Oi, pessoal! Aqui estou eu de novo, teimosa que só... Bom, eu estou muito feliz que esta história (em inglês) atingiu em cinco capítulos a marca de 102 reviews (uma média de pouco mais que 20 reviews por capítulo). É a melhor média que eu já fiz até agora (talvez tenha algo a ver com o fato de que comédia geralmente não recebe a mesma atenção que uma história séria).

Muito obrigada ao pessoal que fez review do último capítulo... Realmente foi um incentivo para continuar traduzindo.

Disclaimer: I don't own Rurouni Kenshin and I never will. But one day, I hope to write fanfiction about my own characters just to say: I OWN THEM!!!!!!!! Well... It's good to dream.

To love you Again

4. Teardrops from Heaven

Entediada. Era exatamente assim que ela se sentia. Havia apenas saído por alguns minutos para comprar um jornal. Já era segunda-feira e ainda não havia nada nos jornais sobre seu avô, ou seu primo. Era estranho que nenhum jornal houvesse imprimido uma linha sequer sobre isso e pela primeira ver ela pensou que alguém poderia estar procurando acobertar o ocorrido.

Ela estava se sentido irritada por não haver feito nada a manhã inteira. 'Eu odeio me esconder... sinto-me uma covarde. Meu pai estaria desapontado comigo.' Kaoru suspirou e apanhou sua mochila. Já havia tirado suas roupas de dentro dela e as colocado no criado-mudo que Tae havia arranjado. Abraçou sua mochila. Era o último presente que havia recebido de seu pai. Tinha quase dois anos, o tempo que seus pais haviam partido.

Kaoru suspirou, antes de colocar a mochila sob a cama. Abriu a gaveta do criado-mudo e olhou para o dinheiro dentro dela. Sabia que Sano era o responsável por isso, porém não sabia como ele havia conseguido o dinheiro. Imaginou se havia sido apostando, lutando, ou fazendo qualquer uma das coisas que sabia que seu primo fazia e que ela preferia ignorar.

Finalmente pegou o dinheiro e o guardou em seu bolso. Apesar de não o querer, ela precisava dele. Quando Sano havia jogado suas roupas dentro da mochila, não havia tomado cuidado de escolher o que havia colocado lá dentro. Kaoru precisava desesperadamente de roupas confortáveis e peças íntimas.

Kaoru saiu do pequeno quarto. Era o turno de Seiji e ele parecia bem ocupado. Tae estava calculando despesas no balcão.

"Tae-san, eu preciso que você me indique o caminho para uma loja de departamentos." Kaoru pediu.

"Você vai sair, Kaoru-chan? Posso pedir um favor? Nós temos um cliente que sempre encomenda café. Você pode fazer a entrega hoje? Seiji-kun geralmente faz as entregas, mas hoje ele está muito ocupado. Há uma loja de departamentos perto do local da entrega e eles sempre dão boas gorjetas ao entregador."

"Eu ainda poderia ir, Tae-san." Seiji havia as escutado conversar. "A garrafa térmica é muito pesada e Kaoru não sabe o caminho."

"Mas você está ocupado, Seiji-kun." Tae disse, gesticulando em direção aos clientes. "Além do mais, Kaoru-chan está indo à loja de departamentos.

"Eu tenho certeza de que eu posso com a garrafa térmica!" Kaoru sorriu confiantemente para Seiji.

"Está bem, Kaoru-san, mas se você se perder, telefone." Seiji disse.

Depois que Kaoru saiu, carregando a garrafa térmica, Tae sorriu para Seiji.

"Fico feliz que você tenha concordado tão rapidamente, Seiji-kun. Eu sei que você precisa das gorjetas para pagar seus estudos."

"Um dia não irá fazer diferença, Tae-san." Seiji sorriu. "Além do mais, Kaoru parecia estar precisando de uma boa gorjeta."

"Isso não é a única coisa que ela precisa." Tae sussurrou, antes de voltar aos seus afazeres.

***

Kaoru seguiu as direções com cuidado, mas ainda assim não conseguia evitar em se sentir perdida. Teve que pegar o ônibus com a pesada garrafa térmica e tomar cuidado extra para não perder sua parada, já que não conhecia aquela parte da cidade.

