Capítulo XXXVII - Repercussões

Todos os Comensais entraram na sala da Mansão Malfoy, enquanto trocavam idéias e comentavam lances sobre os combates travados. Lúcio Malfoy liderava o grupo e enquanto subia ia pensando se o plano daria certo.. Se Voldemort confiaria em Hermione o suficiente para....

Seus pensamentos foram interrompidos por uma voz fria e cortante que vinha do alto da escada...

- E então???

Todos os Comensais começaram a responder ao mesmo tempo... falavam e contavam os lances mais dramáticos dos combates. Hermione, parada ao lado de Voldemort parecia totalmente surpresa com a volta deles.. Era uma surpresa cortês.. Ela se perguntava se Dumbledore não conseguira perceber onde eles iriam atacar e o que acontecera na realidade... Se Dumbledore não tivesse percebido, os ataques teriam sido um sucesso, e pelos burburinhos tinham realmente sido bem sucedidos.

- Fale Lúcio. – disse Voldemort quando Malfoy chegou ao final da escada.

- Milord, Srta. Granger.. –cumprimentou ele, fazendo uma mesura.- Os ataques foram um sucesso. De minha parte pegamos o local livre, saqueamos algumas casas e matamos alguns trouxas, e isso tudo sem nenhuma baixa. – contou ele.

- Ótimo! – disse Voldemort, com um horrível sorriso, enquanto juntava as sacas que Malfoy colocara no chão.- E a arrecadação foi boa, pelo que imagino..

- Já estivemos melhores, Milord. Mas isso foi o que conseguimos arrecadar sem a chegada dos aurores...

- Nenhum apareceu?

- Nenhum, senhor. – respondeu Lúcio.

- Quando desaparatei, tive a impressão de que eles haviam chegado.. – comentou Rabicho.. – Estavam atrasados. – completou ele com um sorriso.

- Certo. – respondeu Voldemort.. Alguns segundos se passaram antes que ele chamasse:

- Richard!!- chamou Voldemort...

- Richard não veio, senhor. – falou Karkaroff com um medo óbvio... –O sangue de Hermione gelou.. Ela estava justamente pensando em onde estaria Richard Brown que não estava agarrado em Malfoy, que se postara ao lado dela...

- Não veio? Como assim? Não fez igual a ..... – falou Voldemort, exigindo uma explicação.

- Não senhor. Os aurores o mataram....- comentou Karkaroff

- Mesmo? – quis confirmar o Lord das Trevas... Hermione abaixou a cabeça e seus olhos se encheram de lágrimas.. Era impossível. Justamente o Comensal da Morte que lhe fazia companhia, de quem ela mais gostava, que conversava e contava fatos pitorescos, na beira da lareira, enquanto jogava xadrez com Malfoy. Ela, fora ela que matara o pai da Lilá...

- Sim, vimos ele morto.. Mas, milord.. matamos alguns aurores também.. – explicou Karkaroff.. Enquanto isso, Lúcio Malfoy colocava a mão sob o ombro de Hermione, como um consolo mudo.. Ela ergueu a cabeça e olhou para os olhos cinzas de Malfoy, que parecia extremamente pálido.

- Matamos não, Igor.. Você fugiu para a Floresta... – explicou Parkinson.

- Voltando as origens, Karkaroff ?? - perguntou acidamente o Lord. Ele ia falar mais alguma coisa, quando foi interrompido pela voz suave e gélida de Hermione.

- Sr. Parkinson, nos explique mais a respeito da morte de Brown, por favor.

- Pois não, senhorita Granger.. Logo que desaparatamos, alguns aurores nos atacaram e lançaram vários Avada Kedavra antes que os matássemos... E por um acaso, Brown foi atingido... Na verdade, nós só lutamos contra os aurores, e desaparatamos.. não sem antes esperarmos certos Comensais escondidos aparecerem.... – completou o Sr. Parkinson letalmente.

- Muitos aurores foram mortos? – perguntou Voldemort.

