Capítulo 2
"E então? Você tem boas notícias?" – pergunta um esperançoso Shaoran a Eriol.
"Qual você quer primeiro? As boas ou as más?" – diz Eriol olhando o amigo e pressentindo o acesso de fúria que viria com o que ele tinha que contar.
Shaoran olhou-o e pensou que talvez entre as novas não existisse uma boa notícia.
"A boa." – decidiu-se.
Eriol demorou alguns segundos para falar, deixando correr um clima de suspense pela sala. Mas viu que seu amigo começava a se impacientar.
"Descobri um jeito de reverter o feitiço." – disse Eriol com toda a calma, tentando esconder sua satisfação em ter feito um excelente trabalho.
"O quê?" – grita Shaoran quase avançando para cima de Eriol para ele dizer tudo o que queria ouvir.
"Calma Shaoran. Vamos com calma e por partes. De fato, tenho uma suspeita de que temos um jeito de resolver a sua situação e de Sakura. Mas tudo pode ser apenas suposições e especulações."
"Desembucha Eriol, não estou com muita paciência para ouvir seu papo furado." – Shaoran fuzilava Eriol. – "O que precisamos fazer?"
"Temos que desfazer o feitiço em uma cerimônia de fogo." – a situação não era tão simples como ele estava dizendo, mas tudo ao seu tempo. – "E encontrar a Chama Sagrada."
"Chama Sagrada?"
"Sim. Você se lembra do que descobrimos, aquele sacerdote que lançou o feitiço era um athravan, ofertadores do fogo. Encontrando as Torres de Fogo, que preservam a Chama Sagrada, vocês teriam que tocá-la, se forem merecedores da dádiva de terem seu desejo atendido, tudo voltará ao normal."
"E se não formos merecedores?"
"Bom.... "
"Fala logo Eriol."
"Vocês queimarão no fogo."
"O quê?" – Shaoran não acreditava que essa era a única maneira deles reverterem o feitiço.
"Tem mais uma coisa." – disse Eriol.
"Fala."
"Para acharmos as Torres de Fogo, temos que encontrar um sacerdote."
"E como você calcula que iremos fazer isso? Procurar nos classificados?" – Shaoran se irritava ainda mais com a calma do amigo.
"Eu disse que era possível desfazer o feitiço. Não que seria fácil."
Shaoran ficou olhando para Eriol, pensando nas possibilidades daquele plano dar certo.
"Você já falou com a Sakura?"
"Não. Quis conversar com você primeiro."
"Nós dois temos que entrar na Chama Sagrada?"
Eriol assentiu.
Shaoran ficou pensativo durante um tempo que pareceu uma eternidade. Virou-se calmamente para Eriol.
"Marque um encontro com ela. Eu mesmo quero lhe perguntar o que acha disso."
Eriol deu um sorriso, já sabendo qual seria a resposta de Sakura. Ela faria qualquer coisa para ficar junto de Shaoran de novo, até queimar no fogo da Chama Sagrada.
Sakura estava linda. Vestia um modelo cor de vinho em que seu ombros ficavam a mostra, em um delicado vestido de corpo comprido modelando seu corpo de formas perfeitas, a saia se abria em um plissado, acima dos joelhos, delicadas sandálias de tiras preta completavam o seu vestuário. Seus cabelos longos presos simplesmente por duas presilhas de strass em formato de estrela, caiam em cascata pelas costas.
Hoje seria o baile da primavera na faculdade, sua vontade era ter ficado em casa, mas Tomoyo e Eriol insistiram em que ela deveria ir. Ela iria com os dois.
Eriol disse que Shaoran queria falar pessoalmente com ela, e não revelou o que descobrira na Inglaterra. Ela ardia de curiosidade, mas resolveu esperar. Ela deixou os amigos para circular pelos convidados, cumprimentando uns, sorrindo para outros.
Sakura foi abordada por Kaimy, um belo rapaz que tentava de todas as maneiras chamar sua atenção, ela era sempre simpática com ele, mas nunca lhe dava esperanças.
