Cap. 03: O Talismã das Sombras
- Todos vocês sabem que estamos vivendo um momento que exige união. - disse isto olhando seriamente para Snape e Sirius. - Mas surgiu algo novo, e muito perigoso que poderá causar a destruição de tudo o que amamos e queremos bem. Alguns de vocês já devem ter ouvido falar de Grindelwald, - todos assentiram, menos Harry que tentava se lembrar de alguma coisa sobre isso, mas não conseguia.
- Bom, Grindelwald foi um bruxo das trevas terrível que aterrorizou muitos dos nossos, até que Alvo o derrotou em 1945 - esclareceu John Goodman.
- Sim, foi uma época difícil, mais ou menos como a que estamos vivendo agora - disse Sophia White.
- Não Sophia, agora é pior. Voldemort é muito mais frio que Grindelwald e muito mais inteligente. Mas, voltando a Grindelwald, ele conseguiu muito de seu poder graças a um talismã. O Talismã das Sombras.
- Talismã das Sombras? Mas, isto é lenda para assustar bruxinhos.
- Não Sirius. O Talismã existe e como você já deve ter ouvido, com ele um bruxo das trevas pode "roubar" os poderes de qualquer outro, tornando-o uma sombra escravizada pelo talismã. Quando Grindelwald foi derrotado, o talismã foi dividido em dois e confiado a alguns bruxos que formavam uma Aliança e que deveriam nomear guardiões para mantê-lo escondido e seguro. Muitos foram escolhidos para guardar as metades do talismã durante os anos que se passaram. - explicou Dumbledore.
- Até que Voldemort soube que o talismã estava próximo e decidiu unificá-lo novamente. Mandou seus espiões vasculharem, ele compensava muito bem aqueles que traziam alguma informação útil. E posso afirmar que ele chegou muito perto de consegui-lo. - disse Sophia White virando-se para Mary Malía.
- Graças a um traidor, Voldemort descobriu quem eram os atuais guardiões. Foi por isso que ele foi naquela maldita noite à sua casa, Harry, Tiago era um dos guardiões. - Harry olhava para a professora devorando cada palavra que ela dizia. - Mas, seu pai, é claro, não entregou a metade dele e pagou caro por isso.
- E o que aconteceu com o talismã? Onde ele está? - perguntaram Sirius e Snape.
- Bom, a metade que Tiago guardava sumiu. Temos certeza de que Voldemort não o pegou, nem poderia depois de ter perdido os poderes. A minha metade, porque eu sou a outra guardiã, está muito bem protegida. Antes de ser capturada por... por um Comensal lancei o feitiço de proteção. - falou Mary.
- Bom, então temos metade de um talismã que pode destruir tudo. E a outra metade desapareceu, certo? Então, qual é o problema? - vaticinou Sirius.
- O problema é que Voldemort recuperou seus poderes e com certeza vai atrás do talismã. Nós temos que impedi-lo.
- Ah! Isso é realmente muito simples. - brincou Sirius. - e como vamos encontrá-lo. Podemos usar a telepatia de Mary?
- Na verdade, já usei a minha telepatia, mas só consegui visualizar um enigma:
"Uma nova aliança deverá se formar
Para que um só não possa comandar:
Aqueles que partiram ajudando o que aqui ficou,
Os dois ausentes que devem agora regressar
E o amigo que foi, mas que voltou".
- Entendem que para encontrar o talismã temos que seguir o enigma? - Disse John Goodman.
- O enigma sugere a formação de uma nova Aliança. Disse Dumbledore - e acreditamos que vocês são os escolhidos.
- Porque simplesmente não destruímos o talismã? Assim, Voldemort não pode usá-lo. - disse Sirius.
- Não é assim tão simples. O talismã não foi criado para destruição, mas para o equilíbrio que rege o poder das magias. Se o destruirmos, estaremos destruindo a nossa condição de existência. Não existiria magia sem esse equilíbrio. - explicou Mary.
- Mas como Você-sabe-quem pode usá-lo para o mal sem afetar esse equilíbrio? - perguntou a profa. McGonagall.
- Porque ele quer romper esse equilíbrio, assim, a magia como a conhecemos deixa de existir e, ele pode dominar tudo. - explicou Sophia. - Por isso, temos que encontrar o talismã antes dele.
- O que quer dizer aqueles que partiram? - perguntou Sirius, voltando a atenção para o enigma.
- Acho que é sobre Tiago e Lílian. - arriscou Mary.
- Mas como eles irão nos ajudar? - quis saber Snape.
- É impossível.
- Não é não. - interrompeu John e Harry quase deu um salto. - Pelo menos depois do que Dumbledore nos contou sobre o último encontro de Harry e Voldemort.
