Silêncio na Primavera.

Bom, aqui está o capítulo 2 e espero que gostem. Ainda não sei bem que rumo a estória vai tomar, mas acredito que vai ficar bem interessante.  Com relação ao passado de Himura, eu considerei tudo, ou quase tudo sobre a Tomoe. Mas já a parte dos inimigos eu não peguei quase nada, ou nada mesmo. Mas isso não faz diferença...

Ima = Agora.

Sumimasen = Sinto Muito.

Maa... = pode ser traduzido como "Calma aí" ou "espere um pouco"... coisas do tipo.

Futón = tipo de cama japonesa.

Ohayô gozaimasu. = Bom dia.

Mou... = pode ser traduzido como um "meu Deus" ou um suspiro, há vários tipos de tradução para essa expressão.

Wa = harmonia.

Arigatou gozaimashita = obrigado (a) por tudo.

Seppuku = É um ritual que as pessoas realizavam antes de se matar. Primeiro elas entram em transe como se olhassem para o vazio interior e depois rasgavam o ventre (quando não tinham ajudantes) ou faziam cortes em lugares específicos e depois o ajudante cortaria sua cabeça. Antigamente, para os samurais, era uma honra morrer assim. Se uma pessoa estiver iniciando esse ritual e conseguirem tirar a pessoa deste, sua alma muda um pouco, é como se ela tivesse ganhado uma vida nova. Então ela passa a perceber as coisas a sua volta de uma outra maneira... Tudo bem que isso era mais comum entre os Samurais (que nessa época perdiam  importâncias, créditos, digamos assim), isso não quer dizer que pessoas comuns não cometessem seppuku...  mas acho que não há necessidade de falar tanto sobre seppuku, então vou parando por aqui, se não vou acabar escrevendo demais... :op

Bom divertimento.

Capítulo 2 – A História se revela.

         Himura arrastava a garota já fazia um tempo.

- Poderia me largar? Já estamos longe o bastante.

- Você vem comigo. – Continuou segurando o pulso da jovem. – Não quero que fuja.

- Aonde vamos?

Silêncio foi a resposta. Ela se encolheu e parou de andar. Himura fitou a jovem.

- Meu pé dói um pouco.

Ela observou a profunda respiração que o ser ao seu lado deu e se encolheu mais um pouco, querendo se afastar. A lua cheia iluminava o local. Himura pensou em levá-la para Katsura-san e iria fazê-lo, sentia que de certa forma ela sabia demais.

- Não vou fugir.

Ele fitou-a friamente e após um olhar severo largou-a.

- Vamos, falta um pouco. – ele disse recomeçando o caminho.

- Hai. – ela o seguia a um passo de distância, vacilando de vez em quando.

Finalmente chegaram ao local. Katsura-san estava acordado numa reunião com Kinou.

- Tenho certeza do que digo. – Kinou afirmava.

- Eu já tinha reparado nisso. Himura está...

- Sinto muito interromper, Katsura-san. – uma jovem o interrompeu entrando na sala. – Himura-san está aqui, com uma garota. Deseja vê-lo imediatamente.

            Katsura-san suspendeu uma sobrancelha curioso.

- Talvez... – e parou de falar pensativo, estão olhou a garota. – O que está esperando? Mande-os entrar!

- Sim, sinto muito. – Ela se curvou e saiu do quarto.

Himura e a garota entraram na sala, Katsura-san fitou o casal de modo surpreso.

- Uma garota, Himura-san?

- Vejo que finalmente aceitou meus conselhos para que relaxasse! – Kinou disse rindo se servindo de sakê.

- Sente-se.- Himura fitou a Jovem enquanto ela obedecia.

            Após sentar, ela massageou seu tornozelo dolorido.

- Então, o que está acontecendo? – Katsura-san fez um sinal para que Himura se sentasse.

            Todos os encontros e acontecimentos foram contados por ele.

- Bom... isso é interessante. E você, pequena?

            Ela fitou Katsura-san sem saber como agir.

- Conte a sua versão. – ele incentivou.

- Bom... o que Himura... O que Himura-san disse está correto. – ela dizia calmamente. - Venho sido perseguida há um tempo, desde... desde... – ela parou de falar com os olhos cheios de água. Respirou fundo e continuou. – desde a morte de meu pai, acho.

- Acha? – Kinou disse zombateiramente e riu.

            Katsura-san fez-lhe um sinal para que se calasse.

- Qual é o seu nome, jovem?

- K... Kaoru.

- Muito bem, Kaoru. – Katsura-san se espreguiçou. – Conte-nos o motivo de suas inúmeras fugas.

- Eu não sei.

- Como não sabe? Como pode estar sendo ameaçada e tudo mais sem saber o por quê?

            Ela se encolheu timidamente.

- Eu não sei.

            Então escutaram um ruído que foi provocado por Himura. Este tinha, com seu polegar, desencaixado a lamina da bainha. Kaoru estremeceu ao perceber o olhar sombrio do assassino.

- Conte o que sabe. – ele disse, os olhos faiscando.

