Uma semana depois de ter terminado o rápido namoro com Gina, ninguém mais agüentava Draco. Ele se tornara irritantemente chato, claro que antes ele já era, mas agora, era até com os próprios amigos da Sonserina. Crabbe e Goyle só permaneciam junto de Draco por serem burros demais pra tomarem uma atitude por si mesmos e se afastarem do louro, senão já teriam sumido a muito tempo do lado dele. Não havia uma coisa que Draco visse que ele não botasse defeito. Outro dia, quase ia reclamar de uma poção que Snape passou a eles, mas se segurou, vendo que assim iria longe demais. Isso acontecia porque quando Draco teve Gina sua vida passou a ser um mundo de maravilhas - mesmo que tenha sido por tão pouco tempo, mesmo que tenha sido um ato não pensado - e agora que ele já não a tinha mais, o mundo voltara a ser horrível como sempre e Draco enxergara como ele era ruim e também porque ele ficava irritado consigo mesmo por toda hora estar pensando só na garota de cabelos vermelhos, isto o fazia se sentir internamente fraco e tolo por estar sendo dominado por um sentimento que ele nunca tivera: amor.
E os mais prejudicados com essa fase irritante de Draco eram os jogadores de Quadribol da Sonserina. Draco os fazia treinar todos os dias, debaixo de chuva ou sol, ainda mais quando soube que o primeiro jogo seria contra a Grifinória.
E a ruivinha que era o motivo pela qual Draco estava assim, também treinava Quadribol e continuava a se dedicar aos estudos. Não que ela iria abandonar os estudos se estivesse com Draco, mas ela os deixaria em segundo plano. Só que agora ela não o tinha e aquilo significava voltar a entediante rotina de estudar e treinar, estudar e treinar. O que se tornou diferente quando ela descobriu que jogariam contra a Sonserina, pois pra ela seria jogar contra Draco e a partir daí os treinos se tornaram desafios, ela tentava sempre e sempre melhorar, iria adorar enfrentar Draco, seria a sua vingança por ele ter tentado enganá-la, assim ela pensava. Queria mostrar a ele que ela era agora mais do que aquela menina bobinha que fora enganada no seu primeiro ano em Hogwarts, queria mostrar a Draco que ela podia agüentar muito bem saber que quase foi enganada novamente.
Mais duas semanas se passaram e Draco e Gina quase não se viam, a não ser no Salão Principal na hora das refeições, e evitavam encarar um ao outro. Gina, porque ela sabia que um simples olhar de Draco, apesar de todo ressentimento e raiva que sentia, a faria correr pros braços dele e Draco porque ele sempre sentia um amargo arrependimento toda vez que a via.
E finalmente, num sábado à tarde, o jogo tão esperado chegou. Arquibancadas lotadas, todas as três casas, torcendo contra a Sonserina, claro, afinal no ano anterior muitos jogadores saíram desfalcados depois do jogo contra esta casa, um ano depois de Draco ter assumido o comando.
Draco novamente pressionava os jogadores:
-Essa é a hora de vencê-los, precisamos levar a taça. Este time da Grifinória nunca foi de tão baixo nível, imagine, colocar um Weasley no gol e...
-Mas ele defendeu muito bem nos anos anteri...
Draco lançou um olhar fulminante ao artilheiro, que o havia interrompido, o que fez o garoto se calar.
-Continuando, – falou o louro – sei que podemos dar conta deles todos, afinal, somos Sonserina, e qualquer meio é válidos para alcançarmos nosso objetivo.
E assim, o time da Sonserina sabia que seu capitão, Draco, havia liberado eles novamente pra qualquer golpe sujo e foram para o campo.
O time da Grifinória já se encontrava lá, esperando pelos adversários. Os longos e flamejantes cabelos de Gina se destacavam dos outros, mesmo presos, e isso incomodou Draco. "Por que ela tem sempre que ser tão linda? E por que, raios, eu não posso esquecê-la?". Draco ficou frente a frente com Harry, Madame Hooch com o apito na boca, quase lançando a goles. Mas Draco não resistiu e deu uma olhada pro lado em que Gina estava. Pra sua surpresa ela também o olhava, então, como se não conseguissem desviar o olhar, ficaram a se encarar, e nem notaram quando o apito soou e a goles fora para o ar. Draco só percebeu que o jogo havia começado por ter sido empurrado por Harry pra dar espaço pra Lilá agarrar a goles.
