Capítulo 13 – A primeira perda de Gina

Gina gostou de se sentir responsável por aqueles pequenos bruxos que entravam assustados em Hogwarts, gostava de ser sempre procurada quando havia um problema e gostava mais ainda quando era chamada a sala de Dumbledore e podia ficar admirando os estranhos objetos que estavam em todo o canto na sala. Mas passado um mês que ela tinha ido ao julgamento de Cho Chang, ou seja, dois meses que Gina estava como Monitora-Chefe, ela estava cansada de ter sempre que estar atenta a tudo, gostava de ajudar os outros, mas não estava se dedicando tanto assim, esquecia algumas anotações ali, dava as senhas erradas, andava muito distraída e suas notas já não eram tão boas, pois ela não estava conseguindo estudar tanto como no ano anterior.

Tudo por causa de um certo Comensal da morte de cabelos platinados. Pois sempre Gina pedia informações a Dumbledore sobre o que os Comensais estavam fazendo, ou sobre Voldemort, ele sempre lhe dizia mesma coisa: 'Voldemort continua escondido e os Comensais estão agindo muito discretamente'.

"Claro... Quando que eu desconfiaria que Draco tinha planos de ser um? Eles são discretos demais...", ela pensava apreensiva. Mas não podia fazer nada já que ele escolhera aquele caminho, já que ela ainda estava estudando. "Mas assim que eu sair daqui vou me tornar Auror... ah, se vou!".

Então, num sábado de novembro, já perto do feriado de Natal, quando Dumbledore a chamou na sala, Gina viu a oportunidade perfeita para lhe falar.

-Diretor...

-Entre, Srta. Weasley.

-O senhor me chamou aqui?

-Sim. – por um instante Gina pareceu ver pena nos olhos brilhantes do professor, que logo sumiu – A senhorita tem algo a me falar?

Gina se perguntou como ele sabia que ela queria dizer algo. Sempre achara aquele sábio bruxo, sentado a sua frente, fantástico e novamente ele estava lhe mostrando que não era um velhinho qualquer.

-Tenho, professor. Ano passado me esforcei muito estudando pra que eu pudesse ter o cargo de Monitora, estudei como nunca havia feito e Hermione me ajudou um bocado também. – Dumbledore acenou com a cabeça – Queria ser Monitora para me sentir útil em algo, ter alguma responsabilidade e isto são coisas que os Monitores tem. No começou foi ótimo conduzir os alunos novos, que ainda não sabem muito, fornecer as senhas para as entradas das salas comunais, me reunir com os outros Monitores. Mas... Assim que começaram as trocas de senhas, os problemas habituais e diários com alunos perdidos, bagunceiros, está sendo muito difícil pra conciliar a tarefa de Monitora, com a de aluna e, agora que começaram os treinos, de jogadora. E só nós do time pra saber como Colin é terrível como capitão e quer de qualquer jeito ganhar a taça por Harry, já que a perdemos no ano anterior.

-No entanto, Grifinória ganhou novamente a Taça das Casas. – falou Dumbledore, dando um enorme sorriso, afirmando a suspeita de Gina de que ele sempre torcia pela casa do leão, sua antiga morada.

-Sim, ganhamos. Hermione era uma ótima Monitora, tem uma boa parte nos pontos da Taça anterior.

-Mas, então, a senhorita está tendo dificuldades para conciliar as suas tarefas?

-Sim, professor. Eu tenho me esforçado ao máximo, mas não consigo me dedicar tanto quanto necessário. – "Claro, Gina, se você se concentrasse mais nessas coisas ao invés de ficar pensando em como está Draco, talvez conseguisse fazer tudo certo" ela se censurou – Ontem uma aluna da Corvinal veio falar comigo que não estava conseguindo entrar sua sala comunal, já que a estátua que a guarda estava rejeitando a nova senha que passei.  Por sorte, todos estavam nas aulas e eu pude arrumar tudo, mas também tenho perdido a atenção em alguns alunos problemáticos da Lufa-Lufa – "Nossa, como se parecem com Fred e Jorge" – e eles estão aprontando mais do que deviam.

