Capítulo V – Uma visita inesperada......
Snape, indiretamente, impusera a Hermione, uma visita para tentá-lo persuadir a aceitar as jóias de volta. Tinha certeza, que por seu caráter e retidão, ela iria até a masmorra e devolveria o presente, mesmo tendo gostado dele. Intimamente, ele se recriminava por estar tendo este tipo de comportamento: convidando uma aluna para visitá-lo a noite, mesmo que este convite fosse indireto..., comprando um presente para ela.. Mas afinal, Hermione havia salvo sua vida...
Hermione, enquanto preparava-se para o jantar, pensava em como poderia enganar Rony e Harry, afim de que eles não a seguissem até a masmorra de Snape. Nas outras noites, ela esperava todos os grifinórios irem dormir, para depois ir até a ala hospitalar visitar Snape. Quanto a Rony, seria fácil de enganá-lo... mas para Harry era necessário um plano mais elaborado de ação.... Enquanto refletia sobre isso.. a voz do unicórnio soou em seus ouvidos...
"Afaste-se de Severo Snape, enquanto ainda existe tempo. Senão, uma fina teia de aranha, poderá baixar sobre vocês, de tal maneira, que será impossível fugir dela... Não esqueça... afaste-se de Severo Snape..."
Ora, ela não queria aproximar-se de Snape.. simplesmente iria devolver o presente que ele lhe dera .. nada além disso... o que buscava, era se afastar dele....
A mesa da Grifinória estava calma durante o jantar, naquela noite. Hermione jantara rapidamente , simulara um mal-estar e saíra, preocupando Harry e Rony, que perguntou:
- Mione anda diferente, não acha, Harry? – perguntou Rony- Anda escondendo algo de nós....
- Quem sabe, ela esteja arrumando outro namorado, Rony.. – troçou Harry.
- Acho difícil, você está aqui, não está? – perguntou Rony, enquanto mastigava um grande pedaço de pudim de cereja...
Desviaram-se para outros assuntos, e para felicidade de Hermione, esqueceram-se dela.
Hermione estava na cozinha, junto aos elfos domésticos, onde acabara de jantar e esperava até que todos terminassem. Deliciou-se, com todas as sobremesas possíveis, e conversou com Dobby, um elfo amigo de Harry desde que este o libertara dos Malfoy.
Após o termino do jantar, Hermione, esperou mais 30 minutos. Depois saiu da cozinha e foi em direção à masmorra de Snape, segurando o estojo em suas mãos.
Ao chegar lá ,ela ficou muito indecisa. Deveria ou não entrar? Poderia ficar com o presente se quisesse... mas, não poderia aceitar um presente daqueles, era lindo e valioso demais... teria que devolvê-lo.... Ela disse a senha e a porta instantaneamente abriu-se. Lentamente, Hermione entrou na masmorra de Snape.
Dentro da masmorra, havia uma penumbra gostosa. A luz existente provinha de uma lareira, mas o ambiente não era quente. Era estranhamente frio; frio como os olhos negros de Snape.
Hermione olhava em torno, até que uma voz atrás dela falou:
- Ora, você veio mesmo! Achei que preferisse ficar com o presente, do que vir até aqui....
Hermione virou-se e viu, Severo Snape, olhando para ela. Atrás dele, havia uma estante cheia de livros, que aguçaram a curiosidade de Mione.
- Venha.. - disse ele.. - Sente-se... enquanto guiava Hermione, até uma das cadeiras que estavam próximas a lareira, e sentou-se na outra. Hermione sentia-se desconfortável, mas estranhamente, o ambiente a atraía... Ela olhava tudo com curiosidade, nunca havia estado ali antes e jamais imaginara estar. Snape pegara dois copos e servira neles um vinho mágico borbulhante. Alcançou um dos copos para Hermione, que falou convictamente:
- Professor, eu vim até aqui para devolver o presente que o senhor me deu.
- Porque? – perguntou ele... Você não gostou?
