N/A: Gente, eu quero me desculpar pelos pequenos erros que cometi e que devem ter causado alguma confusão. Obrigada, Sandor, por ter me dado o toque!
Capítulo 09
"Oh, céus!", soluçou Masaki. "Eu vim à procura de uma neta desaparecida e acabei encontrando duas!".
O peso da revelação do Sr. Amamiya oprimiu o peito de Sakura, fazendo seu coração disparar. Agora, ela tinha uma família. Um avô e uma prima. Não estava mais sozinha no mundo.
"Isto é surpreendente!", comentou Eriol, assombrado. De uma hora para outra, descobrira a identidade da jovem machucada e que, ainda por cima, esta era relacionada com Sakura.
Ainda impressionada com tudo aquilo, Sakura olhou do amigo médico para o avô recém descoberto e começou a sentir uma súbita e estranha falta de ar. "Preciso sair", murmurou fracamente. "Com sua licença". Apressada, ela se retirou do cômodo.
"Mas o que há com ela?", estranhou Masaki.
"Ela está surpresa", Eriol respondeu, olhando para a porta por onde Sakura havia partido. "Dê-lhe tempo para assimilar a informação... O senhor a pegou desprevenida".
"Vou tentar, Dr. Hiiragisawa", suspirou o homem, limpando o rosto. "Mas será difícil. Passei os últimos doze anos de minha vida procurando pela família de minha amada Nadeshiko... E falando nisso, onde estão o professor Fujitaka e o jovem Touya?".
Antes que Eriol pudesse responder, uma outra voz, fraca e rouca, soou no aposento. "Vovô?".
"Tomoyo?". Virando-se, Masaki encontrou um par de olhos cor de violeta fitando-o.
"Vovô...", um leve sorriso brotou dos lábios secos e machucados da moça, enquanto uma lágrima descia-lhe pela bochecha.
"Minha querida Tomoyo!", disse Masaki, também em lágrimas, apressando-se para sentar-se ao lado da neta e segurar-lhe a mão. "Que bom que você está bem, meu anjo... É tão bom te ver...".
"É bom vê-lo também, vovô", ela articulou com dificuldade, a garganta seca.
"Oh, minha querida, eu estava tão preocupado... Não sabia o que tinha lhe acontecido e onde você estava...", lamentou-se o senhor. "Ainda bem que estas pessoas lhe encontraram, Tomoyo... Trataram você com gentileza e consideração... Ah, este é o Doutor Hiiragisawa, quem cuidou de você".
O olhar de Tomoyo pousou no homem distinto, de pé, não muito longe da cama. Ele usava uma túnica azul-marinho com detalhes dourados e calças pretas. Seus cabelos longos estavam presos num rabo de cavalo. E por trás dos óculos de aro redondo, olhos azuis escuros a fitavam com intensidade, fazendo-a se sentir desconfortável.
"Fico feliz em vê-la acordada, Srta. Daidouji", disse ele. "Como está se sentindo?".
Tomoyo passou a língua pelos lábios, numa tentativa de aliviar a secura que sentia na boca, sem saber como aquele simples gesto mexia com Eriol. "Cansada, dolorida e com sede... Muita sede".
O jovem doutor serviu um pouco de água numa caneca e estendeu esta à moça que se sentava com a ajuda do avô. "Beba em goles pequenos e engula devagar para não engasgar", ordenou ele.
Tomoyo fez como lhe foi pedido. "Quanto tempo eu fiquei desacordada?", perguntou depois de ter tomado metade da água.
"Bem, você sumiu há uma semana e, de acordo com o Dr. Hiiragisawa, você está aqui há dois dias", respondeu Masaki. "Ah, minha querida, tenho tanto para lhe contar...".
Continuando a beber sua água, Tomoyo não conseguia prestar atenção no avô, que tagarelava contente. Registrou apenas algumas partes das sentenças: avisar a polícia, a procura havia acabado, estava ali o tempo todo... Ela estava ocupada demais analisando disfarçadamente o médico para entender o que Masaki dizia.
Eriol também não escutava a tagarelice do velho Amamiya. Sentia-se extremamente aliviado. Estava preocupado com aquela mulher, mais do que deveria. E isso era estranho. Sempre se preocupara com seus pacientes, mas no caso de Tomoyo Daidouji, a preocupação fora maior do que o normal. Durante o tempo em que ficara de vigília ao lado dela, abaixando-lhe a febre e tratando-lhe as feridas, ficara imaginando como seriam seus olhos... Como ela seria quando acordasse... E a realidade não se comparava às suas fantasias. Era muito melhor. Ela tinha olhos incrivelmente belos, dois orbes da cor de uma rara pedra preciosa, a ametista.
