Cap. XVIII- A Volta de Você-Sabe-Quem!!

Chegando na porta da Masmorra, Hermione disse a senha e rapidamente entrou. Conhecia bem aquele ambiente, falsamente gélido. Tudo parecia sombrio e escuro.. ainda mais do que na primeira vez que estivera lá... De repente deu-se conta de quem dava o colorido, a beleza, não só àquele lugar mas à vida do próprio Severo Snape, era ela mesma, Hermione Granger... Na lareira ardiam achas de madeira, formando uma camada de luz incandescente... Ela foi caminhando lentamente, até as poltronas dispostas em frente a lareira. Snape estava lá a sua espera, sorridente, segurando um cálice de vinho borbulhante....

Ela abraçou e beijou-o e depois, com o cálice que ele lhe entregara na mão, sentou-se na poltrona ao lado..

- Que bom que você está aqui.. estava tudo tão triste, sem você Hermione.- falou ele, pegando a mão direita de Hermione.

- Eu também estou muito feliz, Severo.. acho que não conseguiria mais viver em pé de guerra eterno com você.. – disse ela, sorrindo.

- Você é mais bonita do que Lilian, minha querida...- disse ele, rindo-se- principalmente assim, trajando as roupas dela.. – apontou ele.

- Nem sei por que fiz isso, Severo... Acho que foi, até certo ponto besteira minha e erro seu, meu amor. – considerou ela.

- Eu concordo com isso. Deveria ter lhe dito sobre a semelhança.. Não era preciso que você soubesse por outras pessoas, algo que não tive coragem de contar.

Hermione olhava em torno, analisando a masmorra, a confusão que estava instaurada, o caldeirão a um canto borbulhando....

- O que você está fazendo, Severo? – disse ela, apontando para o caldeirão.

- A poção anti-maldições... parece que estou sendo bem sucedido.... e serei mais, principalmente agora, que voltei a contar com a ajuda da assessora mais linda do mundo mágico.. – disse ele, beijando-a ternamente.

- Para que ela serve exatamente, Severo? – perguntou ela, enquanto observava a poção amarelo- esverdeada que borbulhava no caldeirão, formando grandes bolhas e espalhando gotículas pelo ar.

- Bem, é um antídoto contra as maldições Imperdoáveis, menos Avada kedavra, logicamente. Vai funcionar otimamente contra a Cruciatus. Estou testando no Hagrid que está apresentando melhoras significativas.

- Mesmo, Severo!! Que ótimo!! Hagrid está bem , então.. Que ótima notícia!!!- falou ela entusiasmada.

- É, minha querida, - disse ele abraçando-a – ele está melhor.. já reconhece Madame Maxime, Alvo e me reconheceu, e, o que é mais incrível....

- Fale, Severo.

- Perguntou como estava você, a Hermione... – ela apenas assentiu levemente com a cabeça.- disse que era para cuidar bem de você...

- Que estranho, meu amor.

- È sim..- falou ele, enquanto mexia a poção.- parece que se perde alguns tipos de discernimentos, mas se ganha outros tipos... Mas, acho que vamos conseguir curá-lo, e criar esperança para muita gente que foi afetada pelas Maldições em diversas épocas.. assim como os pais do Longbotton, por exemplo.

- Mas, Severo.. Como você conseguiu desenvolver essa poção em tão pouco tempo? A primeira vez que vim aqui, você me falou que há anos, estudava uma poção contra a mordida de dragões....

- Tinha certeza que você me faria esta pergunta, querida. E vou responder, embora tenha certeza que você não irá gostar do que ouvirá.

Snape caminhou pela Masmorra, indo sentar-se no grande sofá, ao lado da lareira. Hermione, segui-o.

- Bem, Voldemort, me pediu que desenvolvesse essas poções para tornar seus seguidores mais fortes, e com menos possibilidade de seqüelas, caso fossem atingidos...

Ele deitou a cabeça sobre as pernas de Hermione, que começou a acariciar seus cabelos e contou.

- Tínhamos muitas baixas por causa das Maldições. Sempre se acreditou que elas fossem incuráveis. Por isso, Lord das Trevas ordenou que eu criasse uma espécie de proteção contra elas. Algo que diminuísse os efeitos, caso os companheiros fossem atingidos. Durante muito tempo, desenvolvi a pesquisa, que deu certo. Nenhum dos seguidores de Voldemort, era afetado pela Maldição Imperius , por exemplo. E também consegui diminuir os efeitos da Cruciatus. Você não vê seguidores das Trevas internados no Hospital Mágico por exemplo. Isso porque os efeitos eram diminutos.

