Continua.