Quando finalmente encontrou o prédio que deveria fazer a sua entrega, ela teve a estranha sensação de que estava no lugar errado. Na portaria ela perguntou pela pessoa que Tae havia lhe dito para entregar o café e o guarda disse-lhe para tomar o elevador para o 22º andar.

Kaoru sentiu um frio no estômago quando o elevador começou a se mover. Havia muitas pessoas no elevador com ela. Todos usavam um crachá da empresa em suas roupas. O elevador parou em praticamente todos os andares até o 15º e Kaoru encontrou-se sozinha com o ascensorista até o 22º.

Ao descer em seu andar de destino, Kaoru não pôde deixar de pensar como aquele andar era mais quieto que os demais. Entrou na primeira porta à direita, exatamente como o guarda da recepção havia lhe dito, e encontrou-se em uma sala onde uma mulher estava digitando algo em um computador.

"Com licença..." Kaoru começou, aproximando-se.

A secretária parou de digitar e olhou para ela. Kaoru abriu sua boca para falar, mas o telefone tocou.

"Espere um minuto." A secretária disse e atendeu ao telefone.

Desde o início pareceu bem claro que a mulher estava conversando com algum de seus amigos. Kaoru começou a ficar impaciente quando cinco minutos havia se passado e a secretária ainda estava absorta em sua conversa.

"Com licença." Kaoru tentou novamente.

A mulher sinalizou para Kaoru esperar.

"Com licença..." Kaoru começou a levar sua voz, quando uma porta se abriu e um homem ruivo saiu.

"Kamatari, arquive isso para mim. E você sabe que não deve atender chamadas pessoais em seu horário de trabalho." Seus olhos foram de sua secretária para a jovem que estava parada diante da mesa dela.

"Kaoru-san." Ele disse, parecendo um pouco perplexo.

"Olá, Himura-san. Eu não saiba que você trabalhava aqui."

Kenshin sorriu.

"Entre, Kaoru-san. Deixe-me pegar essa garrafa térmica para você. Parece pesada."

Suas mãos se tocaram suavemente quando Kaoru lhe entregou a garrafa térmica. Ela corou levemente pelo contato e entrou no escritório dele.

"Você encomendou café?" Kenshin perguntou a Kamatari, em um sussurro.

"Não." Ela respondeu.

Kenshin suspirou e entrou em seu escritório.

"Você realmente trabalha aqui?" Kaoru perguntou, ela estava diante da janela. "É lindo." Para os padrões de Kaoru, o escritório era enorme. Era decorado agradavelmente, com algumas prateleiras com livros e porta-retratos. Kaoru começou a olhar as fotografias.

Kenshin apenas a observou andar por seu escritório, com um pequeno sorriso em seu rosto.

Kaoru enrubesceu novamente, ao vê-lo olhando para ela.

"Quem é esta?" Ela perguntou, segurando uma fotografia.

"Minha mãe."

"Ela é bonita." Kaoru sorriu. "Você se parece com ela." Ela devolveu o porta-retratos ao local de origem. Segurou outro, em que a mãe de Kenshin estava acompanhada por um homem de cabelo escuro, que parecia muito alto e bonito. Kaoru pensou que ele parecia algo porque a mulher parecia muito pequena ao lado dele.

"Este é seu pai?"

"Não. É o marido de minha mãe."

"Seu padrasto."

"Eu nunca o chamaria assim... Eles apenas se casaram há oito anos."

Kaoru deixou escapar um 'oh'.

'Ela é tão bonita.' Kenshin não pôde evitar pensar, mas então sacudiu sua cabeça. 'Não posso ter esse tipo de pensamento para com ela. Kaoru-san não precisa que eu faça sua vida mais complicada do que já parece.'

"Himura-san?"

"Desculpe, o que foi que você disse?"

"Você está bem? Você parecia muito distante."

"Estou bem, Kaoru-san."

"Quando você me chama Kaoru-san faz com que eu me sinta velha."