"... E agora poderemos voltar para casa!", finalizou Masaki, com uma expressão de felicidade sem tamanho.
Aquilo chamou a atenção dos dois. "Voltar!?", exclamaram ao mesmo tempo.
"Sim, claro! Agora que encontramos sua prima Sakura, nada mais nos prende aqui. E seremos uma família, nós três".
"O senhor encontrou Sakura?", perguntou Tomoyo confusa. "Como? Quando? Onde?".
"Aqui mesmo, há instantes atrás...", respondeu o homem. "Ela trabalha aqui. Mas eu já falei isso... Não estava me escutando, Tomoyo?".
"Sinto muito, vovô", disse a moça, sem jeito. "Estou muito cansada, não consegui prestar atenção no que dizia...".
"Oh, está tudo bem , meu anjo", Masaki sorriu, compreensivo. "Descanse bastante para podermos partir amanhã mesmo".
"Sr. Amamiya", Eriol interferiu na conversa. "Acho melhor vocês permanecerem por mais tempo, até que sua neta esteja totalmente recuperada. E ainda é preciso descobrir quem foi que fez isso a ela".
"Dr. Hiiragisawa tem razão, vovô", emendou Tomoyo. "Não me sinto bem para fazer uma viagem de barco...".
"Mas não podemos abusar da hospitalidade dessas pessoas, querida. Já fizeram muito por nós".
"Não se preocure, Sr. Amamiya", o médico tentou tranqüilizar Masaki. "Vocês são bem-vindos aqui e podem ficar o tempo que for preciso. Também providenciaremos para que suas bagagens sejam trazidas para amanhã de manhã".
"Obrigado, meu jovem. Nem sei como agradecer tudo o que estão fazendo", disse o velho, grato. "O senhor e o Sr. Li estão sendo muito gentis conosco".
'Sr. Li?! Estou na mansão de Li Xiaolang?', pensou Tomoyo freneticamente. As palavras de Ken voltaram com força total em sua mente. 'Seduza-o, ganhe sua confiança, enfraqueça-o...'. Então o Dr. Hiiragisawa era o médico e Sakura, sua prima, era a mulher... Teria que matar os dois. A jovem ficou pálida, sentindo uma forte náusea.
"Querida, você está bem?", perguntou-lhe o avô.
"Sim, vovô... É apenas uma tontura...".
"Você deve estar se sentindo fraca pela falta de alimento...", constatou Eriol. "Vou pedir a Huike que lhe prepare um caldo bem encorpado para você comer. Com licença". Ele se virou para sair, mas parou quando ouviu a Srta. Daidouji o chamar.
"Dr. Hiiragisawa?".
"Sim?", ele se voltou para ela.
"Muito obrigada", ela agradeceu com um sorriso.
Sem poder evitar, Eriol sorriu de volta. "Não foi nada, senhorita", disse antes de retirar-se do aposento.
* * *
Ainda atordoada com a notícia que recebera, Sakura andava a esmo pelos corredores da mansão. Não percebeu para onde estava indo até ver-se diante do escritório de Xiaolang, aquele onde ele a recebera pela primeira vez.
A porta estava entreaberta e Sakura pôde ouvir vozes vindas do cômodo. Mu Bai e seu mestre conversavam, provavelmente sobre os novos hóspedes. Sem querer interromper a conversa, deu um passo para trás, mas a porta foi aberta no mesmo instante e ela se deparou com o irmão de Lau Ma.
"Srta. Sakura? Algum problema?", o jovem guerreiro tinha uma expressão preocupada.
"Eu poderia falar com o senhor Li, Mu Bai?", pediu ela, sem esconder sua angústia.
"Claro, senhorita. Entre, por favor", ele lhe deu passagem.
O aposento estava mergulhando na penumbra da noite, como sempre. A única fonte de luz era a chama da vela que Mu Bai segurava nas mãos. Aquela fraca iluminação permitir que Sakura avistasse Xiaolang de pé, ao lado de sua escrivaninha.
"Deixe-nos a sós, Mu Bai", ele ordenou.
"Sim, mestre", concordou Mu Bai com um aceno de cabeça. "Com sua licença". Depositou a vela sobre a mesa e se retirou.
Após a saída do criado, Sakura permaneceu em silêncio. Não sabia como e nem por onde começar. Sabia apenas que se sentia perdida e confusa... E acabara procurando a única pessoa que a fazia se sentir segura e protegida.
"Sakura?", ela sentiu um arrepio ao ouvir a voz profunda de Xiaolang. Perguntou-se se ele tinha noção do quanto a afetava.
