Capítulo XXI – A Ordem Sacramental

Na Masmorra...Snape olhou para Hermione surpreendido....

- Você não gostou que eu passe o Natal na sua casa??

- Claro que gostei, Severo... Mas foi uma surpresa muito grande, nunca imaginei algo assim... – respondeu rindo.

- Algo assim como..... – perguntou ele, desconfiado..

- Ora,.. o temido professor Severo Snape, fazendo uma solene visita ao mundo dos trouxas.. – comentou ela, em um tom de voz, que mal traía o riso...

- Que boba.... Mas, se quer saber mesmo.. – explicou ele, enquanto acariciava os cabelos dela... – Se quer saber mesmo, estou com um pouco de receio sim.. não consigo entender como os trouxas conseguem viver sem magia.. nunca entendi..

- Ora querido.. Talvez você não entenda, mas verá muito bem como as coisas se processam por lá....

Ele simplesmente não respondeu, apenas puxou-a para mais perto de si, beijando-a ...Não era só medo de conhecer a vida dos trouxas que Severo Snape tinha.. na realidade ele temia que Voldemort acabasse encontrando-o mais facilmente no mundo dos trouxas... mas, devia confiar em Alvo Dumbledore.. ele sempre sabia o que deveria ser feito...


Naquela noite, Hermione havia combinado de conversar com Neville sobre o possível namoro dele, com Alícia Parkinson, mas ela sabia que era necessário tomar cuidado, pois em Hogwarts as noticias corriam muito depressa.... Era tarde quando ela saíra da masmorra de Snape naquela noite... haviam combinado de se ver mais cedo, pois Snape tinha que comparecer a reunião da Ordem Sacramental.. Muitos estudantes estavam circulando pelo castelo, esperando soar o sino do jantar.... Quando virou uma esquina em direção a torre da Grifinória, Hermione ouviu um som de vozes abafadas, que a deixou curiosa....

- Ora, eu acho que devemos tomar mais cuidado..... – parecia ser a voz de Draco Malfoy

- Eu sei, Draco.. mas o que posso fazer se estou apaixonada por você!! – afirmava a outra voz.. que , para Hermione parecia ser bem conhecida, mas ela não conseguia identificar a voz...

- Lindinha, eu queria poder assumir o nosso namoro.. mas, por agora é impossível.. você sabe... se meu pai descobrir que namoro uma Grifinória, ele me deserda....

- Eu sei, querido, eu sei...- Hermione ouviu mais um barulho abafado, que desconfiou ela, seria um beijo...

- É que eu não gosto de ver você junto com a Pansy, Draco. –afirmou a voz feminina...

Hermione lutava contra si mesma.. Uma parte queria ir embora, outra ficar e descobrir quem seria a Grifinória que estaria namorando Draco Malfoy.. Severo por sua vez.. assim que soubesse ficaria muito bravo...Mas, ele não poderia cobrar dos alunos atitudes diferentes daquelas que ele mesmo praticava, pensou Mione.

- Não tenha receio quanto a Pansy.. Eu odeio ela. Você não sabe que eu amo só você, minha Lindinha?? – perguntou Draco fazendo uma voz melosa.

- Eu sei sim, Draco Malfoy.. Eu sei.

Neste instante soou o sinal de que o jantar estava sendo servido, e Hermione rapidamente saiu dali...


Hermione após o jantar voltou para o Salão Comunal da Grifinória e encontrou Gina sentada numa das poltronas, com uma expressão muito triste no olhar... Por um instante, achou que a namorada misteriosa de Malfoy pudesse ser Gina.. mas, para ele, namorar uma Grifinória era até certo ponto concebível... mas namorar uma Weasley era impossível...

- O que você tem, Gina?

- Nada, Mione.. nada....

- Quer conversar? – perguntou Hermione, solicitamente.

- Não, Mione, obrigada – respondeu Gina, com um sorriso triste... Por favor, me deixe sozinha....

- Tudo bem, se precisar , chama.... – retrucou Hermione, afastando-se.

Naquele instante, entravam no salão Comunal, Simas, Dino e Neville... Os outros dois, subiram as escadas para o dormitório, enquanto Neville, sentava-se perto de Hermione...

- O que você quer falar comigo, Neville?

- É sobre Alícia... Alícia Parkinson... – explicou ele ruborizando-se

- Já imaginava algo assim... – afirmou Mione.

- Bom, Mione.. é que fui conversar com o Harry e ele disse que você poderia me ajudar, por sabe como se faz para namorar um Sonserino....

