Gente, cá estou eu, Arashi, novamente. Demorei mas cheguei. Finalmente a história está finalizada. Na verdade, ela estava terminada há milênios, mas eu refiz totalmente o capítulo 3, e por isso levou esse tempo todo. Tá bem, também foi porque eu sou uma relapsa.
Eu queria agradecer por todas as reviews. Muito obrigada mesmo!!!! Vocês foram muito gentis, eu não pensei que tanta gente ia mandar comentários tão legais sobre a minha história. A Makimachi Misao me perguntou o que é hakoubai-kou. Por favor, perdoem eu não ter explicado, falha minha. No OVA, o Kenshin reconhece a Tomoe por esse perfume, da flor da ameixeira branca. Pelo que eu entendi, trata-se de um daqueles perfumes super sexys, então eu o usei pra demonstrar a contradição da aparente inocência da Misao com a real personalidade dela. Mas voltemos à história.
Particularidades do Casamento
Capítulo 3
– Misao...
- O que foi, Aoshi? – perguntou ela, os lábios ainda ocupados em brincar com sua orelha.
- O que você... o que está... ah, Kami, isso é bom, o que... está fazendo?
- Ora, Aoshi, não é óbvio? – sussurrou Misao mais uma vez, colando mais o corpo ao dele num forte abraço - Eu estou te seduzindo.
Aoshi gelou.
- Você o quê, Misao?
- Eu estou te seduzindo, seu bobo! – respondeu ela deslizando os lábios pelo pescoço dele – Agora me diga, querido... – completou ela num sussurro - estou fazendo um bom trabalho?
Aoshi engoliu em seco. Me seduzindo.
- Vou interpretar isso como um sim.
- Com... como? Como??? Então era MESMO um plano? Era tudo planejado, essa inocência toda era de mentira? Não pode ser, onde está a minha Misao inocente??? E o mais importante: como, em nome dos deuses, eu pude ser tão burro?
- Como? Preciso mesmo responder a isso, Aoshi querido? – perguntou Misao girando o corpo e caindo suavemente sobre o colo dele – Daqui a pouco você vai perguntar por quê. Por que a gente seduz alguém? Acho – completou ela num sussurro que fez Aoshi se arrepiar mais uma vez – que você já é bem grandinho pra saber dessas coisas, não?
Eu sou, mas você é???
- Aoshi? – insistiu Misao, diante do estupor dele.
- Quer dizer que... tudo isso era mesmo pra me provocar? – perguntou ele imensamente incrédulo. E eu preocupado com a inocência dela...
- Sabe, Aoshi, pra um sujeito que tem fama de inteligente, você não está se saindo muito bem! – respondeu Misao rindo e passando os dedos pelo peito dele – É claro que era! Você não acha mesmo que eu sou assim tão tontinha, acha? Ou acha que eu ainda tenho oito anos?
Aoshi ficou de boca aberta e Misao riu.
- Tolinho... – disse ela fechando a boca dele – Acha que eu te tocaria desse jeito sem segundas intenções?
- Misao... – ele não conseguiu completar a frase. Misao decidira fazê-lo se calar com um beijo, um leve roçar de lábios, apenas, enquanto as mãos escorregavam mais um pouco pelo seu peito. Ela não está pra brincadeiras. Está querendo mesmo me provocar. Bem, longe de mim desapontá-la. Ele começou a responder ao beijo quando Misao o afastou gentilmente.
Ei, peraí!!!
- Misao, o quê...?
- Shhh... calminha – continuou ela, dois dedos plantados nos lábios dele para calá-lo – Não vá com muita sede ao pote. Eu ainda tenho umas coisinhas a dizer.
Dizer? Pra que dizer mais alguma coisa AGORA? Vamos AGIR, você já disse tudo o que era preciso!!!!
Misao suspirou.
- Sabe, Aoshi – começou ela, os dedos brincando com os cabelos dele – antes de qualquer coisa, eu tenho que dizer – ela começou a fazer um caminho com os lábios, da orelha até a nuca dele – o quanto essa situação toda me desagrada.
- Situação? – perguntou Aoshi sem perceber do que ela falava. Estava meio difícil com aqueles lábios em seu pescoço.
- É, querido... – respondeu Misao gentilmente - esse fingimento bobo em que a gente se meteu.
