Capítulo 5 –O fim do que mal começou

N'A Toca, Arthur Weasley acabava de aparatar de volta do trabalho, vindo almoçar.

-Mooolly, cheguei! – ele entrou na cozinha. "Onde está Mollly?" – Molly – ele continuava a chamar, andando pela casa. Foi então que ele ouviu um grito vindo lá de cima, do quarto do casal:

-Estou aqui, Arthur.

Quando Sr. Weasley entrou no quarto levou um susto. A Sra. Weasley estava sentada na cama, as faces ruborizadas, respiração ofegante, e um semblante preocupado.

-O que aconteceu? – ele perguntou apreensivo. Foi aí que ele viu que ela segurava uma carta. – Não vá me dizer que Carlinhos foi mordido novamente... – disse se sentando ao lado da esposa.

-Não – disse ela, tentando se manter calma. – isto aqui é pior. – E estendeu a carta ao marido.

Ele a pegou, logo vendo que era a letra de sua caçula, Gina.

Papai e mamãe,

Não sei como você irão receber esta notícia, pois pra mim também foi um choque imenso quando descobri. Hum, como eu posso dizer? Da maneira mais direta? É melhor. Me apaixonei por Draco Malfoy.

O Sr. Weasley começou a tossir loucamente, recebendo tapinhas nas costas pela esposa, que ficava dizendo: "Eu disse que era pior, eu disse". Mas ele continuou a leitura, tentando absorver o que não dava pra ser engolido.

Parece totalmente louco o que estou dizendo,não? Mas tudo se deve a vários fatos inesperados que nos aproximaram e nos fizeram enxergar mais do que o simples nome Weasley e Malfoy. Sim, pois agora esta rivalidade familiar não importa mais pra gente, não mais. Avise isso aos meninos, do Rony eu cuido, nem que tenha que o enfeitiçar, aliás, Draco é ótimo nisso.

Arthur, olhou pra Molly, como se dissesse "E se ele a enfeitiçou?"; mas a esposa apenas disse:

-Acabe de ler, Artur, acabe.

Espero que vocês aceitem bem nosso namoro repentino, mesmo ele sendo tão absurdo aos olhos de quem viu tudo o que aconteceu esses anos atrás, brigas e mais brigas entre nossas famílias, não? Mas eu tenho certeza que o frio e sujo do Lucio Malfoy também aceitará, então, por favor, não me proíbam de finalmente ter algum sentimento correspondido.

Ah, e antes que vocês venham aqui em Hogwarts verificarem se eu não fui enfeitiçada, eu digo que NÃO. Estou agindo por minha livre e espontânea vontade e repito: me apaixonei por Draco Malfoy, sim!

Amor,

Gina Weasley

O Sr. Wealey ainda teve que tomar ar mais umas duas vezes antes de encarar Molly.

-É, hum...mas... se...ah...

-Eu sei, querido. Não dá pra acreditar mesmo. – disse a Sra. Weasley, pesarosa.

-E ela ainda acha que aquele Malfoy irá aceitar, como Gina pode ser inocente! Não podemos deixá-la a mercê dele, Molly.

-Este Draco Malfoy é só um garoto, Arthur, talvez...

-Talvez se apagássemos sua memória ele se tornasse uma pessoa melhor. Molly, ninguém criado por Lucio Malfoy pode ser bom. Esse garoto com certeza será um Comensal, ele tem a idade de Rony, não? Já deve ser maior, acho que não deveríamos permitir...

-Também acho, querido. Mas ele não poderá fazer nada de mal com Gina em Hogwarts, a não ser desiludi-la. E, às vezes, é bom aprender com nossos erros.

-Ok, vamos ver como isso acabará... e quando você escrever pra ela, diga para ela dizer a Harry que amarre Rony na cama de noite, não garanto que ele...é tão parecido com você...

-O quê?

-Hum, o almoço está pronto, querida? – disse Artur, tentando escapar.

Um pouco longe dali, numa cidade bruxa habitada somente por puro-sangues e bruxos altamente favorecidos monetariamente, exatamente na Mansão Malfoy, Narcisa Malfoy ia apressadamente até o escritório de seu marido. Ela abriu a porta de carvalho.

-Lucio...

-Que foi Narcisa? – ele parecia estar irritado – Já não lhe disse que não gosto de ser...