- Gostei, é claro.. são jóias lindas... – afirmou ela. – Mas, não posso aceitar um presente desses.,. é lindíssimo e muito valioso....
- Olhe, Hermione.. eu fico muito feliz que você tenha vindo. Queria realmente me desculpar com você....
Hermione quis falar mas, com um sinal ele pediu que ela esperasse.
- Você me salvou, me levou até a ala hospitalar, cuidou de mim, veio me visitar todas as noites, e fui insano ao ponto de lhe ofender e lhe tratar de forma desagradável....
Snape parou de falar, bebeu um gole do vinho borbulhante e continuou:
- Acho, que eu nunca soube lidar com certas coisas, sempre achei que as pessoas tinham alguma intenção, por trás de tudo... Ver que nem sempre é assim, me amedrontou um pouco, Hermione.
- Você teve muita coragem, entrou na Floresta Proibida sozinha, me tirou de lá.. salvou a minha vida.. Nunca poderei lhe agradecer o suficiente, Hermione.
Ela estava paralisada.. Jamais imaginara Snape pedindo desculpas... ou colocando as cartas na mesa de uma maneira tão simples. Mesmo que ela soubesse ,que Snape não era tão ruim, quanto aparentava, sempre havia uma desconfiança pairando no ar... Ele estava nervoso, bebeu mais um gole do vinho mágico e depois continuou:
- Gostaria, que você me perdoasse pelas palavras desagradáveis, e queria também agradecer, por você ter salvo a minha vida... E é por isso que não aceitarei o presente de volta.... Qualquer coisa que eu faça, ou diga será muito pouco para pagar a dívida que tenho com você....
- Mas, realmente não posso aceitar , professor ....
- Se você não aceitar, considerarei o fato uma afronta pessoal, e tirarei mais 100 pontos da Grifinória, Srta. Granger,- falou ele.. com sua voz mais letal... e depois sorriu da cara de espanto de Hermione.... –Você tem mais algum argumento em sua defesa?
- Nenhum!! – respondeu ela...- muito obrigado prof. Snape.. as jóias são realmente lindas....
- Agora, Hermione somos amigos .. e por favor, não me faça tirar mais 100 pontos da Grifinória... Isso, só serve para aumentar a minha má fama!- exclamou ele....
Naquele instante ouviu-se o barulho de um borbulhar.. Era o caldeirão de Snape, onde uma substância avermelhada fervia...
- Não posso queimar essa poção..- falou ele.. correndo em direção ao caldeirão.. Hermione, você poderia me ajudar?
- Claro!- falou ela, levantando-se e indo em direção ao caldeirão...
- Por favor, pegue ali aqueles rabos de ratos pretos.. tenho que adicioná-los agora, para ver se recupero a poção queimada....
Snape ia pedindo os ingredientes e Hermione alcançava-os, ajudando a mexer o caldeirão.. Enquanto isso, Snape lhe explicava, que aquele era um antídoto, para a mordida de dragão, que vinha desenvolvendo a anos... E que desta vez parecia que ia funcionar... Na manhã seguinte, ele iria mandar parte da poção para a Romênia, para os treinadores de dragão, testarem em algumas vítimas....
Depois, Snape foi até a estante, tirou um livro de lá.. e disse:
- Olhe, Hermione. Aqui, estão os tipos de antídotos contra animais... vocês não vêm isso aqui na escola.. se você quiser ler....
- Eu adoraria, prof. Snape.. – falou ela, apanhando e folheando o livro...
- Prof. Snape .. porque você não me chama de Severo, agora que somos amigos?- perguntou ele..
- Tudo bem, prof. .. é, Severo..
Snape explicava para Hermione como conseguir os ingredientes da poções.. como estes poderiam ser utilizados.. e ela o escutava atentamente.. A noite estava sendo excelente.. aprendera muitas coisas, mas a principal fora a descoberta que Severo Snape era uma pessoa muito culta e sensível, que se escondia sob uma carapuça de maldade....
A noite transcorria calma e serena, até que Snape olhou o relógio de parede... Nele marcavam duas horas da manhã...