Hermione apenas o escutava calada, enquanto passava a mão por seus cabelos.

- Quando troquei de lado, abandonei essas pesquisas. Pensei que elas fossem inúteis, embora tenha guardado por todo esse tempo as anotações do assunto. Agora, Alvo falou a respeito, e me pediu que tentasse desenvolver uma poção que diminuísse os efeitos, após a implantação da Maldição no ser. E pelo jeito estou sendo bem sucedido... isso, minha querida, representa a possibilidade de vida, para muitas e muitas pessoas.....

Hermione continuava calada, enquanto ele completou.

- Se algo acontecer comigo, a receita da poção está escondida no livro básico de poções do 7º ano.. em uma página que foi reescrita por mim...

- Não fale isso, querido.

- Mas é verdade.. Pode ser preciso que você a faça, até mesmo para me ajudar....

- Que besteira. Os Comensais nada podem fazer contra você... – disse ela, beijando-o.

- Não se iluda, querida. Conheço Lúcio muito bem, sei que ele não irá desistir, até conseguir me capturar e por isso quero que você saiba onde esta escondida a poção.. ela pode ser importante até mesmo para me salvar...

Hermione continuava olhando para Severo com uma expressão incrédula, enquanto ele levantava-se e colocava mais achas na lareira..

- E também, querida, porque sei que você uma das poucas pessoas que podem continuar desenvolvendo a pesquisa, se algo acontecer comigo...

- Não gosto quando você fala essas coisas, Severo..... – disse ela beijando-o e abraçando-o ternamente...

Snape correspondeu ao abraço forte e aos beijos ternos.. e nenhum dos dois deu-se conta de que a lareira havia apagado.....

Hermione acordou com os raios de sol que adentravam por uma das janelas da Masmorra e batiam diretamente em seu rosto, transformando em sombra os vultos dos objetos..... Ela, com um sorriso, observou Severo Snape, que dormia serenamente ao seu lado.. Procurando não fazer nenhum ruído, ela levantou-se da cama... vestiu novamente as roupas de Lilian e deu um rápido beijo em Snape que não havia acordado.. Então, vestida com a Capa da Invisilidade, saiu da Masmorra..


Ao entrar no Salão Comunal da Grifinória.. Hermione levou um susto... Harry, Neville e Draco Malfoy estavam sentados, adormecidos nas poltronas, provavelmente a sua espera... Ela, perguntou-se mentalmente, o que Draco Malfoy fazia ali, no Salão Comunal da Grifinória... o que era pior.. como ele havia conseguido entrar ali... Algum aluno da casa, deveria ter lhe dado a senha, ou proporcionado sua passagem.

Ela, rapidamente, subiu as escadas em direção ao dormitório feminino, mas quando abriu a porta, e olhou sua cama.. seus olhos se arregalam e um medo mortal tomou conta de seu ser....

Em cima de sua cama, havia uma enorme cobra negra, cujos olhos vermelhos, observavam a porta do dormitório. Lilá e Parvati, que também dormiam ali, ressonavam placidamente, mostrando não Ter conhecimento da presença do horrendo animal no recinto. Considerando-se protegida pela capa, Hermione começou a caminhar de costas até a porta... Nisto uma voz em forma de assobio disse-lhe.

- Então você chegou, Srta. Hermione Granger.

Hermione de baixo da capa, olhava aquela cobra horrenda, que lhe parecia um tanto familiar.... E se admirava ainda mais... por conseguir escutá-la, afinal entre os inúmeros dons que possuía no mundo da magia, nunca soubera ser ofidioglota....

- Você é ofidioglota sim, Srta. Granger... – disse a voz tipo assobio, em resposta a seu pensamento.

Hermione sobressaltou-se.... o animal poderia ler seus pensamentos...

- Exatamente, Srta. Granger.. Posso ler seus pensamentos... mas não posso controlá-la. Snape perceberia no instante seguinte em que fizéssemos isso....

Hermione agarrava-se na capa, formando ondulações nela.. mas, não adianta esconder-se...

- Realmente Srta. Granger, não adianta se esconder de mim.. estou em todos os lugares, e estou dentro dos corações de todas as pessoas... de todas.. pois todas querem o poder...