- Ah.... – falou ela...

- Por falar nisso, Mione, que Sonserino você namorou?? – perguntou ele interessado...

- Nenhum, Neville!!! – respondeu ela enfaticamente, enquanto pensava que era bom, que as vezes Neville fosse meio lento para entender as coisas..... – Isso é besteira de Harry.. ele não queria era ajudar você...

- Sei, Mione!! – respondeu o menino, enquanto pensava que ela, mesmo querendo não iria conseguir enganá-lo desta vez....

- Bom, mas você quer saber o que de mim, Neville?- perguntou ela, fugindo do assunto.

- Quero saber como pedi-la em namoro...

- Fácil, Neville... repita o que fez para namorar Gina... – comentou Hermione

- Acontece que foi a Gina que pediu para namorar comigo.. – disse ele, todo vermelho., parecendo mesmo um dos Weasley.

- Mesmo? – perguntou ela, divertida.

- Sim.. por isso é que agora, estou encontrando muita dificuldade.. Mas, acho que o problema não é só esse... é como vou conseguir olhar para os meus amigos, você, o Harry , o Dino.. namorando uma Sonserina.... Todos vão me odiar, me acusar de traidor.. e mais um milhão de coisas....

- Imagino, Neville..- falou ela, seriamente preocupada por vivenciar a mesma situação.- Mas, se você gosta dela, não deveria se preocupar com isso... Com o tempo todos acabam acostumando...

Enquanto isso, Hermione se recriminava por estar sendo hipócrita com Neville... estava aconselhando-o a fazer algo, que ela mesma não tinha coragem...

Ao mesmo tempo, uma sombra se esgueirava por trás do sofá onde estava Hermione... era Rony, que queria desesperadamente ouvir a conversa..

- É verdade, Mione.. mas ainda acho pior enfrentar Malfoy e aquela corja da Sonserina...

- Malfoy? Ora, Neville.. não se preocupe com o Draco.... –disse ela divertida

- Mesmo, Mione? Mas ele odeia você... o que você pode fazer contra ele?- perguntou Neville preocupado

- Eu não falei que ia fazer nada contra o Draco, Neville... Simplesmente disse que não há motivo para preocupação..... – disse ela sorrindo... enquanto lembrava-se do diálogo que havia ouvido antes do jantar...

Atrás do sofá, Rony pensava que ela pediria ao seu namorado, Draco Malfoy, para que deixasse Neville em paz...e por isso estava tão segura do que dizia... era visível aos olhos.. ao menos aos de Rony, que Hermione namorava Draco, e que este faria tudo o que ela pedisse.. Quanto a isso tinha certeza, pois o poder de persuasão dela era excelente.

Naquele instante, Lilá entrou no Salão Comunal, cansada da corrida que havia feito... resfogueada, olhou para o sofá onde estavam Neville e Hermione e perguntou:

- Rony, o que você esta fazendo ai atrás do sofá?

- Nada, Lilá... estava apenas juntando minha pena.. – disse ele, vermelho como um pimentão, mostrando a citada pena...

Neville e Mione apenas olhavam admirados para Rony, que claramente estava escutando a conversa deles...

Cada vez mais a crença de Rony, de que Hermione estivesse namorando Draco, se confirmava... Mas, lhe parecia incrível.. sabia que ela odiava Draco, mas acreditava que a recíproca fosse mais forte. Draco nunca namoraria uma sangue-ruim, na ótica dele., nem mesmo Hermione que era muito popular, inteligente e bonita. Mas neste caso, Draco não namoraria uma sangue-ruim porque ele não queria, ou porque seu pai era quem não permitia. Havia algo de errado ali. Mesmo porquê aparentemente ninguém fazia questão de esconder nada. Até Snape fora visitar Hermione na ala hospitalar, e ela nunca andara em muitos bons termos com o professor.. Ou seja, o namorado de Hermione é alguém intimamente ligado a Snape.. tão ligado que só a presença deste levaria ao nome desejado.. Então além do próprio professor (nem na próxima encarnação Hermione teria a infeliz idéia de namorar o professor Snape, pensou Rony divertido) só restava, então Draco Malfoy .. Seria um ato desmoralizante para ela, como Chefe dos Monitores, namorar um Sonserino, e ainda mais Draco Malfoy... e Rony decidira que iria seguir Hermione, iria descobrir onde ela se encontrava com Malfoy e quando isso acontecia... Daí, teria ambos em suas mãos.


