Silêncio na Primavera.

Muito obrigada pelos r/r. Eles realmente significam muito para mim. E eu gostaria de dizer que sinto muito, mas pelos rumos que o ffic está tomando, eu achei melhor mudar a classificação para R. Perdão pelos transtornos!

Nani ka = O que foi? O que?

Sumimasen = Sinto muito.

Dareka? = Quem é? Quem está aí?

Kisama = Seu maldito!

                                                      

Capítulo 6 – Fatos.

Himura e Kaoru partiram, pouco depois de o sol nascer, para Otsu. Estavam subindo uma montanha já fazia uma hora e meia. Chegando ao alto Himura parou e ficou observando a paisagem.

- Descanse um pouco. – Disse sem tirar o olhar do horizonte.

            A jovem que o acompanhava pacientemente, sorriu em consentimento. Battousai não parecia nem um pouco cansado, seu rosto mostrava paz e calma. Ventava muito ali, ele fechou os olhos para sentir melhor o frescor do dia. O sol estava um pouco fraco devido à névoa que sobrevoava a região. Algumas nuvens passavam apressadas por cima deles. Deviam ser umas duas horas.

- Himura-san, o que faremos quando chegarmos em Otsu?

- Não estamos indo para Otsu.

- Não? – O olhar confuso de Kaoru pedia explicações.

- Vamos, ainda falta o que andar hoje.

            Não se passaram cinco minutos que retomaram a caminhada e o ar começou a ficar estranho.

- Himura-san...

- Nani ka?

- Por que faz uma cara estranha quando eu o chamo assim?

            Ele parou por um momento a caminhada, sem ao menos olhar para a garota que estava a uns dois passos atrás dele. Permaneceu em silêncio por uns poucos segundos e recomeçou a andar. A jovem recomeçou a segui-lo. A estrada se dividia em dois com um caminho para se seguir em frente e outro para a direita. O caminho da direita levaria a um vilarejo que estava próximo, mas Himura escolheu seguir em frente.

- Talvez... – ela disse enquanto andava – Battousai seja melhor, né?

            O Silêncio continuou a responder.

- Você gosta do seu trabalho?

            As perguntas de Kaoru soavam inocentes e sem fundamentos, mas havia uma esperteza por trás delas que seria difícil de se notar.

- Por que faz tantas perguntas? – ele por fim perguntou.

            Os olhos da jovem mostraram exclamação mas logo se acalmaram.

- Bom, é para passar o tempo. Estamos desde cedo na estrada e nada conversamos, até agora. Você gosta de ter que viajar sempre?

- Depende. Se você for ficar me enchendo de perguntas o tempo todo, - ele disse calmamente - a resposta teria que ser "não".

- Sumimasen. – Ela respondeu e nada mais falou.

             Estavam contornando o alto da montanha agora. De um lado da estrada havia um penhasco de pedras. Do outro, uma floresta. Um homem passou correndo desesperado por eles mas nada falou. Kaoru continuava em silêncio e Himura podia sentir seus olhos azuis cravados nele. Perguntou-se no que ela estaria pensando, se estaria com raiva, ou não.

- Kenshin. – Ele se ouviu dizer.

            Os olhos de Kaoru que agora estavam baixos, se levantaram numa exclamação nada contida.

Ela sorriu.

- Ken... shin. – Sussurrou para si mesma.

            A caminhada pareceu ficar mais leve e fácil de aturar. A montanha recortada fazia a estrada criar muitas curvas fechadas. Passaram-se quinze minutos e Himura se deu conta de duas coisas: O nervosismo de Kaoru e um Ki poderoso de alguém que estava muito próximo, e definitivamente não estava sozinho. Himura parou de andar, analisando a situação. Pouco a sua frente uma curva fechada para a direita e vindo dela, os homens. O Tempo que tinha só o permitiu puxar Kaoru para dentro da floresta.

- Espere! – Veio um grito da estrada logo que entraram na floresta.

            Himura puxava Kaoru o mais rápido que podia.

- Você vai ficar aqui em silêncio. Não faça nada estúpido.

            E sem ao menos um aviso ele a segurou pela cintura e a arremessou para o alto de uma árvore. Lá em silêncio ela permaneceu. Observou Battousai observar o jovem que tinha corrido atrás deles. Seu cabelo era da cor cinza e era um pouco comprido e preso num alto rabo de cavalo, como o de Himura. Kaoru sentia seu coração bater violentamente, achava que a qualquer momento o rapaz olharia para ela ao escutar o barulho que vinha de seu peito. Himura tinha sua atenção toda concentrada no jovem, os olhos faiscando num dourado intenso como Kaoru não via desde... hum... desde o incidente no quarto.

