Cap. XIX – Rony desconfia !
Ouvindo passos que se aproximavam da porta, Snape rapidamente puxou Harry para um vão escuro, perto da porta, para impedir que fossem vistos...
Dentro de alguns instantes a porta se abriu e de dentro da sala de Alvo Dumbledore, saiu Arthur Weasley com uma expressão cansada no rosto. Ele passou pelo vão, mas não viu que Snape e Harry Potter estavam escondidos. Nem Harry, nem Snape repararam que a porta havia permanecido entreaberta.
Depois de alguns instantes Snape e Potter voltaram para o meio do corredor, e começaram a conversar...
- Potter, agora me explique o que é essa história da volta de Voldemort. Eu só vim falar com Alvo a respeito da súbita doença de Hermione.. ver o que eu poderia fazer....- comentou Snape.
- O senhor foi na Ala Hospitalar, vê-la? – perguntou Harry.
- Sim, Potter. Fui. Mas, ela não possui energia.. as energias dela foram sugadas.... mas como isso é possível? Vim ver o que Alvo acha a respeito...
- Sabe, professor. Quando encontramos Hermione desmaiada na porta do dormitório feminino, pensei em ir até sua masmorra lhe chamar.. Mas, depois pensei melhor e resolvi não ir.
- Porque não, Potter? – perguntou Snape com curiosidade.
- Porque não seria bom, nem para o senhor acompanhar uma aluna e nem para ela ser acompanhada por um professor.. Além do mais, prometi a ela que não falaria sobre vocês com ninguém e pretendo cumprir. – explicou Harry.
- Quem encontrou Hermione além de você, Potter?
- Neville e Draco Malfoy.
- Malfoy? O que Draco fazia no Salão Comunal da Grifinória durante a madrugada? – questionou Snape.
- Boa pergunta, professor. Realmente não sei. Desci durante a noite a procura de Hermione.. ver se ela já tinha chegado, e encontrei Draco sentando numa poltrona, também esperando Hermione.
- E ele não lhe disse o que queria com ela?
- Não, professor não disse..... – retrucou Harry.
- Que estranho, Potter. Draco e Hermione não suportam um a cara do outro.... – falou Snape, sorrindo para Harry.
De repente eles ouviram uma voz, de dentro da Sala..
- Severo, você e Harry não gostariam de continuar essa conversa aqui dentro? – perguntou Alvo....
Snape e Harry se entreolharam e entraram na sala.. acomodando-se cada um, em uma cadeira.
- Bem, suponho que ambos se encontraram sem querer, e ficaram escutando minha conversa com Arthur Weasley. – falou Alvo, divertido. Harry ficou enrubescido e Snape tentou explicar-se:
- Bem, é que não queríamos atrapalhá-lo, Alvo
- Não se preocupe, Severo. Eu precisava mesmo falar com vocês dois, e melhor que estejam juntos.
Snape e Harry permaneceram em silêncio.
- Como você, Harry já deve saber.. e Severo se não sabe, desconfia.. Voldemort voltou....
- Ele está morto... – afirmou Snape.
- Não, Severo. Ele estava preso em Askaban e fugiu.- afirmou Alvo.
- Impossível!! Porque ninguém o matou? – perguntou Snape novamente.
- Não sei, acho que Arthur ficou com medo de matá-lo.. acho que nem imaginou a possibilidade dele fugir de Askaban. – falou Alvo.
- E agora - perguntou Snape- o que vamos fazer?
- O problema, Severo, é que Voldemort se antecipou a nós....- constatou Alvo.
- Diretor, foi ele quem sugou as energias de Hermione? – perguntou Harry.
- Sim, Harry. Foi ele...Acho que ele queria usar Hermione, para transmitir um recado a você, Severo..
- A mim? Mas que recado, Alvo.
- Que ele havia voltado.. ou que você o procurasse... Ele deve precisar de ajuda... – explicou Voldemort.
- Mas, Voldemort não sabe que o professor Snape, ajudou a derrotá-lo? – perguntou Harry.
- Sabe, Harry. Mas, Voldemort somente atribuiu a derrota a Lúcio Malfoy e seus partidários. Creio que em todos esses anos que se passaram, nunca ocorreu a Voldemort, que Severo realmente tivesse trocado de lado... Entendo que ele acha que Severo é um bom espião.. e estará disposto a voltar para o lado dele, sempre que tiver garantias.. mas me fazendo acreditar que está do nosso lado...
Harry apenas observava Alvo, mas mentalmente concordava com essa opinião sobre Snape. Na realidade, Harry também pensava assim...
- Mas, Harry, na realidade, não é isso que acontece. Severo Snape está e sempre estará do nosso lado.
- Diretor, mas porque então Voldemort não se alia aos seus.. a Lúcio Malfoy e corja? – questionou Harry novamente.
- Porque foram eles que o derrotaram... no momento em que o abandonaram e o deixaram ser capturado... e agora Lúcio quer tomar o seu lugar. Voldemort tem que impedir isso.. e espera contar com a ajuda de Severo.