Hermione estava cada vez mais apavorada... mas, a curiosidade prevaleceu sobre o medo...

- Quem é você.. – perguntou ela em voz alta....

A voz como assobio, simulando um riso respondeu...

- Você achou-me familiar.. Não sabe quem realmente sou????

Somente um pensamento ocorreu-lhe: "Voldemort"....

- Você é muito inteligente, Srta. Granger.... – respondeu a voz, serenamente...

- Você morreu!!!!!!!! – ela gritou...

A voz riu.. e a cobra começou a mexer-se em cima da cama de Hermione.....

- Quem lhe disse, isso?? Severo Snape? Alvo Dumbledore? Harry Potter???

A voz calou e o silêncio amedrontava Hermione ainda mais....

- O que você quer?

- Avise Severo que voltei....... – ordenou a voz - Ele saberá o que fazer....

A cobra desceu da cama de Hermione e ela, involuntariamente quis gritar.. mas nenhuma voz, conseguia sair.. devido ao temor que a cobra lhe causava.... Quando a cobra passou a seu lado.. ela ainda pode ouvir...

- Você é mais bonita do que Lilian Potter....

A cobra saiu em direção ao corredor, enquanto Hermione, perdia lentamente a consciência...


Algumas horas depois, quando já amanhecera totalmente, Hermione acordou deitada em um leito da Ala Hospitalar...

O primeiro pensamento que lhe ocorreu, foi uma lembrança muito longínqua, de uma noite na Floresta Proibida, com um unicórnio... "Afaste-se de Severo Snape, enquanto ainda existe tempo. Senão, uma fina teia de aranha, poderá baixar sobre vocês, de tal maneira, que será impossível fugir dela..."

Essa era a teia.... Era o mal, o passado de Snape, que por mais que ele quisesse fugir, redimir-se não conseguia.. ela deveria auxiliá-lo, afinal ela amava aquele homem.... mas, pelo que presenciara não era nada fácil fazer isso.. Severo estava totalmente enredado naquela situação irracional....

Lentamente ela abriu os olhos... Harry Potter estava sentando em uma poltrona ao lado da cama... Ele, rapidamente ergueu-se da poltrona e veio perto da cama.....

- Mione, você está bem???

Ela apenas olhou-o.. não sentia possuir nenhuma força.. não conseguia falar....

- O que aconteceu??? – continuou perguntando ele.. e olhando para Hermione que apenas piscava..... – Madame Pomfrey.. falou que alguém sugou toda a sua energia.....

Harry começava a ficar agoniado pois, Hermione não respondia suas perguntas...Ela queria responder, mas não tinha força para fazer nada alem de pensar e piscar os olhos...

- Quem foi, Mione?? - perguntou ele- Foi seu querido???

Hermione por sua vez.. começa a Ter muito cansaço... mas queria transmitir a Harry o que acontecera, quem estivera lá.. se bem que nem mesmo acreditava.... Reunindo todas as forças que ainda possuía, conseguiu balbuciar a Harry:

- Cicatriz, cicatriz.... – e Hermione caiu novamente desfalecida....


Harry saiu da Ala Hospitalar muito pensativo... Não conseguia coordenar as idéias.. Primeiro Draco Malfoy, aparecendo apavorado no meio da noite, no salão Comunal da Grifinória, a procura de Hermione... Não lhe perguntara o que ele queria com ela.. mas certamente, não era o caso de uma paixonite aguda súbita, afinal Malfoy e Mione, não poderiam nem olhar-se... Depois, uma dor aguda na sua cicatriz, principalmente quando encontraram Mione desmaiada no chão do dormitório feminino.. e agora, ela falando Cicatriz.. a sua cicatriz só doía quando .. quando....

Harry parou de caminhar.... Quando Voldemort está por perto.... Só dói quando Voldemort está por perto... mas Voldemort esta morto.... Morto....

Mas, quem sugou a energia de Mione?? Quem... Mas somente um nome lhe pareceu possível... Voldemort...

Mas o que ele quer com Mione? Snape, claro.....

Harry saiu correndo em direção a sala de Alvo Dumbledore. Chegando lá, parou na porta escutando as vozes que vinham do interior da sala...

- Arthur, é impossível que isso tenha acontecido!!! – afirmava Alvo, para o Ministro da Magia

- Mas aconteceu.... ele fugiu de Askaban..... – retrucava Arthur Wesley.

