Capítulo 2 - Procedência Nobre.
- Então My Lord Potter, conta alguma coisa sobre a sua vida - insistiu Arthur, enquanto apreciavam a festa, um pouco isolados dos outros convidados. - Primeiro que tudo me chame de Harry, alias eu deveria chamá-lo de senhor, já que é você Arthur que me acolhe na sua humilde, mas honrosa casa. Bem sobre minha vida - continuou enquanto provava um gole do vinho oferecido - posso lhe contar numeras historias, mas acho que a que lhe interessa é a de como vim para aqui. - Exatamente menino! - afirmou com alegria o agora velho senhor ruivo.
*** ***
Por fim conseguiu se soltar dos seus bêbados irmãos e ir ate a mesa aonde se encontravam seus pais e Lord Potter. Queria muito saber do que falavam. Tinha um interesse peculiar pelo forasteiro de olhos marinhos. Interesse este que nunca tivera por outro homem. - Exatamente menino! - afirmou seu pai. - Com licença, eu poderia sentar a mesa com vocês? - perguntou mais uma vez corada e com uma timidez incomum nos seus atos. - Claro filha, isto é...se Harry permitir. Ele estava por nos contar uma coisa muito importante - concluiu Arthur. Lord Potter assentiu bondosamente a que Ginny escutasse a sua historia e continuou a falar enquanto trocava olhares com a pequena ruiva. Esta por sua vez escutava tudo maravilhada e retribuía a todos os olhares, muito envergonhada. - Eu vou começar pela minha fuga com minha mãe...Clarisse, quando tinha aproximadamente um ano de idade. Desde então fui criado por minha ama-de- leite a quem sempre chamei de mãe - Ginny sorriu para ele encantada - apesar de Clarisse ser tão bondosa com todos teve má-sorte na vida. Casou- se quando eu tinha dois anos com um nobre, rico e influente do reino do qual venho. Mundungus Fletcher era o nome dele, já que morreu poucos anos depois deixando minha mãe e eu com uma considerável fortuna. Clarisse passou a cuidar de mim como se fosse o filho dela, já que esta cada vez que engravidava perdia o neném antes de ele nascer. Foi uma época muito difícil para ela. Pesamos ate que ela estivesse possuída por algum demônio maligno ou estivesse fazendo bruxarias. - Você disse bruxarias? - perguntou Ginny assombrada. Não poderia ser possível. Ela conhecia o suficiente sobre a área como para saber que não existia tal tipo de magia. - Mas o caso era que Deus não desejava a vinda de um herdeiro dos Fletcher - explicou-se. - Entendemos - disse Molly bondosamente. - Desde pequeno ela veio me preparando e contando a verdade sobre meus verdadeiros pais, mesmo que isso lhe doesse. Então ela ficou doente. Peste... - os olhos dele se encheram de lagrimas ao contar o que havia acontecido com a sua suposta mãe - ela levou a minha mãe para o outro mundo, mas não antes de dizer que eu tinha que vir para Hogwarts e procurar pelos Weasley. - E você nos achou querido! - Molly passou a palma carinhosamente pela barba mal feita de Harry. - Achei, e agora na única coisa que penso é em retomar as terras que por direito são minhas e as quais Malfoy me tomou - disse o ultimo com raiva aparente na voz e bebeu mais um gole do vinho. - Você deveria ter mais cuidado menino - disse Arthur sigilosamente olhando para todos os lados se certificando de que ninguém os escutava - quem manda por aqui é Malfoy. Já não existem leis que o dinheiro e a ganância de alguns não posso comprar. Nós serviçais nos tornamos escravos, e eles que estão no poder nos negam ate o pão que deveríamos ter todos os dias encima da mesa. Malfoy poderiam lhe mandar matar antes mesmo que um trecho dessa historia fosse contada pela sua boca. Isso se ele não lhe arrancasse a língua primeiro. - Não tenho medo desse Malfoy do qual tanto falam com horror. Poderia mata- lo com um só golpe da minha lamina - disse com bravura. - Mas não é da sua laia, não é? - perguntou Molly assustada - conheci bem o seu pai e se você tiver herdado só uma das qualidades dele, sei que não teria coragem de matar nem o mais vil ser humano. Lord Potter abaixou a cabeça em resignação. Sabia que havia dito uma besteira. Sabia também que não seria por falta de coragem que deixaria de fazer aquilo senão pela falta de moralidade que constituía assassinar uma pessoa. Como a Sra. Molly havia dito, ele não mataria nem o mais vil ser humano por uma questão de ética. Arthur e Molly se retiraram da mesa para deixar que Harry refletisse melhor sobre seus pensamentos. Ginny simplesmente não pode sair de lá vendo-o assim. - My Lord, minha mãe não quis ofende-lo com isso...