Silêncio na Primavera.
Sumimasen!! Eu juro que não era minha intenção demorar tanto para atualizar o fic. Mas sessha teve uns probleminhas de saúde e depois vieram as festas de ano novo, e não tive tempo de escrever! Gomennasai!!
Doomo = Obrigado (a).
Enjo = Ajude
Onegai = Por favor - No caso, usei onegai yo. O "yo", usado no final da expressão, serve para dar certa ênfase.
Shitsurei shimasu = Com licença.
Damare = Cale a boca.
Nani ka? = O que? O que foi?
Arigatô Gozaimashita = Muito obrigado.
Himura se viu sendo caindo de costas na água do ofurô, com a garota por cima dele. O que ela estava fazendo? Kaoru emergiu da água com um olhar ainda não visto por Himura. O homem observou-a se aproximar lentamente, sentiu os toques da jovem em seu pescoço. E foi quando ele se viu agarrando-a num intenso beijo.
Capítulo 8 – Um nome.
Himura se descobriu sendo coberto por água. Tinha cochilado no ofurô. Olhou ao redor. Tudo estava normal e silencioso, não havia sinal da garota. No entanto, ainda sentia os toques de Kaoru em seu corpo. Após vestir um kimono leve de dormir se dirigiu à sala principal. Kinou estava lá.
- Kinou, vigie Kaoru esta noite.
- Eu já disse que não vou fugir. – Uma voz feminina soou.
Kaoru fitou Himura com angústia.
- Você não confia em mim, não é mesmo?
Ele ignorou as palavras magoadas da jovem.
- Sente-se bem, Himura? Está suando...
- Oh... – Kinou baixou o recipiente de chá e olhou curioso – está vermelho também... – Deu um suspiro. – O calor da paix...
- Faça o que pedi, sim? – Himura virou as costas e abandonou o local, ignorando Kinou.
Kaoru a pedido de Kinou se juntou para tomar chá com ele.
- Estava conversando com Kasumi-san. Faz tempo que não a via.
Kinou sorveu um pouco de chá. – Vocês brigaram?
- Não, Kasumi-san teve que...
- Não... você e Himura.
- Oh. – ela fez uma pausa e desviou o olhar para seu chá. – Bom... ele anda diferente ultimamente, né? Meio... instável.
"Além do mais, eu não ajudei muito para melhorar sua Wa, né?" – Pensou.
- Compreendo. – Kinou sorriu.
No dia seguinte, o céu estava nebuloso. O sol não apareceria. Himura acordou deitado em um futón. Seu kimono estava meio aberto e seus cabelos soltos. "O que diabos aconteceu aqui? – Olhou para o teto e suspirou, era diferente do habitual estar deitado assim. O que havia em sua cintura, um peso? Um braço?!? Ao prestar um pouco mais de atenção viu que Kaoru estava deitada ao seu lado, e que um de seus braços estava apoiado em cima dele. – O que aconteceu aqui? Não lembro de nada. – então um nome veio em sua mente. – Kinou...". Já estava começando a amaldiçoá-lo quando a voz de Kinou interrompeu seus pensamentos.
- Você pediu que eu cuidasse dela, mas foi ela quem cuidou de você.
Himura observou o rosto de Kaoru com atenção. Parecia tão cansado e triste.
- Você passou a noite delirando de febre. Kaoru zelou por você a noite toda, fazendo compressas de água para baixar a febre, dando-lhe chá... Ela apagou faz pouco tempo. Não agüentou.
- Não lembro de nada.
Kinou riu. – Ainda bem que não. Você se mataria se conseguisse lembrar o que fez.
Battousai o fitou sério e pensativo. "O que eu fiz?"
Na noite passada, Kaoru sentiu que Himura estava estranho desde cedo. E antes de se dirigir para seu quarto, resolveu falar com ele. Ao chegar na shoji de seu quarto, como de costume, chamou por ele. Não houve resposta. Então resolveu abrir a shoji. Viu Himura encostado na parede, como sempre. Sua respiração estava pesada e seu rosto muito corado. A jovem se aproximou com cautela.
- Himura-san...
Sua mão se aproximou lentamente até encostar-se ao rosto de Himura. A pele macia de seu rosto estava fervendo. Kaoru encostou ambas as mãos no rosto dele.
- Himura, acorde. Acorde.
Não houve resposta.
- Kinou-san! Enjo, onegai yo!
Chamou não muito alto para não acordar a casa toda. Kinou apareceu com a mão quase sacando a espada. Ele fitou Kaoru abraçando Himura e tentando deitá-lo no futón. Kinou ajudou-a a deitar o Hitokiri no futón.
- Vou buscar água e umas toalhas. – ele disse saindo do aposento.
- Doomo.
Enquanto Kinou não chegava com a água, Kaoru soltou do rabo-de-cavalo os cabelos ruivos de Himura e arrumou-os numa posição confortável. Seu rosto estava corado e seus lábios vermelhos devido ao calor de seu corpo. Kinou entrou apressado no quarto e entregou a Kaoru pequenas toalhas brancas e um recipiente com água. A Jovem dobrou as mangas de seu Gi, e mergulhou uma das toalhas na água. Torceu-a bem e depois foi deslizando-a de leve pelo rosto de Himura. Também fez compressas por seu pescoço e pela parte superior de seu tórax.