- Hmmmm... – respondeu Aoshi. Era uma resposta ou um gemido? - Não está gostando...? – ele olhou pra ela confuso. Poderia jurar que ela estava adorando! O que ela está querendo dizer? – E por quê?
- Porque nós não estamos fazendo o trabalho bem feito – respondeu Misao sem interromper os beijos – Você sabe como o disfarce de um membro da Oniwabanshuu tem que ser impecável e perfeito. Todos os aspectos de um disfarce têm que ser muito bem trabalhados. Mas nós não estamos fazendo direito, e você sabe como eu de-tes-to trabalho malfeito. Nós temos que consertar isso.
- Ahhh... claro – Aoshi finalmente entendeu a mensagem. Espertinha, ela – e em que partes o nosso disfarce não está perfeito? – perguntou ele inocentemente.
- Gostei de ver, querido, direto ao ponto! – disse Misao rindo – Bem, deixa eu explicar.
Ela se ajeitou no colo de Aoshi, ficando cara a cara com ele. O olhar dela era sério. Em outros tempos, Misao teria ficado vermelha com tamanha proximidade. Mas agora, constatou Aoshi, ela está totalmente no controle. E eu estou adorando.
- Bem, Aoshi – começou Misao – nós estamos fingindo que somos casados, certo? Mas existe uma coisinha no casamento que nós não estamos cumprindo.
- Ah... uma coisinha. – Aoshi quase riu. Na verdade, ele quase gargalhou. Mas que cara-de-pau! Ele não tinha a menor idéia com quem Misao tinha aprendido a ser tão... insinuante, mas não dava a mínima. Só agradecia a essa pessoa imensamente. Ele embarcou no jogo e perguntou com muito interesse – E o que seria essa coisinha, Misao?
- Beeem, Aoshi – continuou ela, os dedos passeando pelo peito dele – Essa... coisinha se chama obrigação conjugal. E eu lamento muito dizer que você não está cumprindo a sua nesse nosso "casamento temporário".
Aoshi estreitou os olhos. Temos que remediar isso, não?
- Eu humildemente peço perdão à minha querida esposa por essa falha – disse Aoshi com ironia.
- Uh, auto-humilhação! – disse Misao rindo – uma das características necessárias a um bom marido...
Você ainda não viu nada, minha cara Misao. Eu tenho muitas características que você não conhece... e todas elas são necessárias a um bom marido.
- Ah certo... obrigação, não é? – retrucou ele - Então, minha caríssima Misao, o que posso fazer pra corrigir esse defeito?
- E quem disse que você é um homem de poucas palavras? – Misao sorriu de novo – Mas só pelo "caríssima", eu vou esclarecer as coisas pra você. As obrigações conjugais, Aoshi meu bem, começam por aquelas coisinhas de amar e respeitar um ao outro...
- Inclusive nas crises nervosas? – interrompeu Aoshi.
- Principalmente nas crises nervosas! – replicou Misao, rindo satisfeita no colo dele. Aoshi pensou que nunca se cansaria daquele sorriso – Mas parece que das minhas crises você pode cuidar muito bem. Eu não me importo de ser "comprada" de vez em quando... – continuou ela abrindo um pouco o yukata dele - sabe como eu adoro ganhar presentes.
Ah, se sei. Mas agora eu quero te dar um presente que você nunca ganhou...
- Não é nessa parte que você está falhando, Aoshi. É em outra coisa. Aliás, outras coisas. Está muito abaixo da sua média de acertos nesse quesito, sabia?
- Então me diga em que eu estou errando, Misao – respondeu Aoshi afastando o cabelo de Misao do pescoço e deixando os lábios tocarem a pele dela – é só dizer que eu conserto.
- Já está começando a se redimir – respondeu Misao afastando mais o cabelo e jogando a cabeça para o lado.
Você quer jogar, não é? Então vamos jogar.
- E se eu fizer isso? – disse ele deslizando os lábios numa trilha de beijos até a nuca dela – se eu fizer assim, fica melhor?
Misao reconheceu suas próprias palavras, ditas um minuto antes, e estreitou os olhos.
- Fica muito melhor, Aoshi – disse ela pondo o dedo no queixo dele, fazendo-o olhar nos olhos dela - Mas temos que começar pelo princípio, sabe? Você está queimando etapas.
Aoshi respondeu com um olhar questionador.
- Vamos começar com os cumprimentos. Você tem que aprender a me cumprimentar como a uma esposa, Aoshi. E já que o sol se pôs, podemos começar pelo boa-noite.