- E Hermione? Ela vai se recuperar?? – perguntou Snape
- Claro, Severo. Não se preocupe..... – assegurou Alvo. A única vantagem que podemos tirar deste episódio do ataque a Hermione.. é que Voldemort não possui energia para sobreviver sozinho...
- E? – perguntou Snape.
- Ele está mais vulnerável, Severo. Será mais fácil de apanhá-lo. Mas antes... deveríamos deixar que ele acabasse com Lúcio Malfoy e corja.... Seria menos trabalho para nós... – afirmou Alvo sorrindo.
- Harry.. estão chegando as férias de Natal.. eu quero que você vá para casa de Neville Longbotton...Vou falar com a avó dele.
- Neville? Mas, porque?- perguntou Harry.
- Porque a avó dele, embora aparente ser uma pacata bruxa idosa inofensiva, tem mais condições de proteger você do que os Wesleys, principalmente agora, que Arthur é o Ministro da Magia...
Observando a expressão emburrada de Harry, Alvo retrucou:
- Harry, estou fazendo isso para seu bem, espero não ter problemas neste sentido... E quanto a você, Severo.. você irá passar o Natal na casa de Hermione....
- Na casa de Hermione? Mas os pais dela são trouxas..... – retrucou Snape.
- Passe um Natal de trouxas, ao menos uma vez em sua vida, Severo.
- Sim, mas eu colocarei eles em risco, e não quero que isso aconteça.
- Não se preocupe, Severo. Sei o que estou fazendo. Você irá lá, sim! E se divertirá muito....
Harry disfarçadamente deu uma risadinha, ao ver o tom de voz com que Alvo Dumbledore se dirigia a Snape.
Neville esperava Harry Potter, sentado confortavelmente em uma poltrona do salão Comunal da Grifinória. Ele estava nervoso. Seu relacionamento com Alícia Parkinson ( irmã de Pansy, também da Sonserina), ia muito bem, mas ele queria namorá-la. E era exatamente esse o problema. Neville não sabia como deveria fazer para conversar com a moça a esse respeito. Dino e Simas somente haviam rido de sua cara, quando pedira conselhos... decidira então, conversar com Harry, ver a opinião dele... Naquele instante, enquanto Neville estava perdido em pensamentos, Harry chegou, atirando-se instantaneamente em um sofá muito macio.
- Harry, preciso muito falar com você... – falou Neville assim que Harry acomodou-se.
Harry apenas olhou-o, enquanto pensava.. "lá vem o Neville com mais uma das suas.."
- É, eu também precisava falar com você...
- Mesmo??? – perguntou Neville surpreso...
- Sim, Dumbledore mandou eu passar as férias de natal na sua casa...
- Ora, mas que ótima notícia.. O diretor já falou com minha avó?? Não sei se ela vai gostar da idéia.. – explicou Neville confuso.. – Mas, eu acho isso ótimo. Como você deve saber eu e minha avó moramos em um povoado mágico.. Você vai gostar.
- Espero que sim, Neville. – falou Harry, não muito confiante.
- Me desculpe perguntar , mas porque essa súbita mudança? Você sempre passa as férias ou com Sirius Black ou com os Wesley.... – quis saber Neville
- Você vai ficar sabendo na hora oportuna, Neville. – desconversou Harry.
- Tudo bem.- disse Neville, enquanto pensava que não deveria parecer digno de confiança, pois ninguém gostava de lhe contar nada.
- E você, o que queria comigo, Neville? – perguntou Harry, enquanto colocava os pés em um confortável puff.
- Bem.. é que... bem, você já teve várias namoradas aqui em Hogwarts, e....eu queria saber como posso fazer para pedir uma moça em namoro...
- Ora..- disse Harry, contente- que bom,...Quem é?
- Alícia Parkinson, da Sonserina. – respondeu Neville sorridente.
- Da Sonserina? Neville, você tem certeza que é isso que quer.... – quis confirmar Harry.
- Claro, Harry. Só porque ela é da Sonserina, isso não impede que ela seja uma ótima garota. – justificou Neville. Harry pensava que Hermione deveria utilizar algum argumento parecido se tivesse que justificar seu namoro com Snape.
- Bem, Neville. Nunca namorei nenhuma garota da Sonserina, só da Corvinal ( Cho Chang) e da Grifinória ( Hermione).. acho que sobre namorar alguém da Sonserina você... Harry parou de falar, olhou para os lados.. mas só estavam ele e Neville no salão....
- Sobre namorar alguém da Sonserina você deveria conversar com Hermione, ela poderá te ajudar mais do que eu....
- Ótimo então, Harry. Vou procurar Mione. – disse Neville levantando-se.
- Mas, ela continua na Ala Hospitalar... Amanha você fala com ela, Neville.
- Tudo bem. – disse Neville, já saindo pelo buraco do retrato.
Harry supunha que estivessem sozinhos no Salão Comunal, mas parado na escada que vinha dos dormitórios, estava Rony que ouvira toda a conversa e se perguntava qual era o Sonserino que Hermione estava namorando.... Seria Draco Malfoy??? Agora teria que descobrir. Era humilhante para ele, Ter sido trocado por um Sonserino.