-Ei, Malfoy, anda meio perdido? – Gina disse.
Foi aí que Draco se irritou. Por que ela tinha que provocá-lo? Ele aceitaria até se fosse o Potter, mas por que Gina tinha que fazer isso? Agora ele queria guerra. Então, rapidamente subiu acima das balizas, melhor local para um apanhador e ficou a observar, bem perto de Harry, o jogo lá embaixo.
Gina tinha tudo na cabeça, todos os lances que Harry fizera ela e os outros artilheiros treinarem, mas no momento em que encarou Draco, sua cabeça pareceu se esvaziar. Ela estava confusa, não conseguia concentrar seus pensamentos no jogo. Já havia estado várias vezes com a goles, mas não conseguia marcar gol, ou simplesmente perdia a bola para os sonserinos. Estava com a cabeça em outro lugar, mas o jogo continuava.
E Draco lá de cima, observava irritado que seu time perdia de 60 a 20, apesar dos lances errados de Gina. E pra piorar, até àquela hora nem ele, nem Harry, haviam avistado o pomo. "Eu preciso pegar o pomo. Não posso perder pro Potter novamente". Ele deu uma olhada em Harry. O garoto de cabelos rebeldes vibrava com os gols feitos mais abaixo e às vezes olhava pros lados, procurando o pomo, mas uma hora, os olhos dos dois se encontraram. E a intensidade com que se encararam foi tamanha, que se não passasse um balaço, quase derrubando Harry, era certo de que iriam se atracar. Fora isso e os ataques desrespeitosos da sonserina, o jogo corria normalmente.
E Gina continuava em seu devaneio de dúvidas: "Ele parecia perturbado...é, eu ainda gosto dele, mas..."- ela desviou de um balaço – "Mas ele não gosta...acho que não. Como alguém pode mentir tão bem? Aquele beijo parecia tão...", e um outro balaço lhe veio novamente. Ela até que conseguiu vê-lo, mas foi tarde demais pra desviar. Gina sentiu uma dor imensa.
Draco, nem um pouco interessado em ver outro gol da grifinória, acabou, inconscientemente, procurando Gina com os olhos, e a achou. A viu no exato momento em que o balaço bateu-lhe no braço, fazendo com que a garota se desequilibrasse e... Draco olhou pra Harry, que começara a voar rapidamente, indo atrás do pomo. As arquibancadas se levantaram, torcendo por Harry. Draco seguiu Harry, "Ainda posso alcança-lo, mas Gina...", ele olhou pra trás novamente, Gina começava a cair da vassoura, e pelo que parecia, ninguém havia visto, concentrados em Harry e Draco para a captura do pomo. Ele tinha que tomar uma decisão, tentar ganhar o jogo, ou salvar Gina. "Oh, espero que não me arrependa...", e dando uma guinada, Draco foi salvar Gina.
-Giiinaaa!
E a torcida da Sonserina, indignada por seu capitão e apanhador estar desistindo da corrida, começou a vaiar Draco, que nem escutou. Ele voava impressionantemente rápido, descendo, e foi com enorme coragem e habilidade, que Draco conseguiu pegar Gina no ar, só a alguns metros de distância do chão. E uma salva de palmas soou no ar, eram todas as arquibancadas aplaudindo. Draco pensou: "Até que enfim viram que eu sou bom!", mas quando ele posou com Gina no chão e deu uma olhada pra cima, percebeu que aplaudiam Harry, que estava com o pomo na mão. "Ah, dane-se... eu salvei Gina!", e se virou pra garota.
-Você está bem? – soou um pouco mais preocupado do que ele queria mostrar.
