Capítulo XXIX- O passado da Família Granger
Hermione havia acompanhado Dumbledore até sua sala, lá, ele a convidou para que sentasse em uma das confortáveis poltronas e sentou-se do outro lado da mesa.
- Hermione, acho que você sabe porque lhe chamei aqui...
- Sim, senhor diretor.- confirmou ela.
- Antes de mais nada preciso saber como estão as pesquisas das Poções de Severo...
- Bem, professor.. é incrível, eu tenho a impressão de que sempre sei o que fazer, que ingrediente adicionar.. acho que conseguirei bons resultados. Severo ficará orgulhoso de mim.. Hoje mesmo, Hagrid levará as poções até o Hospital para os pais de Neville.. queria tanto que eles ficassem bons.. Por Neville.. acho que ele se tornaria uma pessoa muito melhor...
Dumbledore apenas assentiu silenciosamente...
- E você tem acesso a todos os livros de Severo, Hermione?
- Não professor. Alguns.. creio que aqueles que ele considerou piores.. com maiores atrocidades, ele trancou na escrivaninha... –contou ela...
- Hermione, eu quero que você saiba que Severo só fez isso para proteger você.. ele é uma das poucas pessoas no mundo mágico moderno que tem conhecimento destes fatos..
- Que fatos, professor? – perguntou ela, curiosa...
- Bem, como você sabe, você é uma bruxa nascida trouxa, certo?
- Certíssimo, professor. – falou ela, sorrindo.
- Não, Hermione, você está errada, você uma bruxa, uma bruxa mestiça.. sua mãe sim, é totalmente trouxa.. mas seu pai....
Hermione olhava admirada para Dumbledore.. ele somente poderia estar mentindo.. seus pais nunca souberam que existia um mundo paralelo, um mundo bruxo.. eram somente londrinos comuns de classe média...
- Estou achando essa brincadeira de péssimo gosto, professor.
- Não é brincadeira, Hermione.. Seu pai é descendente de uma família de bruxos.. de uma família de grandes bruxos para dizer a verdade...
- Meu pai nunca tinha visto uma varinha mágica até pegar a minha, professor.. o senhor deve tê-lo confundido com alguém. – falou ela ironicamente.
- Sim, porque quando ele nasceu lhe foram tirados todos os poderes... dele e de sua avó..
- Mas....- quis saber ela, perplexa...
- Hermione, sinceramente você nunca se perguntou porque é a melhor aluna desta escola? Porque sabe tudo, conhece tudo.. porque tudo lhe parece fácil??? – quis saber Dumbledore.
- Eu sei isso, é porque sou inteligente...- explicou ela.
- Você é inteligente sim, minha querida, mas não foi isso que perguntei... Escute o seguinte.. em geral os alunos que vem de famílias trouxas tem muitas dificuldades na escola e não são os primeiros alunos.. você foi o único caso até agora. – comentou o diretor.
- Mas o que isso tem a ver com Severo, professor Alvo?
- Diretamente nada. Mas quero que você me responda, sinceramente o que mais admira em Severo...- quis saber o professor.
Hermione o olhou surpreendida.. O que ela mais admirava em Severo Snape.. havia se feito essa pergunta muitas vezes e cada vez a resposta era diferente...Mas na realidade, na realidade.. o que ela mais admirava nele era:
- Olhe professor.. tem muitas coisas que admiro em Severo, mas a principal delas é ter tido coragem suficiente para renunciar a Voldemort.
Dumbledore deu-lhe um largo sorriso, como se estivesse mesmo esperando essa resposta. Ele tirou um livro de uma gaveta, e lhe entregou, dizendo.
- Voldemort foi o melhor seguidor de seu avó Irnius, que lhe passou grande parte do poder, e minha querida,.. e nós dois sabemos quem foi o maior Comensal da Morte de todos os tempos... Leia esse livro, e depois me diga o que achou....
Hermione pegou o livro e leu, surpreendida o título: "Irnius Granger, o Deus das Trevas.. uma biografia". Ainda em estado de choque ela rumou para a porta e Dumbledore lhe disse:
- Conheci seu avô, Hermione.. fomos colegas aqui em Hogwarts.. mas logicamente ele era da Sonserina.