-Me parece, srta. Weasley, que anda assumindo mais tarefas do que lhe foram confiadas. Creio que a Monitora da Lufa-Lufa pode cuidar facilmente desses pequenos e a srta pode muito bem passar a senha para o Monitor da Corvinal para que ele a confira antes de passar aos alunos.

-Oh, professor, eu não tencionava tomar a responsabilidade dos outros Monitores, mas me parece certo ajudá-los, já que sou a Monitora-Chefe. Só que a mim, parece que não estou cumprindo muito bem o que me foi resignado, então... – ela hesitou um pouco – eu, hum, queria permissão para passar o cargo de Monitora da Grifinória a outro aluno.

Dumbledore a olhou, por alguns segundos, por trás de seus óculos meia-lua, como se quisesse dar a ela uma chance de voltar atrás, mas Gina se manteve calada, esperando a resposta dele.

-Nós poderíamos... – Gina e ele ouvem batidas na porta. Dumbledore a encarou novamente com os olhos que pareciam reluzir pena e falou, calmamente: - Teremos que interromper nossa conversa. Entrem, por favor.

Pra Gina, era uma surpresa alguém vir à sala agora, mas pareceu a ela, que Dumbledore já esperava quem quer que esteja atrás da porta.

A porta se abriu e a profa McGonagall entrou, dando a Gina um rápido olhar, que ela pode perceber, cheio de pena, como os de Dumbledore; e atrás dela surgiu quem Gina menos esperava.

-Mamãe?

A Sra. Weasley tinha os olhos bastante inchados e vermelhos, mas mantinha um ar de seriedade, que Gina logo percebeu que era fachada para a vontade louca que a mãe tinha de chorar, já que segurava fortemente um lenço.

-Gina, querida. – ela disse enquanto se dirigiu a Gina, que se levantou, curiosa por saber o que a mãe estava fazendo ali.

-Aconteceu alguma coisa, mãe? – ela perguntou, enquanto Molly a envolvia com os braços para um abraço apertado.

-Aconteceu, querida. – respondeu em um fio de voz. Gina pode sentir o corpo da mãe tremendo.

-O quê? – perguntou apreensiva enquanto soltava os braços e encarava os olhos castanhos, como os seus, que pareciam estar prestes a desabar em lágrimas.

Mas assim que a Sra. Weasley abriu a boca para falar, a única coisa que se pode ouvir foram sons de lamentos acompanhados das lágrimas que estavam seguras há pouco tempo .

E a única coisa que Gina pode fazer, foi abraçar a mãe novamente. Ela percebeu que parecia ser penoso falar, o que quer que seja, naquele momento, então simplesmente a acalentou em seus braços, invertendo os papéis.

E mesmo não sabendo do que se tratava, Gina já começava a sentir uma onda de tristeza lhe invadindo e os seus olhos ficarem úmidos. Estava claro que era uma coisa triste a ser contada, já que sua mãe chorava desesperadamente, o que era raro, e ela tinha notado os olhares de pena e angustia que lhe foram enviados, bem discretos, por Dumbledore e McGonagall.

Ela olhou para a professora, como que perguntando o que acontecera. Mas a professora só lhe lançou um olhar compadecido e ajudou Gina a sentar a mãe em uma cadeira, enquanto Dumbledore conjurava um copo de água.

-Sra. Weasley... – disse, estendo o copo, já que ela dava sinais de que estava conseguindo se controlar.

Gina observava preocupada a mãe tomar em pequenos goles, a água que Dumbledore lhe dera. Ela tentou pensar em algum motivo para ela estar assim tão descontrolada e nervosa, mas não conseguia achar nada de tão grave para a mãe chegar ao estado onde se encontrava. "Talvez papai... não ele não a largaria, será que Rony...também não. Ah, só podem ser os gêmeos, eles devem ter se metido em alguma confusão. Mas ela não viria aqui só por isso, nem choraria tanto...ai...". Ao invés da procura do motivo acalmá-la, já que esta era a intenção quando ela começou a pensar, isso acabou por deixá-la mais nervosa ainda. Então, vendo que nenhum dos dois professores lhe falariam nada e vendo que sua mãe já se controlara suficientemente para falar, ela lhe perguntou novamente:

-O que aconteceu, mamãe?