- Alguns milord, creio que uns 4 ou 5... – considerou Parkinson.

- Muito bem, agora podem ir, e sumam das minhas vistas... Todos menos você Karkaroff. – acrescentou Voldemort com um sorriso frio nos lábios.

Hermione ficou parada onde estava.. Continuava atordoada pelo sucesso do plano .. Ela esperava que os Comensais tivessem baixas consideráveis, mas estavam todos ali, comentando o sucesso dos ataques.

Lúcio Malfoy se preparou para retirar-se... abaixou-se e beijou a barra das vestes de Voldemort, e estranhamente beijou a barra da veste Hermione também.. Hermione ficou abismada com o fato.. Isso queria dizer o que exatamente??? Ela olhou para Malfoy, mas a expressão dele, lhe dizia que era melhor ficar calada...

Todos os Comensais beijaram a barra das vestes de ambos... E Voldemort apenas os observava fazendo isso. Hermione se sentia totalmente incomoda.. Era estranho fazerem isso, pareciam que estavam reverenciando-os. Os outros saíram e só restou Karkaroff, que tremia de nervosismo, por estar sendo alvo da ira de Voldemort.

- Igor Karkaroff.. sua covardia é decepcionante... – começou o Lord das trevas..

- Senhor Riddle? – falou Hermione, que ia continuar mas foi interrompida por ele., com uma voz totalmente impaciente.

- O que a senhorita vai perguntar dessa vez???

- Só ia dizer que quando o senhor aceitou Karkaroff mais uma vez, sabia que ele era um covarde. Talvez o senhor não devesse castigá-lo.. O medo dele é superior a tudo.. O senhor não corre riscos de traição por parte dele, Senhor Riddle.- considerou ela. Karkaroff lhe lançara olhares de agradecimentos.

Voldemort olhou para a moça. Agora que o ataque planejado por ela fora um sucesso, teria que considerá-la de outra forma, principalmente para os Comensais não desvincularem as imagens.

- Por essa vez passa, Karkaroff, mas não terá uma Segunda chance. Agradeça a Srta. Granger. – falou Voldemort mais gelidamente que de costume.

Karkaroff beijou as vestes de ambos, demorando-se mais na de Hermione. Ele sabia o quanto eram dolorosos os castigos de Voldemort. Rapidamente, antes que Voldemort resolvesse mudar de idéia, Karkaroff rumou para seus aposentos ( ele os dividia com Rabicho).

Voldemort continuou parado na beira da escadaria, com uma Hermione, que não sabia o que fazer ao seu lado. Voldemort então, olhou para ela, e disse:

Sinto por Richard. Era um dos melhores. Mas essas coisas acontecem.

Hermione não retrucou e mesmo não saberia o que dizer, odiava aquele olhar de cobra de Voldemort.. Um olhar que parecia conter um Avada Kedavra embutido. Voldemort pegou a varinha num bolso, e encantou os sacos com as jóias ao mesmo tempo em que dizia, oferecendo seu braço:

- Parabéns, senhorita Granger. Seu ataque ao que parece foi um sucesso.

Hermione apenas pegou no braço dele e ambos caminharam em silêncio até a sala de reuniões.


Assim que chegaram na sala, Voldemort começou a verificar o produto dos ataques e Hermione pediu licença dizendo-se muito cansada. Ao invés de rumar para seu quarto, saiu em direção a outra Ala, em busca da biblioteca. Toda a Mansão Malfoy era muito bem decorada. Os corredores eram lindos e a ostentação evidente. Depois de alguns instantes, ela bateu levemente numa porta...

De dentro do aposento veio a voz arrastada de Lúcio Malfoy.

- Quem é?

- Sou eu, Hermione.

- Entre, srta. Granger. – respondeu Lúcio Malfoy, enquanto abria a porta para ela. O interior do aposento era magnífico.. Era uma biblioteca enorme e antiga. Suas prateleiras iam até o teto. Em um canto, estavam três poltronas dispostas da mesma forma que na sala destinada aos Comensais. O chão era forrado de tapetes persas.. e a cor azul predominava no ambiente.

