Silêncio na Primavera.

Perdoem-me pelo último capítulo, sei que foi muito pequeno. Sessha demorou muito para atualizar a fic porque sessha estava corrigindo erros de outros capítulos. Um exemplo: "Saitoh sacou a escada". Bom, isso seria interessante, mas com certeza não era uma escada que ele usaria, né?!? Eu sempre leio muitas vezes cada capítulo antes de colocá-lo no ar para que não haja erros, mas sempre acabo passando por cima de alguns. Por isso, perdoem a demora para as atualizações. Ah, sim! Eu escrevi o nome do Soujiro Seta como Soijiro e o da Yumi como Yume. E só recentemente vi o meu erro. Sessha não corrigirá os nomes da fic. Perdoem-me!!

Daijobu desu ka? = Você está bem?

Ohayô = Bom dia.

Arigatô = Obrigado (a).

Capítulo 11 – Decisões.

         Kaoru corria e corria, utilizando ao máximo suas últimas energias. Até quando Jihi a seguiria? E foi então que ela se deu conta de que já fazia algum tempo que Jihi não gritava seu nome ou palavras coléricas. Seu coração se aliviou, Jihi não mais a seguia. Ela tentou imaginar o motivo, não veio um sequer em sua mente. O que teria acontecido? Queria voltar e ver Kenshin Himura, mas não podia ignorar o alerta de seu coração. Talvez, o perigo ainda não tenha passado. Continuou a se afastar, caminhando agora. Horas se passaram e Kaoru continuava a andar.  Observava tudo com cautela e precisão. A noite estava próxima e o frio aumentava. Exausta, Kaoru se deixou cair. E deixou sua tensão se dissipar, suas lágrimas escorriam em grandes quantidades.

- Aoshi-sama!!

            Misao observava tudo ao seu redor na esperança de encontrar Aoshi. Foi então que ela viu uma jovem em posição fetal, chorando e soluçando sem parar.

            Preguiçosamente, Kaoru abriu os olhos e viu uma jovem de cabelos trançados se aproximar. Ela colocou uma das mãos no ombro de Kaoru. Seu olhar era preocupado.

- Está tudo bem com você?

- Estou bem, não se preocupe comigo.

            Misao viu os machucados de Kaoru.

- Você está machucada, não gostaria que eu cuidasse de seus ferimentos?

- Doomo. – Kaoru se encolheu, lágrimas novamente escorrendo em sua face. – Por favor, não toque em mim.

            Misao se perguntava o que poderia de tão ruim ter acontecido àquela jovem.

- Compreendo. – Ela fitou o céu e suspirou. – Está tarde para continuar minha busca. – Mentiu. – Se importaria se eu passasse a noite aqui com você?

            Kaoru fitou-a e limpou suas lágrimas. – Ahm, acho que não. Pode ficar.

            Misao sorriu.

- Bom, vou fazer uma fogueira, está esfriando muito.

            Kaoru permaneceu quieta observando a menina de tranças acendendo a fogueira.

- Sabe, com o clima úmido e chuvoso é difícil acender a fogueira, mas... – As faíscas aumentaram e o fogo apareceu. – eu sempre consigo fazer uma boa fogueira!! – Disse animada fazendo o sinal da vitória com a mão direita. – A propósito, meu nome é Misao.

- Eu me chamo Kaoru.

            Os olhos de Misao aumentaram e a garota ficou quieta e pensativa por um momento. Depois voltou a falar.

- Não é muito, mas eu tenho algo para comermos. E pelo que posso ver...

- Não se preocupe comigo, não quero comer. – Kaoru gentilmente cortou Misao.

            A noite caiu silenciosa sobre a região.

- Por acaso você não viu um homem alto e bonito, andando por aqui? – Os olhos da jovem brilhavam tanto que pareciam estrelas. Ambas as mãos estavam encostadas em seu próprio rosto, que tinha um enorme sorriso estampado. – Ai, ai! Aoshi-sama!! – Disse tentando conter sua felicidade.

- Bom, - Kaoru disse meio sem jeito. – Tenho certeza de que não vi ninguém.

            Misao desenrolou um bolinho salgado.

- Tem certeza de que não quer um?

- Hai, arigatô. Não tenho fome.

