Capítulo VI- Do paraíso ao inferno....

Ao ler o bilhete, Hermione ficou muito feliz.... Não poderia explicar o que estava acontecendo para ninguém, muito menos para Harry e Rony. Eles não compreenderiam.. Ninguém compreenderia. E como eles poderiam entender algo que ela mesma não sabia explicar. Chegou aos jardins de Hogwarts.. adorava ficar por ali, principalmente sozinha, pensando na vida... sentou-se no chão, enquanto refletia a cerca da situação que estava se criando....

" Talvez, o ideal fosse eu não ir hoje a noite, mas não tenho nenhum motivo para justificar minha ausência... e ainda mais eu quero ir lá, novamente.... Será que ele é realmente uma pessoa diferente daquela que conheci a vida toda? Será possível algo assim?? Mas, meu Deus, ele é bem mais velho do que eu, é meu professor, e o pior é que é diretor da Sonserina.... E se alguém descobrir... o que irão pensar?? Ninguém entenderia....

Eu não deveria estar agindo desta forma... continuou pensando ela e depois se perdeu em pensamentos e lembranças difusas....

Depois de algum tempo, Hermione assustou-se, notando a presença de alguém . Era Neville, que sentava-se ao seu lado, com um olhar muito triste.

- O que houve, Neville? – perguntou Hermione a ele.

- Ah, Mione.. estou tão triste, não consigo fazer nada, sou um fracasso.. – disse ele desolado...

- Mas, o que aconteceu??? – perguntou Mione novamente..

- Primeiro, a Gina terminou o namoro comigo- disse ele inconsolável... e depois eu sou um fracasso mesmo....

- Gina terminou o namoro?? – exclamou Mione-.. mas, porque?

Neville olhou para ela, e com um meio sorriso respondeu...

- Potter, Harry Potter... é publico e notório que Gina é apaixonada pelo Harry. Eu sei, sempre soube disso, mas mesmo assim, quis namorar ela, pois a amo.... E sei que o Harry não quer nada com ela... ela também sabe, e por isso não deveria me dispensar.. onde ela vai encontrar outro idiota que namore com ela, sabendo que ela gosta de outro??

- Ora, Neville, não se preocupe.. deixa que eu falo com a Gina, está bem? – consolou Mione

- Não adianta, Mione, ela disse com todas as letras que não quer namorar um fracasso como eu.... – disse ele, a beira de lágrimas..

- Neville, você não é um fracasso... cada pessoa, é única e tem habilidades diferentes..

- Mas, Mione você não entende, você é a aluna mais inteligente de Hogwarts, desde Você-sabe-Quem... Eu é que sou um fracassado....

- Mas, Neville.. – considerou Mione- você é ótimo em Herbologia.

- É verdade- respondeu ele...- mas, em compensação você não faz idéia do que é ter sempre o prof. Snape grudado no seu pé!

O sangue de Hermione gelou. Sabia o que Neville falaria em seguida e não haveria como não concordar com ele. A perseguição era tanta que os comentários em Hogwarts diziam que se Neville cortasse a cabeça de Snape deveria ser absolvido no ato.

- Agora mesmo, quando vinha descendo a escada para o salão principal, encontrei Snape e ele me chamou de semi-aborto e disse que se na próxima aula, eu não conseguisse fazer a poção Insurgitus corretamente, iria envenenar Trevo – contou Neville chorosamente.

- Envenenar o Trevo? – perguntou Hermione chocada.

- Sim- confirmou Neville- e pior, ele disse que você não vai poder me ajudar.

- O que ele disse exatamente, Neville? – perguntou Hermione com uma expressão preocupada.

- Bem, algo como "Longbottonm, seu semi-aborto, se na próxima aula, você não fizer a poção Insurgutus.. vou envenenar o seu sapo e não conte com a ajuda da Srta. Sabe-Tudo Granger, aquela sangue-ruim." Algo por este estilo, Mione....

- Seve... Snape me chamou de sangue-ruim!? – perguntou ela incrédula.

- Chamou sim, porquê? – perguntou Neville desconfiado.

- Por nada, Neville, afinal, depois da última aula, ele me odeia ainda mais.. – falou Hermione, fingindo sorrir.

Durante alguns minutos nenhum dos dois falou mais nada... Neville brincava distraidamente com a grama e Hermione olhava o lago, não querendo pensar no que Neville dissera.

- Mione? – chamou ele

- Sim, Neville ? – respondeu ela, virando-se na direção dele.

- Queria lhe agradecer, por você ter me defendido do Snape, você é uma grande amiga.. – sorriu Neville.

- Somos amigos e não suporto injustiças – respondeu Hermione. – Conte sempre comigo...

- Vamos? – perguntou Neville

- Já vou. – falou Hermione distraidamente..