- Desculpe vir lhe incomodar, Sr. Malfoy.- falou ela, enquanto ele fechava a porta.

Lúcio Malfoy foi caminhando em direção as poltronas, sentando-se em uma e indicando outra para Hermione.

- O que aconteceu com o sr. Brown?

- Ele foi morto, senhorita Granger. – falou Lúcio Malfoy, e seus olhos se tornaram sombrios.

- Mas...

- Seu plano era extremamente seguro, senhorita. Mas sempre existe algum risco...- considerou ele. Lúcio Malfoy lutava contra a vontade de contar a verdade para ela e a necessidade de silenciar.

- Ele morreu por minha causa, por algo que planejei.. Não era para ninguém morrer.. não era nem para ...

- Dar certo? – perguntou Lúcio Malfoy, que Optara por uma situação alternativa.

Hermione apenas sobressaltou-se quando ele lhe fez a pergunta.

- Senhorita Granger, vou apenas lhe dizer uma coisa: Nem tudo é o que aparenta ser.. Nem todos estão do lado que realmente aparentam estar.. Nem todos acreditam naquilo que fingem acreditar... . – Malfoy levantou-se da cadeira e foi reativar as chamas da lareira...

- Lembre-se de Severo, Srta. Granger.. Quem lhe garante que ele, que somente ele, ontem ou hoje teve aquele tipo de coragem?? E lembre-se também dos inseparáveis componentes do Trio de Ouro e tire suas próprias conclusões. E me dê licença por favor, tenho que ir dormir...

Hermione olhava para Malfoy abismada.. Ele não poderia estar lhe dizendo que ele e Richard Brown estavam traindo Voldemort e auxiliando Dumbledore???? Ela continuou refletindo a respeito, rememorando algumas frase e termos que haviam sido ditos na presença dela e a promessa feita por Richard que um deles dois, mas ele não sabia qual iria lhe ajudar a ir no seu baile de formatura....


Hermione ficou mais um tempo refletindo a beira da lareira.. Lhe parecia inconcebível que Lúcio Malfoy trocasse de lado. Quando Richard, lembrava-se de Severo lhe contando que ele era muito suscetível e nunca sabia muito bem de que lado deveria ficar... mas Malfoy? Isso não combinava com o que sabia de Lúcio Malfoy, mas uma frase dita por Severo, parecia que a anos-luz atrás, lhe voltava a memória agora: " Lúcio sempre sabe qual dos lados será vencedor. O dia que preferir ajudar Dumbledore é porque tem certeza que Voldemort será inteiramente derrotado." Será que era isso que ele pensava neste instante?

Hermione saiu da Biblioteca e foi caminhando em direção ao seu quarto.. No meio do caminho encontrou-se com Voldemort, que pelo que parecia estava sua procura.

- Ora, senhorita Granger. Onde a senhorita estava? – perguntou ele, analisando-a com os olhos.

- Não é da sua conta, senhor Riddle. – afirmou ela.

- Que petulante... – afirmou ele. – Fui lhe procurar porque quero lhe mostrar o produto dos ataques.

- Isso não pode ser amanha de manhã? – perguntou ela.

- Não, senhorita Hermione. Acho melhor resolvermos esse assunto agora. – enfatizou ele.

Tudo bem. – respondeu Hermione enfadada.

Eles foram caminhando até a sala de Voldemort. Hermione estava sonolenta, mas algo lhe fazia permanecer alerta. Na mesa dele, estavam muitas jóias e dinheiro espalhados.

Hermione olhou as jóias extasiada.. Como eram lindas.. Eram pedras preciosas, diamantes, pérolas negras, safiras e esmeraldas... Ela olhou para as esmeraldas e se lembrou do presente que Severo lhe dera.. Um colar lindo de esmeraldas com os brincos formando um conjunto.. Fora o presente mais lindo que ganhara em sua vida. Mas o principal fora de quem ganhara.. Do amor de sua vida!!!