Molly pegou a mão de Gina, que se sentou na cadeira ao lado da mãe, e a olhou docemente. Gina achou que ela ia chorar de novo, mas sua mãe passou o lenço pelo rosto e falou, ainda com o fio de voz de antes:

-Car...Carlinhos foi a... atacado – Gina viu que sua mãe não parecia acreditar nas próprias palavras e ela também não estava querendo acreditar e sua mão foi apertando cada vez mais forte a da mãe, enquanto ela parou de falar e soluçou – e...e mo...morreu ontem de noite....- disse e depois caindo no colo de Gina para chorar novamente.

Gina ficou em completo estado de choque e não estava ciente do corpo de sua mãe tremendo e chorando em seu colo. Ela simplesmente não conseguiu pronunciar nenhuma palavra, nem fazer qualquer movimento e só lhe vinha à cabeça que aquilo não podia ser verdade. Mas se ela não conseguia acreditar, por que seus olhos já estavam derramando lágrimas, enquanto nenhuma outra parte do corpo respondia?

Ela não saberia dizer quanto tempo ficou ali  chorando inconscientemente, até que sentiu o peso que estava em seu colo diminuir e olhos castanhos e muito inchados lhe encararem.

-Querida... – Gina ouviu a mãe dizer e em seguida lhe abraçar – Devemos ir para casa, seu pai está esperando... – e ela não conseguiu dizer mais nada.

A saída de Hogwarts e a chegada em sua casa foram coisas que Gina não guardou em sua memória, ela estava tão assustada que nem percebeu esses detalhes, fez tudo automaticamente, não estava mesmo acreditando no que lhe havia sido dito. Carlinhos morto, atacado. Parecia uma coisa tão longe e estranha ter algum de seus irmãos mortos, não ver as brincadeiras de Carlinhos, a fascinação dele por aqueles assustadores dragões...

Logo que ela chegou em casa, foi amparada pelos gêmeos, que apesar de também estarem muito abalados, pareciam os mais conscientes naquele momento. Sua mãe foi se juntar a Arthur pra resolver tudo o que se tinha a ser resolvido. Rony, Gui e Percy apenas ficaram sentados na sala, ao lado da lareira apagada, junto de alguns amigos da família como Harry, Mione, Penélope Clearwater e uma amiga de Gui. Todos estavam muito indignados pelo modo como Carlinhos havia partido, modo que Gina ainda não sabia.

=*=

Na noite passada, noite da morte de Carlinhos, Draco Malfoy e Pedro estavam esperando os outros Comensais chegarem ao local marcado.

-Ainda acho muito estranho o modo como seu pai morreu, Draco. – comentou Pedro.

Definitivamente aquele era um assunto que Draco não gostava de comentar, ainda mais com Pedro, um Comensal que ele achava asqueroso por ter aquele horrível braço.

-O que eu poderia ter feito se aquela garota se jogou para dentro de minha proteção? Se eu puxasse meu pai a bolha estouraria e os dois morreriam. – Draco havia dito a Voldemort que Gina entrara em sua proteção, mesmo isso não sendo possível, e que não lhe havia outra alternativa a não ser deixar seu pai de fora.

-É claro, é claro... – Rabicho não é um daqueles Comensais que podemos chamar de inteligente, astuto, mas ele, às vezes, tinha boas idéias e também podia ser esperto e por isso alguma coisa lhe dizia que havia algo errado na morte de Lucio Malfoy.

-Olha, chegaram. – falou Draco, apontando pra uns dezesseis bruxos que apareceram na frente dos dois.

Então, os dezoito comensais seguiram na escuridão, ocultos por suas capas e foram andando por entre árvores e arbustos, indo encontrar com criaturas que normalmente as pessoas costumavam fugir: dragões.

