Cap. 08 - O Baile das Bruxas
Com a tarde chegando ao fim, pais e alunos foram se arrumar para o baile da noite. Os convidados olharam maravilhados para o Salão Principal. As grandes mesas das casas foram retiradas dando lugar a pequenas mesas e deixando o centro do salão livre, destinado a uma pista de dança. O teto do salão ostentava um céu estrelado onde se podia ver os planetas, estrelas e cometas. Todos foram se acomodando e logo o falatório se espalhou, enchendo o salão de vozes e alegria. Todos muito bem vestidos desfilavam pelo salão. Harry reparou que Cho usava um lindo vestido lilás, mas estava triste, talvez, lembrando-se do baile do ano passado ao qual viera acompanhada por Cedrico. Hermione também estava muito bonita e desta vez estava acompanhada por Rony. Harry observou o salão, todos estavam se divertindo. Viu, então, a professora Malía entrando de braço dado com ninguém menos que Severo Snape. Mary estava radiante num vestido longo azul turquesa, mais parecia um anjo. Snape usava vestes negras e parecia desconcertado, mas seus olhos geralmente frios e vazios estavam brilhando intensamente. Harry suspeitava que ele realmente estava feliz, apesar de não querer demonstrar. Mary aproximou-se e cumprimentou Harry e o pessoal que estava sentado a mesinha.
- Foi uma ótima desgnomização. Realmente a melhor que eu já vi. - comentou Gui.
- Eu achei que o jardim estava precisando de uma boa limpeza. - disse Mary.
- Acho que jamais vou esquecer a visão de Lucio Malfoy rodopiando - divertiu-se Gui.
- Oh! Espere! - disse Mary com uma expressão sonhadora no rosto - essa visão realmente não deve ser esquecida, mas degustada com prazer.
Dumbledore aproximou-se do grupo, seu rosto carregava uma expressão estranha: entre o divertido e o preocupado.
- Algum problema, professor? - perguntou Mary numa falsa ingenuidade.
- Acabei que chegar da ala hospitalar, Mary. Parece que acidentalmente Lucio Malfoy caiu em cima do Salgueiro Lutador depois de seu duelo.
- Nossa, mas que azar! - continuou Mary mal disfarçando sua alegria. - com tanto lugar para cair, foi cair justamente onde poderia se machucar. Que pena! - Snape olhava para Mary como que a repreendendo por ter cometido uma peraltice.
- Eu poderia vê-lo... sabe... para pedir... desculpas? - perguntou Mary ingenuamente.
- Não exagere, Mary - protestou Dumbledore divertido.
- Desculpe, professor.
Dumbledore se afastou e Mary virou-se para o grupo com um imenso sorriso, estava mais linda do que nunca.
- Vamos fazer um brinde? - perguntou a todos e já distribuindo as taças.
- Brindar a quê? - perguntou Snape já adivinhando a resposta.
- Ora, aqueles em quem sempre podemos confiar! - e erguendo a taça, disse: - vida longa ao Salgueiro Lutador!
A expressão de horror no rosto da Sra. Weasley logo desapareceu.
- Sabe, eu daria dez vezes todo o ouro que existe em Gringotes para poder ver o Salgueiro Lutador arrancando aquele sorrisinho arrogante do Malfoy. - divertiu-se Mary.
- Você gostaria de dançar? - perguntou Gui a Mary.
- Você se importa, Severo? - perguntou Mary.
- Porque eu me importaria? - respondeu Snape com irritação, virou-se e foi juntar-se a alguns pais de alunos da Sonserina.
- Que homem horrível! - protestou a Sra. Weasley.
Para quem não estava se importando, Snape parecia contrariado. Não tirava os olhos de Mary que ao contrário parecia estar se divertindo intensamente. Depois de dançar com Gui, arrastou para a pista Harry e Rony. Então, de repente, Mary foi até ao palco onde As Esquisitonas tocavam, falou com uma delas que se dirigiu ao microfone mágico e para surpresa de todos entregou-o a professora. Ela começou a cantar e se saiu muito bem. O salão inteiro cantou e dançou comandado por Mary. Ao final da música, Mary aplaudidíssima voltou para perto de Snape. A música recomeçou e a professora brincando perguntou se Snape gostaria de dançar. O professor nem se deu ao trabalho de responder.