Harry escutava os passos do diretor ecoando pela sala...

- Arthur, me admiro que um bruxo como você, alguém que tem seu conhecimento, que chegou a Ministro da Magia honestamente, pelo seus méritos pessoais, tenha deixado Voldemort preso em Askaban... Porque você me enganou dizendo que ele morrera?

Arthur Wesley quis retrucar, mas Alvo continuou..

- Enganou a mim e a todo o mundo mágico... todos pensam que Voldemort está morto.. Você deixou Harry correndo todo esse perigo, fez todos viverem nesta felicidade ilusória... agora, perto da volta de Voldemort, enfrentar Lúcio Malfoy é café pequeno... – disse ele, alterando totalmente o tom de voz. Harry não conseguiu ouvir naquela voz, o contido e sereno diretor de Hogwarts. Alvo Dumbledore apenas parecia um homem acuado.

- Alvo, entenda.. como poderia divulgar esse fato? Ninguém teve coragem de matar Voldemort.. você sabe.. só a menção do nome dele, faz as pessoas estremecerem de dor.. Não consegui ninguém que tivesse coragem e poderes mágicos suficientes para acabar com Voldemort.

- Porque não me chamou, Arthur.. eu o teria feito... não por mim, mas pelo menino Potter... – retrucou Alvo, mordazmente...

- Concordo que fui imaturo, concordo.. mas o caso é que ele conseguiu fugir de Askaban.. Foi o segundo a fugir de Askaban na história do mundo mágico.. – constatou Arthur.

- Sim, antes dele só Sirius Black... – falou Alvo.

- Um protegido seu, Alvo.. Meu filho Rony, me contou que Sirius Black e Remo Lupin estavam aqui no Baile ontem a noite... – acusou Arthur...

Naquele instante, Harry sentiu os ruídos de alguém se aproximando... virou-se rapidamente e viu Severo Snape.. Instintivamente, Harry fez a ele um sinal de silêncio... a qual Snape entendeu e procedeu conforme pedido, encostando-se como Harry na porta, para poder ouvir melhor a discussão....

- Sim, estavam.. Você como ex-aluno, também pode voltar a Hogwarts, quando quiser Arthur..... – explicou Alvo.

Durante alguns instantes, fez-se o silêncio... Nem Harry , nem Snape falaram nada.. pois no silêncio poderiam ser ouvidos...

- Alvo- disse Arthur- me desculpe.. acho que agora não é o momento para brigarmos.. Temos que nos unir rapidamente, para tentar derrotar Voldemort definitivamente, antes que ele comece a aterrorizar o mundo mágico mais uma vez..

- Realmente, Arthur.. isso seria a sua derrocada.. "Arthur Wesley : O Ministro da Magia que ocultou Voldemort vivo e preso em Askaban" na capa do Profeta Diário.... Bom, creio que em um primeiro momento, devemos proteger as duas vítimas em potencial...

- Quem? – perguntou Arthur. – Creio que com a volta do Lord das trevas ninguém esta seguro.

- Sim, mas alguns estão mais inseguros do que outros.. Harry Potter e Severo Snape, estão na linha de frente , Arthur.

Do lado de fora da sala, Harry e Snape somente se entreolharam...

- E de quebra, a Srta. Granger...

- Mione?? O que Voldemort, poderia querer com Mione? – perguntou Arthur surpreso.

- Mais do que você possa imaginar.. – respondeu enigmaticamente Alvo Dumbledore.

Mais alguns instantes de silêncio.. Harry e Snape somente ouviam barulho de passos... até que Alvo disse..

- Providencie a captura de Voldemort, de todas as formas possíveis, Arthur, nem que seja preciso utilizar os dementadores..

- Sim, Alvo.. o farei...

- E mais, fale com Sirius,... faça com que ele lhe explique como conseguiu fugir, isso pode ajudar a seguir o rastro de Voldemort.

- Sim, Alvo. Tudo será providenciado..

Arthur Wesley ia dirigindo-se a porta, quando foi interrompido pela voz autoritária de Alvo.

- Não se esqueça que você tem muito a perder caso Voldemort não seja descoberto.. e mais uma coisa.. Pode contar comigo.... – disse ele, caminhando em direção ao Ministro da Magia.. Ao cabo de alguns segundos ambos se abraçaram, selando a aliança contra o mal.

Principal

Capítulo XVII