é só que... - Sei disso Virgin, ela só quis me proteger - os dois sorriram, mas o sorriso dele foi fraco e demonstrou alguns traços de tristeza. Movida por um turbilhão de sentimento Ginny levantou-se foi e ficou parada do lado dele lhe oferecendo a mão. No inicio Lord Potter demonstrou-se confuso e esperou por uma explicação dela. - Se anime meu senhor, estamos em uma festa! Vamos dançar? - perguntou com a voz um pouco embaçada pelo medo de ser rejeitada. - Desculpe decepciona-la Virgin e mais no seu aniversario, mas eu simplesmente não sei dançar - Ginny desceu a mão lentamente não querendo demonstrar a sua tristeza já que desejava muito dançar com aquele homem. - Mas deve saber apostar! - disse ela se animando novamente, pegou pela mão e o puxou fortemente sentindo a pele mais macia que já tocara na vida. A mão mais delicada que tocara era de a um homem, que a diferença da sua não tinha calos pelo trabalho pesado com a inchada. Certamente o homem vivera toda a vida de luxos a igual que o desgraçado Malfoy que se aproveitava de todas as camponesas desprotegidas que viviam em suas terras.
A única coisa que tirava de bom em às vezes se vestir de homem e celar o cavalo com cela para homens era que passava desapercebida aos olhos dele. Lord Potter seria um canalha ao igual que Malfoy? Por alguns segundos hesitou em puxa-lo e tentou soltar sua mão, mas este já estava levantado. Os seus olhos se encontraram mais uma vez e ele lhe deu outro dos seus sorrisos encantadores. Imediatamente todas as suas duvidas desapareceram. Aquele nobre senhor não seria capaz de tais feitos malignos. Ele inteiro era tão cristalino que seria impossível se desconfiar da sua palavra. - Eu também não sei apostar Virgin - disse envergonhado. - O que?! - se expressou sem controle das palavras - um homem feito que nem o senhor não sabe jogar? - perguntou assombrada. Ele corou intensamente e riu. - Não, eu gastei meu tempo em outras coisas! - explicou-se. Ginny entristeceu. Certamente gastaram esse tempo com mulheres. - Com mulheres? - se atreveu a perguntar mais seria. Lord Potter ficou ainda mais corado. - Bem eu ia falar com meus estudos, mas... - Eu não acredito! - e após largar a ultima das suas perolas Ginny soltou as mãos do senhor para cobrir a sua boca. - Não a recrimino, sei que um rapaz da minha idade deveria estar... - Em bordeis, bares ou cocheiras pagando por qualquer diversão que lhe for oferecida? - tentou ajuda-lo. - Acho que sou uma exceção. Um romântico. - Um romântico que não sabe dançar?! - Ginny colocou as mãos nas cadeiras para demonstrar seu desagrado - isso não pode estar certo My Lord, acho que devo lhe dar umas aulas! - riu-se ela. - Este certo, o máximo que poderia acontecer é que os seus delicados pés fossem grosseiramente pisoteados pelos meus. Ginny olhou para os pés dele devidamente resguardados por botas de couro pretas e quentes, enquanto os sues mal eram cobertos com sapatilhas já quase destruídas, e cobertas de lama. - Se My Lord não se importar de sujar suas botar pisando nos meus pés... - os dois sorriram, mas desta vez foi estranho para Ginny. Um calor percorreu todo seu corpo. Seu coração latindo mais rapidamente que nunca e a sensação de que o resto do mundo já não existia. Ela o puxou mais uma vez para perto e colocou uma das mãos dele na sua cintura, o que lhe provocou tremores por todo seu corpo. Pegou a outra mão que sobrava e começou a pular novamente ao som da musica. Ele a acompanhava desajeitado e envergonhado. Verdadeiramente Lord Potter pisara nos seus pés inúmeras vezes, mas ela mal notava já que não conseguia desgrudar seus olhos dos dele que eram poços de água verde. Tudo aquilo, um sentimento novo para ela.