- Deixa de ser chato, Severo. Vem dançar comigo. - disse, puxando o professor para a pista - Eu não mordo... ainda.
Mary passou a mão de Snape em volta de sua cintura e o seu próprio braço colocou no ombro do professor. Olhou-o nos olhos e sorriu.
- Viu? Não é tão difícil!
Snape, então, puxou-a mais para perto de si. Seus rostos ficaram a milímetros. Mary parou de falar e olhou espantada para Snape como se o estivesse vendo pela primeira vez. Olhava-o numa mistura de espanto e agradável surpresa. Harry olhou para Rony e viu que o amigo estava arregalado, porque todos tiveram a nítida impressão de que eles iriam se beijar. Mas, Snape recuou como se tivesse acabado de levar um choque. Olhou sem graça para os lados e quando viu que quase todo o salão os observava, soltou Mary e foi embora irritado. Dumbledore sorriu quando o professor passou por ele.
O baile continuou com força total. Mary observava com atenção os alunos se divertindo, alguns vinham conversar com ela. Mas, seus pensamentos estavam em Snape.
- Como ele é irritante! - pensou alto. E nem reparou que um Hagrid agindo de modo estranho saía com Harry. Algum tempo depois, Mary se deu conta que Harry não se encontrava no salão.
- Rony, onde está Harry?
- Ele saiu com Hagrid. - disse Rony um tanto chateado. - parece que ele tinha algo muito sério para falar a sós com Harry.
Mary achou isto muito esquisito. Hagrid sabia que Dumbledore não queria Harry saindo do castelo.
- Rony, me faz o favor de avisar o prof. Dumbledore que Hagrid levou Harry e que eu vou até lá? Obrigada.
Mary sentiu que havia algo errado. Saiu decidida para a cabana de Hagrid. No saguão, encontrou Snape. O professor notou que Mary estava aflita.
- O que foi, Mary?
- Harry! Hagrid levou Harry para fora do castelo!
- E?
- Como... e? Severo, o prof. Dumbledore não quer Harry fora do castelo. E Hagrid não é de desobedecer a uma ordem de Dumbledore.
- Mas o famoso Harry Potter, sim. Desde que chegou aqui ele vive desrespeitando ordens e normas da escola.
Mary virou-se irritada, não tinha tempo a perder com as implicâncias de Snape. Mary saiu do castelo com Snape atrás dela. A noite estava fria e ao ver Mary tremer de frio, pois só usava um vestido fino, o professor ofereceu-lhe sua capa. Os dois se dirigiram para a cabana do guarda-caça em silêncio. Ao chegarem lá, depararam-se com a casa inteiramente silenciosa.
- Hagrid! Abra a porta! Sou eu, Mary.
Ouviram Canino ganir baixinho. Snape afastou Mary e exclamou:
- Alorromora!
A porta da cabana se abriu. Os dois professores viram, então, Hagrid caído ao chão desacordado e amordaçado. Nem sinal de Harry.
- O que aconteceu aqui? Onde está Harry? -perguntou Mary angustiada.
Snape olhou em volta, mas não havia sinais de luta. Havia apenas uma caneca em cima da mesa. Snape se aproximou, cheirou o conteúdo da caneca e exclamou:
- Completum Adormecidus. Se Hagrid bebeu um gole desta poção, vai dormir por horas, mas acredito que ele tomou bem mais, acho que dormirá a noite toda.
- Olhe, Severo. O que é aquilo? - disse Mary apontando para o caldeirão de Hagrid. Havia algo fumegante ali. Snape observou e depois cheirou o conteúdo:
- Polissuco. - disse afinal.