"O Sr. Amamiya é mesmo avô da moça ferida...", ela começou, depois de respirar fundo, mas sem conseguir controlar o tremor da própria voz e as lágrimas.
Li já sabia disso. Acabara de ordenar que Mu Bai fosse à cidade assim que o sol nascesse, para buscar as coisas de Amamiya e sua neta no hotel. Mas por que isso incomodava tanto à Sakura. Pôde ouvir claramente a voz fraca e trêmula, além do que a estranha falta de iniciativa dela o preocupava.
Desde que aceitara ser sua esposa, Sakura estava sempre ao seu lado, lendo um livro, bordando, tocando músicas no hu-ch'in, passeando pelo jardim, conversando ou simplesmente em silêncio, aproveitando sua companhia. Haviam se aproximado mais e criado uma cumplicidade que Li sentia-se afortunado em possuir. Quando estava com ela, sentia-se em paz. E amado.
"Mas isso não é tudo...", ela continuou.
"Como assim?", ele indagou, um tanto alarmado. Aproximou-se dela e segurou-a pelos ombros. "O que aconteceu?".
"Ele é meu avô também...", Sakura respondeu, de cabeça baixa, deixando o corpo sacudir com seus soluços.
No mesmo instante, Xiaolang a abraçou. Era a primeira vez que sua flor chorava abertamente em sua presença e ele não estava gostando nada do que ouvia, sentia e imaginava. Ficou perdido, com sua amada nos braços, sem saber o que fazer. Era um guerreiro, não tinha a menor noção de como confortar uma mulher aos prantos. Resolveu esperá-la se acalmar e lhe explicar aquela história melhor.
Por fim, as lágrimas de Sakura serenaram. Ele tomou-a nos braços, sentou-se na poltrona próxima da lareira apagada, colocando-a em seu colo. Ela se aconchegou a ele como se fosse uma criança pequena e ele lhe acariciava as costas. E assim, acomodados confortavelmente, Xiaolang pediu para que ela lhe contasse tudo o que ocorrera.
Foi o que Sakura fez. Contou sobre o passado de sua mãe, como a família dela ficara contra o casamento com o professor Kinomoto e como a rejeitaram, mesmo sabendo que ela estava grávida. Também contou de seu primeiro encontro com o Sr. Amamiya, como ele reconhecera seu sobrenome e lhe revelara que era o pai da falecida mãe.
Xiaolang ouviu tudo quieto, analisando cada palavra dela. Ambos imaginavam que depois da morte de Fujitaka e Touya, Sakura não tinha mais ninguém na vida e Li assumira responsabilidade de cuidar dela, mesmo sem conhecê-la direito. E o que aconteceria agora que um parente surgia do nada? Não estava disposto a abrir mão de sua flor...
Durante toda sua infância e treinamento, Xiaolang ouvira de seus mestres e dos anciões que os sentimentos enfraquecem um guerreiro, especialmente o amor. Ordenaram-lhe que evitasse esta emoção a qualquer custo. No entanto, a entrada de Sakura em sua vida, o fizera perceber que era impossível se viver sozinho, sem afeto. Todos precisavam de alguém para amar e que retribuísse esse sentimento...
E Sakura era esse 'alguém' de Xiaolang. Ela invadira sua vida e como um raio de sol, foi aquecendo seu coração, até que a barreira de gelo que o envolvia derretesse por completo. Sakura era a mulher que ele queria que fosse sua companheira, amiga, esposa, amante, confidente... Mãe de seus filhos... Meninos e meninas que ele amaria de todo o coração, assim como a amava. Não deixaria nada, nem ninguém o separar dela. Nem mesmo um parente.
Apertando Sakura contra o peito, Xiaolang beijou-lhe a testa, depois os olhos, o nariz, a bochecha e finalmente os lábios. Quando se separaram, ela se enroscou ainda mais nele, procurando e encontrando todo o apoio que precisava. Li estaria sempre lá por ela, sabia disso. Lentamente, Sakura foi adormecendo.
"Não se preocupe, ying-fa", disse ele baixinho contra os cabelos dela. "Ninguém vai tirar você de mim. Ninguém".
Então o guerreiro chinês, abraçado à sua flor de cerejeira, fechou os olhos e permitiu que seu corpo cedesse ao cansaço, levando-o para o mundo dos sonhos, onde ele era um homem completo e Sakura era sua para sempre.