O Silêncio correu pela sala. Kinou mirou um olhar para Katsura-san que compreendeu a mensagem. Kaoru tinha as duas mãos no chão e seu olhar mostrava uma súplica, um pedido de perdão.

- Juro... que não sei.

            Num movimento rápido Kenshin estava de pé os olhos mais cruéis que nunca. Seu corpo estava tenso, queria sacar a espada e acabar com a garota. Andou de um lado para o outro, a respiração pesada. Sentia um calor, um ódio que corria por seu corpo e então parou.

- Fale o que sabe. – Ordenou.

            A garota ficou em silêncio. Katsura-san fez um sinal a Kinou com as mãos para que não interrompesse, queria ver o que aconteceria. E calmamente observaram.

- Fale o que sabe! – ele gritou. – Você não está sendo perseguida pelos dois grupos mais perigosos do Japão por nada!

            Ela o fitou atônita. Himura queria dar-lhe um tapa pelo seu silêncio.

- Eu... – baixou o rosto para o chão e disse num suspiro – não sei.

            Himura sacou a espada, um movimento apenas e ela estaria morta. Kaoru fechou os olhos com força chorando.

- Não lembro de nada, juro! Se lembrasse talvez não estivesse fugindo... só sei que é um inferno viver fugindo de pessoas que nem sei quem são e fazendo perguntas sobre assuntos que não conheço. Não sei quem são meus amigos então não tenho para onde ir. Talvez... – ela disse se controlando um pouco. – Talvez morrer não seja tão ruim assim.

            Kinou estava impressionado.

- Maa, Himura-san. Não vá machucar a garota.

Com os olhos ainda na garota guardou sua espada. Outra vez o silêncio correu pela sala. Uma brisa fresca acalmou o ambiente.

- Você quer dizer que tem amnésia? – Katsura-san finalmente disse.

            Kaoru balançou a cabeça afirmativamente.

- Isso é o suficiente por hoje. Kasumi-san!

Uma mulher entrou na sala e curvou-se.

- Leve Kaoru para um dos quartos de hóspedes, sim?

- Hai, Katsura-san.

- Amanhã conversaremos.– Katsura fez um sinal para que Kaoru seguisse Kasumi.

            Kinou sorriu após as duas terem se retirado.

- Foi uma cena interessante.

- Mande espiões imediatamente para descobrir tudo que possível sobre a garota.

Kinou saiu da sala apressado. Himura sabia que Katsura-san iria querer sua presença por enquanto, então esperou enquanto Katsura estava enterrado em seus pensamentos. "É um fato. Seu conflito está cada vez mais difícil de suportar. Nem mesmo as lembranças de sua amada Tomoe o acalmam. É... – ele balançou a cabeça afirmativamente para si mesmo – Himura precisa de paz interior. Uma nova bainha, talvez? Não... não daria certo. Não de novo. Talvez deva dar-lhe menos trabalhos... é isso! Ótima idéia.", Katsura se animou e então percebeu que demorou muito tempo com seus pensamentos. Kenshin Himura fitava-o sem expressão, mas era provável que pudesse estar entediado.

- Sumimasen. Não sei por que salvei a garota. Talvez...

- Iyé, Himura. – Katsura-san disse fazendo um sinal para que se acalmasse. – Kaoru, como você disse, sabe demais, mesmo que não lembre. Acho, talvez, que sei do que se trata. Mas não falarei sobre isso agora. Kaoru ficará conosco e não tem permissão para partir. Com relação a isso, você é o encarregado de zelar por sua segurança e cuide para que não fuja.

- Hai.

            Apesar de Kenshin ter aceitado o trabalho (ele não poderia negar mesmo, né?), Katsura-san sabia que ele definitivamente não o queria.

- Amanhã eu partirei. Em três semanas, os quero aqui. – e calmamente escreveu num papel um endereço. – Mas se algo acontecer, podem ir quando quiserem. Compreende?

- Hai.

            Katsura pensou por um momento.

- É só isso, por agora. Procure descansar um pouco.

Kaoru estava olhando para o céu escuro, se perguntando que rumo sua vida tomaria. Deu um longo suspiro.

- Kaoru-san... Procure descansar, sim? Você parece um pouco doente. – Kasumi disse com um sorriso.

- Sim. Estou bem, arigatou gozaimashita.

            Kasumi já tinha se retirado fazia um tempo. Kaoru finalmente tirou os olhos da noite e notou que alguém tinha entrado no quarto. Alguém que não estava nada feliz.

- Meu lenço. Onde está? Você o pegou? – Himura estava transtornado.

            Kaoru o fitou assustada.

- N...não. Não sei que lenço é esse.

- Não minta para mim!

             Ele se aproximou empurrando-a na parede.

- Juro que não peguei. – ela disse num apelo.

            Ele fitou-a se lembrando de todos os lugares pelos quais passaram. E saiu sem dizer nada. Kaoru trêmula tentou se acalmar e caminhou para seu futón. Demorou muito, mas finalmente foi vencida pelo cansaço e apagou.

- Ohayô gozaimasu, Kaoru-san. – Kasumi disse jovialmente se curvando.

- Ohayô, Kasumi-san. – Kaoru fez uma reverência.