- Você tem que ir, Hermione.- falou Snape em um tom de voz desanimado...- O tempo passou e nem sentimos.....
Hermione fazia uma cara de desanimo.. não se importaria de ficar um pouco mais....
- Eu também não queria que você fosse. – sorriu Snape. Ele foi até uma mesa e pegou algo em uma gaveta.
- Esta é minha capa da invisibilidade. Era do meu pai. Use-a, senão alguém pode lhe descobrir aqui..
Hermione segurava a capa e o estojo das jóias, enquanto ia caminhando em direção a porta da masmorra...
Snape pegou a mão de Hermione olhou-a nos olhos, enquanto falava:
- Você volta, Hermione?- perguntou Snape.
- Volto, Severo. – respondeu ela.
- Promete?
- Prometo. – afirmou Mione.
- Amanhã?
- Amanhã a mesma hora.- respondeu Hermione sorrindo...
Snape beijou a mão de Hermione, e abriu a porta para ela passar, já vestida com a capa. Quando fechou a porta, Severo Snape sorriu, estava feliz como já esquecera de estar. Sentia-se feliz com a companhia dela e então porque não vê-la de novo?
Hermione subiu cuidadosamente as escadas até o dormitório feminino. Ao deitar-se, refletiu, que as vezes, o diabo não é feio quanto pintam.... Snape parecera uma pessoa inteiramente diferente do que era normalmente... Muito diferente....
E, uma voz ecoou nos pensamentos de Hermione.. era novamente o unicórnio e sua advertência:
"Afaste-se de Severo Snape, enquanto ainda existe tempo. Senão, uma fina teia de aranha, poderá baixar sobre vocês, de tal maneira, que será impossível fugir dela... Não esqueça... afaste-se de Severo Snape..."
"Que mal, Severo pode me fazer?"– pensou Hermione e instantaneamente dormiu....
Naquele Domingo, Hermione descera atrasada ao salão principal, para o café da manhã...Ao adentrar no salão, ela correu os olhos imediatamente, pela mesa dos professores, constatando a presença de Snape.. Caminhando por entre as mesas, ela sentou-se junto a Rony e Harry.
- Bom dia! – exclamou Hermione. Rony lhe respondeu com um ruído desagradável, enquanto Harry perguntava:
- Você esta melhor, Mione?
- Estou Harry, foi só uma ligeira indisposição....
Depois disso os três continuaram tomando café da manhã em silêncio, até que uma coruja chegou, trazendo um bilhete. Hermione pegou o bilhete e saiu da mesa, com Rony em sua cola para descobrir quem era o remetente misterioso.
- Sai, Rony, me deixa em paz....- falou ela...
- De quem é , Mione? – perguntou ele...
- De Vítor, porque? – inventou Hermione apressadamente...
- Vítor! Vítor Krum?? – exclamou Rony.
- Sim, e agora, posso ler??
- Pode! disse ele rumando para a mesa..
- De quem são os bilhetes? – perguntou Harry a ele.
- Do Vitinho.... – respondeu Rony mal-humorado...
- O que ele quer com Mione? Ele já não se cansou de levar o fora? – perguntou Harry.
Enquanto eles discutiam, Hermione abria o bilhete, cujo remetente, não era Krum:
Hermione,
Não esqueça o que você prometeu. Estarei lhe esperando na masmorra, hoje após o jantar. Como sei que deve ser difícil sair do salão comunal, venha a hora que conseguir. Estarei esperando. Use a capa.
Severo.
Hermione escondeu o bilhete sob as vestes e voltou ao salão...
- Mione, você já disse ao Krum, que esta namorando? – perguntou Rony
- Sim, Rony, mas ele não me deixa em paz....- respondeu ela, felicitando- se pela idéia de ter inventado que o bilhete era de Vítor. – Quer que eu faça o que?
- Nada, Mione....- respondeu Rony bravio...
- Ótimo, então! - falou ela levantando-se, e indo para o jardim da escola.....