- Você deve estar cansada, viajou o dia todo. Não quer que chame Kasumi ou alguém para cuidar dele?
- Iyé, doomo. – ela sorriu. – Se quiser ir dormir, tudo bem. Não se preocupe comigo.
Kinou se retirou do aposento. Tempo depois a febre pareceu ter baixado um pouco. Kaoru lutava para não adormecer. Sentia uma admiração por Himura e um carinho que não sabia de onde vinha. Perguntava-se o motivo de estar se preocupando com ele.
- Ken...shin... – Sussurrou ao fazer uma carícia no rosto do homem.
E para sua surpresa uma mão segurou a sua, não com agressividade como era de costume, mas com delicadeza e ternura. Kaoru fitou perplexa a mão de Himura que ainda segurava a sua, então seus olhos deslizaram para os de Himura. Estavam abertos, ele tinha acordado.
- Kenshin... sente-se melhor?
Seu olhar continuava sério e ao mesmo tempo diferente, ele parecia mergulhado no olhar da jovem. Então seus olhos se fecharam. A mão segurou a de Kaoru por um tempo, até relaxar por completo. Tinha dormido de novo.
- Ora, se isso não é interessante!
A jovem pulou ao escutar a voz de Kinou do outro lado do quarto.
- Pensei que tinha ido dormir.
- Iyé.
Kinou tinha trazido chá, mas não ficou mais que alguns minutos. Voltou para o quarto junto com o sol, observou um pouco pela shoji entreaberta e depois entrou no quarto. Kaoru apagara há cinco minutos.
Kinou sorriu. – Desta vez não fiz nada!
- Kinou...
- Enquanto você fica aí confuso, eu irei comer algo. Matta ne.
E Himura se viu sozinho com Kaoru no quarto. Ele deitou-a numa posição mais confortável e a fitou por um tempo, sua respiração era hipnótica. Afastou do rosto uma mecha de cabelo rebelde.
- Arigatô... gozaimashita.
E então deixou o aposento, fechando a shoji silenciosamente.
O vento fresco do outono soprava com insistência, trazendo consigo lembranças desconhecidas. Kenshin saiu do jardim e voltou para a casa, era hora de falar co Katsura-san. Kinou tinha consigo a presença de Kasumi, conversavam alegremente quando ele se deu conta de que Himura sumira já fazia um tempo.
- Ele está com Katsura-san.- Kasumi desse-lhe servindo mais chá.
Kinou se levantou e foi em direção à sala onde provavelmente estariam. A shoji estava em sua frente. Kinou hesitou por um momento, antes de abri-la.
- E por quê quer levá-la para a casa particular? – A voz de Katsura encheu o vazio do ambiente.
- Para fazer o que bem entender com Kaoru.
- Hum, compreendo.
Kinou entrou polidamente no aposento.
- Bem, Himura, faça o que quiser. Hiru-matsu está morto e as informações já não são tão importantes.
Ele fez uma pausa pensativo.
- Não que essas informações não sejam importantes. Na verdade, seriam úteis os seus conhecimentos. – Suspirou – Todos perdidos... Shigata ga nai, né?
- Então posso levá-la?
Katsura assentiu. – Hai, assim que quiser.
Uma forte trovoada correu pelo céu anunciando o temporal que seguia.
- Bom, é melhor que vá quando essa tempestade passar, né?
- Oh, - Kinou não se contendo de curiosidade finalmente resolveu falar. – Vai se divertir com a garota?
Kenshin lançou-lhe um olhar negro.
- Maa, é que vocês têm se dado tão bem que pensei que finalmente...
- Shitsurei shimasu.
Himura cortou os comentários de Kinou com essas palavras e deixou o aposento.
- Falei algo errado? – Kinou
Seta prosseguia cautelosamente com seu plano, estava no encalço de seu alvo, ou melhor, num dos seus alvos. Shishio deu carta branca para Soijiro realizar seus feitos. Estava chovendo impiedosamente, Himura observava Kaoru de longe. A jovem conversava animada com Kasumi enquanto fazia sua refeição.
- Ora, veja... que visão. – Kinou sentou-se ao lado de Himura. – Sakê?
- Hai, doomo.
- Himura, quando faço os comentários sobre a garota, não é por mal. – Disse seriamente fazendo Himura quase acreditar em suas palavras. – Mas ela é um bom partido, né? – Quase... esse comentário foi o suficiente para Kenshin decidir ignorar as palavras de Kinou, ou pelo menos tentar, né?
- Kinou? – Himura perguntou com a voz calma.
- Nani ka?
- Damare. – Disse ainda calmamente.
Kinou fez uns dez segundos de silêncio. – Aposto que sua pele é macia como a de um pêssego.
Nesse momento Kaoru ajeitou uma mecha de seu cabelo.
- E aposto que seus cabelos são macios e cheirosos. – Kinou riu – cheiro de rosas, talvez.
