Cap. 11 - O sonho esclarecedor de Petúnia

Snape passou o resto da manhã preparando a poção. Enquanto, Mary, concentrada, contou o plano a Harry. Perto da hora do almoço, o professor entrou na sala com um caldeirão fumegante.

- Está pronta. - disse. - Agora, Mary, você pode contar sua genial idéia?

- Muito simples. Um dos gatos da senhora Figg irá parar acidentalmente no jardim dos Dursley, então, a senhora Figg telefona para a adorável Petúnia pedindo para que Harry faça o favor de trazer o gatinho de volta. - disse Mary para um Snape atônito

- Esse é seu genial plano? E como você vai fazer para que o gato acidentalmente vá parar no jardim deles? Ou será que sua telepatia também afeta animais? - perguntou Snape

- Ela não precisa usar a telepatia neste caso. - disse a Sra. Figg sorrindo para Mary. Snape não entendeu. Mary, então, diante dos olhos incrédulos de Snape, transformou-se num lindo gato branco. - Mary é um animago.

Mary dirigiu-se ao jardim dos Dursley, subiu numa árvore e pôs-se a miar.Dois minutos depois, Petúnia apareceu no jardim com Harry e Duda.

- Anda Harry. Tire esse gato idiota daí. - disse Duda. Ele tinha ido até lá só ver se o gato arranhava o primo. Mas, quando Harry se aproximou, o gato pulou em seu colo ronronando, para desapontamento de Duda.

- Até que foi fácil. - disse Harry.

- Anda, me dá esse gato aqui. - disse tia Petúnia - eu levo, preciso ver, quer dizer, conversar com a Sra. Figg. - Imediatamente, o gato ficou em posição de ataque e se Tia Petúnia não tirasse o braço rapidamente ficaria com um belo arranhão nele. - Acho melhor você levar esse bicho logo, Harry.

Harry levou e, quando entrou na casa da Sra. Figg, viu o gato tomar a forma da professora Mary.

- Como foi que você se transformou num animago, Mary? - perguntou Snape

- Foi com a ajuda de alguns bons amigos, Severo. - respondeu Mary piscando para Harry.

- Você sabe que o que vocês fizeram é ilegal, não? - disse Snape.

- Severo, você é incorrigível, hein? - disse Mary divertida e abraçando o professor. Harry ficou boquiaberto. - Na verdade, eu obriguei Tiago e Sirius a me ajudarem, eu sabia algumas coisinhas que eles andavam fazendo escondidos. É claro que eu não ia dedar, mas...

- O que você sabia? - perguntou Harry interessado.

- A forma como descobri que eles eram animagos foi um tanto assustadora, para mim. - começou a contar Mary. - Um dia, eu estava tentando estudar na mesa da Grifinória, mas Tiago, Sirius e Pedro não paravam de cochichar. Eu sabia que eles estavam preparando alguma e perguntei o que era, só que eles não quiseram falar. De noite, eles foram dormir cedo, há, eu sabia que aí tinha. Esperei um pouco e fui no quarto deles, ninguém, eles saíram usando a capa de invisibilidade. Eu fiquei curiosa e saí pelo castelo procurando por eles. Nada. Então, não sei porque saí do castelo. A noite estava linda, era noite de lua cheia - Harry e Snape começaram a entender o que estava prestes a acontecer. Harry sussurrou:

- Aluado!

- É, Aluado apareceu! - disse Mary olhando intrigada para Harry - Eu ouvi um barulho perto do lago e fui até lá. Quando cheguei perto, vi um lobo enorme vindo em minha direção, fiquei ali parada, sem conseguir pensar em nada, a não ser na morte dolorosa que eu ia ter. Aí, um enorme cão negro pulou entre o lobo e eu e começou a atacar o lobo, que recuou. Eu continuava morrendo de medo, não conseguia me mexer, porque um cervo estava se aproximando de mim. Mas, aconteceu uma coisa engraçada, vi nitidamente o cervo piscar para mim. Então, virei as costas e voltei para o castelo, minha cabeça rodava tentando aceitar o que eu achava que tinha acontecido. Confirmei tudo de manhã. Quando cheguei pro café, os três estavam com uma cara cansada, mas Remo estava desconsolado e quase não conseguia me encarar. Eles achavam que eu ia contar para Dumbledore, sobre essas escapadas. É claro que eu jamais faria isso. Apesar de todo medo que eu senti na hora, depois essa história acabou ficando muito divertida. - Snape olhou para Mary - Eu tinha que lembrar Sirius e Tiago como realmente tinha acontecido, eles sempre acabavam inventando algumas partes que nunca existiram. Peça pra Sirius contá-la, Harry. Aí eu pedi que eles me ajudassem a fazer o feitiço. Tiago disse que era perigoso, que se desse errado Dumbledore ficaria furioso com a gente. Mas, não teve jeito, eu queria me transformar em animago.