- Apareçam! – Disse o jovem sorridente. – Tenho certeza de que o que vi não foi uma miragem.

            Na estrada principal podia se ouvir uma agitação crescente. Um homem entrou na floresta e se aproximou do jovem.

- Seta-san, - o homem fez uma mesura – Hiru-Matsu e seus capangas acharam Battousai e a garota! Devem estar próximos daqui.

- Isso é interessante. – ele sorriu – Por que não vamos lá cumprimentá-los?

            Então eles caminharam rumo a estrada, e antes de se afastar por completo, o jovem mirou mais uma vez com atenção o lugar onde Kaoru estava, mas nada pôde ver. Himura esperou até o grupo se afastar e se voltou para a garota.

- Desça daí. – Disse autoritariamente.

            Ela não respondia, olhava estaticamente para a estrada. Chamou-a numa voz mais alta, tirando-a do transe. Ela tremia sem entender o que acontecia.

- Desça.

- Eu... – Tentou desajeitadamente descer.

- Falta pouco para chegarmos ao vilarejo.

            Ela acenou que sim e tentou acompanhar o ritmo do homem a sua frente. O sol estava se pondo e o clima esfriou rapidamente.

- Quarto para dois?

            Himura acenou que sim. Kaoru sentiu o sangue subir-lhe involuntariamente pelo rosto ao escutar as risadinhas das duas adolescentes que estavam ali perto. Uma sorria maliciosamente para a outra, imaginando que eles eram um casal. Himura ignorando a cena puxou Kaoru para junto de si, e sentiu-a estremecer.

- Relaxe um pouco. – Ele sussurrou em seu ouvido para que ninguém mais ouvisse.

            Então Himura conduziu Kaoru até o quarto.

- Seus incompetentes!! – Explodia Hiru-Matsu  – Eles não estão aqui!!

- Isso é verdade. – Uma voz sombria veio de uma sombra no canto da sala onde estavam.

- Quem é você? – Hiru-Matsu perguntou com a mão já na bainha de sua espada.

            O Homem das sombras estava fumando. Soprou a fumaça rindo com satisfação.

- Dare ka? Kisama!!

            A risada gélida do homem correu pelo quarto abafando o som da respiração desesperada de Hiru-Matsu.

- Acho que você sabe muito bem quem eu sou... – O homem deu uma tragada em seu cigarro e o arremessou em Hiru-Matsu. E por fim, saiu das sombras.

A resposta de Hiru-Matsu à aparição do Homem foi uma exclamação de Terror em seu olhar.

- Saitoh. – Hiru-Matsu manteve o controle e até deu uma risada sarcástica. – Finalmente saiu da toca.

- Sabe, você atrapalha muito os meus planos. Se o seu capanga inútil não tivesse invadido no outro dia, eu teria Battousai... e a garota. – Saitoh estava perigosamente calmo. – Saiba que ao contrário de você, não preciso me esconder em "tocas".

            Ambos se encaravam, os olhos fixos no do inimigo. A tensão aumentava cada vez mais. Hiru-Matsu respirou fundo como quem está preste a gritar.

- Não pense em chamar seus capangas... nesse momento eles já estão mortos.

- Hikaru, pegue-o! – ordenou sem se voltar para os vassalos que estavam mais atrás..

            O silêncio respondeu o comando. Ao olhar para trás Hiru-Matsu observou os dois corpos dos capangas que estavam com ele na sala. Ao lado dos corpos um jovem simpático limpava sua espada.

- Conheça Okita-san, Hiru-Matsu. – Saitoh disse cordialmente.

            Okita sorriu ao sentir o sangue de Hiru fervendo.

- Kisama... – sussurrou, as mãos tremendo de raiva e a mente gritando por uma solução.

            Nesse momento sons agitados vieram do lado de fora da casa..

- Por favor, vá ver o que está acontecendo.

- Hai, Saitoh-san!

            O Jovem saiu.

 Sabendo que sua derrota era clara, Hiru-Matsu resolveu atacar cegamente. Saitoh deferiu o golpe e sacou a espada. Sentia os músculos ficarem tensos, sentia os golpes sendo efetuados com perfeição. Uma excitação crescia em seu íntimo, era uma pena que a batalha seria tão... curta. Se ao menos fosse Battousai quem estivesse ali...