Naquele instante ela deu um breve sorriso.. Voldemort acreditou que fosse pela visão das jóias e por isso comentou ironicamente:

- Mulher e jóias.. existe um magnetismo entre ambas...

- Somente as mulheres conseguem entender o que uma pedra dessas quer transmitir, senhor Riddle.- retrucou ela, serenamente.

- Interessante esse poder....- comentou ele, desdenhosamente. – Amanhã Lúcio irá trocá-las por galeões.. As jóias e isso..- ele apontou para um bolo de dinheiro trouxa.

- Perfeito, senhor Riddle...Era só isso? – perguntou ele, se questionando intimamente o porque de Voldemort querer procurá-la no meio da noite para lhe dizer isso. Lhe parecia muito suspeito.

- Sim, senhorita. Era só isso. – disse ele.

- Boa Noite, então senhor Riddle. – afirmou ela, enquanto ia saindo da sala...

- Boa Noite, senhorita Granger.- disse ele, secamente.


Quando Hermione saiu, Voldemort ficou olhando para as jóias.. Ela parecera encantada com as esmeraldas.. Iria usar algo que fosse com esmeraldas? Voldemort a chamara ali para que ele pudesse ver qual seria pedra de sua preferências, mas Voldemort não gostava de esmeraldas... preferia pedras que não tivessem cor.. pedras transparentes.. pegou um anel de ouro branco com um diamante incrustado. Era bonito, discreto e a senhorita Granger possivelmente iria gostar dele. Pegou o anel e ficou segurando-o na mão transparente.

Havia preparado um feitiço parecido com os que cercavam os Anéis dos Comensais para esse anel. O Anel diria onde estava Hermione, pois o feitiço funcionava como uma espécie de sensor.. Ele levou alguns instantes para encantar o Anel.. No instante do encantamento, o diamante ficara negro como a noite... e depois voltara a ser branco..

Logo depois disso, sorrindo friamente, Voldemort guardou o anel para entregá-lo na manhã seguinte à senhorita Granger.

Voldemort ficara impressionado com o fato do ataque ter dado certo.. O plano era perfeito, mas mesmo assim ele sentia que não deveria confiar na moça totalmente...Talvez isso já estivesse pré-determinado.. Talvez... mas numa questão de prudência, achou melhor vigiá-la de perto...


Snape ainda estava na Ala Hospitalar. Deveria ter saído ainda ao meio-dia, mas parecia que Papoula recebera a orientação de que deveria liberá-lo somente após ordens expressas de Dumbledore. Snape olhava o teto e pensava que Dumbledore não deveria Ter ficado muito satisfeito com a sua tentativa de resgatar Hermione. Ele sorriu lembrando-se dela.. estava com muitas, muitas saudades, não conseguia imaginar mais a sua vida sem ela.. Ela fora o melhor tesouro que alguém, algum dia poderia ter lhe reservado. Porém Severo Snape estava preocupado também, preocupado demais. Conhecia Voldemort muito bem, e sabia que ele jamais se deixaria ludibriar por Mione, mesmo que ela desempenhasse seu papel de forma muito convincente.

Enquanto refletia sobre a sua vida, sobre as mudanças... escutou vozes se aproximando da Ala Hospitalar. Eram Alvo Dumbledore e o auror Frank Longbotton.

- Ele vai ficar bom, Frank.. Com certeza. – afirmava Alvo.

- Mas coitado, ele foi estuporado por mim e por Moody ao mesmo tempo.... – afirmou Frank com a voz em tom de riso.

- Então, o máximo que irá acontecer é ele ficar mais tempo aqui na Ala Hospitalar. – comentou Alvo, enquanto colocavam um homem deitado na cabine ao lado daquela que estava Snape, muito atento as conversas.. A cortina mexeu-se levemente, e Snape pode ver o rosto da figura deitada.. Ele ficou chocado.. Era Richard, Richard Brown..