- Você devia ter contado tudo a Dumbledore, Mary. - disse Snape.

- Com certeza você faria isso, não é Severo? - respondeu Mary.

- Hum, professora, vocês nunca desconfiaram de Pedro? - perguntou Harry.

- Não, Harry. Apesar de nunca ter gostado dele, nunca achei que ele fosse capaz de nos trair. - disse Mary.

- Como ele era com meu pai? - perguntou Harry.

- Ah, ele vivia atrás de Tiago. Pedro sempre foi um bruxo medíocre e vivia da popularidade de seu pai e de Sirius. Acho que Sirius também não gostava muito de Pedro e seu pai tinha pena dele. - continuou Mary.

- Então, como ele te traiu, Mary? - perguntou Snape. Harry olhou intrigado. Não sabia que Mary também havia sido traída por Pedro.

- Foi quando nos preparávamos para fazer o feitiço. Dumbledore seria meu fiel de segredo, Tiago e Lílian escolheram Pedro. Estava tudo combinado, eu me encontraria com Pedro na casa dele e de lá iríamos para a casa de Tiago, onde Dumbledore estaria nos aguardando. Quando cheguei na casa de Pedro, ele estava nervoso, inquieto. Então, alguém bateu na porta, ele foi atender e eu ouvi eles conversando baixinho. Ele dizia que precisava ser cauteloso, na hora achei que fosse, Sirius e fui até lá. E dei de cara com o Malfoy. Antes que eu pudesse ter alguma reação fui estuporada. Bom, Pedro foi para a casa de seu pai, Harry, e disse que estava preocupado porque eu não tinha aparecido. Fizeram o feitiço e ele entregou seus pais. O miserável saiu limpo nas duas vezes.

- Professora, se a senhora contar essa história para o Ministério, eles podem inocentar Sirius. - disse Harry esperançoso.

- Não, Harry. Eu já tentei contar, mas eles não acreditaram.

- Como não? - disse Harry.

- Quando me encontraram, o pessoal do Ministério veio atrás de mim para saber o que tinha ocorrido. Mas, eu não tinha condições. Fiquei muito tempo dominada por Malfoy e minha mente estava afetada, muitos achavam que eu jamais me recuperaria. Quando, enfim, me recuperei, havia se passado quase cinco anos do desaparecimento de Voldemort. Foi aí que me contaram que Tiago e Lílian estavam mortos e Sirius preso. Eu não podia ajudá-lo porque achava que fosse culpado.

- O quê? Mas, você mesma disse que o traidor era Pedro? - perguntou Harry.

- Sirius foi condenado por ter matado Pedro e mais doze trouxas, não por ter traído seus pais, Harry. Eu acreditei, sinceramente, que na hora que Sirius descobriu que Pedro tinha entregado Tiago e Lílian, foi atrás dele e o matou. Eu faria isso! - disse Mary. - Só quando Dumbledore me contou que Pedro estava vivo, entendi que Sirius era completamente inocente. Tentei contar para o Sr. Crouch, mas ele achou que estava tentando proteger um amigo.

- Acho que o meu padrinho só vai conseguir limpar o nome dele quando capturarem Pedro. - disse Harry.

- Vocês realmente acreditam nesta história? - perguntou Snape incrédulo.

- Em que parte você não acredita? - quis saber Mary.

- Ora, Mary. Essa história que Sirius inventou sobre Pedro estar vivo. Isso é...

- Severo, você viu Voldemort disfarçado como Pedro quando fomos buscar a metade do talismã no templo! Você poderia me explicar como Voldemort conseguiria algo de Pedro se ele estivesse morto? - perguntou Mary. Snape sempre acreditou que Sirius inventara aquela história e influenciara os meninos. Snape sempre suspeitou que o antigo inimigo, Sirius, fosse um espião.

- Bom, chega de história por hoje. Harry, acho melhor você ir agora. Não se esqueça de nos avisar quando os Dursley tomarem a poção. Ok? Ah, Harry, venha cá um minuto. Eu tenho algo para lhe dar. Feliz Natal!

Mary entregou um embrulhinho para Harry que logo o abriu. Dentro viu um pequeno cordão de ouro com um cristal verde pendurado.

- Bom, não é uma Firebolt, mas... Sua mãe não tirava este colar do pescoço. Ela sabia que eu adorava e me deu quando me formei em Hogwarts. - disse Mary emocionada.

- Da minha mãe!... Obrigada, madrinha. - falou Harry com os olhos fixos no colar. - este foi o melhor presente que já ganhei.

- Você demorou muito. O que ficou fazendo lá? - perguntou Tia Petúnia.