- O quê? O que aconteceu? - perguntou Harry aflito.
- Bom, o feitiço que matou seus pais, Harry, não é um feitiço comum. O Avada Kedavra suga a energia vital de um bruxo e a mantém presa na varinha do agressor. Até que alguém ou algo o liberte. - começou a explicar Mary.
- Acontece que na noite em que Voldemort recuperou sua força e tentou mais uma vez te matar, por alguma razão, suas varinhas ficaram ligadas, e isso libertou a energia vital de seus pais.
- E o que isso significa? - perguntou Sirius espantado.
- Significa que podemos fazer o feitiço de vitalização. - completou Mary.
- O que é isso? - perguntou Harry.
- Com esse feitiço podemos corporificar essa energia vital. - explicou John.
- Vocês vão trazê-los de volta? - perguntou Sirius abismado.
- Não! Isso é impossível. A magia branca não pode reviver uma pessoa morta. E mesmo um bruxo praticante de magia negra não obtém sucesso absoluto quando tenta isso. A matéria desta "condensação" da energia vital é de fluidos básicos como os que são encontrados, por exemplo, nos fantasmas. - explicou Mary.
- Então eles se transformarão em... fantasmas? - perguntou Harry.
- Mais ou menos. Eu prefiro dizer que eles serão como "anjos". - continuou Mary. Harry não sabia o que pensar.
- E como eles vão nos ajudar? - perguntou novamente Snape.
- Eles vão proteger Harry, em primeiro lugar. Depois, Tiago pode nos contar onde deixou o talismã. - disse Sophia.
- Bom, continuando a decifrar o enigma, achamos que os dois ausentes devem ser Mary e Sirius.
- É, ficamos longe tempo demais. - disse Mary olhando para Harry.
- E, por último, o amigo que foi, mas que voltou, acreditamos se tratar de Severo. - completou Dumbledore. Sirius fez uma cara de incredulidade. - Vocês formarão uma nova Aliança para encontrar e proteger o talismã.
- Mary continuará a ser uma das guardiãs, e na minha opinião Harry deve ser o outro. - sentenciou Goodman.
- É muito perigoso. Ele é jovem demais para uma responsabilidade dessas, prof. - começou Mary.
- Ora, ora, ora. Se estou bem lembrado, você tinha quase a idade de Harry quando assumiu esta responsabilidade, minha querida Mary. - disse Dumbledore num tom brincalhão. - Eu entendo a sua preocupação, mas Harry já mostrou ser capaz em outras oportunidades.
- É por isso mesmo, prof. - interrompeu Mary, - ele já passou por maus bocados e não precisa se meter em outro.
Harry achou que devia opinar, já que estavam falando dele:
- Eu quero proteger o talismã. Eu sei que posso. - Harry queria mostrar a Mary que não era nenhuma criança. Afinal, já tinha enfrentado o grande senhor das trevas três vezes e tinha se saído muito bem em todas.
- Harry, você não precisa provar nada a ninguém - disse Mary e Harry ficou pensando se ela realmente não podia ler pensamentos.
- Bom, precisamos definir como e quando iremos buscar a metade do talismã que Mary escondeu. - começou Dumbledore.
- Em primeiro lugar, onde está essa metade, Mary? - perguntou Sirius.
- No Templo das Sombras. - disse Mary.
- Este não parece ser um dos lugares mais agradáveis da face da Terra, hein? - disse Sirius.
- Este Templo é a fonte do poder do talismã. Ele foi construído há muitos séculos para que os bruxos de todo mundo lembrem-se sempre da necessidade do equilíbrio. - falou John.
- É um dos lugares mais tristes que já estive. Todas aquelas sombras, sabem, parece que elas querem te aprisionar ali com elas. Acho que se você der atenção ao que elas dizem, porque elas ficam te atormentando o tempo todo, você fica preso ali dentro com elas, até morrer. - disse Mary, seus olhos estavam sombrios como se recordassem de algo que gostaria de esquecer.
- O que foi isso? - perguntou Snape
- O quê? - perguntou Dumbledore. - o que foi, Severo?
- Vocês não ouviram? - Snape dirigiu-se para a porta e a abriu. - Tenho certeza que ouvi passos, alguém estava ouvindo nossa conversa.
- Ninguém tem acesso ao escritório do diretor, Snape. Só os professores conhecem a senha. - disse a profa. McGonagall - e nenhum deles subiria até aqui para espionar.
- Não se o espião já está aqui dentro. - disse Sirius baixinho para Harry. Snape pareceu ter ouvido também porque olhou para Sirius com uma expressão de ódio.