"A mesma coisa acontece quando você me chama Himura-san. Sinto como se meu pai estivesse parado atrás de mim. Este era o escritório dele, sabia?"

"Por que não há fotos de seu pai aqui?" Kaoru perguntou, com uma expressão inocente no rosto.

"Não há?" Kenshin perguntou, perplexo.

"Não. Há uma foto de sua mãe e seu padras... Quero dizer, o marido dela, Yahiko, o pestinha, mas nenhuma foto de seu pai." Seus olhos caíram sobre uma foto de Yahiko, Kenshin e uma linda mulher. "Sua esposa?"

"Sim, é minha ex-esposa."

"Ela é muito bonita."

"Sim, ela é."

'Por que ele está me encarando assim? Faz com que eu sinta como se tivesse alguma coisa no meu rosto.' A face de Kaoru adquiriu uma bela tonalidade de vermelho. Era a terceira vez que ela enrubescia àquela tarde e Kenshin não deixou de notar nenhum destes momentos. Sorriu para si mesmo, por ser capaz de fazê-la corar. 'Ela é tão tímida... Isso faz dela ainda mais bonita. Pare de pensar nisso, Himura.'

"Então... Por que não há fotos de seu pai aqui? Vocês brigaram ou alguma coisa assim?" Kaoru perguntou, tentando fazer seu rosto voltar a sua cor original.

"Não. Meu pai morreu quando eu tinha dezessete anos."

"Gomen! Eu não deveria ter perguntado." Kaoru olhou para o chão.

Kenshin riu.

"Está tudo bem. Foi há muito tempo."

Kaoru continuou olhando para o chão, evitando encará-lo. Era muito divertido para Kenshin olhá-la.

"Eu me sinto tão idiota..." Kaoru sussurrou.

"Por que você se sentiria idiota? Você não poderia saber."

"Eu deveria ter adivinhado... Afinal de contas, este é o prédio de Himura Eletronics. Você é Himura... Este era o escritório de seu pai, então...! Kaoru olhou para ele. Kenshin estava sorrindo. Seu sorriso fez com que ela se sentisse mais confortável. "Vocês produzem televisores?"

"Entre outras coisas."

"Computadores?" Kaoru perguntou, inocentemente.

"É bastante recente, mas sim."

"Meu primo gosta de computadores. Então... Você é o Poderoso Chefão aqui."

Ante aquela afirmação, Kenshin não conseguiu evitar em rir. Ela obviamente era o tipo de pessoa que fazia perguntas quando estava nervosa.

"Você pode dizer isso, Kaoru-san. Eu tive que assumir a companhia quando meu pai morreu."

"Mas você era tão jovem..." Kaoru censurou-se mentalmente. Kenshin tinha a sua idade quando seu pai morreu e ela não se sentia tão jovem assim. "Para tal responsabilidade, eu quero dizer..."

"Precisava ser feito."

"Você é uma pessoa corajosa..." Kaoru disse. 'Ele não fugiu... Aposto que se ele estivesse na minha pele, ele também não fugiria. Eu sou covarde.'

Kenshin notou que Kaoru parecia perdida em seus pensamentos. 'Ela provavelmente está se perguntando porque eu estou demorando tanto para pagá-la.' Kenshin caminhou até sua mesa, abriu a gaveta e tirou sua carteira.

"Aqui. Fique com o troco." Kenshin entregou-lhe o dinheiro.

Kaoru olhou para o dinheiro em sua mão.

"É muito." Ela disse, finalmente.

"Eu não tenho troco. Pode ficar. Pague-me café um outro dia e nós estamos quites."

"Obrigada." Kaoru disse, timidamente. "Até outra hora, Himura-san."

"Kaoru-san, espere. Eu só queria dizer que eu admiro sua coragem."

Kaoru piscou, então o encarou, perplexa.

"Por quê?" Ela perguntou.

"Porque..." Kenshin respirou profundamente e então se chutou mentalmente. "Porque você não tem medo de conhecer pessoas e fazer perguntas... Não é qualquer pessoa que entraria no meu escritório e me faria perguntas sobre minha família."

"Oh..." Kaoru não estava entendendo completamente o que ele queria dizer.

