Olá, pessoas! Traduzi o resto do capítulo (mas ainda não revisei o português). É só para fazer um preview um pouquinho maior... O original (em inglês) só deve sair por volta de segunda-feira (quatro de março). Esse não foi bem tradução, foi mais uma adaptação (eu detesto traduzir). Anyway, ainda não tenho certeza de que estarei adaptando o restante dos capítulos. Dá um trabalho danado fazer isso... Quem sabe se eu me sentir entediada. Vou deixar as minhas notas e o disclaimer em inglês...
Author's note (read and be warned!): This story is set on present time. OOC is something that will happen a lot (if you already know one of my fanfictions, you will see that I usually take care to not make the characters too much OOC, but for this fic I'm not taking it into consideration). Why? Two reasons. First: it's the present, so we can't expect them to act as if they did more than 1 hundred years ago. Second: the characters didn't go through the things that they did at that time, so there will be differences on their personalities.
I decided to write this down after reading some fanfictions set in the present (I really like those). It's worth mentioning: Kori Suketchi's 'Society vs. Eternal Love', Kage-sama's 'A new Life' and Koneko-dono's 'Aishitteiru Forever'. They are all great stories and available on fanfiction.net .
Disclaimer: If you want me to say that I own Rurouni Kenshin, all you have to do is tickle me until I can't breath from laughing. Since no one is tickling me right now, so I don't own it!!!!!!!!!!!
To Love you Again
By Hana Himura
Edited by Kayjuli
1. Uma garota perdida
Estava quase amanhecendo. A garota abraçou sua velha mochila, com muita força. 'Estou tão cansada... Não posso mais continuar.' Ela não tinha para onde ir. Ninguém em quem contar. Seus olhos encheram-se de lágrimas. Sentia-se assustada, talvez pela primeira vez em sua jovem vida. Seus pés estavam doloridos. Seus olhos, vermelhos.
'Estou caminhando sem parar por horas. Não durmo há dois dias. Estou exausta...' Olhou em torno, apenas para perceber que não fazia idéia de onde estava. 'Mas se você não tem para onde ir, que diferença faz não saber onde está? Preciso pensar, mas estou muito cansada... Não poderia ir até meu 'primo', ainda se eu soubesse onde ele está...' Ela tropeçou, quase caindo. 'Mou! Estou cansada demais! Eu quero dormir.'
Sentou-se nos degraus na entrada de um café. Era cedo demais para que o estabelecimento estivesse aberto. 'Este parece um bom bairro. Gostaria de poder viver por aqui... Talvez algum dia.' A garota deu um tapa em sua testa. 'Pare com estes sonhos estúpidos! Se você viver, pode pensar nisso. Agora, você deve encontrar uma maneira de sair das ruas, mocinha. Ótimo! Agora estou falando sozinha... E me chamando de 'mocinha', exatamente como o primo faz... Estou louca. Não, não estou louca, apenas cansada. Talvez eu pudesse dormir um pouco.' Ela colocou sua mochila no chão e deitou, usando-a como um travesseiro. 'Só um pouquinho...'
"Acorde, garota!"
'Estou muito cansada, vovô... Deixe-me dormir mais um pouco.' Uma mão sacudiu seu ombro.
"Acorde." A voz repetiu.
'Espere um instante... Vovô não soa como uma moça. Droga! Eu adormeci na rua!' Ela abriu seus olhos. Havia uma mulher baixa, de cabelos e olhos castanhos, olhando para ela com preocupação.
"Desculpe. Eu não queria dormir aqui..." Ela disse, levantando-se.
"Você fugiu de casa?" A mulher perguntou.
'Mais ou menos."
"Não..." O estômago da garota roncou.
"Está com fome? Eu iria tomar café agora. Gostaria de me acompanhar?" A mulher perguntou.
'Por que ela está sendo gentil? Ela está apenas brincando comigo? Não parece. Ela parece... Alguém que eu já conheci antes... Uma pessoa boa.' A garota concordou com a cabeça.
A mulher abriu a porta do café e entraram. Levou a garota até um balcão.
"Qual o seu nome?" A mulher perguntou.
"Kaoru..." Ela abriu sua boca para dizer seu nome de família, mas mudou de idéia. 'Eu não quero que essa moça encontre problemas por minha causa.'
"Eu sou Tae. Sekihara Tae. Você sabe fazer café?"
'Sim, mas tem um gosto horrível. Nem vovô tomaria.'