Gina tinha seu coração batendo rápido. Não é todo dia que se cai de uma enorme altura como aquela. Mas ela estava pensando em outra coisa. Há anos, desde que entrou pro time de Quadribol, sempre sonhara que algo acontecia a ela, e Harry dando uma manobra arriscada com a vassoura, salvava lhe a vida. E agora aquilo tudo que ela sonhava quando gostava de Harry aconteceu, mas com Draco. "Agora só falta o beijo...mas este não vai ter".
Ela olhou pra Draco, a expressão preocupada do rosto dele, perguntando a ela se estava bem, a fez ficar mole. O modo como a olhava, ele estava realmente apreensivo por ela, "Ele parece se importar comigo", o modo com que Draco a apoiava, querendo protegê-la, aquilo realmente fez o coração de Gina derreter de amores, fazendo com que toda a raiva, ressentimento e dúvida sumissem e ela novamente teve certeza, como teve da vez que ele a beijou na sala: ele não estava mentindo, gostava mesmo dela. "Agora eu não posso mais duvidar disso, não mais".
Ela queria lhe sorrir, agradecer-lhe por ter lhe salvado a vida, mas estava tão nervosa e trêmula, que só conseguiu murmurar:
-Estou.
Só com este simples "estou", Draco percebeu que Gina já não tinha mais raiva dele. E a barreira que ele estava inutilmente tentando reconstruir em torno de si foi abaixo com o doce brilho do olhar de Gina.
-Me desculpe, Gina – foi difícil pra ele pedir desculpas. Ele nunca pedia desculpas – Mas agora eu vou te recompensar. Hogwarts inteira vai saber.
No primeiro instante Gina não entendeu, só sabia que estava gostando do Draco estar lhe pedindo desculpas, assumindo que havia sido errado ter-lhe ignorado daquele jeito. E ela só entendeu o que Draco quis dizer com aquele "Hogwarts inteira vai saber", quando ele a abraçou e lentamente pôs seus lábios nos dela. "Oh, sim, eu quero que Hogwarts inteira saiba!", ela pensou feliz.
Draco sentiu quando todos pararam de bater palmas e exclamaram um "Oh!" enorme, voltando-se para verem ele e Gina. E foi aí que ele acordou, finalizando o beijo.
-Oh, não...
-Que foi, Draco? – perguntou Gina, desconfiada – Arrependido?
-Eu, perdi. Perdi o pomo, o jogo. – ele olhou para onde os sonserinos estavam sentados, estavam todos saindo, indignados. "Perdi também meu prestígio na Sonserina, em Hogwarts...será que Gina vale tudo isso?". Ele a encarou, "Não acredito que a beijei em frente da escola inteira...Por que ela sempre me faz fazer essas coisas loucas? Por que eu não posso abandoná-la?".
-Me desculpe... – falou Gina.
-Não foi sua culpa. – Draco lutou internamente pra não dizer o que estava querendo – Eu não sei o que faria se tivesse te acontecido algo... – "Ah, seu idiota... não era pra ter dito isso! Não a deixe perceber o quanto você é vulnerável ao lado dela. Controle-se Draco Malfoy, controle-se!"
Mas ele não conseguiu se segurar novamente, pois Gina, comovida com a preocupação dele, o abraçou quase o derrubando.
"Realmente ele me ama, ou não teria me beijado na frente de todos!", e pensando isso, Gina não resistiu e acabou falando o que estava guardando já há algum tempo e que aumentou depois dele ter se arriscado para protegê-la:
-Te amo, Draco.
Draco tentou se segurar um pouco, "Você não é romântico, não precisa...e eu não sei se eu amo...Por que ela tinha que dizer isso, droga?!". Ele tentou conter as palavras presas em sua garganta, não queria criar ilusões, não queria depender de alguém, não queria amar ninguém, mas teve que admitir, mais pra si mesmo do que pra Gina:
-Pode ser estupidez, mas eu também te amo...
E três quartos de Hogwarts presenciaram novamente outro beijo do casal.
Não muito longe dali, o time da Grifinória, mais Hermione, conversavam no vestiário.
-A Gina com o Malfoy!- Lilá soltou um grito de excitamento – Eles formam um lindo casal e vocês viram que romântico? Draco abandonou o jogo pra salvar a... – Lilá se calou. Mione a cutucou, indicando a careta de Rony.