- A Sra. Figg me ofereceu leite com bolachas e não deixou que eu saísse de lá antes de comer. - respondeu Harry.

- Venha, vamos almoçar. - disse Tia Petúnia.

Harry colocou umas gotas da poção nos copos dos três Dursley e ficou torcendo para que fizesse efeito logo. Eles tomaram o suco sem perceber nada e logo caíram no sono. Harry ligou para a Sra. Figg avisando.

- Ótimo! A poção fez efeito. Está preparada, Mary? - perguntou a Sra. Figg.

- Sim. - Mary sentou-se no sofá e se concentrou. Foi muito fácil para ela entrar na mente de Petúnia. - Mostre-me o que aconteceu depois que encontraram Harry? - perguntava Mary.

Petúnia vira-se na cama, não estava gostando deste pesadelo. Lembrar-se de sua irmã a deixava aborrecida, mesmo que fosse em sonho. Mas, não podia resistir àquela voz. Começou a lembrar de que ela e Valter foram até a casa dos Potter. Estava destruída. Bem feito, pensou Petúnia. Entraram na casa e reviraram tudo o que restava. Até que Valter encontrou algo. Era uma pequena chave. Uma chave de um cofre de banco.

- O que vocês encontraram no cofre, Petúnia? - Mary ia conduzindo as lembranças de Petúnia.

Desenhou-se a portinhola de um cofre. Valter ansioso o abriu e dentro viu um pequeno objeto.

- Para que o tal Potter guarda isto num cofre? - perguntou Valter, mostrando para Petúnia algo que parecia um pingente quebrado.

- Parece valioso! - disse Petúnia tentando pegá-lo. Então, sentiu algo estranho. Sentia uma vontade irresistível de pegar o pingente.

- Petúnia! O que foi? - perguntou Valter. - Você está se sentindo bem?

- Estou um pouco tonta. - disse Petúnia.

- O que fazemos com isso? - disse Valter. - jogamos fora?

- NÃO! - disse Petúnia exaltada. - Não. Vamos levá-lo.

Voltaram para casa, mas Petúnia não conseguia pensar em outra coisa senão no pingente. Alguns dias depois, quando Valter saiu para trabalhar, Petúnia foi até o quarto. Não sabia porque, mas precisava ver o pingente, só um pouquinho, quem sabe tocá-lo, ou usá-lo... Quando abriu a gaveta e mirou o pingente sentiu algo pressionar sua mente. Tinha que possui-lo, sua vida dependia disso! Na verdade, sua vida inteira não fazia sentido se não usasse o pingente. Estava quase o colocando, quando Harry chorou desesperadamente. Petúnia acordou de um transe e na mesma hora soltou o pingente que caiu no chão. Petúnia tremia como nunca. Havia algo maligno naquele objeto. Trancou a porta do quarto e esperou, nervosa, o regresso do marido, sem ousar passar diante de seu quarto.

- Valter, aquela coisa do Potter, aquela coisa é... você precisa se livrar daquilo! - disse Petúnia descontrolada.

- O que foi Petúnia? - perguntou Valter vendo a esposa completamente em pânico. Petúnia contou o que acontecera. E os dois decidiram se livrar do objeto.

Mary levanta-se do sofá com um sorriso no rosto e diz:

- Eu sei onde eles esconderam o talismã. Acho que podemos pegá-lo agora.

- Então, vamos. Antes que a poção perca o efeito. - disse Snape.

Snape e Mary foram até a casa dos Dursley. Tocaram a campainha e esperaram, tentando disfarçar a ansiedade que os corroia. Harry abriu a porta.

- Então, descobriram? - perguntou.

- Sim. Como eles estão?- perguntou Snape

- Dormindo ainda. - Snape se aproximou deles e verificou que ainda teriam algum tempo disponível. - Aonde eles esconderam, professora?

- No jardim, Harry. Enterrado no canteiro das rosas. - disse Mary. - Harry fique aqui e se por acaso eles acordarem, não deixe que eles cheguem perto do jardim dos fundos. Ok?

- E depois? - perguntou Harry.

- Se tudo der certo. Vamos aparatar para Hogsmeade. E entregar o talismã para Dumbledore. Depois preparar o ritual para torná-lo guardião. - disse Mary

Foram para o jardim. Mary se concentrou para localizar o talismã. Quando ela determinou o local exato. Snape apontou sua varinha e exclamou:

- Mobilisolum. - A terra que cobria o talismã afastou-se deixando o pequeno objeto à mostra. Mary agachou-se e o pegou. Virou-se para a casa e deu um até logo para Harry que viu os dois professores desaparecerem logo a seguir. Tudo dera certo, eles conseguiram recuperar o talismã antes de Voldemort..