Snape simplesmente ficou olhando para Voldemort.. Intimamente se perguntava como poderia ter servido aquele homem tão fielmente, como poderia Ter aberto mão de sua vida, de seus sonhos, Ter jogado tudo fora em nome de promessas... mas ele havia lhe prometido Lilian.... Lhe parecia incrível Ter sido o homem de confiança daquele a quem chamava de Lord das Trevas.
- Realmente, Voldemort? – perguntou Snape com um meio sorriso.
- Claro, Severo.. Quem nasce aos seus, não degenera jamais.. – respondeu Voldemort ironicamente sentando-se de fronte a ele.
- O que você quer comigo, Voldemort? Não seria muito mais fácil acabar com isso de uma vez por todas? – perguntou Snape. Ele não estava amedrontado, ou melhor não parecia estar.. Voldemort estava impressionado. Poderia citar alguns nomes de Comensais que tremiam somente em sentir a marca negra arder, e que sentiam um pânico indefinível com sua presença. Mas este nunca fora Severo Snape.
- Você diz, lhe matando, Severo?
- Exatamente. – confirmou Snape corajosamente.
- Eu jamais mataria alguém como você, Severo. Alguém que me trai descaradamente e ainda tem a coragem de assumir isso perante mim.. Alguém com a sua coragem não merece ser morto. Eu só quero você de volta. Estou disposto a lhe dar mais uma chance. – explicou Voldemort.
Snape riu ironicamente, sabia que iria morrer mesmo....
- Não está nos meus planos voltar, Voldemort. Nem hoje, nem nunca mais. Tive a coragem que muitos aqui querem Ter e não conseguem. Larguei esse seu ciclo vicioso.. – explicou Snape.
- Não tente ser nobre, Severo, pois lhe conheço muito bem. A sua tese é.. – Voldemort começou a imitar, ironicamente, a voz de Snape neste instante- larguei o Lord das Trevas pois me arrependi de tudo o que fiz, sabia o tempo inteiro que estávamos errados, mas mesmo assim....
- Ora, Severo, essa conversa pode convencer Dumbledore e até aquela sua amada sangue-ruim, quer dizer.. sangue muito bom, mas eu sei muito bem o motivo pelo qual você foi embora... – comentou acidamente Voldemort.
Snape simplesmente se encolheu na cadeira.... Sabia o que ele diria...
- Eu lhe prometi Lilian Potter e não consegui cumprir.. Admito, tive que matá-la, ela não deixou que eu terminasse com o garoto.. Já falamos muitas vezes sobre isso, Severo...
Snape não falou nada, ficou totalmente silencioso...
- Severo Snape o que você quer para voltar? Todo o Dinheiro, todo o poder, toda a imortalidade que alguém pode desejar??? – finalmente Voldemort fez a proposta.
- Essas suas propostas não me seduzem mais, Voldemort.. eu não tive nada disso, e você acabou aniquilando a mulher que eu amava..
- Que comovente, Severo! Você está me obrigando a usar de argumentos que eu não queria.. – comentou Voldemort acidamente.. Ele ergueu a varinha e dela apareceu Hermione, sorridente...
Snape apenas abaixou os olhos...Pensou em qual seria a chantagem dele..
- Você, Severo Snape e suas mulheres.. realmente é comovente.. e mais uma Grifinória!! – comentou Voldemort...
- Deixe Hermione fora disso.... – começou a falar Snape levantando-se da cadeira..
- Pode ficar queitinho, aí.. Severo! .. – disse Voldemort, imobilizando-o com a varinha...
- Que interessante, Severo. Ela é uma Granger.... pensei que os Grangers estivessem banidos para sempre do mundo mágico! – comentou Voldemort , enquanto caminhava pela sala onde estavam...
- Faz realmente muito tempo, foi no inicio do século para falar a verdade.... – continuou ele, sob o olhar censurador de Snape, que não tinha medo mesmo estando amarrado. – Foi por isso que você não a deixou mexer em todos os livros de Magia Negra não é? – perguntou ele, acusando-o. – Ficou com medo que ela descobrisse quem verdadeiramente é......
- Severo, não me diga que você achou que eu iria deixar passar um pequeno detalhe desses... Ora.. esqueceu que eu sou o Lord das Trevas?? – perguntou ele, ironizando.