"Olá Sakura. Hoje você está linda." – disse o charmoso rapaz.
"Obrigada." – diz Sakura já se afastando.
Kaimy a segurou pelo braço, a impedindo de ir.
"Espera Sakura. Você não me reservaria uma dança?" – ele pergunta.
Sakura pensa em dizer não, mas ao ver seu sorriso esperançoso, não se recusa.
"Está bem Kaimy."
O rapaz quase falta saltitar a sua volta de felicidade.
Os dois vão para a pista de dança. Um par de olhos castanhos seguindo-os, aliás, ele não tirara os olhos de Sakura desde que ela chegara em companhia dos amigos.
Sakura se sentia observada, procurou disfarçadamente a sua volta mas não viu nada, mas tinha certeza de quem a espreitava. Mas um sentimento que já estava se tornando familiar veio a lhe assombrar, tirando-lhe a atenção do que acontecia ao seu redor.
A música termina e ela se afasta de seu par dando uma desculpa qualquer, e vai em direção ao terraço. Se encosta na grade da sacada, tentando recuperar o fôlego pois outra estranha visão veio lhe perturbar a paz.
Ela e Shaoran abraçados, se beijando, como se o mundo não existisse a sua volta, como se não estivessem separados por essa magia.
Céus, será que estava ficando maluca? De onde vinham esses sonhos e essas visões? De um futuro próximo? Ou de um passado que nunca existira?
Em sua solidão não pressentiu uma aproximação, no mínimo indesejada nesse momento. Era Kaimy. Seu fã mais ardoroso, e nada propenso a lhe deixar em paz.
"Sakura. Você está bem? Saiu meio apressada." – o rapaz pergunta.
Ela sorri um pouco, acenando um sim, apenas por educação, sua vontade era ficar sozinha.
"Podemos conversar?" – pergunta o insistente rapaz, segurando levemente seu braço e a levando pelo jardim, se afastando da festa e do barulho.
Sakura ficou um pouco impaciente, não tinha visto Shaoran e achava que não tinha sido uma boa idéia vir a essa festa, estava cansada de espalhar sorrisos e cumprimentos.
"Pode ser outro dia? Hoje eu não estou com vontade. "– diz Sakura tentando soltar o braço.
"Não Sakura. Tem que ser agora." – ele diz energicamente.
Sakura estranha essa atitude de um rapaz que sempre fora gentil.
"Então solta meu braço, por favor, está me machucando." – Sakura diz e tenta puxar o braço, que Kaimy segura com mais força ainda, quase a arrastando pelo jardim agora, em uma mudança drástica de atitude, da gentileza a extrema grosseria.
"Por que você faz isso Sakura? Você sabe que eu gosto de você, mas não me dá uma brecha, fica pensando nesse chinês idiota, que não liga a mínima para você, que nem está aqui ao seu lado."
"Isso não é verdade. Se Shaoran pudesse ele estaria aqui, ele me ama." – ela diz energicamente ainda tentando se soltar, e completa docemente. – "E eu o amo."
O rapaz parece ficar mais irritado ainda ao ouvir isso, e segurando-a pelos dois braços a sacode como que tentando fazê-la entender o que está dizendo.
"Eu amo você Sakura. Eu estou aqui. Olha para mim, eu nunca me senti assim por nenhuma garota." – diz tentando beijá-la a força.
"Me solta." – grita Sakura, tentando se libertar, mas com os braços presos não conseguiria nem tentar usar suas cartas.
"Você ouviu o que ela disse." – alguém grita a alguns passos distante dos dois.
Continua
NA: Muito obrigada a Diana pelos reviews, valeu.
Como diz minha amiga Kath, "O Shaoran é tudo de bom", só ele mesmo para aparecer bem na horinha, aiai..... E esse safado do Kaimy, ô carinha grudento, mas uma grande surpresa está para ser revelada.....Espero que vcs continuem acompanhando.
Escrevam:
robm@teracom.com.br
Rô