Na sala mágica de Dumbledore, que parecia ter aumentado tanto em largura quando em profundidade, estava reunida a nata de combate ao mal, especificamente contra Voldemort.. Alvo estava na cabeceira da mesa.. Alguns dos presentes eram velhos conhecidos do bruxo, dos mais diversos países e das mais diversas faixas etárias.. Lá estavam representantes de todos continentes, mesmo que as ações de Voldemort sempre tivessem centralizadas na Inglaterra, mas, Voldemort, com seu poder possuía seguidores de norte a sul do planeta. Harry Potter, sentado entre Remo Lupin e Sirius Black, observava admirado a gama de pessoas ali reunidas.. Ele, que nem imaginava a existência de um mundo bruxo, antes de ser chamado para estudar Hogwarts, jamais havia estendido essa presença a outros lugares. Entre Sirius Black e Severo Snape estava sentando Neville Longbotton , que parecia amedrontado com a presença de Snape, embora este fizesse tudo para animar o garoto. Ao lado de Dumbledore estava Arthur Weasley e Alastor Moody.

Todos estavam em grande polvorosa, conversando animadamente....

- Snape.. – chamou Sirius Black.

- Fale, Black. – falou Snape olhando em direção a Sirius.

- Nem acredito que esse inferno vai começar de novo. Pensei que estivéssemos livre dele, bem como de nos encontrar e trabalhar juntos novamente. – falou Sirius.

- É verdade, Black. Tens razão. Achei que isso tinha terminado, para o bem de todos, principalmente o nosso. – falou Snape, rindo.

- Será que nós conseguiremos nos ver livres de nós mesmo? – perguntou Remo...

- Espero que sim.. – respondeu Snape.

- E a sua namorada, Snape.. como vai? – perguntou Remo

Harry olhou para o professor, surpreendido.. Como seu padrinho e Remo haviam descoberto que Snape estava namorando?

- O senhor está namorando, professor? – Perguntou Harry inocentemente.

- Sim, ele está.. vimos ele em Londres com uma moça bonita, mas não sabemos quem é? Não é Sirius? – afirmou Remo.

- È sim. – afirmou o padrinho de Harry. Este por sua vez, respirou fundo, aliviado.. Eles não sabiam que era a tal moça.

Snape apenas olhava para Harry, seriamente.. e lhe deu uma piscada de leve.. Harry reconhecia que com o passar do tempo, depois da chocante descoberta que Hermione namorava Snape, ele passara a enxergar o professor, não só como aquele monstro que ele sempre acreditara que ele fosse, mas talvez, como alguém não tão ruim.

- Prezados senhores, – falou Alvo - fico muito satisfeito com a presença de todos vocês aqui. Infelizmente, as notícias que tenho a lhes transmitir não são nada agradáveis..... Na realidade, não pretendia chamá-los aqui nunca mais, depois da nossa vitória contra Voldemort e seus seguidores. Mas, alguns fatos que nosso Ministro da Magia lhes falará, obrigaram-me a mudar de idéia.

- Bem, infelizmente tivemos que iludi-los a respeito da morte de Voldemort. Na realidade, ele apenas estava preso em Askaban. – explicou Arthur Weasley.

Neste instantes, ouviram-se muitos murmúrios pela sala, alguns amedrontados e outros, escandalizados.

- Sim- continuou Arthur Weasley – eu não tive coragem de matá-lo.. e não quis pedir ajudar a Alvo.. fiquei com vergonha e quis resolver o problema por mim mesmo....

Os murmúrios agora se tornaram mais incisivos.. a revolta começava a imperar....

- Inocentemente, imaginei que Voldemort não conseguiria fugir de Askaban. Até hoje, como todos sabem, somente um prisioneiro fugiu... – falou Arthur, fazendo uma mesura, para Sirius Black...- e mesmo assim, um prisioneiro que o tempo mostrou ser inocente...

- Com o passar do tempo, creio que relaxamos a segurança, por considerarmos Voldemort derrotado. E aproveitando-se disso, ele fugiu...

Neste instante a sala de Dumbledore, explodiu em gritos das mais diversas ordens.. alguns queriam a destituição de Weasley do Ministério, outros lamentavam o corrido.. outros ainda reclamavam pois teriam que guerrear novamente...

- Agora, temos que nos mobilizar novamente, para derrotar Voldemort definitivamente... – falou Alvo Dumbledore, cuja voz se sobrepunha aos gritos alterados da assistência. – E todo o cuidado é pouco.. os Novos Comensais da Morte não possuem, nem de longe, os poderes dos melhores comensais que Voldemort já teve....