Draco estava realmente entediado com tudo aquilo. Aquela era sua primeira tarefa como Comensal, apesar de ele já estar com a marca há algum tempo. Ele sabia que aquilo fazia parte do enorme plano que Voldemort há muito tinha planejado, mas por que justo ele tinha que estar nele? Oras, ele odiava ter que entrar em uma floresta e ainda mais ter que se meter com criaturas tão ferozes como dragões. Nunca achara que seria tão chato ser um Comensal, Draco sempre teve a impressão de que seu pai nunca parara em casa e sempre ficava tendo incríveis missões: aprisionar trouxas, confundir bruxos, ou simplesmente perturbar algumas comunidades bruxas com ataques surpresas. "Mas não, eu tenho que vir aqui pra pegar uma meia dúzia de dragões malditos...".

A ordem era pra não causar nenhuma confusão desnecessária, ou seja, não matar nem machucar ninguém. Claro, isto parecia estar totalmente contra os princípios de Voldemort, mas ele ordenara isso para que a captura não chamasse tanta atenção, assim ele poderia agir com mais calma, mas não foi bem assim que aconteceu.

Era muito tarde, então todos os criadores estavam dormindo em seus dormitórios, que não ficavam tão longe do lugar onde os dragões permaneciam. Os dragões também estavam dormindo, mas como são criaturas muito desconfiadas e astutas, logo perceberam que havia algo estranho, apesar de não poderem ver o que era estranho. Logo então, eles começaram a acordar e a fazerem barulhos nada baixos.

Draco e os outros Comensais estavam tentando tirar o feitiço que prendia os dragões. Não era nada fácil, pois era uma barreira muito poderosa, já que os dragões eram criaturas mágicas muito fortes e resistentes a feitiços vindo de pessoas.

"Por que esses malditos dragões não podem calar a boca?", perguntou-se Draco. Ele não ousava falar isso em voz alta, pois não queria que os outros soubessem que ele não estava nada satisfeito em fazer aquilo, por isso também ficou calado em relação ao insuportável calor, apesar de estar muito frio, que ele estava sentindo com os dragões a jogarem chamas em cima deles. Ele ficou preocupado.

-Por que estamos libertando-os? – perguntou a Rabicho que estava ao seu lado – Não seria mais esperto se os desarmássemos primeiro? Assim não seriamos torrados com essas labaredas.

Rabicho parara também de gritar os contra-feitiços e falou a Draco:

-Seria sensato, sim, mas impossível. Essas camadas de proteção, além de assegurar que eles não irão fugir, também os protege de feitiços vindos de fora. Não podemos atacá-los enquanto eles estiverem protegidos. Além do mais, Pilcher – Rabicho acenou com a cabeça para um Comensal um pouco mais à frente – já preparou maldições junto de Voldemort para controlar eles assim que conseguirmos tirar essa barreira.

Draco olhou para o bruxo que Pedro havia apontado. Era o conhecido Noel Pilcher, um dos Comensais preferidos de Voldemort, se este tivesse algum sentimento pra poder ter preferidos. Ele tinha os cabelos muito encaracolados e castanhos bem claros e era uns cinco anos mais velho que Draco. O rosto era bem redondo, apesar de ele ser muito magro, chegando a esquelético, tinha a cor bronzeada e várias vezes Draco se perguntou se ele não tinha alguma origem latina, o que não importava tanto, já que sendo ou não europeu, Draco o odiava.

 Ele era um ótimo Comensal, fazia tudo o que Voldemort mandava e nos tempos em que o Lord estava sumido, ele tinha trabalhado com Dragões também, exatamente naquele local que eles estavam invadindo: a Romênia, e agora estava usando todos os seus conhecimentos para ajudar Voldemort em seu retorno. Mas mesmo sendo tão dedicado a servir Voldemort, Draco sabia muito bem que ele já matara vários Comensais e culpara a outros, também usava de qualquer meio para chegar aonde queria e se achava acima de qualquer Comensal, e era por isso que Draco o odiava. Claro, que as constantes reclamações de seu pai sobre Pilcher também ajudaram um pouco nessa raiva toda pelo jovem Comensal.