- Eu não acredito! Eles não teriam coragem de atacar Harry em Hogwarts. Mas que droga! - Mary, então, respirou fundo, precisava se acalmar. Entrou num transe. De vez em quando murmurava:
- Cuidado Harry! Esse que está com você não é Hagrid. Onde vocês estão? Olhe em volta.
Snape a observava em silêncio. De repente, a professora gritou:
- Na Floresta Proibida, é lá onde estão!
Os dois correram para lá. De quando em quando, Mary parava e se concentrava tentando identificar o caminho. E cada vez mais iam se embrenhando na floresta. E a cada passo, Mary ficava mais preocupada, eles apenas corriam, sem conversar. Sabiam que Harry corria grande perigo. Enfim, quando chegavam próximo a uma clareira, Mary e Snape ouviram sons de luta. Mary correu para tentar evitar o pior. Ao chegar à clareira, os professores viram de um lado, um homem com roupas gigantescas para seu tamanho empunhando uma varinha quebrada e que olhava Harry, do outro lado, com expressão de vitória nos olhos. Snape logo o reconheceu, era Mcnair. Harry estava parado a alguma distância e de frente para ele. Um filete de sangue saia do canto de sua boca. Retribuía o olhar de Mcnair; se tivesse que morrer, morreria sem abaixar a cabeça. Mas quando viu Mary e Snape se aproximarem, sentiu-se realmente aliviado. Por pouco tempo, porém, assim que Mcnair os viu, pronunciou:
- Avada Kedavra!
Uma faísca verde saiu do que restava da varinha de Mcnair. Snape ficou paralisado ao ver Mary disparar e se colocar à frente de Harry. A fraca luz verde atingiu Mary no peito e ela caiu imediatamente no chão, desacordada. Harry não conseguia acreditar:
- Porque ela fez isso? Por quê?
Harry escutou então Mcnair falar:
- Eu não queria matá-la, Severo, era o garoto. Eu queria acabar com Harry Potter.
Harry olhou para o professor. Seus olhos comumente frios estavam agora gélidos. Ele fitava Mary, tinha uma expressão de extrema angústia no olhar. Harry teve pena dele. De repente, virou-se para Mcnair, sua mão tremia levemente, mas sua voz saiu forte e cheia de ódio, então, disse calmamente:
- Crucio!
Mcnair caiu ao chão, contorcendo-se e gritando desesperadamente de dor. Harry conhecia muito bem o efeito da maldição cruciatus e, sem saber porque, gritou:
- Pare! Pare com isso!
Snape baixou a varinha e olhou para Harry agachado ao lado da professora desfalecida. Snape parecia estar em ebulição. Aparentava extrema calma, Harry sabia perfeitamente que quando o professor aparentava calma, era quando ele devia ser temido. Snape, sem falar nada, virou-se novamente para Mcnair e disse:
- Avada Ke...
Antes de terminar de pronunciar a pior das maldições imperdoáveis, porém, ouviu-se:
- Expelliarmus!
A varinha de Snape voou de suas mãos para as mãos de Dumbledore que acabava de chegar à clareira, acompanhado da Profa. McGonagall, de Rony e Hermione. Mcnair aproveitou o momento em que ninguém parecia notá-lo e aparatou. Rony e Hermione aproximaram-se de Harry.
- Nada, Severo. Nada dá o direito de utilizar uma maldição imperdoável em outro bruxo. - Dumbledore olha para Mary caída ao chão. - Eu imagino o tamanho de sua dor, mas nem assim, Severo.
- Eu sei, diretor. Mas ele merecia morrer.
- Não cabe a você decidir isso, Severo.
- Mas, ele a matou! - disse Snape quase num sussurro.
- Acho que não, professor! - disse Hermione. Snape olhou-a sem entender. Hermione apontou para Mary. - Vejam! Ela está respirando!
- Mas como pode? Eu vi Mcnair lançar a maldição.
Todos se olhavam espantados. Então, Harry se lembrou:
- A varinha dele! Na hora em que nós estávamos brigando, sem querer eu quebrei a varinha dele.