-Oras, - falou um Harry indignado também – se eu tivesse visto Gina caindo, é claro que iria salvá-la. Mas o pomo apareceu...
Rony com o rosto já meio vermelho de raiva comentou, a voz rouca.
-Eu já tenho que agüentar eles namorando, mas ficar presenciando uma exibição no meio do campo é demais, eu vou...
-Não vai não – disse Mione segurando Rony.
-O quê! – gritou Lilá – Eles estão namorando? Desde quando? Espere até a Parvati saber disso! – e saiu do vestiário, indo em direção a uma das arquibancadas.
Simas, meio desconfiado, e receoso com a raiva de Rony perguntou:
-Mas ele é um Sonserino, e Rony, não é verdade que seu pai e o do Malfoy não se dão bem? Como sua irmã pode, ela talvez esteja...
-Não. Já verifiquei isso... – falou Rony, cabisbaixo.
-Mas ela não gostava do Harry Potter? – perguntou Creevey – Você é muito melhor que ele, Harry! Ele não enfrentou e escapou vivo de Você-Sabe-Quem quatro vezes! Gina deveria...
-Ah, chega, Colin! – falou Harry, já vermelho.
-Acho melhor voltamos para o castelo – encerrou Mione, vendo que as arquibancadas já estavam quase vazias – Pelos menos, Grifinória ganhou o jogo!
-Graças a Harry! – teve que dizer Colin.
Com o campo quase vazio, Draco e Gina resolveram voltar ao castelo também.
-Draco você não irá mais fazer aquilo comigo, não é?
-Não, eu estava com receio da reação da Sonserina, mas agora todos já sabem, não?! – "Sabem por eu ter perdido a cabeça..." – Agora só me resta encará-los...
-O que você acha que eles podem fazer? Não falarem mais com você?
-Não – Draco riu por dentro pela ingenuidade de Gina – Eles podem, simplesmente me tirarem o cargo de Monitor e o de capitão, se não me tirarem do time, é claro.
Gina se sentiu um pouco apreensiva, estava acabando com o que Draco tinha, o seu prestígio, sua honra, não que ela achasse isso muito importante, mas ela percebeu que pra Draco era importante, então murmurou, fazendo ele parar:
-Talvez esse nosso namoro seja um erro, Draco... – e abaixou a cabeça.
-É um erro, Gina Weasley. – Ele levantou o rosto de Gina, para encará-la – Mas eu estou percebendo que quando a gente ama, faz coisas estúpidas. – "Da onde será que eu tiro essas frases bobas?".
E como se tivesse lido os pensamentos de Draco, Gina disse, antes de beijá-lo:
-Coisas do coração...
Ela sabia, agora, que ele estava disposto a encarar tudo pelos dois, e sabia também que ela estava preparada pra isso.
Após entrarem no castelo, cada um seguiu seu caminho pras devidas salas comunais.
Gina seguiu mais leve, como se tivesse tirado um peso das costas, pois antes ela ficava toda hora repetindo a si mesma: "Ele não te ama, ele só quer te usar, ele é das trevas, não seja ingênua, ele não te ama...", mas agora, ela sabia que ele gostava dela mesmo e que ele não mentiu. Novamente Gina tinha alguma esperança de voltar a ser feliz!
E Draco também estava mais leve. Claro, desde o momento que Gina terminou com ele a única coisa que ele fez foi se culpar, se odiar, tentar parar de gostar de Gina, mas agora ele sabia que era impossível não amá-la, ele sabia – e não gostava muito de ser tão vulnerável assim – que jamais iria conseguir amar alguém que não fosse ela, até porque, até se apaixonar por Gina, Draco não tinha gostado verdadeiramente de ninguém. E agora Draco tinha seu mundo de maravilhas novamente, mas ainda havia um problema: o pessoal da Sonserina.