Harry reparou que quando Dumbledore disse isso, Snape apenas abaixou a cabeça, olhando em direção ao chão. Harry conhecia alguns aspectos da vida de Snape enquanto Comensal da Morte: sem sombra de dúvida, ele havia sido o melhor...melhor até que Lúcio Malfoy...

- O que acontece , é que eles estão em todos os locais possíveis e são as pessoas que menos imaginamos... – continuou Dumbledore..- por exemplo, acho que todos os presentes souberam da morte de Argo Flich, zelador de Hogwarts. Ele era um dos homens de Lúcio Malfoy...

Um burburinho de admiração correu a sala..... que agora, poderia ser considerada um salão, por seu tamanho.

- Acho que agora devemos aproveitar o fracionamento do grupo do mal, digamos assim..- falou o ex-auror Alastor Moody. – De um lado temos Lúcio Malfoy e de outro Voldemort... Os ex-seguidores do Lord das Trevas, estão acompanhando Malfoy ..e ao menos que me engane.. a primeira providência de Voldemort, além de arrumar novos aliados, será a de destruir Malfoy. Isso nos poupa trabalho.. – continuou Moody, acidamente... Recebendo aprovação da assistência...

- Concordo com Moody,- disse Dumbledore.. – Voldemort não irá querer Malfoy e os seus de volta e procurará eliminá-los.....

- Eu, se fosse vocês, não contaria muito com essa possibilidade.. – ouviu-se a voz suave e letal de Snape.. e todos os olhares se voltaram para ele...

- Porque não, Severo? – perguntou Dumbledore.

- Simples... – explicou Snape- Lúcio sabe que não conseguirá derrotar Voldemort, e por isso, procurará se unir a ele.. voltar a ser seu Braço Direito, digamos assim... Mesmo, que para isso, tenha que abrir muitas concessões e esconder sua sede de poder. Depois, se por algum acaso conseguirem o que almejam.. daí sim, existira uma guerra interna pelo poder e Lúcio, preferirá morrer a entregar tudo ao Lord.

Houve um silêncio momentâneo na platéia.. todos pensavam no que Snape havia dito.. Moody foi o primeiro que lançou sua opinião:

- Deixe de bobagens, Snape.. O que você quer é que não procuremos Malfoy... Todos aqui sabem, que você e ele sempre foram grande amigos.. Tão ligados que você é padrinho do único filho dele....

Grande parte dos presentes concordou com Moody. Estranhamente Sirius Black e Remo Lupin, estavam ao lado de Snape.. Achavam que era a opinião mais possível...

Harry por sua vez, estava apalermado com a revelação que havia sido feita.. Então era por isso que Snape protegia tanto Draco Malfoy, por isso que demostrava gostar muito do menino, estava sempre protegendo-o, não era uma preferência gratuita.. Snape era padrinho do Draco!! Que revelação...

- Eu concordo com Severo Snape, Moody – ouviu-se Dumbledore falar. – Realmente isso esta mais de acordo com o perfil de Lúcio Malfoy, do que ele querer derrotar Voldemort sozinho...Acho que temos que procurar descobrir onde estão Malfoy e grupo, e a partir daí chegarmos ao Lord.

Um senhor, com aspecto aristocrático, parecendo um típico Lord inglês perguntou:

- Alvo, como vocês descobriram a volta de Voldemort?

- Astronômus, ele tentou atacar uma aluna de Hogwarts, aqui dentro da escola. Como entrou, não sei.. Sugou toda a energia da menina, e depois partiu sem deixar rastros. – respondeu Dumbledore. – Bem, acho que devemos agora nos separar e começar a buscar informações tanto sobre o paradeiro de Voldemort como sobre o de Lúcio Malfoy. Qualquer informações, mandem um sinal que a patrulha de guarda, desaparatará em instantes no local desejando, seja ele onde for, como sabem...

Todos ficaram mais alguns instantes conversando e ao poucos foram desaparatando.... Alvo Dumbledore, veio em direção a Snape e lhe perguntou baixinho.

- Severo, você já enviou resposta a Karkaroff?

- Não, Alvo ainda não...

- Pois então envie-a dizendo que vai se encontra com ele no local de sempre, em Londres no Sábado à noite...

- Sim, senhor.- disse Snape servilmente.

- E mais, não fale nada a ninguém.. porque essa é a nossa melhor pista... – respondeu Alvo, rindo, e afastando-se logo em seguida.

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Capítulo XX