*** ***
1 horas depois... Lord Potter sem o seu luxuoso casaco sentado desleixadamente numa das cadeiras, tomando alguma coisa que certamente era forte e que no momento esta a o deixar feliz. Estremadamente feliz devia se dizer. Se tivessem lhe roubado as botas este não teria notado. Pelo menos era o que pensava Ronald que no momento apostava na mesa junto com ele e com seus outros irmãos, sem contar em alguns amigos que poderia chamar de íntimos, mas que nem só por isso deixariam de roubar o suntuoso senhor que agora se sentava bêbado na sua frente. - Ginny! - chamou Ron enquanto resguardava suas cartas dos ágeis olhos da irmã. Esta saiu do lado de Potter para se ajoelhar do seu lado e apurar seus ouvidos - como foi que Lord Potter acabou assim? - Bem...eu prometi a ele que lhe ensinaria as coisas boas da vida ao invés das leituras maçantes que ele aprendeuno colégio de freiras e padres aonde estudava! - disse sinceramente e sem ressentimento. - Você prometeu lhe ensinar a jogar também? - perguntou desconfiado. - Sim...mas parece que ele não esta aprendendo tudo ao pé da letra, não? - os dois se entreolharam e sorriram marotamente. - Então cuide bem das aposta dele se não quer que eu limpe o desgraçado hoje! - disse Ron rindo. - É pra já! - e se juntou novamente a Potter se sentando no seu colo e começando a embaralhar as cartas para jogar pelo Lord que ao parecer iria dormir como um bebê no seu ombro enquanto esta apostava com seu dinheiro. Cascos de cavalos foram escutados junto de alguns gritinhos histéricos de algumas das mulheres presentes. Ginny assustada largou suas cartas na mesa. Lord Potter também alarmado acordou e se incorporou tentando lembrar do que fazia com a pequena Ginny no colo. - Malfoy! - gritou um dos homens e pronto todos estavam esperando de pé a chegada do seu senhor. Vários cavalos apareceram na pequena estrada de terra e montados neles vinhas os piores senhores que os servos dessas terras poderiam chegar a conhecer. Junto com Malfoy - o filho - chegavam Crabbe, Goyle, Nott e Zabini. Lord Malfoy desceu do cavalo com toda a sua pompa e se dirigiu ate a mesa aonde havia um pequeno banquete. Arrancou um pedaço de peru e comeu limpando os dedos sujos na calça. Enquanto tudo isso acontecia todos os servos ficaram calados e ajoelhados ante o senhor. A banda parou de tocar e os homens de Malfoy desmontaram suas celas também para se aproveitarem da festa. - O que foi? - perguntou Draco aos berros - vão parar só porque eu cheguei? Não sabia que minha presença era tão magnífica assim! - disse com cinismo - alias, o que vocês estão festejando aqui?! Arthur levantou-se da sua posição medíocre e começou a explicar para o seu senhor o porque da festa estar ocorrendo. - Então tem um jovem fazendo 15 anos de idade que eu ainda não conheço? Pelo que me lembro conheço todas que nestas terras trabalham! - começou se passeando entre as pessoas que só levantavam a cabeça por curiosidade e a abaixavam rapidamente com medo de que o senhor os visse espiando - certamente a moça de ser feia como o diabo para eu não conhece-la! - os homens que o acompanhavam riram. Tudo isso só servia para incrementar a raiva de todos os Weasley que começavam a ficar corados de ira. - Por favor moça, apresente-se ante nos! - sorriu maldosamente Zabini se aproximando mais dos convidados. Ginny correu ate os pés de Lord Malfoy e se atirou na sua frente escondendo a cabeça entre o emaranhado de cabelo ruivo antes que este vira seu rosto. - Por favor My Lord, não era intenção de meu pai ao planejar a festa lhe incomodar! - apelou - se existira alguma forma de consertar o nosso erro eu peso por favor que My Lord a considere! - Levante! - ordenou secamente. Ginny fez o ordenado e ele tirou os cabelos que caiam sobre seu rosto para poder ver melhor a garota atemorizada. - Já considerei! - disse este com um sorriso malicioso que gelou o coração dela - prossigam com a festa! Acho que vou me divertir um pouco com vocês!