Ele foi andando lentamente depois que deixou Gina, queria ter bastante tempo pra pensar no que diria a eles, como explicaria que uma grifinória estava fazendo-o sentir emoções tão boas. E pela primeira vez, ele andou tão distraído pelos corredores do castelo, que até trombou uma vez em um professor e acabou passando por um fantasma, o que não foi uma sensação nada agradável, mas o fez acordar pra realidade que o aguardava.
Quando chegou em frente da passagem não entrou imediatamente. Ele fez uma coisa que sempre fazia quando era pequeno e seu pai lhe proibia de participar das reuniões com Comensais: ele botou o ouvido na parede e ficou a escutar. Claro que ele não escutou nada, além de a parede ser muito grossa, Draco não agüentou ficar muito tempo encostado na parede úmida, pois a sala da Sonserina era nas masmorras. Então ele deu um suspiro, disse a senha e entrou.
A sala não estava totalmente cheia, mas havia um considerável grupo de conhecidos de Draco: Crabbe, Goyle, Pansy e os jogadores de quadribol. Draco, automaticamente, quando os viu colocou sua pose de líder no rosto e se aproximou deles como se nada de anormal tivesse acontecido.
-Tenho certeza de que o jogo contra a Lufa-Lufa será fácil, temos chances de ganhar a taça ainda – falou ele, com a voz firme.
-Draco – começou o goleiro do time – nós não temos nada a ver com suas relações amorosas. Mas namorar uma grifinória não é normal pra sonserinos – o garoto falava com um pouco de receio, afinal era um Malfoy que ele enfrentava, mas ele também vinha de uma família importante, então se deu a esse direito – até ai nós todos até podemos aceitar, – num lado Pansy fez um barulho discordando, mas ninguém interrompeu – mas abandonar a captura pra salvar aquela pobretona e ainda por cima envergonhar a Sonserina beijando-a em frente da escola é demais.
Draco se segurou pra não cair em cima do garoto, pois ele não aceitava alguém criticando suas ações e ainda por cima chamando Gina de pobretona. "Só eu posso xingar os Weasley!". Mas ele sabia que estava errado, ofendera a Sonserina e agora tinha que fazer algo pra compensar. Uma idéia surgiu em sua cabeça.
-Vocês não entenderam ainda? – disse com sarcasmo.
-O quê? – perguntou um dos batedores.
-Oras, - respondeu Draco, como se fosse óbvio o que ele fosse falar – eu fiz aquilo por causa do Potter.
-Ainda não entendemos, Draco – falou Crabbe.
-É – afirmou Goyle.
"Claro, vocês nunca entendem nada!", ele continuou:
-Salvei a Gi...Weasley para deixar Potter com ciúmes. Ou será que vocês nunca perceberam que ele sempre foi apaixonado por ela?
-Que eu saiba – interrompeu Pansy – Potter estava com Cho Chang ano passado.
-Ano passado. Agora ele quer a Weasley. Pois bem, fazendo com que Potter fique com ciúmes da garota, ele vai se distrair mais nos jogos, querendo sempre cuidar dela. Aposto como ficou mordido por não tê-la salvo, ele sempre gosta de bancar o herói...
-Mas desta vez o herói foi você! – acusou Pansy novamente.
-Oras, foi por uma boa causa, vocês irão ver como os outros jogos serão mais fáceis.
Ninguém engoliu uma palavra do que Draco disse – a não ser os dois armários, quer dizer, Crabbe e Goyle – todos viram a urgência de Draco em salvar Gina, aquilo não parecia em nada algum plano, principalmente os beijos, estes realmente foram verdadeiros, e isto a escola inteira poderia confirmar. Mas ninguém teve coragem de desmentir Draco, pois além de ele ter um pai muito poderoso e ser cotado pra Comensal, Draco tivera feito muitas melhorias no placar da Sonserina pra taça das casas, desde que ele havia chegado: no 5º ano eles foram campeões. Só que no 6º ano perderam pra Grifinória novamente e agora tinham a chance de ganhar de novo, e sabiam que Draco poderia fazê-lo novamente, afinal, ele já havia feito uma vez, não é?!
E do outro lado do castelo, Gina escutava Rony pacientemente:
-...até pensei que você havia terminado, já que desde que nos contou não a vi junto daquela cobra. Será que não é demais você namorar ele, tem que mostrar pra escola inteira?
