CAPITULO 7- O SONHO DE HERMIONE

Hermione estava na beira de uma floresta, tinha acabado de sair dela, as árvores com folhas avermelhadas denunciavam que era outono. Estava em cima de uma encosta, onde podia ver toda a vista. Ela via um lago, e um píer, adentrando ele. Alguém estava sentado ali, com os pés descalços, imersos n'água.

Hermione não conhecia aquele lugar, mas de alguma forma parecia estranhamente familiar, como se tivesse visto em um filme ou em uma foto.

Ela desceu a encosta, se dirigiu para o píer e se sentou do lado dele. Ele não reagiu ate que ela falou, suavemente:

-Hey!

Ele virou a cabeça lentamente e quando viu que era ela, sorriu, sem surpresa.

-Olá, Mione.

-Olá, Harry.

Draco e Gina continuaram lutando por uns bons dez minutos até conseguirem rechaçar todos os dementadores. Quando terminaram estavam visivelmente exaustos. Gina respirava com dificuldade e seu rosto estava muito vermelho. E ate mesmo Draco, que nunca perdia a compostura, estava decomposto. Seu cabelo loiro estava emplastrado em sua testa pelo suor e ele tremia de cansaço.

Logo o olhar dos dois foi direcionado para suas vitimas. Pelo que parecia dementadores se decompunham rápido, pois não restava ali nada além de várias capas escuras.

Os dois se entreolharam e logo desviaram o olhar. Não sabiam o que falar. Ficaram assim ate que um barulho os distraiu.

Gina olhou inquisodora para Draco, que não parecia nem um pouco envergonhado.

-O que foi, nunca viu? Eu estou com fome, oras.

A garota remexeu seus bolsos e tirou dois embrulhinhos. Estendeu um para Draco e começou a abrir o seu.

-Chocolate, Weasley? Não tinha nada melhor não?

-Do que vc esta reclamando Malfoy, é energético e tem o suficiente para nós dois. Além disso foi a única coisa que eu trouxe. Se não quiser, pode me devolver.

-Não, eu quero, eu quero.

Eles comeram em silencio e permaneceram assim mesmo depois do chocolate acabar. Gina finalmente quebrou o silencio e falou hesitante:

-Vc acha que deveríamos procurar a Hermione?

-Eu suponho que sim -disse Draco, dando de ombros - mas não tenho a mínima idéia de por onde começar. Na hora eu não prestei atenção por qual ela saiu.

Terminou, apontando as seis portas no aposento.

-Bom, a gente já pode eliminar três. Tenho certeza que ela saiu pela direita.

-Pois eu acho que não. Ela deve Ter saído pela esquerda, estava mais fácil, menos dementadores.

-Isso não significa muita coisa. Ela foi pela direita.

-Foi pela esquerda. E essa discussão não vai levar á nada.

Disse Draco esfregando os olhos.

Nenhum dos dois parecia surpreso com a presença do outro ali. Hermione tinha tirado os sapatos e como Harry os enfiara na água.

-Sabe Mione, aqui me lembra o lago de Hogwarts.

-Vc acha Harry? Aqui é tão... diferente.

Harry levantou a cabeça e olhou para o céu. Um sorriso nos lábios.

-É, eu sei. Mas eu me sinto tão feliz aqui, quanto lá. Talvez seja isso.

-Talvez. Mas mesmo assim, é estranho.

-Bom, o fato de estarmos só nós dois aqui também me lembra de lá. Sabe, quando no quarto ano, durante aquela briga estúpida com o Rony, a gente costumava conversar perto do lago.

-Vc não deveria ficar feliz então. Se lembrando quando só tinha à mim como companhia. Deveria ser bem chato, só ficar me ouvindo, falando sobre coisas desinteressantes.

Harry gentilmente pegou uma das mãos de Hermione e olhou em seus olhos.

-Nunca diga isso, vc nunca foi chata e tudo o que vc fala é interessante. Talvez eu não me desse conta na época, mas agora eu vejo o quanto aquelas conversas significaram.

Hermione tinha prendido sua respiração no momento que ele tinha tocado sua mão e só agora, que ele tinha finalmente a soltado e olhava pra água, pôde voltar a respirar.

-Então, o que vc esta fazendo aqui?

Harry perguntou, como se fosse absolutamente normal toda aquela situação.