*** ***
A pouco conhecia aquele homem loiro, mas esse pouco já lhe fazia pensar que o odiava. Chegara se adonando da festa e rebaixando a todos quanto fosse capaz. Mas o pior foi ver a pequena Ginny caindo nas garras daquele salafrário. A pouco que o loiro chegara e esse tempo foi suficiente para deixar o bêbado Lord que a pouco estivera esfarrapado e jogando por dinheiro, sóbrio e cheio de ira. Não sabia por que, mas ver aquele asqueroso homem tirando suas luvas para poder passar melhor as mãos por sobre o corpo da inocente ruivinha lhe trazia um sentimento que nunca antes experimentara. Uma mistura de ódio e enjôo. - Harry! Sua vez! - chamou-lhe a atenção Ronald que via a raiva nos olhos do companheiro de apostas. - Não estou mais com vontade de apostar... - empurrou o dinheiro que tinha posto encima da mesa para os companheiros que o fitaram abismados e se retirou ali com bruscamente. - Hey! - Ronald o seguiu e o empurrou para dentro da cabana - não estou dizendo isto porque me preocupo com o senhor que mal conheço. Pode ser importante, mas quem manda aqui é Malfoy! Então se ele quer ou não abusar da minha irmã - ressaltou a palavra "minha"- esta no direito dele e nos temos que escutar calado! Entendeu?! - Claro, mas dentro de pouco tempo as coisas vão mudar aqui! - enfrentou-o Harry se soltando dos punhos do outro com dificuldade - eu sou o verdadeiro dono destas terras! E como tal penso mudar muitas coisas! - Ronald não pareceu surpreso. - Já se via que tinha porte de nobre, mas o que interessa aqui não é se My Lord é ou não dono das terras que estamos pisando senão na situação na que esta! - cuspiu na sua cara o ruivo - Malfoy esta ai fora com sues homens e tem armas. Nós só temos inchadas e pás para trabalhar a terra. Não estamos em condições de nos enfrentar a eles e prejudicar aos varias mulher e crianças que aqui se encontram então tente manter a calma porque eu já estou a perdendo com o senhor! - acabou com um grito histérico que assustou Harry. - Entendo. Só não consigo aceitar a forma na qual Malfoy se aproveita das suas mulher e vocês não fazem nada para revidar! - Nunca se esqueça! A vida está primeiro, não importa o jeito do qual ela seja vivida. Abaixe a cabeça para alguns assuntos My Lord e vai ver como a sua vida vai ser muito mais longa. - Nem os mais conceituados filósofos diriam uma frase tão tocante senhor... - Ronald...Ron...o senhor não se adapta a um esfarrapado que nem eu! - Aonde aprendeu isso Ron? - perguntou o moreno interessado. - Com a vida My Lord, com a vida! - riu-se o outro - agora é melhor voltarmos para a festa, nossa presença lá pode ser necessária.