Instantes depois Alvo apareceu ao lado de sua cama...

- Pela sua expressão, presumo que já tenha visto Richard. – constatou Alvo. – mas, não se preocupe, ele vai ficar bom..

- O que aconteceu? – perguntou Snape mesmo não tendo certeza se queria ou não escutar a resposta.

- Simulação de ataque, Severo. Voldemort vai pensar que o Hermione planejou deu certo.. Assim ficará mais fácil para nos infiltrarmos na casa, na data do próximo ataque. E claro, com a ajuda do outro espião, também... e a sua, que conhece a Mansão Malfoy melhor que a palma de sua mão.

- O senhor está falando de Lúcio? – perguntou Snape.

- Sim, de Lúcio Malfoy. – confirmou Dumbledore.

- Então podem Ter certeza que desta vez, o Lord das Trevas cairá... – respondeu Snape com um leve sorriso no rosto...

- Mas Severo...- Frank Longbotton havia aparecido também.

- Você escutou ele dizer isso muitas vezes, Frank. Quando achasse que daquela vez, o Lord seria derrotado iria abandonar o barco.. Bom, isso me deixa bem mais confiante.. – falou Snape levantando-se.

- E Severo, nunca mais tente fazer o que fez noite passada... Tive que estuporá-lo.. Não poderia deixar você atrapalhar nossos planos.- alertou Dumbledore.

- Hermione... – começou a justificar Snape.

- Conheço muito bem seus motivos, Severo. E não digo que não sejam louváveis.. mas, tudo vai terminar bem.. Tudo vai terminar bem... – disse Alvo, enquanto saia dali e ia espiar Richard.


Somente na manhã seguinte, quando o Profeta Diário chegou na Mansão Malfoy é que Voldemort pareceu ter se convencido do sucesso do ataque. O jornal dava detalhes, mostrava as fotos dos locais atacados, dizia que grande quantidade de dinheiro fora e falava dos trouxas que haviam sido mortos. A reportagem também falava que Voldemort ganhara uma aliada importante nessa nova arrancada rumo ao poder: a neta de Irnius Granger.. A reportagem mencionava que um Comensal fora morto. Era um funcionário do Alto escalão do Ministério da Magia que provinha de uma das famílias bruxas mais tradicionais da Inglaterra, o senhor Richard Brown.

Durante o café da manhã os Comensais comentavam os ataques, e o que dizia o jornal. Parkinson, ficara indignado quando percebera que o jornal mentia pois dissera que Voldemort era chefe de um dos ataques e a Srta. Granger do outro.

Lúcio Malfoy saíra logo após o café, para efetuar as trocas das jóias e dinheiro trouxa em galeões.. E por isso, Hermione estava sozinha, sentada em sua habitual poltrona lendo o jornal, quando os outros Comensais se aproximaram.

- Srta. Granger? – chamou Karkaroff.

- Pois não? – perguntou ela, enquanto fechava o jornal e olhava para eles.

- Muito obrigado por Ter me salvo da ira de Milord, ontem a noite. – falou ele.

- Não o salvei, Karkaroff. Apenas disse a verdade ao senhor Riddle. – retrucou ela, cortesmente.

- Muito obrigado, Hermione Granger. Agora sabemos que podemos confiar na senhorita. – falou Rabicho, solenemente em nome de todos os Comensais, que assentiram com a cabeça.

- A senhorita é mais confiável, mais preocupada conosco do que Milord.. A ele só interessam os lucros. – falou a Sra. Lestrange.

- É claro que os lucros sempre nos interessam, Sra. Lestrange. Somos temidos e respeitados. Mas de que adianta isso se não temos seguidores fiéis e cumpridores das ordens? Temos que preservar vocês... – falou Hermione, para todos os Comensais. – Quanto mais unidos formos, menos chances de nos derrotarem eles terão... Vocês devem imaginar o que senti quando sube que o Sr. Brown foi morto pelos Comensais.. Ele era extremamente agradável para mim... – falou Hermione com a voz embargada.. Os demais Comensais assentiram, se bem que Rabicho falou entre dentes:

- Bem que poderia Ter sido o Malfoy.....