Neville levantou-se e rumou para o castelo, enquanto Hermione refletia sobre Severo Snape. Não se conformava que pudera acreditar que ele era , na realidade, outra pessoa. Era o mesmo de sempre, querendo enganá-la. O que não diria dela, pelas costas, na Sonserina?

Hermione levantou-se, decidida a ir encontrar-se com Snape a noite, para lhe devolver as jóias e a capa.


O último período da tarde era Herbologia, mas a Sra. Sprout estava adoentada. Passou uma tarefa e logo liberou os alunos...

Hermione aproveitou para fazer temas, adiantar leituras, enquanto os outros colegas se divertiam nos gramados. Rony e Harry estranharam este comportamento:

- Desde que entrou na Floresta Proibida, Mione não é mais a mesma pessoa... – afirmou Harry.

- Imaginação sua, Harry - disse Rony enquanto lhe chutava a bola de futebol- você sabe, ela é estranha às vezes.

Harry havia cismado de ensinar Rony, a jogar futebol e agora, nas horas vagas, praticavam o esporte.

- É, mas receber correios e não nos dizer de quem vem, não é coisa de Mione.- considerou Harry, rebatendo a bola e forçando uma boa defesa de Rony.

- Ora Harry, alguns são de Vítor Krum e outros são a respeito de uma surpresa para mim.. não escutou ela falar? – afirmou Rony deixando a bola rolar até o lago. Em segundos, a bola foi devolvida pela lula-gigante.

- Você acreditou, Rony?

- Sim, e porque não acreditaria? - afirmou Rony.

Harry se calou, por não ter uma resposta adequada para dar. Quem sabe Rony não estivesse certo???

Após o jantar, todos foram para a Sala Comunal e enquanto Hermione lia o Profeta Diário, Harry e Rony duelavam no xadrez. Já era tarde, quando resolveram ir dormir. Hermione, que estiver ansiosa por este momento, subiu as escadas, vestiu a capa, pegou as jóias e saiu.

Ia caminhando na direção da masmorra de Snape e refletia sobre o quanto estava se arriscando, indo encontrar um professor durante a madrugada. Chegando lá, disse a senha e entrou.

Snape estava sentado na mesma cadeira que na noite anterior, e sorriu ao vê-la.

- Boa Noite, Hermione.

- Boa Noite, prof. Snape. – disse Hermione, enquanto dobrava a capa que havia tirado.

- Prof. Snape? Porque você não me chama de Severo? Somos amigos lembra? – falou Snape olhando atentamente para ela.

- Não, não somos amigos- afirmou Hermione encarando-o. – Me iludi pensando que isso poderia ocorrer, mas, jamais seremos amigos, prof. Snape.

Severo Snape estava perplexo. O que havia ocorrido? Será que ele fizera algo de muito errado? Tão errado a ponto de fazê-la odia-lo novamente?

- Hermione, o que aconteceu? – perguntou Snape.

- Não seremos amigos, enquanto o senhor, continuar a me considerar uma sangue-ruim.- falou Hermione.

Durante minutos não houveram palavras, somente o silêncio duelava na mente de ambos.

- Já sei, Longbotton. Falei isso a Longbotton, hoje de manhã.- constatou Snape.

- Exatamente, prof. Snape. Neville estava arrasado e me contou. E ainda o senhor diz que é meu amigo! – respondeu agressivamente Hermione.

- Mas, Hermione.. como eu poderia dizer a alguém que somos amigos. Ninguém iria acreditar. Sou um crápula na opinião geral. - justificou ele.

- É, mas não precisava dizer o que disse de mim, Prof. Snape. Aqui esta a capa, e as jóias. Infelizmente acreditei que o Sr. era diferente.- afirmou Hermione caminhando em direção à porta.

Snape tentou alcançá-la, mas era tarde demais. A porta da masmorra bateu antes dele alcançá-la. O leve raio de sol, que havia brilhado na vida de Severo Snape, acabara de apagar e o céu ficara ainda mais escurecido do que sempre fora.


Antes do café da manhâ, Severo Snape subiu ao corujal com um bilhete na mão, e uma expressão muito triste no olhar.

Hermione,

Por favor deixe-me explicar. Me espere no final da aula.

Severo.

Ao chegar no salão, Hermione já estava lá, conversando animadamente com Parvati Patil que agora namorava Ernesto Mac-Millan da Lufa-Lufa.. Junto a eles sentava-se Neville que continuava arrasado com o fora que havia levado de Gina. Ao lado de Hermione, estava o namorado, e na frente o famoso Sr. Potter, se deliciando com sorvete e calda de cereja.

Hermione aparentava estar calma, e disfarçara da melhor maneira possível, o inchaço dos olhos, por ter passado, boa parte da noite, chorando. Até aquele instante, procurara ver o prof. Snape e agora percebia que era observada por ele.