- Me admiro que Dumbledore tenha aceito uma Granger em Hogwarts. Era como se aceitasse um filho meu... Conheci o avô de Hermione.. foi a criatura mais malévola que houve em toda história do mundo mágico.. e olhe quem está falando.. Irnius Granger dizimou o mundo mágico.. gostava de matar, eu acho.. pensava que se todos morressem ele seria aclamado o herói de todos os tempos.. Dumbledore o matou, mas fiquei eu, seu discípulo.. o filho dele era um aborto.. na realidade, o Ministério o destituiu de todos os poderes assim que nasceu.. – terminou Voldemort, sorrindo...
- Sabe, Severo.. achei que ela não tivesse nada a ver com os Grangers.. aqueles do passado.. mas depois de quase Ter matado Lúcio com um Feitiço Digilatis.. Ora....
Snape estava calado. Já sabia de tudo isso, embora Voldemort tenha abreviado a história. Na realidade ocultara alguns livros de Hermione, aqueles que continham a história dos Granger.. Não sabia de onde saíra o boato de que Hermione era trouxa.. ela mesma acreditava nisso... talvez de Dumbledore, que nunca achara justo as famílias pagarem pelos erros de um só membro.
- Bem, o que quero de você? Ora Severo.. você pode até gostar da garota, mas quer os poderes que ela traz consigo....
- Mentira!
- Quer sim, você é um Comensal da Morte.. vai ser sempre um Comensal da Morte.. o que não poderia fazer tendo uma Granger a seu lado???? Porque disse a ela que somente ela, conseguiria tocar suas pesquisa em diante? Só porque ela é inteligente? Não, meu caro.. é porque ela tem no sangue a magia negra, circulando nas veias....
- Você não presta.....
- Obrigado pelo elogio, meu caro.... O que eu quero de você , além é claro dos antídotos é a menina...
- O quê?
- Sim, quero vocês dois.. O que eu, Lord das trevas, não faria com os poderes de um Granger acrescidos aos meus??
- Nem pensar.. pode me matar agora.....
- É melhor você pensar bem, Severo!!! Não lhe custa nada.. basta trazer a menina.. Com os poderes dela, poderemos ser indestrutíveis...
- Eu não quero....- começou Snape.
- Cale a boca, Severo! E suma.. Você tem 24 horas, pense bem.. Se eu lhe matar, vou pegar a menina do mesmo jeito e aí sim, será bem pior....- Sentenciou Voldemort.
Snape levantou-se e saiu da sala, sob o olhar irônico de Voldemort.
Draco Malfoy estava sentado em um canto do Salão Comunal da Grifinória namorando Lilá Brown. Tudo indicava que o namoro deles ia muito bem... Poucos se aproximavam do casal, grande parte tinha medo do que Malfoy poderia fazer, e não gostavam da sua petulância. Hermione, como Chefe dos Monitores, procurava não discriminá-los.. Ao entrar no Salão Comunal, Hermione estava procurando por Neville.. queria lhe contar que as poções tinham ido para o Hospital de Doenças Mágicas... viu Lilá e Draco sozinhos em um canto do salão... Com o livro na mão e foi em direção a eles, e sentou-se..
- Como vai Lilá.. E você Malfoy? –perguntou ela, cortesmente.
- Bem.. – reponderam em coro..
- Malfoy que história é essa da Sybila ser a nova diretora de vocês?- perguntou Hermione. – reconheço que estou pasma...
- Nem fale, Granger... A Sonserina está em polvorosa.. a Pansy está organizando um abaixo-assinado entre os alunos para destituir a idiota da Sybila... – explicou Draco, enquanto Lilá torcia o nariz.
- Acho bom que vocês façam isso... Francamente.. nem vocês mereciam esse tipo de pessoa como diretora... – comentou Hermione com ironia.. – Diga a Pansy que me procure.. vamos combinar uma comissão para reclamar com o Diretor, e para isso vocês precisam do meu aval, uma vez que sou a Chefe dos Monitores...
Na realidade, Hermione não queria fazer isso.. simplesmente o fazia por Snape. Achava que o lugar dele deveria ser ocupado por alguém que merecesse o posto, ou ao menos por alguém que não desfizesse sua própria casa...
- Mesmo, Granger? Muito obrigado.... – falou Malfoy.
- Mas tem uma informação que quero de você... – começou Hermione.