Gina não agüentou mais ficar calada.
-Será que você não percebeu que Draco me salvou de eu ter me machucado? Será que não é importante pra você que eu esteja aqui inteira, não importa como?
-Claro que foi ótimo ele ter te salvado, mas aposto que só fez isso pra se exibir... e precisava ter beijado ele?
-Ah, Rony! – ela se levantou da poltrona – Vamos pôr as coisas de outra maneira então: era uma estratégia de jogo armada por Harry, eu me joguei da vassoura pra que Draco viesse me salvar e deixasse o caminho livre pra Harry pegar o pomo e, arrependida por tê-lo feito perder o beijei e também pra que ele não pedisse que a captura fosse anulada, melhor pra você? Grifinória ganhou e pronto! Fique feliz por isso! – e saiu, indo para seu dormitório.
E enquanto Gina já ia se virando, um Rony muito confuso e começando a ficar nervoso se virava pra Harry:
-Que estratégia era essa e porque você não me contou?
Depois disso, Lufa-Lufa perdeu para Corvinal e Sonserina. E a Grifinória , que ganhara da Corvinal continuava invicta, tanto na taça de Quadribol, quanto na das casas.
E poderia até ter sido uma época sem nada de diferente a relatar se não fossem as brigas que Draco e Rony sempre tinham quando se encontravam em algum corredor. Claro que no começo Draco ignorava as provocações de que Sonserina estaria em decadência e Rony também ignorava os comentários sobre a paixão de sua família por trouxas, mas teve uma hora em que nem um, nem o outro se segurou mais e se atracaram no meio do corredor da sala de História da magia. Por sorte Hermione apareceu e com um feitiço de pés presos acabou com a briga, além de tirar pontos das duas casas. Draco, irado por ela ter lhe tirado pontos a chamou de sangue-ruim, o que abalou um pouco Hermione, mas não a impediu de tirar novamente mais dez pontos de Sonserina.
E mais algumas brigas aconteceram, algumas com Harry no meio, e rederam várias detenções por eles destruírem o castelo, pois eles não se atracavam mais, e sim, lutavam como bruxos, com suas varinhas. E além de saírem com os pés cheios de bolhas ou soltando fumaça pelos ouvidos ou até cheirando a peixe passado, eles perdiam vários pontos, o que contribuía pra que o placar das casas sempre ficasse balanceado.
Mas apesar de tudo isso o amor de Draco e Gina continuava lá, firme e forte, fazendo com que os dois se sentissem cada vez mais ligados, a vontade de nunca se deixarem aumentando. Até brigavam algumas vezes, por Gina não aceitar a arrogância de Draco diante dos de casas diferentes e por ele não suportar a ingenuidade de Gina, irritava-o ver que Gina ainda não sabia o quão ruim poderiam ser as pessoas, irritava-o a esperança que ela tinha de que Voldemort iria ser destruído, mas ele se segurava pra não desiludi-la, pois apesar de tudo, gostava dela sem malícias, o que seria totalmente diferente depois que ela se formasse pra Auror.
E finalmente quando chegou Dezembro, a lista de nomes que iriam passar o Natal em casa estava circulando. Gina foi falar para Draco que ela não se importaria de ficar no castelo, adoraria passar o Natal junto dele.
-Não posso, Gina. Meu pai não iria gostar, parece que ele tem algo pra me contar. Infelizmente terei que ir pra casa... – Draco pensou um pouco – Você poderia ir lá comigo, acho que ele não se importaria.
Gina fez cara de espantada. Ela se imaginou passando o Natal nos Malfoy, com Lucio lhe perguntando se ela ganhava tantos presentes quanto Draco havia ganhado. "Oh, não. Seria um pesadelo".
-Acho que não seria uma boa idéia, Draco. E meus pais não permitiriam.
-Está bem, mas eu sentirei falta de você.
E apesar da saudade enorme que Draco sabia que sentiria, ele estava muito ansioso pra ir pra casa. Queria saber o que o pai dele quis dizer com aquele "Ótima idéia, Draco".