Ele riu mais alto. Himura permanecia calmo, estava diferente hoje. Estava tão calmo e tão em paz que não sentiria a cólera que normalmente os comentários maldosos de Kinou causam nele.
- Ela é tímida. Dizem que as tímidas são as melhores.
Kinou continuou a falar coisas de Kaoru para Himura, na tentativa de deixá-lo com pensamentos sobre ela. Himura quase riu, não precisava das palavras de Kinou para perceber Kaoru ou seus gestos e beleza. Isso, ele já conhecia muito bem.
E foi quando Kaoru sentiu os olhos daquele ser fitando-a. Ela pôde sentir o sangue subir-lhe a face. E surpreendeu-se quando o viu, incomodado, desviando o olhar.
- Kinou? – Himura perguntou.
- Nani ka?
- Damare.
Himura decidiu ficar olhando a chuva, já que Kinou não se continha. Era hipnotizante o som da chuva. Estava bem frio, e era possível ver no alto das montanhas uma densa névoa que escorria em direção ao chão, serenamente. Himura estava perdido em seus pensamentos. Queria muito lembrar da noite passada, mas por mais que tentasse, não conseguia. Ele estava com um cheiro diferente, e sabia que aquele odor pertencia à jovem Kaoru.
- Doozo? – Veio a voz feminina da jovem dos seus pensamentos.
Himura fitou-a. – Hai.
Os dois ficaram observando a chuva por um longo período. Kaoru fechou os olhos e respirou fundo o ar frio. Ficou assim por um tempo, de olhos fechados. Ao abri-los se deparou com o penetrante olhar de Himura, que a fitava com curiosidade. O olhar do assassino tinha um brilho místico, e por incrível que pareça, puro e inocente. Aquele brilho dourado fazia Kaoru ver o quão belo era aquele anjo da morte. Os cabelos da cor do fogo contrastavam perfeitamente com a cor de sua pele. Kaoru sacudiu a cabeça, levemente, mirando novamente a chuva a fim de espantar seus pensamentos.
Saitoh estava impaciente com a perda de Kaoru e Battousai.
- Okita?
- Hai, Saitoh-san?
- Encontre nossos informantes e descubra o paradeiro de Battousai.
Okita sorriu e saiu do aposento.
- Kaoru... – Saitoh suspirou. – em breve nos encontraremos de novo. – Ele riu. – E será um encontro muito agradável.
Mais um dia de chuva se passou, a calmaria era sedutora e aconchegante. Por fim, pela noite, a chuva cessou. Na manhã seguinte, Himura levaria Kaoru até a casa privada.
A viagem seguiu calma e rápida. A Casa não era tão distante assim. O lugar era agradável e cercado por gigantescas árvores. O jardim era belo e bem cuidado, uma vez por semana alguém vinha cuidar das plantas. Ao lado da casa, um dojo.
- Kenshin, por quê viemos para cá? – Kaoru observava o local.
Ele aproximou-se da jovem e olhou fundo em sua alma. Aquele silêncio gélido a incomodava,
e muito. Então num sussurro rouco ele disse que em breve ela saberia. O vento soprou fazendo um ruído seco nos bambuzais.
- Venha, vou preparar algo para comermos. – nesse momento ele já andava em direção a casa.
- Ahm, você não quer que eu cozinhe?
- Iyé. Doomo. – Himura já conhecia o gosto da comida de Kaoru, e sabia que não era gostoso de se comer.
Kaoru não cozinhou, mas pôde ajudar um pouco.
- Kenshin... – ele disse enquanto picava alguns legumes. – Você me chama assim agora.
- Você não gostava muito de Himura-san, né?
Ficaram em silêncio por mais alguns segundos.
- Você também tem se referido a mim por meu primeiro nome. Não me chama mais de "aquela garota".
Eles estavam comendo o almoço feito por Kenshin. Kaoru surpreendeu-se pelo quão boa estava a refeição.
- Você tem um segredo. – Ela disse de repente.
Himura ignorou seu comentário. Afinal de contas, quem não tem?
- Você deseja muito contar esse segredo para alguém, mas não o faz.
- Você, - Himura disse. – tem segredos importantes para a melhoria do Japão. Se recuperasse sua memória, os contaria para mim?
Kaoru emudeceu, sabia em seu íntimo que por vontade própria não poderia contar. Ou poderia?
- Compreende, agora? – Himura observou-a. – Então não me peça que lhe conte meu segredo.
- Eu não...
- Sei o que está fazendo. – Interrompeu-a.
O silêncio caiu novamente sobre eles. Tempo depois de terem comido, Kenshin se dirigiu até a jovem. – Vamos, está na hora.
Segurou-a pelo pulso até o lugar desejado. Entraram dentro do aposento. Kaoru escutou Himura trancando a porta do aposento e estremeceu. Já tinha alguma idéia do que ele estava planejando.
Então num sussurro Himura perguntou se ela estava pronta.
Continua....
O que será que nosso querido Mr. Battousai está planejando?!? Esperem para ver, hihihiii!!
Sessha gostaria de agradecer pelos elogios e comentários.
Matta ne,
Chinmoku