"Não." Kaoru respondeu.
"Quer que eu mostre como se faz? É fácil com essas máquinas."
"Está bem."
"Você não conversa muito, hein?" Tae sorriu.
"Converso, mas eu estou muito cansada."
"Há um pequeno quarto nos fundos. Eu o uso quando tenho que ficar para fechar a loja. Não é muito seguro estar andando nas ruas tão tarde. Se você quiser, pode tirar um cochilo enquanto eu faço o café."
'Isso e estranho. Por que ela está sendo tão gentil para mim? Ela não me conhece. Eu poderia ser uma ladra.'
"Por que você está sendo gentil?" 'Eu falei isso em voz alta?'
"Eu não sei. Você parece ter passado por momentos difíceis. Eu não sou o tipo de pessoa que vira as costas a alguém." Tae disse, caminhando para os fundos e gesticulando para que Kaoru a acompanhasse.
Era um quarto muito pequeno, mal cabia uma cama. 'Melhor isso que a calçada. Na verdade, muito melhor!'
"Você pode descansar aqui. Eu chamarei quando o café estiver pronto."
"Obrigada, Tae-san."
"Não precisa agradecer." Tae disse, retornando para a frente da loja. 'Por que eu quero ajudar essa garota? Talvez seja porque ela parece perdida. Quando ela acordar, eu vou perguntar a ela sobre sua família. Tenho quase certeza que ela fugiu de casa. Seus pais devem estar preocupados.' Tae pensou.
Kaoru deitou-se, abraçando sua mochila como se fosse um ursinho de pelúcia. 'Gostaria de estar em casa... Mamãe, papai... Estou com saudades. Ela fechou os olhos e não demorou muito para que partisse à terra dos sonhos.
***
'Aquele era um sonho estranho. Quero lembrá-lo antes que me escape da memória. Havia este homem que lutava com uma espada e usava um gi magenta. Ele se parecia comigo. Estava andando por uma rua escura e alguns homens com roupas ocidentais e armas apareceram. Começaram a atirar nele... Mas ninguém conseguiu o acertar. Ele era muito rápido. Não, espere, os cowboys estavam no filme que eu estava assistindo antes de ir dormir. O espadachim na verdade estava ajudando uma garota a limpar um dojo. Ótimo! Sonhei que era uma empregada!
Mas foi um sonho bom. Tranqüilo. Há muito tempo eu não sentia tanta paz dentro de mim. Foi um sonho estranho, mas fez com que eu me sentisse bem. Eu espero ter este sonho novamente... Com algumas mudanças, é claro. Nada de limpeza. Apenas eu e a garota em um dojo vazio. Seria um sonho melhor.'
Ele abriu seus olhos, procurando imaginar que horas seriam. 'Muito tarde. Eu dormi demais.' A televisão ainda estava ligada. Mudou de canal para assistir as notícias enquanto arrumava a cama. 'Eu esqueci de alguma coisa? Sinto como se houvesse esquecido.'
O telefone tocou. 'É isso. Ela irá me matar. Esqueci de ligar esta manhã.'
"Alô."
"Você disse que ligaria." A voz dela soou zangada.
"Desculpe, Tomoe. Acabei de acordar." 'É verdade.'
"Claro. Você deve ter estado fora em um encontro até tarde e esqueceu que deveria telefonar para casa esta manhã."
"Na verdade, eu fiquei acordado assistindo um filme. Um daqueles filmes de cowboys." 'Isso também era verdade.'
"Você nunca gostou de filmes de cowboy, Kenshin. Mas não é a mim que você precisa contar uma desculpa esfarrapada como esta. É a seu filho. Ele o ama e o admira. Você disse a ele que ligaria esta manhã."
'Ela sempre exagera. Mas ela é uma mãe, o que posso fazer com relação a isso? Ela apenas está superprotegendo seu filho.'
"Tomoe, eu prometo que eu o compensarei."
"É bom. Você ficará com ele hoje. Tenho um encontro com Akira. Você sabe como nosso garotinho é com relação a baby-sitters." A voz dela tinha uma nota de divertimento.
Kenshin riu. Havia lembrado um incidente com uma baby-sitter há algum tempo. 'Ela apenas havia virado as costas por dois minutos, enquanto fazia seu jantar.'
"Lembra de quando ele colocou fogo nas cortinas da cozinha?" Kenshin perguntou.