- Meu cumprimento favorito – respondeu Aoshi.
- Isso porque você ainda não viu a minha versão de bom-dia.
Estou louco pra ver, Misao. Mas não vamos queimar etapas.
- Então por que não me mostra?
Misao sorriu maliciosa e levantou-se do colo de Aoshi, apesar de ele ter tentado impedi-la. Ela fez sinal para que ele se levantasse também, e Aoshi assim o fez.
- Porque estamos nos levantando?
- Pra começar tudo do princípio – respondeu Misao calmamente – Venha me dar boa-noite, Aoshi-anata – disse ela, a mão estendida chamando-o. Aoshi se aproximou, curioso, erguendo as sobrancelhas.
- Por que está tão desconfiado?
- Não estou desconfiado – replicou Aoshi estendendo a própria mão para tocar a mão de Misao, entrelaçando os dedos com os dela – mas estou curioso. Você me tenta e depois recua; e agora quer me ensinar boas maneiras. Não acha mesmo que eu sou um mal-educado, não é? – ele se aproximou mais e acariciou o rosto dela, afastando dos olhos as mechas negras que teimavam em cair-lhe por sobre os olhos - Eu sei te cumprimentar.
- Eu vou julgar isso, Aoshi.
- Então julgue – e sem dar tempo para uma resposta, ele encostou os lábios nos lábios de Misao e a beijou. Primeiro devagar, delicadamente, os lábios tocando-a de uma forma suave, recatada, quase inocente. Misao começou a corresponder ao beijo, provando dos lábios dele com todo o desejo reprimido em dezessete anos. O toque leve de lábios se transformou num beijo de verdade, e em algo mais que isso, porque para cada um dos dois aquilo era bom demais pra ser real. O beijo se aprofundou, mais e mais, e não fosse pelo fato de que o corpo humano precisa de ar, jamais teria terminado.
- Boa noite... – disse Misao ofegante, a testa no peito dele.
- Ainda não – respondeu Aoshi, igualmente sem ar – Mas vai ficar.
Misao sorriu e procurou os lábios de Aoshi de novo. Os beijos dela eram intoxicantes, viciantes. Percorriam seus lábios, seu pescoço, suas orelhas, com doçura e paixão, delicadeza e voracidade equivalentes. Então era esse o jeito dela de cumprimentar. Muito agradável. E ela estava ensinando direitinho. É, ela é uma boa professora. Mas eu sou melhor. Era hora de trocar o papel de aluno pelo de professor.
Aoshi começou, então, uma agradável exploração labial do corpo de Misao. Começou, é claro, pelos lábios dela, com um beijo, e mais outro, e outro, passando pelo pescoço, chegando até o colo. Doce missão, essa de cumprimentá-la. Misao se deixou levar, a respiração meio ofegante, o corpo quente, embora o máximo que Aoshi tivesse feito até então fosse beijá-la. As mãos dele puxaram-na mais pra perto e logo ela se viu de novo sobre o futon, sentada no colo de Aoshi. Então ela decidiu que não havia problema algum em queimar etapas. Afinal, Aoshi sabia mesmo cumprimentar.
As mãos dele procuraram o laço do yukata e o desfizeram rapidamente. Que bom que ela não está de kimono, pensou Aoshi. Kimonos são horríveis pra se tirar. A faixa foi jogada de lado e o yukata branco de Misao se abriu ligeiramente, revelando o corpo apenas coberto pela roupa de baixo igualmente branca. Ela corou com o olhar de Aoshi, que parecia estar guardando na lembrança cada curva, cada milímetro de pele, cada poro de seu corpo. Aoshi sentiu a tensão no rosto dela, como se Misao estivesse ponderando se ele iria gostar da visão. Como não gostaria? Ela era linda, sempre fôra. As mãos dele passaram por sob o yukata e enlaçaram a cintura de Misao. Ela se arrepiou e Aoshi retomou as carícias, deslizando as mãos pela pele dela, enquanto Misao ficava cada vez mais sem fôlego.
- Agora sim – sussurrou ele - Boa noite.
Misao riu.
- Primeira lição aprendida – disse ela com ironia - Mas ainda tem mais.
Aoshi riu e jogou-a sobre o futon.
- Deixe o dever pra lá, Misao – replicou ele - Agora eu quero me concentrar na parte da diversão.