- É uma pena que não tenha visto o Aoshi-sama, isso me ajudaria muito. – Disse mordendo seu bolinho. - Eu não sei se estou na trilha correta. Sabe, estava seguindo-o, mas o perdi de vista alguns dias atrás. – Ela fechou os punhos com força e falou bem baixo: - Queria quebrar a cara dele, está sempre fazendo isso comigo! – Ela sacudiu a cabeça. – Mas ele é tão... Kawaiiiiii!!!

            Kaoru ergueu uma sobrancelha. A garota parecia ter um parafuso a menos, pensou, mas logo sacudiu esse pensamento de sua mente. Afinal, Misao era apenas uma jovem que tinha uma vida normal e feliz, né?!?

            Elas acabaram dormindo, ou melhor, Misao acabou dormindo. Kaoru estava quieta pensando. Lembrou-se das insistências de Misao para fazer curativos. "Não posso pensar em mim quando... quando ele pode estar sofrendo. Ken...shin! Não morra, por favor!". Kaoru só conseguiu dormir quando se deixou vencer pelo cansaço.

            Mais cedo, nesse mesmo dia Kinou chegou ao local onde Himura e Kaoru estavam. Seu coração se acelerou. O lugar estava quieto demais, mudo. Nem os pássaros cantavam. Kinou sentiu o ar pesado. O ruído de seus passos era dolorosamente alto. E finalmente chegou ao dojo. Sangue... corpos retalhados...

            Kinou arregalou os olhos. A cena era deplorável. Viu Himura caído aos pés da porta do dojo.

- Himura! Himura! – Arrancou o dardo que estava no pescoço do Hitokiri.

            Kinou procurou por ferimentos mais graves. Não havia um. Himura havia sido envenenado.

- Não pode...não...

            Então, Kinou percebeu que aquele ser envenenado ainda respirava.

- Daijobu desu ka? Daijobu desu ka?

            Não houve resposta. Kinou carregou Kenshin para um dos aposentos da casa. Não havia condições de transportá-lo para outro lugar. E deixá-lo ali, bom... seria muito arriscado, né?

            Kinou arrancou o Gi de Himura, deixando seu tórax exposto. Virou o enfermo de bruços e colocou em suas costas uma toalha bem molhada. Saiu do quarto para ir até a sala para pegar suas coisas. Pegou o que precisava. Retirou a toalha das costas de Kenshin e fincou pequenas agulhar com cuidado e precisão em pontos específicos de suas costas. Infelizmente, Kinou não sabia que tipo de veneno havia sido usado. Não poderia dar um monte de ervas para Himura, isso seria arriscado. Teve que se contentar com a acupuntura.

            "Que bom que trouxe o material do Chiryousha. – pensou – Que bom que ele me ensinou algumas coisas, né?".

            Quando a noite caiu, Himura já não parecia tão pálido e doente. Parecia estar apenas dormindo. Kinou achou isso estranho, Himura estava melhorando de forma muito rápida. Curativos foram feitos nos pequenos ferimentos de Kenshin. Kinou o fitava sério, "Onde está Kaoru?".

            Soijiro chegou à mansão de Shishio.

- Nós a perdemos. – Disse normalmente.

- Você tem certeza disso, Seta?

- Jihi disse que a havia matado e Battousai estava morto. Ele não pôde protegê-la. – Seta parecia normal, o rosto continuava simpático e sorridente.

- Battousai, morto? – Shishio se serviu de sakê. – Tem certeza?

- Eu o vi estirado no chão, foi envenenado com dardos.

- E Kaoru?

            Nesse momento Yume entrou no aposento e se sentou ao lado de Shishio.

            Seta ficou quieto por um momento. – Não achei seu corpo.

- Compreendo. – Fez uma breve pausa. - Vá descansar, conversaremos amanhã com mais calma.

            Seta saiu do ambiente e Shishio sorriu.

- Ora, veja. Isso é um bom sinal.

            Yume o fitou.

- Ela pode estar viva ainda.  Jihi foi encontrado correndo pela floresta. Bom, – sorveu um pouco de sakê com satisfação. – ele provavelmente estava atrás dela, não acha?

            Yume assentiu com um sorriso.

- Mas, por quê não contou isso para ele?

            Shishio respirou fundo antes de responder.

- Soijiro está no seu limite, querida Yume. Se tivesse dito o que acabei de lhe contar, ele provavelmente correria para procurá-la.

            Yume o serviu de um pouco mais de sakê.

- Seu coração está sofrendo e sua mente se enfraquece, mesmo que ele não demonstre. Vamos esperar para ver o que vai acontecer. O tempo é escasso, e tem passado com muita rapidez.