Hermione encarou Harry em visível confusão. Seus olhos castanhos fixados nos verdes de Harry com tamanha determinação que quase parecia que os dois se mesclavam num só.

-Como assim o que eu estou fazendo aqui? Eu estou atrás de vc, é claro.

Disse e sorriu calidamente. Harry desviou o olhar e suspirou tristemente.

-Então eu falhei.

Hermione estava cada vez mais confusa.

-Do que vc esta falando? Como assim falhou...

Mas ela parou de falar, Harry tinha coberto o rosto com as mãos e estava aparentemente chorando. Isto espantou Hermione, ela raramente vira Harry chorando, e todas as vezes era por causa de uma dor muito intensa, física ou emocional. E mesmo assim ele sempre tentava segurar. Agora ele estava ali, chorando sem censura, como um garotinho que se perdeu da mãe.

Ela passou os braços por seus ombros e o consolou. O que quer que fosse que estivesse incomodando tanto Harry ela deveria descobrir, custe o que custar.

Draco e Gina finalmente tinham decidido ir pela Segunda porta á direita, depois de uma conversa civilizada (vc tem que ver como um arco hasteado contra a cabeça de alguém acaba rapidamente com qualquer dúvida).

Eles iam descobertos, já que a capa da invisibilidade estava rasgada. Finalmente tinham voltado a conversar.

-Vc não acha estranho, Draco, que houvesse dementadores aqui, quando o Rabicho disse que ninguém sabia sobre aqui.

-E vc acredita no que aquele rato disse? Ele já traiu antes, poderia trair de novo.

-Isso é estranho, Hermione normalmente lê bem as pessoas.

-Dessa vez ela errou. Deve estar perturbada e tudo, com o Potter raptado e tal. Dessa vez Granger não acertou.

-Ah, ela acertou sim, a menina, mais esperta do que eu imaginei -disse uma voz que ecoava- Ela apenas subestimou o nosso poder, os verdadeiros e fiéis comensais da morte do lorde das trevas.

E um homem um pouco mais alto que Draco saiu das sombras para um lugar mais iluminado.

Draco estava completamente embasbacado:

-Pai?

Harry tinha parado de chorar, mas agora estava aparentemente mudo. Hermione tentava o melhor de si.

-Vamos Harry, o que esta te incomodando, vc sabe que pode me contar.

Ele voltou a encara-la, parecendo disposto a falar.

-Eu falhei Hermione. É o meu dever te deixar protegida. Mas aí esta vc, se metendo em perigos só pra me salvar. Não, eu falhei.

Então era isso. Aquela cobrança de ser um herói sempre perseguia Harry, mesmo quando não era preciso.

-Não Harry, sabe o que eu descobri. Não é vc que deve me proteger, eu devo proteger vc. É o meu destino, é uma profecia. Por isso que eu vim atrás de vc, embora eu não soubesse antes.

Harry parecia estar digerindo a informação. Ele então balançou a cabeça e disse desgostoso.

-Isso é ainda pior. Se eu não existisse vc não teria esse fardo, iria apenas viver uma vida normal, se formaria como a melhor bruxa de Hogwarts, nunca passando por todas aquelas situações perigosas e arriscadas. A culpa é toda minha.

Hermione estava começando a se irritar. Com que direito ele falava tudo isso. como se ela não quisesse fazer todas aquelas coisas, ou como se ela não tivesse a capacidade para faze-lo. Como se fosse alguma espécie de bonequinha de porcelana que deve ser trancada em uma caixa para não quebrar.

Não, tudo tinha sido vontade dela. E, embora ás vezes ela não admitisse, ela sempre tinha se divertido muito.

-Não fale assim Harry. -ela agarrou os pulsos dele gentilmente- se não fosse vc seria um outro moleque qualquer. Talvez fosse um pentelhinho enjoado e chato e mesmo assim eu iria Ter que aturar, porque afinal seria meu dever. Mas graças aos céus eu fiquei com vc, a pessoa mais corajosa, divertida e maravilhosa do mundo.

Harry parecia estar se convencendo. Um sorriso crepitou em seus lábios enquanto ele falava, divertido:

-Então quer dizer que vc não me acha um pentelhinho enjoado e chato? Eu sempre tive essa impressão.

-Bom, de vez em quando até que é. Mas o que eu posso fazer, eu sei que vc e o Rony não conseguem viver se mim.

-Isso é verdade.

E os dois riram suavemente. Harry voltou sua atenção pra água e começou a desenhar algo com os pés, na superfície.