"Pobre garota. Ele a assustou tanto que ela nunca mais será baby-sitter. E nós ainda tivemos que pagar pela terapia dela!" Tomoe riu.
"Que garoto nós temos."
Houve silêncio por um momento. 'Ela deve haver lembrado de alguma coisa. Talvez algo que fizemos todos juntos. Sinto falta disso. Sinto falta de uma família para fazer coisas com.'
"Então... Por que você não está saindo com ninguém?" Ela finalmente disse.
"Como você sabe disso?" 'Tomoe sempre me conheceu melhor do que ninguém. Não posso mentir. Ela sempre conseguiu ver através de mim. É por isso que eu nunca me incomodei em inventar desculpas para alguma coisa que eu esqueci.'
"Você não estaria assistindo televisão tão tarde se você tivesse uma namorada."
"Nunca encontrei alguém como você."
"Desista de procurar. Nesse tempo e com a idade que tem, você não conseguiria estar com alguém como eu por mais de três dias. Não me arrependo de haver sido casada com você. Mas em algum ponto nós tivemos que crescer, ne?"
"Você está certa. Éramos muito jovens e irresponsáveis."
"E agora nós temos nossas responsabilidades." A voz dela tornou a adquirir um tom de aborrecimento. 'Ela acabou de lembrar que eu esqueci de telefonar. Sei que os sentimentos de nosso filho não são tão frágeis quanto ela pensa, mas para ela, ele sempre será seu bebê.'
"Não se zangue comigo. Eu o compensarei hoje." Kenshin repetiu.
"Você sabe que eu não consigo ficar zangada com você por muito tempo. Apanhe-o às sete. Não se atrase, porque eu preciso falar com você."
"Não sei se não tenho uma reunião." 'Seria terrível quebrar minha palavra duas vezes no mesmo dia.'
"Eu falei com sua secretária. Você está livre. Não se atrase."
"Sim, senhora."
"E não o mime."
"Certo. Até mais tarde, Tomoe."
'Já passa das oito. Estarei atrasado para tudo hoje. Não há tempo para tomar café.'
Kenshin entrou no chuveiro. 'Preciso de um corte de cabelo. Estou começando a parecer um hippie. Apesar de que não seria mal... Apenas me demitir do trabalho e vagar pelo mundo.'
***
'Nossa... Eu dormi demais... Ela disse que me acordaria.'
Kaoru espreguiçou-se. 'Que horas são? A julgar pela minha fome, já deve ser hora do almoço.'
Levantou-se, mas se sentiu tonta e caiu novamente sobre a cama.
Era quinta-feira. Ela deveria estar na escola, mas havia faltado aulas nos últimos dias. Pela primeira vez, Kaoru pensou que não voltaria à escola. Permanecer viva era mais importante que isso. É claro, seu avô não iria concordar. Educação era muito importante para ele. 'Vovô... Espero que você esteja vivo... Quem estou enganando? Ele provavelmente morreu. Eles atiraram nele. Eu não quero que ele esteja morto...'
Mais uma vez, seus olhos encheram-se de lágrimas. 'Pare de ser fraca, Kaoru. Pare de chorar...'
"Você está bem?" Kaoru não havia notado a entrada de Tae.
Kaoru procurou enxugar suas lágrimas, mas elas continuaram rolando por seu rosto.
"Converse comigo, por favor." Tae pediu, abraçando a garota. "Talvez eu possa ajudar."
"Você não pode ajudar... Ele está morto."
"Quem está morto?" Tae perguntou suavemente. "Seu pai?"
"Não... Sim."
"O quê?"
"Meus pais estão mortos. Morreram há dois anos."
Tae acariciou o cabelo da garota gentilmente. 'Minha mãe costumava fazer isso quando eu me sentia deprimida. Eu sinto tanto a falta dela.'
Kaoru chorou ainda mais que antes.
"Está tudo bem..." Tae disse. "Chore..."
"Meu avô... Foi ele..." Kaoru disse, entre soluços. "Estou sozinha..."
'Por que estou dizendo isso a ela? Ela apenas sentirá pena de mim.'
"Você tem para onde ir? Algum familiar?"
Kaoru apenas sacudiu sua cabeça.
"Quer trabalhar para mim?"
Kaoru olhou para a mulher mais velha.
"Não posso pagar muito, mas você terá comida e um lugar para dormir." Tae disse.
'Hoje deve ser o meu dia de sorte. Não posso acreditar. Se eu quero ficar aqui? Estou fora das ruas e é isso que me importa. Além do mais, este é um bom bairro, eles não irão procurar por mim aqui.'