- Sabia que tinha um preço. – falou Malfoy.
- Só estou jogando como vocês jogam., meu caro sonserino. – explicou ela...
- OK. – falou Malfoy. Sabia que a influência de Hermione seria importante no caso da troca de diretores...
- Lilá, você poderia nos dar licença um instante? – perguntou Hermione cortesmente.
- Tudo bem, Mione. – respondeu Lilá, surpresa, porém se afastando.
Quando Lilá estava longe, Hermione mostrou a capa do livro a ele:
- Você conhece isso, Draco?
- Claro, Hermione. Meu pai tem esse livro a decênios.. mas eu nunca imaginei que nosso magnânimo Deus das trevas fosse seu avô.... – disse ele, em voz baixa..- Naquela noite em que o Lord esteve aqui, eu estava lhe esperando para lhe contar isso e lhe dar o livro, como meu pai tinha mandado, mas o livro sumiu do meu dormitório...- contou ele...
- Alguém mais sabe disso, aqui em Hogwarts? – quis saber ela...
- Além de Crabbe e Goyle, que não contam para nada e a Lilá ninguém deve saber... – disse ele, refletindo.
- A Lilá? – perguntou ela, curiosa...
- Claro, Mione. Eu gosto da Lilá, mas namoro ela, principalmente porque nossos pais tem interesses em comum.. – ele indicou no braço esquerdo, o local onde fica a marca de Comensal da Morte, que muitas vezes ela vira no braço de Snape.
- Ótimo saber disso... E que morra aqui, hein Malfoy.. É bom ninguém saber dessas nossas ligações.. - disse ela, tocando de leve seu braço esquerdo, o que fez com que Malfoy arregalasse os olhos...
- Você? – quis saber ele...
- Eu o que Malfoy? Perguntou ela sorrindo ironicamente para ele, enquanto chamava Lilá, que rapidamente se aproximava....
- Até logo para vocês.....- disse ela, saindo pelo quadro da Mulher Gorda...
Malfoy estava muito surpreso... e Lilá o observava admirada...
O que a Mione lhe disse? – quis saber ela..
Que ela é... – e ele indicou o braço esquerdo..
Lilá arregalou os olhos...
Impossível..- falou ela...
Porquê? Sendo quem ela é? – perguntou ele, enquanto beijava Lilá Brown.
Hermione saiu do salão Comunal e foi para a masmorra de Snape, no caminho encontrou Neville , saindo das masmorras da Sonserina, acompanhando por sua namorada Alícia...
- Oi Mione..- cumprimentou ele..
- Oi Neville, oi Alícia... – falou ela...
- Onde vocês estão indo? – perguntou ela... – está um dia tão bonito para namorar na beira do lago.. – Hermione continuou piscando para Alícia Parkinson, que sorriu....
- Ótima idéia, Hermione.. – falou Neville..
- Depois, Neville você me procure que temos que combinar algumas cosias sobre aquele trabalho? – falou ela, esperando sinceramente que ele tivesse entendido a mensagem..
- Que trabalho? – quis saber Neville..
- O de Poções.. – respondeu ela sorrindo.
- Ah! O Trabalho de Poções... – falou ele... – depois te procuro então...
- Está bem.. – disse ela, caminhando em direção a masmorra de Snape...Enquanto o casal ia na direção contrária.
Pelo jeito, não era somente Neville e Alícia que iriam passear em volta do lago.. em uma linda tarde de sol. Harry e Gina estavam sentados na orla da Floresta Proibida, namorando, serenamente.. Rony e Padma Patil, estavam conversando e ao mesmo tempo que ativaram alguns pedaços de pão para o delírio da Lula Gigante...
Parvati também estava sentada em um banco, conversando tranqüilamente com um homem que vestia uma jaqueta de couro negro. Era Sirius Black, que se interessara muito pela menina desde o primeiro dia em que esbarrara nela. Estavam conversando sobre banalidades, quanto Sirius esperava Lupin que fora conversar com Dumbledore sobre alguns fatos estranhos que estavam ocorrendo em Oxford.. (eles haviam deixado uma patrulha de vigilância na universidade)..
Hermione estava espionando tudo isso, da masmorra de Snape, procurando tomar coragem para pegar e ler aquele livro, e descobrir enfim, o que ela tinha de tão especial por ser uma Granger.