"Aposto que nada a assusta. Bem... Talvez algumas coisas a assustem, mas você não deixa o medo governar a sua vida."

"Eu temo demais, Himura-san."

"Não, não é verdade. Posso ver em seus olhos. Você não parece o tipo de pessoa que foge de uma batalha. Você parece o tipo de pessoa que luta até o fim."

"Obrigada, Himura-san." Kaoru murmurou.

"Pelo quê?"

"Por me fazer sentir coragem novamente. Eu precisava disso." Kaoru sorriu, antes de virar para sair.

'Ela é uma pessoa tão interessante... Há algo sobre ela que eu não entendo, apesar de ela parecer tão honesta.' Kenshin suspirou. Ele olhou para a garrafa térmica. 'Agora... O que eu vou fazer com esse café?'

***

'O que diabos eu estou fazendo aqui?' Ela respirou profundamente. 'Bem... Eu já vim até aqui. Eu só preciso entrar rapidamente e ninguém jamais saberá que eu estive aqui.' Kaoru olhou em torno, para ter certeza de que ninguém estava olhando, antes de aproximar-se do portão de madeira do dojo. 'Droga... Eu esqueci... Eu não tenho a chave comigo...' Kaoru recostou-se sobre o portão e ele se moveu levemente. 'Está aberto...' Kaoru sentiu um frio em sua espinha. 'Oh... Eu deixei-o aberto da última vez que estive aqui. Não tive tempo de trancar.'

Kaoru entrou. Tudo parecia perfeitamente calmo e em ordem. Ela entrou na sala de treinamento.

'O dojo de papai. Este lugar tem muitas memórias boas.' Kaoru sorriu para si mesma, pensando em quando seu pai havia lhe ensinado a segurar uma shinai.

"Não, Kaoru-chan. Separe suas mãos. A mão esquerda vai embaixo. A direita vai logo abaixo do cabo. É isso." Ele havia dito e sorriu em aprovação.

'É estranho como eu consigo lembrar dessas coisas. Eu deveria ter seis anos naquela época. Acho que algumas coisas nunca são esquecidas. Ao menos não o que é importante.' Ela suspirou. 'E algumas coisas não serão esquecidas, por mais que eu tente.'

Kaoru pensou como era estranho que tudo parecesse estar em seu lugar. Como se tudo estivesse normal. Apesar de que a última coisa que ela sentia era a sensação de normalidade. O que ela sentia era que não deveria estar ali. 'Vou apenas apanhar uma bokken e sair. Já estou atrasada. Tae-san deve estar preocupada. Tae-san! Eu não pensei nela antes! Eu deveria ter voltado ao Akabeko horas atrás! O que direi quando a ver? Não posso mentir. Além de que... Ela irá pensar que é estranho que eu volte carregando uma espada de madeira, quando tudo que eu queria era comprar roupas.' Kaoru franziu o cenho. 'Eu deveria ter pensado nisso antes.'

Apanhou uma bokken dos suportes na parede. 'Agora eu já me sinto segura.' Ela sorriu para si mesma.

Virando-se, os olhos de Kaoru arregalaram-se e sua boca se abriu em um grito silencioso de surpresa.

***

'Por que ela está demorando tanto?' Tae estava parada na porta do Akabeko. 'Ela deveria ter voltado há horas.'

Seiji havia se voluntariado para procurar por Kaoru. É claro, Tae não havia concordado naquele momento. Tinha certeza de que a garota voltaria logo. Quando o turno de Seiji acabou, ele queria procurar a garota, porém Tae garantiu a ele que ela provavelmente só havia perdido a noção do tempo e que retornaria em breve. Seiji voltou para casa. Naquele instante, olhando o movimento da rua diminuir, Tae arrependeu-se de não haver aceitado a proposta do rapaz.

Os clientes da noite haviam sido resumidos a um pequeno número. Tae olhou com preocupação para o céu. Parecia que iria chover. Seus olhos voltaram-se para a rua, com esperança de ver Kaoru voltando. Ao invés disso, ela viu um homem caminhando para a entrada do Akabeko.