"Então, o que você me diz?" Tae perguntou.
"Sim. Obrigada." Kaoru sorriu.
"Agora lave este rosto bonito. Você precisa comer alguma coisa. Então eu lhe mostrarei como fazer café. Você consegue equilibrar uma bandeja?"
"Acho que sim..." 'Mas também sou conhecida como sendo desajeitada.'
"Posso ensinar isso a você, também. Você só precisará praticar um pouco e será ótima."
'Ela é realmente gentil. Imagino porque ela está fazendo tudo isso por mim.'
"E eu preciso conseguir um avental para você. E irei apresentá-la ao resto da equipe. Bem... Três pessoas não é exatamente uma equipe grande, mas nós não precisamos te tanta ajuda assim. O que eu preciso é que alguém que trabalhe no último turno, das cinco da tarde até as onze." Tae estava empolgada. "O resto do dia poderá fazer o que quiser."
***
Kenshin bateu na porta. 'Quase consegui chegar em tempo. Apenas dez minutos de atraso.'
Um garoto, de aproximadamente dez anos, abriu a porta.
"Oi, otou-san. Mamãe está lá em cima, acabando de se arrumar. Ela pediu que você fosse lá." O garoto disse.
"Ei. Você cresceu desde a semana passada?" 'Não é difícil fazer as pazes com ele. Você apenas precisa saber o que dizer.'
"Mesmo?" O garoto empolgou-se.
"Claro." Kenshin sorriu. "Está zangado porque eu não telefonei hoje de manhã?"
"Não. Esqueci disso quando fui para a escola. Você dormiu demais novamente? Eu sei! Você teve um encontro!"
"Oro! Não tive!"
"Está bem... Eu tenho mais vida social que você."
"Vou ver sua okaa-san, antes que ela decida que quer me matar por atrasá-la para seu encontro."
"Ela não vai sair..." O garoto olhou para seu relógio de pulso. "Em quarenta e cinco minutos. Ela disse para você chegar mais cedo porque ela sabia que você estaria atrasado."
"Então arrume suas coisas, enquanto eu falo com sua 'kaa-san."
Kenshin subiu as escadas. 'Esta casa ainda é a mesma. Exceto que eu não moro mais aqui.'
Kenshin bateu na porta do quarto dela.
"Você está atrasado!" A voz dela soou de dentro do quarto.
Kenshin abriu a porta. Tomoe estava de frente para o espelho, acabando de aplicar sua maquilagem, antes de virar para ele, com um sorriso nos lábios. Estava vestindo um longo vestido negro. 'Ela está linda. Ela sempre fica linda com o cabelo para cima desta forma.'
"Eu não estou atrasado. Cheguei cedo, você esqueceu?" Ele sorriu.
"Ah! Vejo que alguém lhe contou sobre meu truquezinho..."
"Você queria me ver e aqui eu estou." 'Como um cãozinho. Se você me disser para rolar e fingir de morto, é o que eu farei. Ninguém consegue lhe negar nada. É uma boa coisa que nós não sejamos mais casados.'
"Akira me pedirá em casamento hoje." 'Pronto. Ela disse. Simples e gentilmente. Sinto-me feliz por ela. Um pouco de inveja dele, mas ela merece ser feliz mais que qualquer outra pessoa. Ele terá que tratá-la direito, senão eu o matarei...
"Ele lhe disse?" Kenshin perguntou.
"Não, mas ser casada com você me fez aprender o quão importante é de se ter um bom relacionamento com as secretárias de seus amores."
"Você pode aprender a vida de um homem por sua secretária, certo?"
"Sim. Como você acha que eu sei que você não está saindo com ninguém?" Tomoe sorriu.
"Parabéns, Tomoe. Desejo a você toda a felicidade do mundo." 'Eu disse. E é verdade. Estou realmente a deixando partir agora. Isto é adeus ao meu primeiro amor, mas eu não me sinto triste. Ela merece a felicidade e eu também. Encontrarei a minha felicidade também, algum dia.
"Obrigada."
"Tenho que ir agora." 'Eu pensei que despedidas deveriam ser tristes.'
"Ah, ele já jantou. Não o deixe comer bobagens! E faça com que ele durma cedo. E não o atrase para a escola. Se ele fingir estar doente..." Tomoe disse.
