Silêncio na Primavera.

Ora, ora! Perdoem-me pela demora! Sessha ficou completamente sem inspiração depois da luta do Okita com o Seta. Foi um sacrifício escrever esse capítulo. – Deve estar muito ruim, mas eu precisava acabar logo com a fic, né?!  Obrigada pelas r/r, foi muito interessante escrever um ffic para mais de uma pessoa. Vocês estiveram sempre me incentivando e dizendo o quanto gostaram e tudo mais... estou muito grata por isso! Doomo arigatô gozaimasu!

Capítulo 16 – A história se repete.

         O futuro chegou tão rápido que se misturava com o presente. Em alguns pouquíssimos dias o destino mudaria para um caminho sem volta. Os três viajantes caminharam pela estrada deserta e pálida por um dia inteiro. Tudo o que se via era aquela brancura que se estendia ao infinito.

- Mou... – O vento gélido feria o rosto de Kaoru.

            Kinou olhava atentamente para os lados, sentia-se inquieto.

- Por que parece que tem algo errado acontecendo?

             Ele parou de andar e fitou a paisagem com atenção. Kaoru fez o mesmo e ficou em silêncio, quase prendendo a respiração na esperança de escutar algo.

- Acho que é só impressão. – Ela disse recomeçando a caminhada. – Kenshin, espere! – Apressou um pouco o passo.

            No meio da noite chegaram a uma pequena cidade e foram direto para uma pousada.

- Sumimasen, só temos um quarto disponível..

- Pois ficaremos com esse. – Kaoru disse.

- Mas dois homens e uma jovem em um quarto será um...

- Escute: todos estão dormindo e está nevando lá fora. O que as pessoas hospedadas aqui pensam pouco me importa,- Ela fez uma pausa e sorriu friamente. - além disso, elas só saberão se você contar, né?

            A mulher ficou um pouco desconcertada.

- Pois bem. - Ela se virou e fez um sinal para que eles a seguissem.

            Já estavam instalados no quarto já fazia algum tempo. Kinou e Kenshin já haviam comido e Kaoru estava terminando sua refeição.

- O que faremos amanhã? – Ela perguntou fitando os homens.

            O silêncio correu como resposta.

- Kenshin, o que o faz ter tanta certeza de que quando chegarmos até Katsura-san ele já não estará morto?

- Katsura-san não se deixará vencer assim, facilmente. – Kinou respondeu olhando o céu pela janela. – Isso é mau sinal... noite sem estrelas.

            Kaoru estremeceu ao se lembrar de todas as coisas ruins que haviam acontecido quando a noite veio sem estrelas. Ficou quieta com suas perguntas martelando-lhe a mente. Kinou já havia dormido e Kenshin apesar de parecer estar dormindo ainda estava acordado.

- Por que está tão preocupado? – Ela disse de modo quase inaudível. – Katsura vai estar bem. Chegaremos a tempo.

- Não é isso. – Ele continuava de olhos fechados.

            Ela fitou-o e disse suavemente. – O que é então?

            Himura abriu os olhos e fitou-a inexpressivo. – Algo não se encaixa... não sei o que é.

- Você acha que... – Kaoru emudeceu por um momento. – Esqueça... não é nada.

            Sim, agora ela tinha certeza de que algo estava errado. Não era apenas sua impressão, Himura também sentia a mesma sensação estranha.

- Por que o mensageiro não foi morto junto com os outros? – Ela disse antes de dormir sabendo que Himura escutaria e pensaria sobre o assunto.

            Ela se deixou envolver pelo cansaço e dormiu um sono leve porém tranqüilo.

            Himura acordou poucos momentos após o nascer do sol. Silenciosamente ele saiu do aposento e mirou o céu nebuloso. Sentiu o vento frio envolver-lhe o corpo. "Não pude encontrar Katsura-san. – Ele se lembrava das palavras ditas pelo mensageiro. - Saitoh matou vários de nossos homens."

- Deve ter ventado muito de madrugada, não acha? – Uma voz conhecida soou despertando-o de seus pensamentos. – Ontem o céu estava limpo.

            Kenshin permanecia em silêncio. Ele observou a jovem caminhar para fora da casa e juntar-se a ele.