* * *
O raiar do novo dia trouxe consigo não apenas o brilho e o calor do sol, mas também a vida e o início da rotina de trabalho na mansão Li, após uma boa noite de descanso. Vários empregados já estavam de pé, cumprindo seus afazeres, entre eles Mu Bai. O jovem arrumava os cavalos e uma carroça, preparando-se para ir até a cidade. Tinha muitas coisas que resolver e quanto mais cedo partisse, mais cedo voltaria. Estava terminando de colocar os arreios e prender as rédeas quando alguém se aproximar.
"Bom dia, irmão".
"Bom dia, Lau Ma", ele cumprimentou a irmã. "Acordou cedo hoje...".
"É verdade", sorriu a moça.
Mu Bai olhou para a irmã mais nova. Lau Ma era uma mulher encantadora. Seus longos cabelos estavam presos numa trança, que chegava até o meio das costas da jovem. Apesar da baixa estatura e do jeito frágil, Lau Ma era uma pessoa forte e trabalhadora. Suas mãos pequenas eram cheias de calos, mas ainda assim, eram limpas e bem cuidadas. O rosto, levemente corado do sol, se iluminava quando ela sorria, como fazia naquele momento. Mu Bai pensou que um homem teria sorte em se casar com sua irmã. Isso se fosse o homem adequado. Teria que escolher muito bem seu futuro cunhado.
"O que quer aqui?", perguntou, enquanto atrelava os cavalos à carroça.
"Eu gostaria de acompanhá-lo até a cidade, irmão. Quero ir à feira".
"Mas você foi à feira ontem!", disparou ele, estranhando o pedido da irmã. "O que precisa de lá? Se for algo urgente, diga-me logo que trago para você".
Lau Ma abaixou a cabeça e remexeu as mãos, inquieta. Sabia que o irmão não concordaria facilmente em levá-la, mas se fosse preciso, o convenceria. Apenas não podia dizer a verdade. Mu Bai seria capaz de ter um acesso de raiva se soubesse que o motivo que a impelia a ir à cidade era um homem...
Desde que esbarrara no desconhecido ontem na feira, a jovem não conseguia parar de pensar nele. Ele tinha uma masculinidade, um mistério que a atraíra imediatamente. Por isso queria voltar ao local onde o encontrara. Precisava saber alguma coisa sobre o belo estranho... Ou se tivesse sorte, vê-lo outra vez.
"Preciso de aviamentos e material para preparar as vestes para o casamento", ela respondeu o que havia ensaiado na noite anterior, tentando parecer natural e convincente. "E sei que você não saberia escolher essas coisas direito... Prometo que não vou lhe atrapalhar".
Sentiu o irmão a fitar com intensidade, antes de responder. "Está bem. Vá buscar sua cesta, seu chapéu e vamos logo".
Lau Ma abriu um grande sorriso, deu um abraço rápido no seu mano, agradecendo entusiasmada antes de correr para casa, a fim de pegar suas coisas.
Não demoraram muito para chegar à 'cidade', a pequena vila que era a sede de Hong Kong. Mu Bai dirigiu-se primeiro para a prefeitura. Ia retirar a licença de casamento de seu mestre com a Srta. Sakura. Em seguida, iria ao templo, falar com os monges. Xiaolang queria uma cerimônia simples em sua própria casa. Precisaria pedir para que um deles fosse até a mansão no dia do matrimônio, fazer as orações e as bênçãos. E finalmente passaria no hotel para buscar as coisas dos dois hóspedes: o velho e a moça.
Isso daria a Lau Ma tempo suficiente para ir a feira, fazer suas compras e depois procurar alguma informação sobre seu desconhecido. Os dois irmãos se separaram diante da casa do prefeito. Combinaram de se encontrar duas horas depois, naquele mesmo lugar.
A moça caminhou pelas barracas, entrou em algumas lojas, escolheu o melhor material para fazer as roupas de seus senhores, enquanto disfarçadamente olhava para os lados, à procura de do homem alto, com quem topara no dia anterior. Estava quase desistindo quando teve a sensação de estar sendo observada e sentiu um estranho arrepio na nuca.
Voltou-se e deparou-se com ele. O homem que estava procurando. Apesar dele estar do outro lado da rua, semi-escondido atrás de uma barraca, Lau Ma o identificou na hora. Os mesmos olhos penetrantes, a mesma cicatriz. Ele olhava direto para ela. O arrepio na nuca ficou mais intenso.
Ia dar um passo na direção daquela figura misteriosa quando sentiu uma mão forte no braço.
"Lau Ma, vamos". Sem poder fazer nada, a moça acompanhou o irmão até a carroça.