*** ***
E a noite se arrastava e aos poucos todos começaram a ir embora. Pelo menos aqueles que ainda não estavam bêbados ou desmaiados. - Vamos Draco! - chamou Nott tentando caminhar numa línea reta. - Vão vocês...eu ainda quero me divertir mais um pouco antes de voltar para aquela vadia da minha mulher - disse com a voz embargada pela bebida enquanto Ginny cobria as vias respiratórias com as mãos pelo bafo insuportável do loiro. - E vai se divertir como Draco? - perguntou um dos armários ambulantes. Lord Malfoy riu de forma debochada e começou a puxar a ruiva com ele ate o cavalo. Ginny tentou se soltar, mas este era mais forte que ela. - Solte-me! - gritou vendo as más intenções nos olhos gelados dele - por favor... - implorou - socorro! - vendo que este não a soltaria. Ele a puxou e a beijou de forma arrebatadora. Com nojo ela cuspiu no rosto dele e tentou se safar dos braços fortes do homem o que não gerou um bom resultado e este só acabou pegando-a pela cintura e levantando-a no ar para leva-la consigo. Começou a berrar desesperada e viu como sues irmãos e os amigos destes levantavam-se e travavam uma luta para chegar até ela. Avistou Lord Potter desembainhando a espada e entrando em colisão com Lord Zabini. O nobre senhor podia não ser forte, mas usava com grande perícia a sua espada. Este último conseguiu jogar Zabini no chão e correu entre a multidão que se formava chegando ate ela e puxando-a com ele. Os dois a puxava com muita força e a impressão que tinha era de que a qualquer momento seu corpo se rasgaria em dois. Até que seu irmão Ronald chegou por trás de Lord Malfoy e quebrou uma das jarras de barro da sua mãe na cabeça do loiro que imediatamente caiu no chão atordoado. - Seus insolentes! - gritou com raiva - vocês vão me pagar caro! - Vamos ver Malfoy! - Potter elevou sua voz para ser escutado com firmeza. - Quem é você?! - perguntou com raiva. - Só diga ao seu pai que Lord Potter voltou as suas terras para tomar o que é seu por direito! - Malfoy pareceu ainda mais atordoado com esta afirmação, mas foi puxado por Crabbe e Goyle que o fizeram montar no seu cavalo e partir dali sem mais explicações.
- Então My Lord Potter, conta alguma coisa sobre a sua vida - insistiu Arthur, enquanto apreciavam a festa, um pouco isolados dos outros convidados. - Primeiro que tudo me chame de Harry, alias eu deveria chamá-lo de senhor, já que é você Arthur que me acolhe na sua humilde, mas honrosa casa. Bem sobre minha vida - continuou enquanto provava um gole do vinho oferecido - posso lhe contar numeras historias, mas acho que a que lhe interessa é a de como vim para aqui. - Exatamente menino! - afirmou com alegria o agora velho senhor ruivo.
*** ***
Por fim conseguiu se soltar dos seus bêbados irmãos e ir ate a mesa aonde se encontravam seus pais e Lord Potter. Queria muito saber do que falavam. Tinha um interesse peculiar pelo forasteiro de olhos marinhos. Interesse este que nunca tivera por outro homem. - Exatamente menino! - afirmou seu pai. - Com licença, eu poderia sentar a mesa com vocês? - perguntou mais uma vez corada e com uma timidez incomum nos seus atos. - Claro filha, isto é...se Harry permitir. Ele estava por nos contar uma coisa muito importante - concluiu Arthur. Lord Potter assentiu bondosamente a que Ginny escutasse a sua historia e continuou a falar enquanto trocava olhares com a pequena ruiva. Esta por sua vez escutava tudo maravilhada e retribuía a todos os olhares, muito envergonhada. - Eu vou começar pela minha fuga com minha mãe...Clarisse, quando tinha aproximadamente um ano de idade. Desde então fui criado por minha ama-de- leite a quem sempre chamei de mãe - Ginny sorriu para ele encantada - apesar de Clarisse ser tão bondosa com todos teve má-sorte na vida. Casou- se quando eu tinha dois anos com um nobre, rico e influente do reino do qual venho. Mundungus