- Rabicho, o ideal será quando não colocarmos ninguém em risco. Mas como eu tinha dito para vocês, consegui aumentar a margem de segurança, para um bom limite, mas infelizmente essas coisas acontecem.. A filha de Richard é minha colega em Hogwarts. – explicou ela abaixando a cabeça, sob os olhares condescendentes dos Comensais.

- O que queremos dizer, senhorita Granger é que a senhorita pode contar conosco sempre que precisar. Confiamos em você. O seu império não é o Império do medo a que estamos acostumados, é o Império da razão, o Império do respeito e principalmente da nossa valorização... – falou o Sr. Parkinson, sob assentimentos e aplausos de todos os presentes..

- O que está acontecendo aqui?? – perguntou Voldemort, letalmente da entrada da sala. Os Comensais se dispersaram rapidamente, enquanto Hermione explicava a Voldemort:

- Senhor Riddle, nos estávamos aplaudindo a bela performance do Sr. Parkinson quando, ontem a noite, derrotou e lançou a Maldição mortal em um auror do Ministério.

- Se exibindo, Parkinson? – perguntou Voldemort, com a varinha em punho. O comensal em questão estava branco de medo..

- O senhor me entendeu mal, senhor Riddle.. – Hermione apressou-se em dizer - ele estava demostrando como fez, como conseguiu derrotar o auror, mesmo que estivesse perdendo a luta.

- Isso é verdade, Parkinson? – perguntou Voldemort ferozmente, voltando-se para ele.

- Sim Milord.. è verdade.. – Parkinson tremia quando disse essas palavras. Não gostava de mentir para seu Lord, mas não gostava de ser castigado. Teria que agradecer a Srta. Granger mais tarde...

- Então está bem.. E que eu não venha a saber que você esteve contando mentiras na presença de todos, ou irá se arrepender. – falou Voldemort ameaçadoramente, virando-se em direção a Hermione e fazendo um sinal de que queria falar com ela.

Voldemort saiu da sala, seguido por Hermione...

Ele entrou na sala na sala de reuniões, furioso.

- O que aconteceu, senhor Riddle? – perguntou ela, sentando-se na cadeira de sempre. Parecia estar muito a vontade, mas não saberia o que fazer se a ira de Voldemort se voltasse contra ela.. ao menos tinha sua varinha, que por precaução andava portando. pegou a varinha na mão por debaixo das vestes.

- Não gosto que fiquem por aí contando sobre os combates. – falou ele, muito bravo.

- Mas, senhor Riddle estão comentando entre eles. Não existe nenhum mal nisso, existe? Mas, concordo com o senhor no caso de comentarem isso fora da casa... – disse ela, friamente.

- Porque a senhorita é sempre tão ponderada? – perguntou ele, com raiva.

- Eu não sou ponderada, apenas procuro ser racional. – retrucou ela, de forma gélida..

- Porque defende aqueles idiotas? – perguntou ele, novamente. explodindo raiva pelos olhos.

- Porque não são idiotas..- respondeu ela, sem alterar o tom de voz, porém levantando-se da cadeira, enquanto ficava em dúvida a respeito de Crabbe e Goyle. - São pessoas que abdicaram de muitas coisas, de família, de empregos, de status para estarem aqui, a seu, ao nosso serviço. Essas pessoas tem que ser valorizadas.

- Parece que a senhorita não se importa com o passado das pessoas, não é? – questionou ele, mudando o foco do assunto.

- Realmente não me importo...O que interessa é quem elas são hoje e não o que foram ontem... – falou ela, com os olhos faiscando.. Não entendia o que Voldemort queria desta vez. Queria provocá-la?

- È isso que pensa de Severo Snape? – perguntou Voldemort friamente.