- Você está preocupado. – ela disse – Até trouxe sua kodachi.

- Por precaução. 

- Oh, entendo. – Ela olhou para o chão e mexeu a neve com um pé.– Nevou bastante, né?

- Hai.

            Um breve silêncio correu por eles até que Kaoru resolveu quebrá-lo.

- Acha que Katsura-san está bem?

            Kenshin fitou-a e antes que pudesse responder foi interrompido por Kinou.

- Ohayô.

- Ohayô, Kinou. Dormiu bem?

- Hai, Kaoru. Doomo. – Ele esfregou as mãos para espantar o frio. – Quando partiremos?

            Já estavam na estrada há umas três ou quatro horas. Estava nevando muito e o frio era desconfortável.

"Não pude encontrar Katsura-san. Saitoh matou vários de nossos homens.", as palavras do mensageiro ainda corriam pela mente de Himura. Tentava se lembrar da cena com detalhes, na esperança de descobrir a peça que faltava."Não pude encontrar Katsura-san. Saitoh matou vários de nossos homens."  Na estrada principal, apareceu um entroncamento à direita, por onde continuaram a seguir. Estavam bem perto e já estavam dentro do terreno de Katsura, era uma questão de tempo agora. A estrada subia a montanha que estava à frente dos  viajantes. A neve parou de cair e os únicos ruídos que quebravam o silêncio mortal do lugar eram os passos dos viajantes na neve fofa. Kinou parecia mais tenso.

- Não saberemos se alguém passou por aqui recentemente, uma vez que nevou toda a droga da noite!

- Tenha paciência, Kinou. – Kaoru pousou uma das mãos no ombro de Kinou. – Katsura vai estar bem.

            Ele forçou um sorriso tentando esconder sua frustração e respirou fundo. A estrada parecia não ter fim, e quando parecia era apenas porque havia uma curva fechada mais à frente. As árvores despidas e a neve que as cobria criavam o cenário frio do inverno.

            A estrada se dividia em dois agora.

- Vamos descansar um pouco.

- Por qual lado nós seguiremos? – Kaoru perguntou olhando as opções.

- Iremos pela esquerda. – Battousai encostou-se a uma árvore.

- Oh. – Ela olhou para a estrada que subia pela esquerda e depois olhou para a da direita. – O que há lá?

- Um penhasco. Poderíamos ir por lá se não estivéssemos com pressa. O caminho é um pouco mais longo.

            A jovem acenou que sim e emudeceu. Uma tensão estranha pareceu cair pelo local.

"Não pude encontrar Katsura-san. Saitoh matou vários de nossos homens."

            Algo pareceu estalar na mente de Battousai, o mensageiro estava mais que nervoso e suava frio, sua inquietude era óbvia. Como pôde não perceber isso antes?!? Via-se claramente que ele estava mentindo.

- É uma emboscada! Fomos traídos! – E ao olhar para seus companheiros viu que eles já haviam desembainhado suas espadas.

- É... acho que já sabemos. – Ela disse mirando ambas estradas.

- Isso vai ser interessante. – Saitoh sorria para si mesmo ao ver a onda de guerreiros que descia ao encontro de seus inimigos.

            Saitoh mirou homem que estava caído ao chão e se aproximou levantando-o rudemente.

- Vamos, está na hora.

            Ele sorriu, os olhos frios escondiam uma insanidade nada contida. Katsura mostrava todo o seu descontentamento com um simples olhar.

- Ora, Katsura! Não me olhe assim. Hoje é o dia em que nosso querido Battousai... morrerá!

- Você sonha, seu lunático.

            Katsura observou-o respirar profundamente como se estivesse desapontado.

- Sabe, suas palavras me cansam.

            E sem mais demora, Saitoh arrastou-o para fora da casa. Estava excitado, finalmente chegara o dia pelo qual tanto ansiava. Caminharam apressadamente com uma escolta de uns cinco guerreiros. Desceram um pouco mais a montanha e avistaram as três vitimas. Saitoh observou com satisfação a cena. Kaoru e Kinou estavam avançando pela outra estrada e Battousai logo atrás, cuidando para que não fossem atacados por trás. E foi então que os olhos de Battousai se encontraram com os de Saitoh.