Fletcher era o nome dele, já que morreu poucos anos depois deixando minha mãe e eu com uma considerável fortuna. Clarisse passou a cuidar de mim como se fosse o filho dela, já que esta cada vez que engravidava perdia o neném antes de ele nascer. Foi uma época muito difícil para ela. Pesamos ate que ela estivesse possuída por algum demônio maligno ou estivesse fazendo bruxarias. - Você disse bruxarias? - perguntou Ginny assombrada. Não poderia ser possível. Ela conhecia o suficiente sobre a área como para saber que não existia tal tipo de magia. - Mas o caso era que Deus não desejava a vinda de um herdeiro dos Fletcher - explicou-se. - Entendemos - disse Molly bondosamente. - Desde pequeno ela veio me preparando e contando a verdade sobre meus verdadeiros pais, mesmo que isso lhe doesse. Então ela ficou doente. Peste... - os olhos dele se encheram de lagrimas ao contar o que havia acontecido com a sua suposta mãe - ela levou a minha mãe para o outro mundo, mas não antes de dizer que eu tinha que vir para Hogwarts e procurar pelos Weasley. - E você nos achou querido! - Molly passou a palma carinhosamente pela barba mal feita de Harry. - Achei, e agora na única coisa que penso é em retomar as terras que por direito são minhas e as quais Malfoy me tomou - disse o ultimo com raiva aparente na voz e bebeu mais um gole do vinho. - Você deveria ter mais cuidado menino - disse Arthur sigilosamente olhando para todos os lados se certificando de que ninguém os escutava - quem manda por aqui é Malfoy. Já não existem leis que o dinheiro e a ganância de alguns não posso comprar. Nós serviçais nos tornamos escravos, e eles que estão no poder nos negam ate o pão que deveríamos ter todos os dias encima da mesa. Malfoy poderiam lhe mandar matar antes mesmo que um trecho dessa historia fosse contada pela sua boca. Isso se ele não lhe arrancasse a língua primeiro. - Não tenho medo desse Malfoy do qual tanto falam com horror. Poderia mata- lo com um só golpe da minha lamina - disse com bravura. - Mas não é da sua laia, não é? - perguntou Molly assustada - conheci bem o seu pai e se você tiver herdado só uma das qualidades dele, sei que não teria coragem de matar nem o mais vil ser humano. Lord Potter abaixou a cabeça em resignação. Sabia que havia dito uma besteira. Sabia também que não seria por falta de coragem que deixaria de fazer aquilo senão pela falta de moralidade que constituía assassinar uma pessoa. Como a Sra. Molly havia dito, ele não mataria nem o mais vil ser humano por uma questão de ética. Arthur e Molly se retiraram da mesa para deixar que Harry refletisse melhor sobre seus pensamentos. Ginny simplesmente não pode sair de lá vendo-o assim. - My Lord, minha mãe não quis ofende-lo com isso...é só que... - Sei disso Virgin, ela só quis me proteger - os dois sorriram, mas o sorriso dele foi fraco e demonstrou alguns traços de tristeza. Movida por um turbilhão de sentimento Ginny levantou-se foi e ficou parada do lado dele lhe oferecendo a mão. No inicio Lord Potter demonstrou-se confuso e esperou por uma explicação dela. - Se anime meu senhor, estamos em uma festa! Vamos dançar? - perguntou com a voz um pouco embaçada pelo medo de ser rejeitada. - Desculpe decepciona-la Virgin e mais no seu aniversario, mas eu simplesmente não sei dançar - Ginny desceu a mão lentamente não querendo demonstrar a sua tristeza já que desejava muito dançar com aquele homem. - Mas deve saber apostar! - disse ela se animando novamente, pegou pela mão e o puxou fortemente sentindo a pele mais macia que já tocara na vida. A mão mais delicada que tocara era de a um homem, que a diferença da sua não tinha calos pelo trabalho pesado com a inchada. Certamente o homem vivera toda a vida de luxos a igual que o desgraçado Malfoy que se aproveitava de todas as camponesas desprotegidas que viviam em suas terras.