- A minha vida pessoal não lhe diz respeito, senhor Riddle. – respondeu ela num tom de voz extremamente letal. – Se me chamou aqui para saber o que penso a respeito desta ou daquela pessoa, por favor me dê licença que tenho mais o que fazer...

Ao dizer isso Hermione começou a caminhar rumo a porta, mas as pernas não ajudavam, estava muito nervosa..

- Não era bem isso que eu queria discutir, senhorita Granger.. – falou Voldemort, quando ela estava na porta, porém Hermione não virou para olhá-lo.

- O que era então? – questionou ela, ainda de costas...

- Separei essa jóia e queira lhe entregar.. e também poderíamos começar a discutir o novo ataque...

Hermione se virou com o coração disparado.. Ele falara em novo ataque, faltam pouco menos de três semanas para a formatura.. Talvez ainda desse tempo....

- Novo ataque? Acho boa a sua idéia, senhor Riddle.. O ministério da magia não irá prever um novo ataque tão rapidamente.. Teremos ainda mais êxito. – respondeu ela, enquanto sentava-se em sua cadeira habitual.

Voldemort se dirigiu a ela e entrou-lhe o Anel. Era bonito, com um diamante discreto incrustado no centro...

- Para que o Anel? - quis saber ela.

- Recordação do êxito desse ataque. – falou ele, como se nada fosse.

- Ok. – retrucou ela, guardando o anel no bolso da veste.

E assim começaram a planejar o próximo ataque para dali a duas semanas. Hermione pensou com um sobressalto que seria apenas dois dias antes da formatura. Ou seja, se Dumbledore não se decidisse a terminar com Voldemort neste ataque, adeus qualquer possibilidade de comparecer a formatura... Hermione procurava dedicar toda a sua atenção as palavras de Voldemort, mas não conseguia...Seus pensamentos estavam longe....


Dumbledore estava em sua sala, refletindo sobre os reflexos do pretenso ataque. Pelo que Malfoy lhe dissera quando se encontraram alguns dias depois, Voldemort acreditara piamente no êxito da empreitada. E já estava planejando outro ataque para breve.. Alvo achou melhor manter todos de sobreaviso.. Pegou alguns pergaminhos e começou a redigir algumas cartas. A primeira foi para Arthur Weasley.

"Arthur,

M. falou que ele acreditou piamente que tudo era verdade. Preciso da autorização do Ministério para que Sybila faça regressão. E logo. Não sabemos quando será efetuado o próximo, mas pelo jeito é para já. E se puder, Arthur venha para cá.. Frank já está aqui. Temos que reunir força total. È um risco mantermos Hermione mais tempo lá.

Espero breve resposta.

Alvo."

Alvo pegou um segundo pergaminho e escreveu:

"Sybila.

Lhe peço que se mantenha de sobreaviso. Já foi requerida a autorização para a Regressão junto ao Ministério da Magia.

Alvo."

No terceiro ele escreveu:

"Harry,

A qualquer momento iremos chamar você para o combate. Mas não se assuste, desta vez tudo vai dar certo.

A.D."

As outras duas pessoas com quem ele precisava falar estavam entrando em sua sala naquele instante. Severo Snape e Frank Longbotton vinham conversando animadamente relembrando algumas histórias do tempo de escola, e contando lorotas sobre alguns conhecidos comuns.

- Ótimo que vocês tenham aparecido.- comentou ele.- Estou alertando todas as pessoas para que fiquem alertas para qualquer comunicado.. Pelo que Lúcio falou, Voldemort não deverá demorar à planejar um novo ataque.

- Mas, e... – começou a falar Snape.

- Não se preocupe, Severo. Enquanto o tal combate estiver sendo travado nós vamos invadir a Mansão Malfoy.. E por isso preciso que você, que conhece a casa muito bem...Vai ter que nos alertar como entrarmos lá sem sermos vistos...

- Perfeito, Alvo. Creio que vou desenhar uma planta da casa..

- Seria ótimo... – aprovou Dumbledore.