"Himura-san! Graças a Kami-sama você está aqui!" Tae disse.

"Qual o problema, Tae-san?" Kenshin olhou para a mulher com preocupação.

"É Kaoru-chan..."

"O que aconteceu com Kaoru?" Kenshin sentiu seu coração apertar.

"Ela entregou o café na sua companhia?"

"Sim, entregou."

"Ela disse onde estava indo?"

"Não. Por quê?"

"Ela não voltou ainda. Estou preocupada com ela."

"Vou procurá-la."

"Obrigada! Ela deveria ter ido a uma loja de departamentos próxima a sua companhia. Eu acho que ela deve ter se perdido." Tae respirou profundamente. Estava mais aliviada em ter alguém procurando por Kaoru.

Um relâmpago iluminou o céu de Tokyo e antes que o trovão fosse ouvido, Kenshin já havia partido.

***

Um relâmpado iluminou a cena por um momento, dando a Kaoru um vislumbre de seu oponente. Era um homem de cabelo escuro, mais alto que ela, mas isso não significava muita coisa... metade da população do Japão seria mais alta do que ela. Ele parecia familiar, mas ela não conseguia lembrar de onde exatamente já havia o visto antes. Tudo que ela sabia é que ele parecia perigoso e que ele estava bloqueando sua saída. Do lado de fora, a chuva começou a cair fortemente.

Kaoru apertou a bokken em suas mãos, procurando manter seu ki sob controle. Conseguia sentir que não demoraria muito antes que o homem a atacasse, então decidiu tomar a iniciativa.

Atacou, mirando o ombro dele. O homem conseguiu segurar a bokken de Kaoru com ambas as mãos e empurrou-a contra as costelas da garota. Kaoru dobrou-se em dor, mas conseguiu se manter em pé e evitou derrubar sua bokken.

Algo brilhou na mão do homem. 'Ótimo... Uma faca... Já não estava ruim o bastante?' Kaoru procurou permanecer calma. Suas costelas doíam, mas ele se forçou a não pensar na dor. 'Não posso ficar aqui... Se eu não fugir, estarei morta.'

Seu oponente adiantou-se e Kaoru desviou para a esquerda. Sentiu uma dor aguda em seu braço, mas a ignorou, rapidamente atingiu o homem nas costas com sua bokken. Tanto seu oponente, como a bokken, caíram ao chão com a força do impacto. Kaoru correu do dojo, desaparecendo na chuva.

***

'Espero que ela tenha voltado.' Kenshin pensou, estacionando seu carro em frente ao Akabeko. Estava chovendo forte. A distância até a entrada do Akabeko parecia a mais longa que ele já havia percorrido em toda sua vida. Viu Tae se levantando de uma mesa, quando a porta foi aberta. Ela ainda tinha um olhar de angústia no rosto, especialmente depois de ver que Kenshin estava sozinho.

"Nada ainda?" Ele perguntou, apesar de já saber a resposta.

"Talvez nós devêssemos chamar a polícia." Tae sugeriu.

"A polícia não fará nada. Ela não está desaparecida por tempo o bastante." Kenshin suspirou, deixando-se cair em uma cadeira. "Onde ela pode estar? Já passa da meia-noite. E se alguma coisa aconteceu a ela?"

"Você está molhado, Himura-san. Irá pegar um resfriado." Tae deliberadamente mudou o assunto.

"Não é muito." Kenshin disse, olhando para suas roupas molhadas. Alguns fios de seu cabelo estavam grudados ao rosto. Passou as mãos no cabelo, fazendo com que ficasse mais bagunçado do que já estava.

"É minha culpa..." Tae disse, escondendo o rosto nas mãos. "Não deveria ter pedido que ela fosse. Ela não precisava ir tão longe. Se alguma coisa acontecer a ela, é minha culpa. Eu tento ajudar e tudo dá errado."

"Tenta ajudar?" 'Ajudar o quê?' "Isso tem alguma coisa a ver com o café?"

"Sinto muito, Himura-san!" Uma lágrima escorreu pelo rosto de Tae.