Até aí, tudo estava ocorrendo como planejado, ninguém havia aparecido para proteger os dragões, então eles não precisaram atacar os criadores.

Só que, quando eles já estavam terminando de tirar a penúltima camada, puderam ver vários pontos de luz vindo na direção em que estavam. Estava claro que era alguns bruxos usando o Lumus e vindo ver o porquê dos dragões fazerem tanto barulho.

Zabini, um outro Comensal, que era veterano e estava comandando a missão falou:

-Galleham, Faoulew, Thouivoul, Malfoy e Rabicho vão até lá e dê um jeito neles enquanto terminamos de tirar a barreira e lembrem-se do que o Lord disse, nada de confusões desnecessárias.

"Alguma ação, finalmente!" Draco pensou.

Então, os Comensais designados foram até os bruxos que estavam se aproximando, com suas devidas capas já tiradas, deixando-os assim, visíveis a qualquer um e foram falar com eles.

Um dos bruxos se aproximou mais do grupo de Comensais e falou:

-São vocês que estão perturbando os dragões? Saibam que esta é uma área privada, não é permitida a entrada sem autorização, muito menos o contato com os animais. Se vocês fizerem o favor de se dirigirem conosco até o escritório, haverá uma punição pela invasão, mas nada de grave, se não reagirem. – o homem, que estava com a cara nada agradável, já que fora acordado bruscamente, parecia falar sério.

Draco e os outros sentiram uma enorme vontade de rirem na cara dele por ter dito que seriam punidos, mas se mantiveram sérios e então, Galleham, que era outro veterano, se adiantou:

-Não estamos fazendo nada demais, apenas levando alguns dragões, que não lhe farão falta nenhuma. Se vocês não reagirem sairemos daqui sem lhe fazerem nenhum mal.

Foi então que os bruxos dos dragões acordaram e perceberam que aqueles não eram bruxos simples invadindo a propriedade por diversão, mas sim Comensais da Morte, servos de Voldemort.

Draco, que estava atrás dos três Comensais, junto de Faoulew, que também era um Comensal novo, mirou sua atenção em um dos bruxos a sua frente. Ele estava de olho em um que tinha os cabelos muito vermelhos e que lhe faziam lembrar de Gina. "Claro, qualquer coisa vermelha me faz lembrar de Gina..." ele pensou amargurado. Mas nem lhe passou pela cabeça que aquele fosse o irmão de Gina, que ela já havia dito que trabalhava com dragões.

Depois de terem percebido que eram Comensais, os bruxos apertaram mais sua varinhas, em um gesto de defesa e o que parecia o responsável falou:

-Peço novamente que nos acompanhem até o escritório. Dragões são animais muito perigosos e não será nada fácil lidar com eles, desistam dessa idéia e se entreguem.

Galleham desta vez deu uma risada nada amigável e falou mais sério do que da outra vez:

-Nos entregarmos? Desde quando Comensais de Voldemort se entregam? – ele olhou com olhos assassinos para o bruxo a sua frente – Nunca! Vocês são tão ingênuos que pensam isso?

-Vou pedir de novo, ou senão teremos que...

-Experlliarmus! – lançou Galleham.

O bruxo foi lançado a vários metros pra trás e sua varinha foi para no pé do Comensal, que já estava preparado, caso os outros reagissem.

-O que vamos fazer? – perguntou Faoulew.

-Vamos prendê-los com cordas e largá-los aí mesmo. – respondeu ele – Com certeza não deve ser nada difícil.

Mas Gallaham estava totalmente enganado, pois, acostumados a sempre enfrentarem dragões, eles conheciam muito feitiços de defesa e também eram ágeis e espertos, desviando dos ataques que lhe eram lançados. Então, começaram a travar uma luta, cada um dos lados lançando feitiços de ataque e de defesa, mas, por enquanto, nenhum dos Comensais usou magia negra.