"Eu sei. Já sei de tudo isso." 'Sempre é assim. Ela tem que dizer todas as suas coisas de mãe, esquecendo que ele também é meu filho e que eu o conheço. Eu sei todos os esquemas dele para não ir à escola. E sei como ele esconde doces sob o travesseiro para os comer à noite. Isso ela não sabe sobre ele.'
"Eu o pegarei na escola na segunda."
"Boa sorte em... Ser pedida em casamento?" Kenshin sorriu.
"Ah! Acabei de lembrar! Se seu filho começar a falar sobre kendo, você sabe o que dizer, certo?"
"Qual é o problema de ele aprender? Pode ser útil no futuro. Para proteção, apenas."
"E se ele se machucar durante os treinos? Não."
'Termos que conversar sobre isso novamente. Se ele realmente quiser aprender, é claro. Não há nada errado em aprender um pouco de disciplina. Kendo poderia fazer bem a ele. Desde que ele não bata na cabeça de ninguém com um shinai."
"Tchau, Tomoe."
"Boa sorte com o pestinha!" Ela sorriu.
Kenshin desceu as escada e dirigiu-se até a porta. O garoto não poderia ser visto em lugar algum.
"Yahiko! Vamos!" Kenshin abriu a porta e o garoto já estava esperando do lado de fora.
"Por que demorou tanto?" Yahiko perguntou. Ele obviamente estava com pressa. "Vamos."
"Por que você está tão ansioso para ir?"
"Akira vai chegar logo. Eu não quero o encontrar." O garoto disse, seguindo para o carro.
'O que já com ele? Está com ciúmes de sua mãe? Ele nunca teve ciúmes de Akira. Eles costumavam estar em bons termos. Com exceção de todas as peças que Yahiko tentou lhe pregar no início para o afastar. Depois, porém, eles aprenderam a conviver um com o outro. Talvez seja simplesmente muito estranho para um garoto ver sua mãe se casar com alguém.
***
'Isto é um sonho. Claro que é um sonho. Tudo isso já aconteceu. Eu estava dormindo em minha cama na casa de vovô. Lembro-me que estava tendo um daqueles sonhos esquisitos, um daqueles sonhos em que você é outra pessoa. Não consigo lembrar o que exatamente eu estava sonhando, no entanto. Meu primo entrou no quarto e me sacudiu.
"Acorde já, mocinha. Eles estão vindo por você!" Ele jogou algumas roupas dentro de minha mochila. "Você precisa ir agora. Não volte. Eles a matarão."
Meu cérebro sonolento levou algum tempo para registrar o que ele estava dizendo. Meu primo foi conversar com vovô, enquanto eu me trocava. Escutei um barulho no portão. Alguém estava o arrombando. Olhei através de minha janela. Foi quando os vi atirar em vovô. Fiquei parada, sem reação alguma.
O primo voltou ao quarto.
"Merda! Você deve se apressar! Vamos!" Ele agarrou meu braço, puxando-me para os fundos da casa. Ergueu-me para que eu pudesse pular o muro.
"Eu os atrasarei. Cuide-se, mocinha." Foi a última coisa que ele disse.
Não sei se o primo está vivo ou não. Ele é um lutador. Está acostumado com este tipo de pessoa. Eu acho que ele deve estar bem. Ele é um sobrevivente, assim como eu. Eu o encontrarei novamente, quando tudo isso houver terminado... Mas eu não sei quando isso vai ser. Eu posso ter que me esconder para sempre. Eu odeio me esconder. Faz com que eu me sinta uma covarde. Mas eu não posso enfrentá-los desarmada... Não tenho nem uma bokken ou shinai comigo... Como posso lutar contra eles? Com cabos de vassoura? Eles têm armas. Odeio dizer o óbvio, mas não sou imortal. Não sou supergirl. Sou apenas uma garota comum.
Gostaria que tudo isso fosse um pesadelo, então eu poderia acordar... Minha mãe iria preparar meu café da manhã. Papai caminharia comigo para a escola. Todos estariam bem e vivos. Vovô também. Eu sinto falta de todos, até daquele primo baka. Se eu o ver novamente, não o chamarei mais de baka. Ele salvou minha vida.
Apenas quero que esse pesadelo termine. Por que ele não termina?
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Vocabulário:
Ne?: não é? Né? (essa era fácil)
Otou-san: pai
'tou-san: pai
Okaa-san: mãe
'kaa-san: mãe
Shinai: espada de bambu.
Baka: idiota.