'Isso não faz sentido algum. O que ela estava tentando ajudar? Essa conversa está me deixando ainda mais preocupado com Kaoru. Odeio apenas sentar aqui e esperar. Preciso fazer algo.'

"Tae-san, nós deveríamos telefonar para os hospitais." Kenshin disse. 'Apenas para ter certeza. Não sei o que é pior, se ela está machucada e sendo tratada em um hospital, ou se ela está machucada e sozinha em uma rua escura... Ou até mesmo morta.' Ele rapidamente baniu aquele pensamento de sua mente. Ela não poderia estar morta.

"Você está certo, Himura-san." Tae disse, caminhando até o telefone.

***

Kaoru segurou seu braço. Estava latejando. 'Baka, baka, baka... Kaoru no baka. Você deveria ter sabido que alguém estaria vigiando o dojo! Se você fosse um pouco mais esperta, você nunca teria ido lá!'

Estava sentada em um canto escuro. A chuva estava caindo sobre ela, deixando-a molhada e com frio. Involuntariamente, lágrimas escorreram por seu rosto. Era a última coisa que esperava que acontecesse a ela. 'Quando eu pensei que a minha sorte estava mudando, eu precisava fazer algo tão estúpido quanto isso... Ser morta por causa de uma bokken. Nunca deveria ter ido lá. Se eu não ficar mais esperta, eu irei morrer. Já estou sentada aqui há muito tempo.

'Acho que é hora de voltar para o Akabeko. Tae ficará furiosa comigo... Serei despedida...' Kaoru soluçou. 'Fraca. Eu sou fraca. Não deveria chorar. Pessoas fortes não choram.

'Mas o que posso fazer? Meu passado está todo bagunçado e eu não tenho futuro! Acabei de arruinar a minha última chance de ter pessoas se importando comigo... Tae-san não irá me perdoar por isso. Não tenho nada... Nenhum amigo, nenhuma família. A única pessoa que eu posso contar realmente sou eu mesma.'

***

'Já está amanhecendo?' Kenshin moveu-se até a entrada do Akabeko e olhou para fora.

Tae murmurou algo enquanto dormia, o que fez com que ele olhasse para ela. 'Estou mais preocupado com aquela garota do que eu deveria estar. Mas eu não sou o único.' Kenshin abriu a porta e caminhou para fora.

A chuva já havia parado. Kenshin respirou profundamente. 'Onde ela está? O que aconteceu com ela? Ela não deu entrada em nenhum hospital. E por que eu estou tão preocupado com ela? Talvez seja porque ela está sozinha no mundo. Ninguém deveria passar por isso na vida. Todos precisam de alguém.'

Seus olhos vislumbraram algo se movendo. Alguém estava caminhando pela calçada. Kenshin virou a cabeça para ver uma jovem muito pálida, segurando seu braço esquerdo. Suas roupas estavam sujas com a uma tonalidade inconfundível de vermelho: sangue. Kenshin correu para ela.

'Himura-san? O que ele está fazendo na frente do Akabeko?' Kaoru perguntou a si mesma. 'Ele parece tão preocupado.'

Kenshin abraçou-a. 'O quê? Sinto-me tão cansada... Posso descansar agora? Você cuidará de mim?' Kaoru pensou.

"Tadaima." Ela sussurrou, antes de cair inconsciente nos braços de Kenshin.

"Kaoru-dono." Kenshin murmurou.

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Vocabulário
Tadaima: estou em casa.
Baka: idiota
Bokken: espada de madeira
Shinai: espada de bambu
"Kaoru-dono": é como o Kenshin chama a Kaoru. O 'dono', se não me engano, tem o mesmo sentido que o 'san' (senhor/senhora/senhorita), só que é uma forma de muito mais respeito (e um tanto arcaica, se não me falha a memória)
Chan: pequeno, pequena. Quando usado junto a um nome, quer dizer uma forma carinhosa de chamar, geralmente usado com crianças.
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Um dia eu ainda vou revisar o português dessa história... Não hoje, porque eu estou doente, então, se você encontrou algum erro, por favor, apenas pense: "Hana-chan estava muito doente para se preocupar com o português."

Se você leu, por favor deixe um review. =^x^=