Quando chegou o correio, havia um bilhete para Hermione, que instantaneamente, cruzou seus olhos com os de Snape. Queria abrir o bilhete, mas não o faria. Tirou a varinha do bolso, e sentindo os olhos de Snape fixos em seus movimentos, apontou para o bilhete e "Incêndio" ; o bilhete pegou fogo e em segundos transformou-se em pó.

- Mione,- gritou Rony- o que foi isso?

Hermione limitou-se a sorrir e a beijá-lo, fazendo-o esquecer o ocorrido. Mas, Harry quis saber, porque ,ela havia queimado o bilhete...

- Harry, disse Hermione, evitando a todo o custo olhar para a mesa dos professores- era carta de Vítor, ele não se conforma que estou namorando o Rony e lhe respondi que não escrevesse mais, pois iria queimar as cartas, sem lê-las e assim o fiz...

- Ah, Mione.. você me ama, então? – perguntou Rony

- Claro, amor. Falei isso ao Vítor e ele não quis acreditar...

Ao mirar a mesa dos professores, Hermione reparou que Snape tinha um olhar triste e não frio como antes. Esta branco, gélido, de cabeça baixa, escutando o que falava a prof. Sibila de Adivinhação.

Ao tocar a sineta, todos os alunos levantaram-se dirigindo-se para as aulas. Ao levantar da mesa, Sibila disse a Severo Snape:

- Não se preocupe, Severo, tudo se resolverá mais rápido e de forma mais fácil do que você imagina.

Ele apenas olhou para ela e pensou: " Grande Charlatã..."


Nos dias que seguiram, aumentava o número de bilhetes que Hermione recebia.. junto com flores e doces, que ela queimava sem ler, pois, sabia exatamente quem era o remetente dos presentes e bilhetes.

Hermione, naquela noite, não conseguia dormir, pois na manha seguinte teria a primeira aula de Poções, estando cara-a-cara com Snape, desde o ocorrido. Hermione desceu atrasada para o café e quando o correio chegou, lhe entregou junto com uns 20 bilhetes, um berrador. Ela ficou apavorada... O berrador, se não fosse aberto, se explodiria, e toda a escola ouviria o recado do mesmo jeito. Ao abrir o berrador, Hermione torcia que o recado, ao menos, não contivesse o nome do remetente...

" Hermione, por favor, me deixe explicar. Me procure você sabe onde..."

A mensagem repetiu-se por três vezes, e toda a escola ouvira o recado. Enquanto isso, Hermione olhava de cara feia para Snape, que era observado por Alvo Dumbledore.

- Severo..- disse ele- você sabem quem mandoum este berrador para a Srta. Granger?

- Não, não sei. E além do mais, não costumo me intrometer na vida amorosa dos alunos, Alvo- respondeu Snape , tentando disfarçar o tremor das mãos, e olhando fixamente para o diretor.

Dumbledore respondeu surrando a Snape:

- Severo, algo me diz ,que você tem participação neste recado, sim. Tenho a impressão de ter visto a Srta. Granger, entrando em sua masmorra após o jantar, quando fui procurá-lo algumas noites atrás....

Severo Snape ficou petrificado. Como Alvo poderia ter descoberto este fato? Infelizmente, ele e Hermione estariam metidos em uma complicação enorme.

- Gostaria de conversar com você após o almoço, Severo.

Snape apenas assentiu com a cabeça, enquanto observava Hermione na mesa da Grifinória, aos gritos, tentando explicar, que não sabia quem mandara o berrador, pois este, não tinha remetente.


Rony, Hermione e Harry iam caminhando em direção a masmorra de Snape. Hermione, daria tudo o que possuía na vida ,para não enfrentar uma aula com Severo Snape, naquele momento. Rony continuava a lhe importunar sobre o berrador.

- Quem te mandou o berrador, Mione? – perguntava ele, talvez pela vigésima vez.

- Já disse que não sei, Rony. Não faço a menor idéia.- respondeu Mione cansada de mentir.

- Mas, eu sou seu namorado, tenho direito de saber! – explodiu Rony, segurando o braço de Hermione no meio do corredor.

- Já disse que não sei, Rony. Você não confia em mim? – perguntou ela com tristeza no olhar.

Rony soltou o braço dela e simplesmente disse:

- Acho que você tem outra pessoa , Mione.

Hermione encarou Rony e respondeu:

- Não, eu não tenho ninguém. Mas, se você pensa assim, acho melhor pararmos por aqui.

Rony, na realidade não queria terminar o namoro, mas, estava tão indignado com ela, que retrucou:

- É melhor mesmo, Hermione. Talvez assim, eu não vire chacota da escola inteira. – e seguiu pelo corredor, até encontrar Harry que o esperava.

Hermione caminhava lentamente, e ao chegar na aula, sentou-se sozinha em uma classe, pensando em Rony e no que acontecera.

" Bem, ao menos agora sou livre, para seguir minha vida, sem Rony e nem Harry atrelados , como se eu fosse uma carroça."

Principal

Capítulo V