- Vê aquilo nos olhos dele, Katsura? É esperança, Battousai acha que pode salvar você.

            Saitoh empurrou Katsura ao chão e fitou Himura ao longe.

- Isso é apenas o começo. – Ele disse sabendo que Himura não escutaria. – E depois que acabar com você, será a vez de Kaoru.

            Kenshin viu-o fazer um sinal para que fosse até ele. Saitoh disse, aos guerreiros que estavam ali, que tentassem impedir a subida de Himura e logo depois arrastou Katsura para o alto da montanha em direção ao penhasco.

            Pelos caminhos vinham vários guerreiros. Kaoru e Kinou avançaram abrindo caminho pela esquerda, matando velozmente os que ficavam em seu caminho.

- Isso parece não acabar nunca! – Kaoru fincou sua katana em um homem. – Onde está Kenshin?

            Ela viu uma cabeça ser cortada por Kinou, e se surpreendeu pela seriedade do homem. Nunca o viu assim antes.

- Deve ter ido pelo outro caminho.

            Kaoru sentia suas mãos doerem. O frio dificultava os movimentos e a neve cansava mais. Na outra estrada, Himura avançava rapidamente. A espada era erguida velozmente com a lamina virada para seus oponentes, causando a morte dos que recebessem o golpe que cortava o ar e atacava junto com a terra.

            Kinou e a jovem conseguiam subir mais velozmente agora.

- Kaoru, suba o mais rápido que puder e salve Katsura-san!

- E você? Não posso deixá-lo aqui sozinho! – Ela gritou de volta girando sua Katana e se defendendo de um ataque.

- Confie em mim! Vá, por favor!

            Ela fitou-o e se perguntou o que ele tinha em mente, mas não havia tempo para pensar nisso. Então ela concordou e pulou para cima de uma árvore e avançou velozmente escondida no meio das adormecidas árvores.

            Kinou recuou alguns passos, fitando os inimigos que se aproximavam, e desembainhou sua kodachi.

- E ao encontro da morte caminham tão facilmente.

            Ele cruzou as espadas com as pontas viradas para o céu e pressionou-as, uma contra a outra. Os inimigos pararam, confusos com a posição de ataque de Kinou.

- Isso parece... a dança das rosas! – Um deles exclamou.

- Não pode ser, ninguém nunca conseguiu aprender essa técnica.

            Kinou sorriu maliciosamente. – Tem certeza?!?

            Ele descruzou as espadas com força, na direção dos inimigos. O ar passou cortando-os com fios de fogo. Aterrorizados os guerreiros continuaram a lutar, mas incertos de que venceriam. E Kinou era um homem só...

            Kaoru havia chegado até a casa. Correu por cada um dos cômodos procurando por Katsura-san. "Kenshin foi pela outra estrada, então..."

            Ela se apressou para descer pelo outro caminho, mas teve alguns imprevistos. Nada com que não pudesse lidar.

- Veja o seu destino! – Saitoh apontava para o penhasco à frente.

- Kisama!!

            Katsura tentou reagir e acabou caindo inconsciente ao chão. Saitoh fitou-o desapontado, não era interessante matar Katsura se ele não estivesse consciente.

- Saitoh...

            Ele se virou e viu quem tanto ansiava por encontrar.

-Battousai, finalmente chegou o dia, - ele sorriu umedecendo seus lábios com satisfação – em que acertaremos nossas contas.

            Saitoh desembainhou sua Katana e apontou-a para Kenshin, deixando sua mão livre correr pelo lado da lamina. O primeiro ataque veio e Himura defendeu-o desembainhando apenas metade de sua espada. Recuou embainhando-a e rapidamente atacou girando-a em S.

            Os ruídos das laminas se enfrentando ecoavam pela região, e nem mesmo o sussurrar do vento poderia abafar o canto que a morte fazia correr e dançar por ali. Kenshin caído, vendo Saitoh atacar, defendeu-se com sua kodachi. Sangue...

            Ele viu Saitoh erguer-se e perfurá-lo.