-Mas vc estava errada em uma coisa Mione.

-Ah é? O que?

-Vc que é a pessoa mais maravilhosa do mundo.

Hermione corou.

-Pai? O que vc esta fazendo aqui?

Draco encarava seu pai com genuína surpresa, enquanto este nem hesitava.

-Eu deveria estar perguntando isso. O que vc esta fazendo, ainda mais acompanhado de uma Weasley? O seu nível anda tão baixo assim meu filho.

Gina quase podia sentir o sangue de Draco fervendo.

-Isso não é da sua conta. Vc não respondeu minha pergunta. E o que vc sabe sobre Petigrew?

Draco apontava o dedo para a cara do pai e parecia prestes a explodir.

-Ora Draco, isso é jeito de falar com seu pai? Será que eu não te ensinei nada? Mas acho que não faz mal eu te contar sobre Petigrew, aquele traidor do grande Lorde das trevas.

"Aparentemente ele quis nos enganar, mas é claro que o nosso mestre já tinha previsto isso. Então nós inventamos uma historia que precisávamos da sangue-ruim para reergue-lo, mas isso é impossível, já que o nosso mestre já esta novamente em plenas condições. Só que Rabicho não sabia disso, certo Rabicho?"

Lúcio terminou sua frase olhando para um canto escuro do corredor. Sacou rapidamente sua varinha e pronunciou os feitiços:

-Impedimento! Finite incantatem!

De repente, aonde não havia nada, surgiu um homem de quatros, gordo e paralisado.

Lúcio recomeçou a falar:

-Viu Draco, nada passa despercebido pelos nossos olhos, nem mesmo traidores.

Na última sentença Lúcio tinha mantido os olhos fixos em seu filho.

Hermione também começou a prestar atenção na água. Ali era tão calmo, tão tranqüilo. Só havia Harry e ela e nada podia atrapalhar o momento.

E ainda, olhar para a água era tão relaxante. Os pés de Harry se mexendo nela, quase formando um desenho. Não, eles estavam realmente formando um desenho. E um desenho muito familiar! Um par de asas sem dono!

-Harry -Hermione falou alto- daonde vc tirou este desenho.

O garoto pareceu surpreso por um momento mas recobrou a face calma quando olhou para a água.

-Ah, isso. Foi uma gravura que eu vi, se lembra, ano passado, quando estávamos procurando feitiços de ligação. Eu vi este desenho em um livro e te mostrei, mas vc olhou rapidamente e disse que aquilo não servia, era uma espécie de profecia ou coisa assim. Mas eu gostei da gravura, e me lembro dela até hj. Porque?

Sim, agora Hermione se lembrava. Ela deveria Ter olhado mas atentamente aquela página. Tinha algo escrito, algo importante.

-Guardio redentus, -sussurrou- guardio redentus. É isso, é isso Harry, é este o feitiço. Muito obrigada. Eu juro que eu poderia beija-lo...

-Então porque não o faz?

-Hã?

Mas não pode dizer mais nada, pois os lábios quentes de Harry cobriam os seus e ela não conseguia pensar em mais nada, a não ser que eles tinham que arranjar uma maneira de ficar mais perto.

E então...

Hermione acordou.

N/A: EU FINALMENTE RESOLVI ME PRONUNCIAR. EU JÁ TINHA PLANEJADO FAZER ISSO, MAS EU SEMPRE ME ESQUECIA E DEIXAVA PRO PROXIMO CAP. BOM, EU FIQUEI MUITO FELIZ COM ESSE ÚLTIMO CAP. MESMO QUE SEJA CURTO. EU VINHA PENSANDO ELE COM CUIDADO DESDE QUE A FIC COMEÇOU E NÃO PODERIA TER ME EXPRESSADO MELHOR, EU GOSTO DELE PORQUE FAZ MEU CORAÇÃO BATER MAIS FORTE E É ISSO QUE EU PROCURO NAS FIC QUE EU LEIO, PORTANTO EU TENTO ESCREVER DESSA MANEIRA, MAS SEM FORÇAR, SENÃO PERDE A GRAÇA. POR ULTIMO, EU QUERIA AGRADECER A TODO MUNDO QUE ME MANDOU REVIEWS, POR AQUI OU POR E-MAIL, VCS TEM ME APOIADO MUITO, VALEU MESMO. E ATÉ A PROXIMA.