-Esta carta de Draco merece uma interrupção. – disse estendendo a ele um pergaminho dobrado.

-De Draco? – ele a abriu. – Aconteceu algo, ele ganhou do estúpido do Potter?

-Leia.

Pai, Mãe...

Finalmente achei uma garota digna de ser minha namorada. Ela é linda, tem dezesseis anos e é também puro-sangue vinda de uma das tradicionais famílias bruxas. Acredito que vocês gostariam muito de conhecê-la.

Até aí Lucio gostou muito da carta. Ele achava que já estava na hora de Draco arranjar uma namorada e sabia que havia várias filhas de Comensais na Sonserina, deveria se uma delas, ele pensou e continuou a ler.

O modo como nos conhecemos e nos envolvemos foi muito inesperado, mas eu posso garantir que não é uma coisa de momento.

Já ia me esquecendo, seu nome é Gina Weasley, filha daquele paspalhão do Ministério, Arthur Weasley. Mas isso não é nada importante.

Isto não muda meus planos com o Lord.

Draco

Lucio teve que segurar forte na mesa para não jogá-la do outro lado do escritório.

-Isto não é importante? De quem Draco acha que está falando? Não é de uma das boas famílias da Sonserina, é dos malditos Weasleys pobretões, que são da Grifinória e que adoram trouxas! Como, como...

-É só um namoro passageiro, Lucio.

-Você não leu o que ele escreveu? Não é uma coisa de momento. Draco não iria mentir para nós.

-Você o ensinou a fazer isto muito bem...

-Mas não para nós, é pra enganar aqueles que se opõe ao Lord, para enganar esses trouxas repugnantes – ele parou – Mas é isso! Draco deve estar enganando esta garota, como já a usamos há quatro anos atrás para abrir a câmara. Você não viu o que ele escreveu no final? Draco é muito inteligente...

-Não acho que...

-Só pode ser isso, sim. Um Malfoy nunca se apaixonaria por uma Weasley. Imagine eu tendo netos com cabelos vermelhos – ele fez uma careta, o que deu a Narcisa uma enorme vontade de rir; ela sim gostaria de ter netos ruivos, mas estava nova demais pra pensar nisso e também não aprovava este relacionamento. – Com certeza Draco a está iludindo, vamos deixar ele agir. Nas férias de natal ele nos explica tudo.

-É possível que esta garota faça a cabeça dele, Lucio. As mulheres têm...

-Claro que não! Aquela garota é mais ingênua do que uma coruja e Draco nunca deixaria ser controlado por uma mulher...

"Eu não teria tanta certeza assim, Lucio, não teria...", ela sabia muito bem como os homens eram vulneráveis, mas também não podia deixar de admitir que seria difícil dominar Draco, pois Lucio foi o único homem que ela nunca conseguiu ganhar, ele a ganhou, e Draco não seria diferente.

=*=

A resposta à carta de Draco veio logo depois do almoço, curta e direta: "Ótima idéia Draco". Draco não entendeu direito, mas achou melhor não comentar com Gina, e só disse a ela, que os pais haviam aceitado, o que a garota achou muito estranho.

Eles combinaram de não se encontrarem mais até que estivesse tudo esclarecido com suas famílias, então, Draco lhe enviara uma coruja falando que os pais dele aceitaram. E Gina, que ainda não havia recebido a reposta de seus pais, estava muito nervosa. "Eles não irão aceitar...mas, mas o pai de Draco aceitou...".  Gina se sentou em sua cama, pensando em como seria ruim se os pais dela não aceitassem, as brigas que poderiam suceder. "Será mesmo que Draco vale tudo isso...?".

E Draco também parecia ter essa mesma dúvida enquanto estava em na sala comunal da Sonserina sentado com Crabbe e Goyle. Ele só percebeu que agira sem pensar quando se separou de Gina, depois de ter mandado as cartas. "Tenho que aprender a me controlar quando estou com ela... Imagina...enviar uma coruja pros meus pais foi a coisa mais idiota que eu já fiz, sorte meu pai ter...mas, hum... o que ele quis dizer com ótimo plano?". Ele não tinha idéia do que o pai estava planejando.

Depois do jantar, quando Gina entrou em seu dormitório para se preparar pra dormir, viu um bolo de penas cinzas em sua cama, ela levou um susto.