- É claro, com a varinha quebrada, o feitiço perde o efeito. - disse o prof. Dumbledore.
Rony se lembrava perfeitamente disto, quando tentou lançar um feitiço com a varinha quebrada ficou vomitando lesmas por um bom tempo.
- Mas o que aconteceu com ela? - perguntou Harry.
Dumbledore e Snape abaixaram-se para examiná-la. Realmente estava viva, mas sua vida estava por um triz.
- Parece que só uma fagulha do feitiço a acertou. Mas, se não receber cuidados rapidamente, ela morrerá. Severo, leve-a ao castelo e providencie uma poção Despertus Totalis. Você ainda tem sangue de dragão?
- Um pouco, diretor. Mas, é o suficiente para a poção.
- Se não for, vá a minha sala, eu tenho um pouco no meu estoque.
Snape conjurou uma maca e colocou Mary sobre ela. E dirigiu-se, apressadamente, para a escola. Dumbledore virou-se para os três garotos.
- Meninos, eu pediria que vocês não comentassem nada com ninguém sobre o que aconteceu aqui, hoje. - pediu Dumbledore. Os três assentiram.
- A professora Mary vai ficar boa, professor? - perguntou Rony.
- Não sei, Rony. O feitiço que a atingiu é muito poderoso, mesmo sendo só uma fagulha dele. Mas, se tudo der certo, e eu creio que irá, Snape conseguirá fazer a poção. Esta poção é muito poderosa, sabem? E é um dos meus maiores orgulhos. - Os três se lembraram que Dumbledore era reconhecido por ter descoberto a utilidade do sangue do dragão. - Mas Harry, como foi que tudo aconteceu?
- Bom, eu estava no baile, quando Hagrid, quer dizer, Mcnair disfarçado de Hagrid, me chamou dizendo que precisava falar uma coisa muito séria comigo. Eu perguntei o que era, ele disse que sabia quem era o espião, mas que não podia falar ali porque alguém poderia ouvir. Quando nós estávamos perto da cabana, ele disse que tinha uma coisa na floresta que ele precisava me mostrar.
- E você acreditou, Harry? - perguntou Rony.
- E porque ia duvidar? Hagrid sempre encontra alguma coisa estranha na floresta! - disse Dumbledore.
- Então, Hagri..., Mcnair começou a fazer perguntas estranhas. Ele disse que o que nós estávamos fazendo era muito importante para evitar que Volde..., desculpe, Você-sabe-quem voltasse ao poder e depois perguntou como andavam as buscas. Eu achei muito estranho e falei que era melhor voltar para o castelo. Ele disse que estava quase chegando e me segurou pelo braço. Foi aí que eu percebi que não era Hagrid.
- Como? - interrompeu Hermione.
- Pelos olhos. Aqueles olhos não eram os de Hagrid. Logo depois, senti a professora Mary falando comigo e resolvi tentar enrolar o falso Hagrid até ela chegar. Mas eu não queria que ela entrasse na frente do feitiço para me salvar.
- Eu sei, Harry. Mas, Mary fez o que achou que devia fazer. Bom, pelo menos ele não descobriu nada. Voldemort não ficará nada satisfeito. - disse Dumbledore. - Eles se arriscaram demais tentando atacá-lo aqui em Hogwarts e sair de mãos abanando.
- Provavelmente Você-sabe-quem irá matar Mcnair! - afirmou McGonagall. Com este comentário, todos se recordaram que o professor Snape havia lançado uma maldição imperdoável. - e Snape?
- O que tem?
- Ele quase o matou, não foi? Ah! Prof. Dumbledore se o senhor não chegasse a tempo...
- Severo o atacou num momento de muita dor. Ele realmente não suportou imaginar que Mary pudesse estar morta.
- Ele realmente a ama, não é? - perguntou McGonagall.
- Ah, sim. Na verdade, foi esse amor que sente por ela que o trouxe de volta para nosso lado.
- Como assim? - quis saber Harry.