 Hiru-Matsu era um amador que precisava morrer, pensou Saitoh. Sua espada estava animada para o combate e não teve pena em rasgar o ventre do inimigo sem piedade.

Do lado de fora da casa uma outra batalha aconteceria, outro grupo inimigo estava rondando pela região. Okita sabia que Seta estava por perto, e desejava saber quando finalmente chegaria o dia em que lutariam. Saitoh apareceu por trás de Okita e observou a cena. Todos estavam agitados. Afinal o grupo que estava perigosamente perto era liderado por nada mais nada menos que Shishio.  A morte estava solta nesta noite, executava todos que deslizavam um pouco do caminho. A paisagem negra era iluminada apenas pela lua e pelas tochas de fogo que alguns homens seguravam.

- Muita calma, Soijiro . – Observando que os olhos de Seta brilhavam intensamente em ansiedade, Shishio resolveu interromper os pensamentos do rapaz. – Em breve você terá a luta, muito em breve.

Ele sorriu simpaticamente como sempre. – Hai, Shishio.

- Veja o pânico tomando conta dos pobres capangas de Saitoh. Sim, eles sabem que estamos por perto. E temem uma guerra.

Seta agora permanecia em silêncio, a mente num turbilhão de pensamentos.

- Kaoru e Battousai não estão mais aqui. – Disse um espião que se aproximou rápida e furtivamente.

Shishio respirou fundo demonstrando um pouco de impaciência. – Diga-me algo que eu ainda não saiba.

O homem estremeceu. – S..sim. Parece que eles partiram recentemente. Eles devem ter partido no máximo há dois dias.

- Agora sim. Veja o que mais consegue descobrir, sim?

O espião fez uma mesura e sumiu na escuridão. Shishio observou o olhar de Soijiro.

- Eu não entendo. Como ela pôde se deixar capturar por... – Fez uma pausa e então falou bem baixo – Battousai?

- Vamos voltar. Precisamos conversar sobre algo que você ainda não sabe.

Todos partiram em uma direção e Shishio e Seta partiram a cavalo em outra com uma pequena escolta. Chegaram ao esconderijo que era nada menos que uma mansão. Yume esperava pacientemente no salão principal.

- Então? – Perguntou ansiosa.

- Soijiro e eu precisamos conversar. Por favor providencie uma sala e chá para nós, sim?

Isso queria dizer que nem tudo saiu como o planejado.

- Mas é claro. – Ela fez uma mesura e saiu polidamente.

Shishio fitou o ser que estava ao lado. O rosto sempre sorridente e inexpressivo. Yume voltou dizendo que estava tudo pronto.

A noite estava quente apesar da brisa fresca. Os seres noturnos cantavam sua melodia irrompendo o silêncio noturno.

- Entende o que acabei de dizer? – Shishio sorveu um pouco de chá.

Soijiro não demonstrou surpresa alguma, no entanto, o homem que o observava sabia que estava surpreso.  Shishio contou as "novidades" para Seta. Contou que Kaoru tinha sido pega por Hiru-Matsu e depois por Okita e seus homens. Contou também que ela fora torturada e que agora sofria de amnésia. Yume permaneceu muda ao lado de Shishio.

- Soijiro... – Shishio perguntaria novamente se tinha compreendido, mas Seta interrompeu-o.

- Hai, Shishio. Compreendo. Como Kaoru conseguiu fugir, acabou sendo pega por Battousai. E... – Um estalo veio em sua mente. – Shishio, quando o homem disse que eles partiram?

- No máximo há dois dias. Descobriu alguma coisa?

Soijiro se levantou e arrumou sua espada. – Passamos por eles na estrada. Como não percebi isso.

- Vai sair agora? – Yume rompeu seu silêncio.

- Hai. – Ele sorriu. – Matta ne, Shishio.

- Ja matta.

Shishio e Yume observaram Soijiro sair da mansão.

- A insanidade ocupa cada vez mais seu coração. – Yume diz se encostando com ternura em Shishio.

Continua...

Bom, espero que tenham gostado! Ah, sim! Como podem ver, eu mudei um pouquinho a aparência do nosso querido Soijiro-san! Kiááá!  Se bem que a única coisa que fiz foi deixar o cabelo dele um pouco maior, né?

Sugestões, comentários, críticas? É só falar comigo. Obrigada de novo!

Matta ne!

                                   Chinmoku