Atrás da barraca de frutas, Sato não conseguia acreditar no que acontecera. Ela o descobrira! Ele era conhecido, no meio dos homens de Ken, como o melhor 'olheiro'. Passava dias até semanas vigiando seus inimigos e nenhum deles notara sua presença. Mas aquela mulher pequenina o encontrara sem o menor trabalho.
Um outro homem juntou-se a Sato, no ponto atrás da barraca, enquanto ele observava os dois irmãos se distanciarem, "Então, o que descobriu?", perguntou.
"Ele foi ao hotel pegar as bagagens da vadia e do velho", respondeu o recém chegado, que se chamava Guang. "O plano do mestre está dando certo...".
Sato não se dignou a responder e continuou olhando Lau Ma.
"Hum... Ela até que é jeitosa...", comentou Guang, sorrindo com luxúria e deixando perceber que faltavam inúmeros dentes em sua boca. "Quem sabe quando entrarmos naquela maldita mansão, o mestre não me deixa ficar com ela? Aposto que vou me divertir demais com ela... Essa aí promete...". No instante seguinte, ele sentiu uma lâmina fria encostar-se à sua garganta.
"Se pensar nela de novo, você morre, seu filho da...", disparou Sato, com os olhos ainda mais afiados que a kunai que quase enfiava no pescoço do companheiro.
"Foi mal, Sato", gemeu o outro, numa tentativa desesperada de se desculpar. "Não sabia que já estava interessado nela".
"Encoste um dedo nela, imbecil, e farei você se arrepender do dia em que nasceu", ameaçou o braço direito de Ken, largando o pobre coitado. Guang caiu desajeitado no chão, como um saco de batatas.
A voz de Sato era baixa para não chamar atenção, mas Guang ouviu perfeitamente. Concordou com a cabeça, com movimentos frenéticos. Era estupidez mexer com Sato. Este era o segundo no comando dentro da gangue, o melhor homem de Ken. Mas pouco se sabia sobre ele. Sato era um homem calado e reservado, nem mesmo o chefe conhecia algo a respeito de seu passado. A única coisa que importava para Ken era o fato de Sato ser seu melhor matador.
Guang ficou no chão mais alguns instantes antes de levantar e seguir Sato. Se considerava esperto o suficiente para nunca mais pensar na empregada de Li. Afinal era estupidez mexer com o melhor assassino do chefe.
* * *
Enquanto isso, na mansão Li, Masaki procurava por sua neta. Não a havia visto desde a noite passada e parecia que ninguém sabia de Sakura. Precisavam conversar a respeito do futuro que teriam juntos. Estava cheio de planos para ela. Apresentaria a bela filha de sua Nadeshiko a sociedade de Tóquio. Tinha certeza que Sakura causaria grande furor.
Já tinha olhado em todos os lugares da grande casa. Faltava a ala oeste. Uma menina muito gentil, chamada Pei Pei, lhe dissera para se manter afastado de lá, porém Masaki precisava encontrar sua neta. Resolveu dar apenas uma espiada. Caminhou pelo corredor e foi abrindo as portas, não tendo sucesso em sua busca.
Quando abriu a quarta porta, Amamiya tomou um choque. Assim como os outros aposentos que olhara, aquele também estava na sombra, mas diferentemente dos anteriores, naquele havia gente dentro. A luz do sol entrava pelas frestas das persianas, iluminando fracamente o quarto, mas Masaki foi capaz de reconhecer sua neta Sakura, sentada no colo de um homem, adormecida. O sujeito também dormia, abraçando-a de modo possessivo.
"O que está havendo aqui?!", exclamou, cheio de raiva.
* ~ * ~ *
N/A: Bem, gente, este foi o capítulo nove. Espero que tenham gostado. Comentaram sobre momentos S+S... Eu tentei fazer uma cena bem legal com nossos heróis neste capítulo, eles estavam meio sumidinhos mesmo...
As coisas vão começar a agitar na mansão Li. Tomoyo finalmente despertou e já começou a arrasar corações... Sakura não pareceu muito feliz ao descobrir que tinha família e Masaki ficou uma arara ao ver a neta dormindo no colo de um homem... Isso sem falar do misterioso Sato... Que segredos ele guarda? E quais são suas intenções com Lau Ma? Vocês só vão descobrir se continuar lendo!
Quero agradecer novamente a todos que mandaram e-mails, reviews e comentários... Um abraço especial para: Kath Klein (leiam os fics dela, gente, são muito bons!), Louise, Isinha, Mel, Saki_Kinomoto e Nanninha Li. Um beijo grande, garotas!
Eu adoraria saber a opinião de vocês sobre este capítulo. Mandem comentários, reviews e e-mails. Responderei a todos com prazer! Até o próximo capítulo!
Andréa Meiouh