-Errol! Você tá vivo? – disse enquanto cutucava a coruja. E depois que a virou, Gina viu, o coração acelerado, que havia uma carta pra ela no bico da velha coruja. Esqueceu de Errol e pegou a carta, apressada em saber o que os pais haviam achado do romance dela.

Querida Gina,

Como você já previu, não foi nada fácil digerir esta sua nova notícia. Draco Malfoy? E sua paixão por Harry? (Fique tranqüila, seu pai não esta aqui).

Gina pensou, frustrada: "Será que não basta pra minha mãe o Harry já estar namorando a Chang pra eu desistir dele?", e continuou a ler.

Eu e seu pai não concordamos com este repentino namoro,

O coração de Gina batera forte. "Oh, não... eles irão proibir...".

... Mas nós resolvemos aceitá-lo. Por quê? Simplesmente porque se nós o permitirmos, poderemos controlar este namoro, mesmo que seja à distância e também porque sei como você é teimosa... Só espero que não esteja cometendo nenhuma besteira. Pois como você mesma disse, este Draco já fez coisas muito ruins e o pai dele, piores ainda. Espero que esta não seja a intenção dele agora.

Fred e Jorge não aceitaram nada bem. Fred quase já ia indo para Hogwarts, quando eu o deti, enquanto seu pai segurava Jorge. Mas depois de muito conversarmos e de eu os ameaçar de destruir as estranhas misturas que eles trazem aqui todo dia, eles aceitaram. Fique tranqüila.

Ah, antes que eu me esqueça, sei pai pediu pra que, depois que você avisar Rony, que peça a Harry para amarrar ele toda à noite na cama. Você conhece seu irmão.

Amor,

Mamãe

Gina suspirou aliviada. Ela ainda não estava certa dos riscos que estava correndo, só sabia que queria corrê-los. Mas ainda tinha uma pontada de medo, talvez por não conhecer quase nada de Draco. "Mas se eu quase nada sei, realmente, sobre ele, por que eu sinto como se soubesse o que ele sente a cada movimento que faz? Como posso dizer que não o conheço, se parece que depois daquele beijo, eu vejo através da alma dele?". Essas dúvidas povoavam a cabeça de Gina, mas ela tinha certeza de que gostava de Draco, mas gostava o suficiente para tudo o que poderia acontecer?

E agora viria a parte mais difícil: contar a Rony.

Ela foi descendo as escadas lentamente, tomando coragem. Sabia que Rony, Harry e Mione sempre ficavam até tarde, no sábado, jogando Snap Explosivo. E foi no meio de uma partida que o encontrou.

-Rony... eu preciso te contar uma coisa.

-Particular? – perguntou Hermione, já se levantando em meio a fumaça que o jogo provocara.

-Não, Mione, pode ficar, vai ser melhor mesmo, se você estiver com o Rony.

Foi aí que Harry olhou,significamente, pra Gina, já entendendo o que ela iria dizer. Então ele já sentou mais perto de Rony. Qualquer coisa, ele o seguraria.

Gina se sentou ao lado de Rony e começou:

-Primeiro eu vou dizer que mamãe e papai aceitaram muito bem. Parece que eles tiveram que segurar um pouco Fred e Jorge, mas os dois também aceitaram, mesmo que forçados.

Rony ficou preocupado, meio desconfiado.

-O que aconteceu?

-Aconteceu que eu, hum, conheci Draco Malfoy realmente.

-E descobriu que ele era o idiota que parecia ser. Ele te fez algum mal Gina?

-Claro que não, Rony – disse Gina, "Bom, aquele Imperius não funcionou, então ele não me fez nada demais" – Mas é que eu me apaixonei e...

-Você o quê? Gina, se apaixonar por Draco Malfoy não é normal. Ele te enfeitiçou, não? Vamos pra enfermaria agora e...

Harry, ao lado, se lembrou que aquela foi exatamente a sua reação. "Espera só até ele saber que eles estão namorando...".

-Eu não fui enfeitiçada – disse Gina, já nervosa também.

-Então o que deu em você pra me dizer que se apaixonou pelo Malfoy?

-Hum, eu ainda não terminei. O Draco também gosta de mim e a gente...

-O Malfoy o quê? –interrompeu Rony – Aquela cobra puxa-saco do Snape nem tem sentimentos Gina.