Na Ala Hospitalar, Snape com expressão preocupada, estava sentado ao lado da cama de Hermione, que se refazia, após suas energias terem sido sugadas por Voldemort. Ele conhecia todos os problemas que poderiam ocorrer com Hermione, sabia que as forças do mal eram muito poderosas, mesmo que Voldemort estivesse sozinho e destituído de grande parte de seus poderes. Hermione suavemente mexeu-se na cama....E abriu os olhos...
- Severo.... – pronunciou ela, com a voz baixa.
- Estou aqui, meu amor... – disse ele, tomando-lhe as mãos...
- Ele voltou.... ele quer você....- disse ela, agarrando mais as mãos de Snape.
- Eu sei, querida. Não se preocupe, Dumbledore já estava fazendo tudo para proteger-nos. – disse ele....
- Eu tenho medo,- falou ela, lentamente...
- Eu também tenho medo, querida. – falou Snape apertando ainda mais as mãos dela.
- Professor Snape, com licença, a aluna tem outra visita.. – ouviu-se a voz de Madame Pomfrey atrás deles.... Neste instante, Snape soltou as mãos de Hermione... – Desejo-lhe melhoras, Srta. Granger.
E virou-se para sair.... A outra visita era Rony Weasley, que ficara espantando em encontrar o temível professor de Poções ali.
Snape passou por Weasley com sua capa negra esvoaçante.
- O que Snape estava fazendo aqui, Mione? – perguntou Rony
- O mesmo que você, Rony. Me visitando. – respondeu Hermione em uma voz baixa e irritada.
- Impossível! O Snape te odeia, Mione! E Você também o odeia.... – afirmou Rony.
Hermione apenas olhou para Rony e fechou os olhos, fingindo adormecer.... Madame Pomfrey, prontamente apareceu e pediu a Rony que se retirasse da Ala Hospitalar. Ele saiu pensando, em o que poderia fazer Snape visitar Hermione.. Juntando isso, com a informação que Harry dera a Neville, chegava-se a conclusão, que o Sonserino que Hermione estava namorando era alguém muito próximo de Snape.. em outras palavras, Rony tinha quase certeza que ela estava namorando Draco Malfoy!!!!
Dumbledore estava em sua sala, providenciando o envio de corujas para a reunião da Ordem Sacramental. Prometera a Weasley que o ajudaria, por isso iria convocar a reunião. Lamentava ter que incomodar muitos bruxos que viviam na felicidade ilusória da morte de Voldemort, mas isso era absolutamente necessário. Poderia contar com auxilio de aurores e pessoas das mais diversas áreas no mundo mágico. Mas, suas duas peças chaves eram Harry Potter e Severo Snape.
As corujas começaram a sair pelas janelas de Hogwarts, marcando a reunião, de reabertura da Ordem.
Snape voltou para sua Masmorra, aborrecido com a chegada de Rony Weasley na Ala Hospitalar.. Gostaria de ter ficado mais tempo com Hermione... Sentia-se culpado, afinal isso que acontecera com ela, era devido ao fato de sua aproximação com ele... Se ela jamais tivesse lhe enfrentando na aula, se ela jamais o tivesse encontrado semimorto na Floresta Proibida, se ela não tivesse cismado em devolver o colar de esmeraldas.... eram tantos Ses que em uma primeira análise a relação deles até pareceria impossível. Entretanto, ele, o frio, intragável e malévolo Severo Snape, sucumbia ao amor que Hermione Granger conseguira despertar. E não saberia mais viver sem ela.. seria capaz de dar sua vida para protegê-la.. para assegurar-se que ela estava bem, estava viva.. que iria ser feliz..
Severo Snape amava tanto Hermione Granger que queria vê-la feliz, mesmo que não pudesse estar ao lado dela, compartilhando dessa felicidade...
Seguindo esses pensamentos, abriu uma pequena gaveta em uma escrivaninh antiga, e de lá tirou seu anela de Comensal, que Hermione havia devolvido a Alvo Dumbledore, por ocasião daquele mal-entendido, envolvendo a figura de Lilian Potter... Snape nem se quer raciocinou a respeito. Pegou um bilhete que uma coruja acabara de largar em sua janela e saiu rapidamente em direção a Ala Hospitalar ...
Chegando na Ala Hospitalar... Snape esgueirou-se de forma a não ser visto pela Madame Pomfrey.. foi até o leito de Hermione, que estava dormindo.. tomou sua mão direita, delicadamente e colocou no dedo anelar o seu Anel de Comensal.. onde estavam duas cobras enlaçadas, sobreposta a uma cobra negra, com olhos vermelhos (rubis), idêntica àquela que Hermione havia visto em seu quarto. Após feito isso, rapidamente, ele saiu da Ala Hospitalar, para os corredores do castelo, tirando do bolso o bilhete que recebera:
Severo,
Estou de volta... Não me procure e não tenha medo.. estou bem escondido.. Avise Dumbledore de minha chegada... Vamos combinar de nos encontrarmos no local de sempre, em Londres. Pode trazer sua namorada se quiser.. sei muito bem quem ela é.
Abraços
Igor Karkaroff
E agora, como confiar em Karkaroff sabendo da volta de Voldemort???