- Severo nunca suportou a indiferença de Mary. Mas ela não fazia de propósito, é claro. Simplesmente nunca reparou nele e como reparar com Tiago Potter por perto.
- Meu pai? - perguntou Harry. - O que meu pai...
- Mary sempre idolatrou seu pai, Harry. E como não gostar dele. Tiago era incrível, um dos melhores bruxos que Hogwarts já produziu. Ótimo apanhador, engraçado, se dava bem com quase todo mundo. Ele, Sirius e Remo viviam aprontando. É claro que sempre chamou muita atenção. Principalmente das garotas. E Mary adorava seu pai - Harry, Rony e Hermione se olharam - não dessa forma, calma. Mary sempre foi muito carente, é órfã e encontrou um irmão mais velho em Tiago. É claro que nem todos viam desta maneira.
- Snape, por exemplo - disse Harry.
- Sim, Harry. Mary nunca prestou atenção em Severo. E isto o ressentiu. Ele tentava se mostrar para Mary, mostrar como era inteligente, mas nunca a impressionou. Bom, enquanto Tiago era alegre, bem disposto; Severo era fechado e...
- Azedo - disse Rony, pensando alto demais. - desculpe professor.
- Mas, se ele gostava dela, não seria mais fácil se ele demonstrasse isso? - perguntou McGonagall.
- Ah, professora McGonagall, mas isso seria impossível para um rapaz daquela idade. Oh, não! Como ele poderia dizer que estava apaixonado por Mary, sem se sentir ridículo. Ainda mais, Mary sendo da Grifinória e vinda de família trouxa. Vocês sabem - e olhou para Hermione - como os alunos da Sonserina dão valor a essa bobagem de pertencer a uma família bruxa. Não ele jamais revelaria. Então, esse amor foi se tornando doloroso. Até que numa tentativa de se mostrar; porque era isso o que Severo queria, provar que ele era melhor que Tiago; aliou-se a Voldemort. Mas, talvez numa tentativa de conferir a lealdade de Severo, Voldemort mandou que ele capturasse Mary e arrancasse dela o talismã. Depois disso poderia ficar com Mary ou matá-la se assim preferisse.
- E ele fez?
- Não. Ele me procurou e contou todo plano de Voldemort. Sem a ajuda de Severo, Voldemort atacaria seus pais de surpresa e talvez você, Harry, não tivesse escapado.
- Mas, a professora Mary disse que foi capturada por um Comensal! - disse Harry.
- Infelizmente, Voldemort percebeu que Severo não a entregaria. E mandou outro Comensal atrás dela. Não tivemos tempo de avisá-la. Ela ficou desaparecida por muito tempo. Encontramos Mary quase um ano depois, num hospital trouxa, muito ferida e sem memória. Ela foi para a Finlândia com Sophia e John que trataram dela como a uma filha. E assim, com carinho, proteção e muita magia, ela se recuperou. Ficou com Sophia e John aperfeiçoando seus estudos. Até que visualizou o enigma e viu que era hora de regressar. Não tenho certeza de como Severo lidou com isso, afinal ele é reservado demais, mas tenho certeza que o retorno de Mary o abalou.
- Eu nunca imaginei que Snape fosse capaz de gostar de alguém. - comentou Hermione baixinho com Harry.
- É claro que ele não tem a mínima chance. - começou Rony.
- Ora, e por que não. Afinal ele é um homem.
- Desculpe, mas é que a professora Mary é tão linda e o professor Snape é tão... - Rony nem precisou terminar a frase, era só olhar sua expressão para entender o que achava de Snape.
- Ah, mas vocês estão sendo injustos. Severo é apenas fechado demais. - defendeu Dumbledore, mas sem conseguir convencer Rony.