-Você nem o conhece direito, Rony – "Hum, se for pensar bem eu também não..." – E nós estamos namorando.

O queixo de Rony caiu a quase meio metro do chão, e se a coisa não fosse tão séria, Harry riria por eles terem as mesmas reações.

-Vo...você tinha dito que... que mamãe e papai permitiram? – perguntou Rony, incrédulo.

-Isso mesmo.

-Mas...mas ele é...o pai dele...Malfoy...

-Nos gostamos muito, isto que importa. – Gina, por enquanto, não arriscava usar o verbo amar.

-Ele está te enganando, Gina. – disse Mione, falando pela primeira vez.

-Vocês o julgam como se o conhecessem. Por que ele não pode gostar de mim? Será que eu não sou digna do afeto de alguém? – e ela dirigiu o olhar pra Harry, que não entendeu nada. –Bom, já está dito. Tchau.

E Gina saiu, indo em direção ao dormitório feminino.

-Não sabia que Gina era tão, tão segura assim... -  comentou Mione.

-Ela é quando fica brava...igualzinha minha mãe.- disse Rony, ainda meio abalado.

No domingo, Gina teve vontade de procurar Draco e lhe contar que tudo estava dando certo, que ninguém fora contra o namoro dos dois, pelo menos por enquanto, mas ela resistiu e esperou até segunda, quando todos estivessem estudando e eles poderiam se encontrar. "Mas agora nós podemos mostrar a todos que estamos juntos, não precisamos nos esconder!", ela pensava.

Então, no dia seguinte Gina foi procurar por Draco para lhe contar sobre a carta de sua mãe e como Rony havia recebido a notícia. Ela havia saído cedo da aula, dispensados pela Profa Sprout, e sabia que Draco estava na sala de História da Magia. Quando a sineta para o almoço tocou, uma multidão envolveu os corredores, famintos para chegarem ao Salão, mas por sorte Gina já se encontrava ao lado da porta de Draco e não precisava enfrentar os alunos. Ela ficou esperando e esperando, vendo os alunos da Sonserina e da Lufa-Lufa saírem da sala, mas nada de Draco. E já ia indo embora quando ouviu a voz, agora, tão familiar.

-Eu disse que este feitiço não ia funcionar num fantasma.

E logo Draco, Crabbe e Goyle saíram da sala, rindo. Gina já ia se adiantar para falar com Draco, mas no instante que ele a viu, lançou-lhe um olhar frio e cortante, como se ela não significasse nada pra ele e continuou andando.

Gina continuou a olhá-lo enquanto ele ia se distanciando com os dois capangas. A garganta seca de espanto e os olhos já começando a se encherem de água. "Por favor, me diz que estou sonhando...não, Draco não pode ter feito isso comigo, não". Ela segurou a respiração, tentando não chorar, era ruim demais pra acreditar, o garoto que há dois dias ria com ela na sala da biblioteca escrevendo cartas, agora lhe virara a cara como se ela fosse um mero inseto, ela estava em choque.

E quando Draco virou o corredor ele parou, bateu a mão na testa e olhou pra Crabbe e Goyle.

-Esqueci meu vidro de tinta na sala. Podem ir que eu vou buscar – e se virou, voltando a sala.

-Draco sempre esquece a tinta dele, né?! – disse Crabbe.

-É – comentou o outro, que já estava morto de fome.

Draco encontrou Gina do mesmo jeito que a havia deixado. Ela estava encostada na parede, ao lado da porta, mochila nas costas, segurando dois livros na mão. E quando Draco percebeu ela o havia visto abriu um longo sorriso a ela. Só que a reação de Gina não foi a que ele esperava. Os dois livros da mão da garota saíram voando em direção a sua cabeça, e se Draco não tivesse sido rápido, poderia estar desacordado agora. Ele não entendeu o porquê daquilo.

-O que aconteceu, Gina?

Ela respiro fundo, de novo, pra não chorar.

-Você ainda pergunta? Como se me ignorar daquele jeito não fosse nada demais.

Draco sentiu um pânico interno quando a idéia de que Gina lhe largasse lhe veio a cabeça, e mesmo já admitindo que gostava dela ele brigou consigo mesmo: "Pare de gostar tanto desta garota, pare de se torturar por ela!". Mas ele não conseguia.