"O tempo anda muito estranho. Descontente, talvez." -  Himura derrubou Saitoh e sua espada se apressou em perfurá-lo. – "Sumimasen, Himura-san, por fazê-lo perder seu lenço" – Saitoh rolou pelo chão e chutou-o. – "Sinto-me melhor perto de você." – Battousai recuou contra-atacando usando ambas espadas num corte diagonal, ferindo Saitoh. – "Por que você quer que eu me lembre de coisas assim?" - um vento gélido soprou do norte - "Há um traidor entre nós". – Eles se atacaram mutuamente, e travaram suas mortais companheiras.

- Desista Battousai!

            Kenshin se viu perfurado. E tudo pareceu ficar distante e irreal.

            "Então, você é o que faz chover... uma chuva... de sangue"

            O tempo pareceu parar, Himura então sentiu o que era ser perfurado daquele jeito.

- KENSHIN!!! – Kaoru estava correndo ao longe.

- Você vai para o inferno! – Saitoh disse puxando sua espada, satisfeito consigo mesmo.

            Himura fitou-o. Saitoh viu os olhos de Himura brilharem, e viu algo em seus lábios que se parecia muito com um sorriso.

- Então... eu te vejo lá!

            Battousai usou sua kodachi, cortando o ar ao mesmo tempo em que sua katana avançou atacando por cima. Saitoh se viu obrigado a recuar.

- Agora conheça o grito do dragão! – Disse fincando sua katana no chão, que começou a rachar.

            Saitoh, que estava na beira do penhasco se viu cair.

            A neve fria abraçou o corpo quente e ferido de Himura.

- Kenshin!

            Ele sentiu Kaoru abraçando-o. Kinou se aproximava ao longe e hesitou um pouco ao ver a cena. Limitou-se a ajudar Katsura-san.

- Resista, por favor. – Ela dizia tentando se controlar.

            Himura sentiu uma carícia de Kaoru em seu rosto e segurou sua mão.

- Sumimasen, Kaoru. Watashi wa... anata... o aishiteimasu.

            E o vento carregou para longe suas palavras. Kaoru olhou amargurada para a poça de sangue que se alastrava belamente pela alva neve. Sim, o fim havia chegado. Kaoru ficou com Kenshin enquanto ele ia embora aos poucos. O vento soprou numa tentativa de um consolo frio enquanto o céu chorava pela separação sofrida que aqueles corações estavam sofrendo.

- Você está bem?

- Hai, Kinou. Arigatô gozaimasu. – Katsura estava sentado observando Kaoru ao longe com Himura. – E mais uma vez a História se repete.

            Kinou foi ao encontro de Kaoru.

 - Parece que o motivo pelo qual tanto lutamos está cada vez mais longe de ser atingido. E ao invés de paz, conseguimos mais guerra, mais sangue... Por isso, - Katsura-san disse levantando-se - lutaremos mais arduamente! Sim, para um futuro melhor... para um Japão mais seguro.

            Ele observou Kinou chegar mansamente até Kaoru e pousar sua mão em seu ombro. Kaoru virou-se e deixou-o abraçá-la.

- E quem sabe, para um futuro onde o sofrimento não seja mais tão necessário.

            Continua...

            Antes que vocês pensem que sou louca ou sádica, saibam que não sou, viu?!? – Chinmoku desvia de algumas pedras que foram atiradas por leitores (as) indignados (as) e faz o sinal da vitória com uma das mãos - A verdade é que sessha tem o vício de acabar com os personagens, literalmente. Gomen!! Na verdade, doeu-me muito acabar com o Seta e com nosso querido e amado Battousai. (Ele é o melhor!!!) – Chinmoku balança uma bandeira onde está escrito "Battousai é o melhor!" – A luta não saiu grande coisa, fiquei cansada de matar tanta gente, e além disso, minha inspiração saiu correndo. Acho que de medo do que eu estava para aprontar. :oP – Homens de "jaleco branco" se aproximam furtivamente de Chinmoku e a agarram pelos braços. – Ei! Ei! O que estão fazendo?!? Não sou louca! Eu juro!! Minna-san, Enjo!! Enjo Onegai yoo!!!!