- Acho que você dormiu bem, né? Já passa das nove.

- Mou... – Se espreguiçou. – Melhor levantar, né?

            Passavam silenciosamente pelo corredor quando Kaoru resolveu perguntar qual era o quarto de Himura. Kasumi apontou para uma shoji.

- Mesmo com seu jeito de ser, você simpatiza com ele, né?

- Eu? Não... não.

            Kasumi riu ao ver o rosto de Kaoru corar um pouco.

- Sabe, Himura-san saiu transtornado ontem, foi até a cidade e voltou muito depois. Chegou muito tarde, foi descansar agora pouco. Estranho, né?

"Ele foi procurar o lenço que perdeu na fuga... foi culpa minha.", Kaoru se desligou de seu pensamento e sorriu para Kasumi.

- Hai.

Para se ocupar, Kaoru se oferecia para ajudar de vez em quando em tarefas simples como ajeitar as flores, ajudar a preparar as refeições (o que não deu muito certo...) e etc. Seu instinto dizia para ficar longe de Himura por enquanto, para sua própria segurança e Wa. Poucos dias tinham se passado, Kasumi tinha partido também por ordens de Katsura e Kaoru se sentia sozinha, não tinha com quem conversar.

- Como assim a garota sumiu? – Hiru-matsu explodia de ódio. – Era uma tarefa simples! A garota nem sabe quem ela é! Seu incompetente!!!

- Senhor, peço permissão para cometer seppuku imediatamente. – o vassalo se curvava.

- Permissão negada. Você não merece essa honra. – ele pensou um pouco. – Ache-a! E depois mande os ninjas atrás dela. Entendido?

            Mais alguns dias se passaram. Himura estava observando Kaoru no Jardim. Ela estava quieta observando de perto uma flor laranja. O vento soprava fresco e o sol brilhava forte. Himura e Kaoru não trocaram uma palavra sequer desde a outra noite. Então ele se descobriu caminhando até a jovem. Ela se levantou em alerta ao perceber que ele estava bem próximo. Fitou-o com curiosidade e ao mesmo tempo receio.

Himura desembainhou a espada e avançou, cortando a garota com uma facilidade estrema. Kaoru jazia ali no chão, pequena e fria.

- Himura-san... - uma voz o despertou de seu sonho, era o jardineiro. – Onde está Kaoru? Gostaria de lhe dar essas sementes.

            Kenshin olhou ao redor e não a encontrou. Correu até o quarto da jovem e nada. Com sua mão na espada correu para fora da casa indo a direção as árvores que estavam um pouco distantes logo após a longa relva verde. Não acreditava que a garota tivesse coragem de fugir, pois em todos os lugares havia assassinos esperando por ela. Esperava encontrá-la caminhando calmamente como da outra vez em que ela sumiu, mas algo dizia que desta vez era diferente. Teria a garota fugido? "Ela não ousaria...". Enquanto corria pôde ver ao longe Kaoru correndo em sua direção, pensou em parar de correr e esperar, mas ao prestar um pouco mais de atenção viu que teria que alcançá-la o mais rápido possível. A garota veio mais uma vez trazendo problemas. O que ela era? Um imã para inimigos?

Havia mais ou menos uns 40 ninjas correndo atrás delas, abertamente, escondidos nas matas laterais ou nas árvores. E mais uns 30 estavam ainda atrás das matas. Um dardo vermelho acertou-a nas costas. Kaoru viu Himura se aproximando com rapidez, mas sua esperança se esvaia conforme sua visão ia ficando turva. Não acreditava que Himura fosse capaz de lutar com 70 ninjas, tudo o que via agora era o brilho vermelho de seus cabelos. Kaoru estendeu os braços na direção de Himura enquanto corria, e quando finalmente o alcançou já quase não tinha sentidos.

- Sumimasen, Himura-san.

            Himura deixou-a se apoiar nele, já que em breve cairia.Tirou o dardo de suas costas e sacou sua espada, 5 ninjas estavam ao redor. Dois morreram facilmente pelas mãos de Himura. A grama começava a beber o sangue que se esvaia dos corpos. Kaoru se deixou cair. Com liberdade agora, Himura se empenhou em acabar com os outros três que o atacavam, tendo o cuidado para que não machucassem Kaoru. Com um golpe determinado cortou duas cabeças e o terceiro veio atacando cegamente. A espada perfurou sua garganta descendo para o tórax.

            Agora os outros ninjas estavam mais próximos, não poderia lutar sozinho com aquele batalhão todo, ainda mais sem árvores no meio com as quais pudesse usar como escudo. Kenshin olhou friamente para o grupo e fitou Kaoru inconsciente no chão. Uma brisa correu suave, só que nela havia uma sombra... que ansiava por mais mortes.

Continua...

Bom, espero que estejam gostando da história. E me perdoem por este capítulo, sei que está muito pequeno. Estou cheia de idéias para os próximos capítulos, muita coisa ainda está por vir. Idéias, sugestões, críticas... são bem vindas, ok? Estou falando sério, podem mandar para mim! Bom... até a próxima! Matta ne!!

Chinmoku