Até que, quando Faoulew tinha caído e estava desmaiado, o bruxo que o atacava foi junto do bruxo de cabelos vermelhos e estava o protegendo, enquanto este atacava bravamente Draco. E pra ele estava ficando difícil enfrentar os dois, pois além de Draco ser pouco experiente em batalhas, estava em desvantagem. E, então, quando ele ousou desviar seus olhos dos dois e olhou a sua volta, pra ver um dos criadores caído e os restantes dos Comensais atacando os que sobraram, o bruxo de cabelos vermelhos lhe acertou com um Expelliarmus que fez Draco voar uns três metros pra trás e derrubar sua varinha. Draco viu apreensivo que o outro bruxo estava se preparando pra executar algum feitiço e como defesa, e a única coisa que pode fazer, foi por seus braços em frente ao rosto.

-Avada Kedavra!

Draco viu o ruivo a sua frente cair duro no chão, enquanto o outro também era atingindo com a Maldição da Morte. Ele olhou para trás e viu quem fora o responsável por isso: Noel Pilcher. Draco se levantou rapidamente e lhe encarou furioso:

-Não era pra você ter matado ninguém!

-Não me encha, Malfoy. Eu te ajudei, eles iriam lhe atacar, e você todo medroso se escondendo. – Pilcher, fez uma imitação de Draco, o que o deixou mais irritado ainda.

-Não era preciso um Avada! Pode ter certeza que Voldemort ficará irritado com isso.

-O Lord não se irritará com menos dois bruxos covardes no mundo. Aliás, se eu lhe matar também, aposto que ele não se importará.

-Acho que podemos ir embora, – murmurou Galleham, que havia derrotado os outros bruxos e veio falar com os dois – antes que apareçam mais alguém pra nos atrapalhar. Os dragões?

-Já estão sendo transportados. Foi uma coisa muito fácil...

Draco estava abismado.

-Como? Se eu me lembro, há anos atrás, não foi nada fácil domar os dragões quando eles estavam lá em Hogwarts para uma prova do Torneio Tribruxo.

-Claro, eles não haviam usado a maneira certa. Com magia negra, tudo fica mais fácil...

-Ah, claro... – falou Draco, se controlando pra não cair em cima daquele bruxo. "Como ele consegue ser tão insuportável... Se Potter já não me agüentava, cometeria suicídio se tivesse estudado com este aí...".

-Ah, só pra você saber, Malfoy. Eu exterminei um dos Weasley, nós éramos amigos quando eu trabalhava aqui, era tão ingênuo esse aí....Você não gostou? Já ouvi que sua família não se dá bem com a dele...

-É... – foi só o que Draco pode pronunciar. "Um Weasley? Claro, cabelos vermelhos, só podia ser um Weasley...mas creio que Gina não ficará nada feliz com isso...".

=*=

-O quê? – perguntou Gina novamente.

Tinha acabado de voltar do cemitério com sua família, e agora estava em casa, conversando com seu pai e Percy.

-Isso mesmo, Gina. Foram comensais que atacaram Carlinhos e o mataram junto de um outro, enquanto eles roubavam dragões. – falou Percy.

Gina começou a soluçar.

-Não pode ser, não pode...

-Calma Gina querida, tudo ficará bem, acalme-se. –falou Arthur.

-Não! – ela gritou – Vocês não entendem.

Então, soltou-se dos braços de seu pai e correu para seu quarto, se jogando na cama. Toda vez que falavam em Comensais, na cabeça de Gina vinha Draco. E agora... "Não... se foram Comensais que atacaram Carlinhos...ah, por favor, me diga que não foi Draco. Eu não poderia perdoá-lo....Ah, Carlinhos...". Gina passou o resto da tarde chorando. A dor da morte de Carlinhos já era muito grande, ainda mais quando ela viu o corpo do irmão, inerte no caixão. E agora, lhe vinha a notícia de que ele fora morto por Comensais, quando ela achava que ele havia sido atacado por dragões, e pra Gina ser morto por Comensais, significava ter a possibilidade de Draco tê-lo feito, e com isso Gina sofria em dobro.