- Hai.

            O dia seguinte amanheceu pálido e frio. Finas camadas de nuvens, brancas como o algodão, corriam apressadas pelo céu. Era época de mudanças. Kaoru acordou, o corpo parecia muito pesado.

- Ohayô, Kaoru. Está melhor?

- Uh? Oh, sim. Doomo.

            Misao já estava pronta para partir. Caminharam juntas por uns poucos momentos.

- Gomennasai, não fui muito gentil com você ontem, né?

- Não se preocupe, sei que muitas coisas devem ter acontecido.

- Arigatô, Misao. Você foi muito legal. Boa sorte em sua busca.

- Para você também.

            Elas se curvaram polidamente.

- Bom, eu tenho que ir por aqui. – Misao apontou o dedo numa direção. – Cuide-se!

            E assim elas se separaram. Kaoru continuou andando. Perguntava-se para onde iria. Chegou a pensar em ir até a casa de Katsura-san e pedir ajuda para ele ou para Kinou. Mas... e se ela encontrasse os inimigos no meio do caminho?  Sentia-se angustiada. Caminhou por horas. O sol estava alto mas não era suficiente para esquentar a região. Em breve o outono acabaria.

            Kinou continuava observando Himura, que dormia profundamente. Tentou acordá-lo, para fazê-lo beber algo, mas sua tentativa foi em vão.

- O que deram para você, Himura? – Suspirou.

            O fim da tarde se aproximava. Kaoru tinha andado em círculos pelas duas últimas horas. Como seguiria adiante se não sabia para onde queria ir. Depois de um tempo sentiu uma vontade de correr, agora sabia o que tinha que fazer. Sabia, o que queria fazer. Poderia ser tarde demais, mas ao menos tentaria, sem ao menos se importar com os riscos. Ela observou o céu por um momento. A luz do sol fazia faixas brancas que desciam do céu de forma bela e clara, parecia o próprio sinal da esperança. E seu coração se alegrou. Chamaria Katsura-san e Kinou. Sim, eles ajudariam. Não seria tarde demais, ela correria. Sim, a noite toda se preciso. Kaoru sorriu, precisaria ser forte. Ela se virou e começou a correr na direção correta. O ar frio deixava seu rosto pálido e seu rabo de cavalo se soltou, nada poderia fazê-la desistir, ou melhor... quase nada.

- Kaoru... – Veio uma voz fria.

            Ela fitou o dono da voz e estremeceu.

- Deixe-me só! – Kaoru disse sem ter certeza do que faria a seguir.

- Sabe que não posso fazer isso. Não tenha medo de mim.

- E não tenho. – Ela recuou.

            O Homem avançou um passo.

- Então... por quê está fugindo de mim?

- Eu... tenho coisas a fazer. – "Preciso ver Katsura-san ou Himura morrerá". Sua mente gritava para ser rápida se quisesse que Battousai vivesse. Não poderia perder tempo.

            O Homem pareceu não estar com muita paciência.

- Vá embora! – Kaoru pegou um galho grosso de madeira. – Não quero lutar com você!

            Mal ela disse isso e se viu sendo atacada. O Homem a agarrou velozmente e Kaoru viu tudo escurecer.

- Eu também não.

            Ele observou a jovem que estava bem ferida e fraca. Carregou-a facilmente e seguiu seu caminho.

            A Floresta parecia sussurrar. Todos os seres se viram  intrigados com o que estava acontecendo. E o destino que parecia tão certo há alguns momentos, tornou-se incerto. O que era esperança por um momento se tornou pesadelo. Nuvens negras estavam vindo do Norte, fato nada comum para a época. O céu estava tão negro do lugar de onde vinham que parecia que tudo havia acabado, que as tempestades durariam para todo o sempre e que o mundo estaria fadado a uma vida sofrida e sem futuro. Havia alguma coisa mística naquelas nuvens, alguma coisa que se perdia no ar. Sim... era época de mudanças, que muito em breve viriam acontecer. 

Continua...

Juli-chan – Acho que você não precisa mais ficar preocupada com a morte do nosso querido Battousai, né? Obrigada pela r/r!!

Kaoru  - Doomo!! E antes de parar de escrever seu fic (já que vc está pensando nisso), pense nas pessoas que estão gostando dele. Eu vi que você tem um monte de pessoas que estão adorando sua fic, né?!? Não desista!! :op

                                               Chinmoku.