- E também estou fazendo alguns antídotos para tomarmos nesse dia.. vamos evitar de sermos atingidos por qualquer Maldição...Logicamente não bloquearemos Avada, mas...- contou Snape.

- È uma boa idéia, realmente boa, Severo. Quanto mais protegidos estivermos melhor. – falou Alvo, sorridente.

- Para falar a verdade, a idéia foi do seu filho. – disse Severo Snape olhando para Frank Longbotton que pareceu surpreso. – Sim, ele me perguntou se não poderia fazer os antídotos, assim como uma medida de segurança, e resolvi acolher a idéia.

- Falando em Neville, aqui está a carta de Michigan com o resultado das provas.. Chegou hoje cedo. – disse Alvo, entregando a carta para o auror..- Você lê e depois me devolve.. Minerva vai entregar diretamente para ele, na hora do almoço...

As mãos de Longbotton tremiam ao abrir o papel.. Porém o inesperado aconteceu.. Neville fora admitido na faculdade de Herbologia. Não tivera notas estonteantes, mas foram o suficiente para ser admitido. Frank sorriu contente.. Poderia imaginar a alegria do filho... Neville nunca tivera um bom conceito de si, mesmo que nos últimos tempos tivesse mudando um pouco de idéia. Muito contente com a notícia, Frank levantou-se entregando a carta para Dumbledore e dizendo que ia avisar sua esposa e sua mãe que estavam ansiosas.....

Snape e Alvo ficaram observando a saída de Frank, que ia muito contente, cantando pelo caminho e cumprimentado todas as armaduras que encontrava no caminho.

E para você, tenho isso. – disse Alvo, alcançando para ele um outro pergaminho.

Snape abriu a carta com curiosidade, não poderia imaginar quem lhe escrevera uma carta. Conforme ia lendo o que estava escrito, sua surpresa foi ficando evidente.... Terminou de ler e apenas olhou para Dumbledore, que sorria, serenamente:

- Você somente aceita se quiser, Severo... Mas tem que dar uma resposta logo.....


Lilá Brown ficara desolada com a notícia da morte de seu pai. Dumbledore tivera o cuidado de espalhar jornais com a noticia dos ataques pela escola... Draco Malfoy tentava consolá-la, mas ela parecia querer morrer junto... Parvati também tentava consolá-la, mas Lilá não queria ouvir ninguém, queria a deixassem em paz...

Não conseguia acreditar que seu pai estivesse morto. Não conseguia sentir isso. E tudo porque ele era aliado de Voldemort. Draco lhe dizia que isso acontece, que são riscos que corremos, mas Lilá não queria acreditar no que tinha ocorrido... E as lágrimas brotavam em grande quantidade de seus olhos


Com o passar dos dias, Voldemort se tornava mais entusiasmado com a possibilidade do próximo ataque.. Já havia até escolhido os locais, porém estava em dúvida sobre o chefe de umas das operações. Hermione dizia-lhe que talvez atacar novamente em duas frentes poderia ser arriscado, pois os aurores poderiam prever que o ataque se realizaria da mesma forma que o anterior. Voldemort dissera que era muito provável que isso não ocorresse... Hermione sugeria que atacassem em três frentes.. Porém Voldemort dissera que não teria lideranças para três ataques. Agora com a saída de Richard ( Quando ele falou isso, Hermione pensou no quão o homem era hipócrita...) sobrara somente Malfoy...

- Sim.. – cogitou Voldemort...- Talvez Parkinson... O que a senhorita acha?

- Acho bom. Ele me parece responsável e cumpridor de seus deveres. – comentou ela.

- Perfeito então.. Vamos comunicá-lo no momento oportuno. – considerou Voldemort, friamente.

- Eu repito senhor Riddle.. Creio que não devêssemos atacar em duas frentes novamente pois o Ministério estará alertado sobre essa nossa nova forma de ataque.

- Discordo, senhorita Granger...- falou Voldemort olhando-a.

- O senhor decida como quiser, mas eu não me responsabilizarei. – disse ela, dando de ombros, e encerrando o assunto.