-Gina, oras, eu ainda não falei a ninguém que estou com você. Não sei como o pessoal da Sonserina vai me aceitar namorando uma garota da Grifinória. E...

-Claro, você se importa mais em como vai se sair na frente de seus amigos cobras do que comigo! Prefere me esnobar na frente daqueles trogloditas a parar e me cumprimentar na frente deles! – Gina estava começando a alterar sua voz, seu rosto ficando vermelho. Draco pensava que era de raiva, ela sabia que era de decepção.

-Gina, eu preciso preparar eles antes, não é fácil assim.

-Desde quando você deve satisfação da sua vida pra todo mundo? Desde quando um Malfoy precisa explicar o que faz a todos? – ela fez questão de dar ênfase ao sobrenome dele, para perturbá-lo. Ele já estava começando, mesmo, a ficar nervoso.

-Um Malfoy não deve satisfações a ninguém mesmo. Mas eu não quero que todos da Sonserina me virem a cara, por um simples... – ele não terminou, Gina o interrompeu aos gritos:

-Por um simples plano pra enganar uma idiota da Grifinória? É claro, que não vale a pena não é, Malfoy?! Pois então fique com as cobras e me esqueça. – disse já virando as costas. Draco a deteve pelo braço e colocou-a de frente pra ele novamente.

-Você sabe que eu gosto de você e... – ela o interrompeu de novo.

-Chega de mentiras, ok?

Draco via que ela tentava manter a voz firme, mas as lágrimas já escorriam livres pelo rosto. E ele quis abraçá-la de novo, dizer que ela era importante pra ele, que ele precisava dela agora que ela surgira. Mas ele somente disse:

-Não estou mentindo.

Por um instante ela acreditou. Aliás, desde o começo ela acreditou em tudo o que ele disse. Só que ela não queria ser um motivo de vergonha pra Draco. Só porque ela era uma grifinória? Não era justo, ela não sentia vergonha de ser uma, não sentia vergonha de namorar um sonserino, por que ele sentiria? Ela o encarou, desejando que aquela incontrolável sensação de que ia abandonar alguém importante sumisse.

-Não quero outro alguém que só me faça chorar. -  e foi embora, pegando antes os livros.

Novamente Draco foi deixado por Gina. Ele se sentia totalmente estúpido por isso. Estava deixando pra trás a única esperança de poder ter uma luz em sua vida. "Ela não acredita em mim? OK, já vivi sem ela, não vai ser agora que precisarei de uma ruivinha pobretona". No fundinho ele sabia que não estava enganando a ninguém.

E Gina agora tentava convencer a si mesma de que Draco a queria usar, fazer mal ou a sua família ou a Harry. "Já me usaram uma vez, não é?! Por que não me usariam de novo?". Mas por mais que tentasse enfiar a idéia de que Draco não gostava dela, a lembrança doce da noite junto dele a deixava confusa. "Eu pensei que eu podia ver dentro dele depois daquele dia... mas ele não pode ter fingido tão bem...Oras, Gina, pare de se enganar! Ele é um Malfoy, pode muito bem fingir que te ama! Você é uma tola!", e Gina chorou silenciosamente em sua cama pela noite inteira.

Draco passou o resto daquele dia visivelmente irritado. Ele não sabia se odiava por ter magoado Gina, ou se ficava orgulhoso por ter conseguido afasta-la dele, pois ele sabia que não iria agüentar muito tempo se continuasse ao lado dela, ele iria acabar se tornando um Potter, ou seja, ficaria bonzinho. Isso porque não conseguia se controlar quando estava ao lado dela. Não pensava. E por mais que ele tentasse se convencer de que era melhor se afastar, algo em sua mente insistia em dizer que ele não seria nada sem Gina. "Não. Eu posso muito bem não tê-la. Nunca precisei de ninguém, não vai ser agora que... ah, pare de se enganar Draco Malfoy... você não conseguirá, precisa dela, mesmo que nunca tenha precisado de ninguém...". 

=*=

"When I'm gone you'll need love

To light the shadows on your face"

-Wherever you will go – The Calling

"N/A: Pra quem quiser contestar que os Weasley não são uma família importante e de puro-sangue, aí vai um trecho do livro:

'-E imagine – continuou Dumbledore – o que teria acontecido então... Os Weasley são uma de nossas famílias puro-sangue mais importantes...'

Harry Potter e a Câmara Secreta – página 282"