Chegaram ao castelo e se dirigiram à ala hospitalar. O baile já havia acabado, mas alguns alunos ainda andavam pelos corredores, sem saberem o que ocorrera na floresta aquela noite. Ao entrarem na ala hospitalar, Harry viu que Hagrid também fora trazido para a ala e acomodado em duas camas no fundo do quarto. Continuava profundamente adormecido. Harry ficou imaginando o trabalho que teriam tido para trazer o gigante até ali. A madame Promfrey cuidava de Mary. Harry ficou admirando a professora, ali, deitada com uma camisola branca e os cabelos negros soltos, parecia tão indefesa. Seus pensamentos foram interrompidos, quando Snape aproximou-se com uma taça fumegante. A poção estava pronta.
- Deixe-me dar a poção a ela, professor. - ofereceu-se Madame Pomfrey, mas Snape ignorou-a. Aproximou-se de Mary, levantou sua cabeça delicadamente e entornou o conteúdo da taça nos lábios semi-abertos da professora.
- Agora teremos que esperar para ver se a poção fará efeito. - disse Snape sem tirar os olhos de Mary.
- Acho melhor os senhores deixarem que ela descanse. - disse Madame Pomfrey expulsando todos do quarto.
Na manhã seguinte, depois das despedidas aos pais, as aulas voltaram ao normal. O professor Dumbledore explicou aos alunos que a professora Mary estava com uma leve indisposição e que não poderia retornar as aulas, ficando Snape em seu lugar. Todos os alunos, menos os de Sonserina, lamentaram.
- Sabe, professor, estou realmente disposto a pedir a meu pai que convença os conselheiros da escola a deixarem o senhor no cargo. - disse Draco em sua voz arrastada a Snape. - essa professora sangue ruim devia voltar para onde...
- Sr. Malfoy, não admito que o senhor trate uma professora de Hogwarts desta forma. - falou Snape secamente. Draco olhou espantado para o professor, era a primeira vez, desde que chegara à Hogwarts, que era repreendido por Snape.
Todos os alunos perceberam isso também e enquanto Harry, Rony e Hermione sorriam, os demais alunos estavam atônitos.
Snape, sempre que terminava as suas aulas, ia até a ala hospitalar com a desculpa de verificar se Madame Pomfrey precisava de mais um pouco de poção. Mary já estava desacordada há quase uma semana e Snape passava as noites ali, observando-a. Na sétima noite, Mary despertou, estava zonza e não reconheceu onde estava. Sentou-se na cama e lembrou-se, olhou para os lados e viu Snape adormecido numa cadeira ao lado. Mary sorriu. Levantou-se, precisava beber um pouco de água. Ficou parada perto da janela observando a noite, estava linda. A lua cheia, com seu luar refletido no lago, transmitia uma sensação de paz que há muito não sentia. Começou a cantarolar baixinho e sem querer acordou Snape. O professor levantou-se num salto quando não viu Mary na cama. Mary virou-se para ele, sorrindo. Snape ficou pensando que nunca a tinha visto tão bela.
- Você não deve se levantar, Mary! - disse Snape.
- Você reparou como a noite está linda, Severo? - Snape se aproximou da professora. - Obrigada, Severo. - Mary disse isso e deu um leve beijo nos lábios de Snape. Atordoado, o professor perguntou:
- Por que você fez isso?
- Bom, você salvou minha vida, não foi? - Snape se aproximou mais da professora, tanto que podiam sentir a respiração um do outro. Snape não resistia mais a tentação de tomá-la em seus braços e beijá-la. Ela parecia finalmente enxergá-lo. Snape a abraçou e seus lábios quase se tocavam quando Madame Pomfrey acendeu as luzes, quebrando o clima.
- Me perdoem, professores
Snape soltou Mary imediatamente. E saiu do quarto sem olhar para trás. Mary ficou observando-o. O que estava acontecendo com ela? Porque ela desejava realmente ser beijada por Snape. Passou a noite pensando no professor.
Voltou a dar as aulas, na manhã seguinte, para alegria dos alunos que não suportavam mais ter que enfrentar Snape em duas aulas a mais. Snape evitava olhar Mary na hora das refeições e se era naturalmente reservado, agora estava intratável.
Dois dias antes das férias de Natal, Dumbledore chamou todos os membros da Aliança para uma séria conversa.