A única coisa que tirava de bom em às vezes se vestir de homem e celar o cavalo com cela para homens era que passava desapercebida aos olhos dele. Lord Potter seria um canalha ao igual que Malfoy? Por alguns segundos hesitou em puxa-lo e tentou soltar sua mão, mas este já estava levantado. Os seus olhos se encontraram mais uma vez e ele lhe deu outro dos seus sorrisos encantadores. Imediatamente todas as suas duvidas desapareceram. Aquele nobre senhor não seria capaz de tais feitos malignos. Ele inteiro era tão cristalino que seria impossível se desconfiar da sua palavra. - Eu também não sei apostar Virgin - disse envergonhado. - O que?! - se expressou sem controle das palavras - um homem feito que nem o senhor não sabe jogar? - perguntou assombrada. Ele corou intensamente e riu. - Não, eu gastei meu tempo em outras coisas! - explicou-se. Ginny entristeceu. Certamente gastaram esse tempo com mulheres. - Com mulheres? - se atreveu a perguntar mais seria. Lord Potter ficou ainda mais corado. - Bem eu ia falar com meus estudos, mas... - Eu não acredito! - e após largar a ultima das suas perolas Ginny soltou as mãos do senhor para cobrir a sua boca. - Não a recrimino, sei que um rapaz da minha idade deveria estar... - Em bordeis, bares ou cocheiras pagando por qualquer diversão que lhe for oferecida? - tentou ajuda-lo. - Acho que sou uma exceção. Um romântico. - Um romântico que não sabe dançar?! - Ginny colocou as mãos nas cadeiras para demonstrar seu desagrado - isso não pode estar certo My Lord, acho que devo lhe dar umas aulas! - riu-se ela. - Este certo, o máximo que poderia acontecer é que os seus delicados pés fossem grosseiramente pisoteados pelos meus. Ginny olhou para os pés dele devidamente resguardados por botas de couro pretas e quentes, enquanto os sues mal eram cobertos com sapatilhas já quase destruídas, e cobertas de lama. - Se My Lord não se importar de sujar suas botar pisando nos meus pés... - os dois sorriram, mas desta vez foi estranho para Ginny. Um calor percorreu todo seu corpo. Seu coração latindo mais rapidamente que nunca e a sensação de que o resto do mundo já não existia. Ela o puxou mais uma vez para perto e colocou uma das mãos dele na sua cintura, o que lhe provocou tremores por todo seu corpo. Pegou a outra mão que sobrava e começou a pular novamente ao som da musica. Ele a acompanhava desajeitado e envergonhado. Verdadeiramente Lord Potter pisara nos seus pés inúmeras vezes, mas ela mal notava já que não conseguia desgrudar seus olhos dos dele que eram poços de água verde. Tudo aquilo, um sentimento novo para ela.
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1 horas depois... Lord Potter sem o seu luxuoso casaco sentado desleixadamente numa das cadeiras, tomando alguma coisa que certamente era forte e que no momento esta a o deixar feliz. Estremadamente feliz devia se dizer. Se tivessem lhe roubado as botas este não teria notado. Pelo menos era o que pensava Ronald que no momento apostava na mesa junto com ele e com seus outros irmãos, sem contar em alguns amigos que poderia chamar de íntimos, mas que nem só por isso deixariam de roubar o suntuoso senhor que agora se sentava bêbado na sua frente. - Ginny! - chamou Ron enquanto resguardava suas cartas dos ágeis olhos da irmã. Esta saiu do lado de Potter para se ajoelhar do seu lado e apurar seus ouvidos - como foi que Lord Potter acabou assim? - Bem...eu prometi a ele que lhe ensinaria as coisas boas da vida ao invés das leituras maçantes que ele aprendeuno colégio de freiras e padres aonde estudava! - disse sinceramente e sem ressentimento. - Você prometeu lhe ensinar a jogar também? - perguntou desconfiado. - Sim...mas parece que ele não esta aprendendo tudo ao pé da letra, não? - os dois se entreolharam e sorriram marotamente. - Então cuide bem das aposta dele se não quer que eu limpe o desgraçado hoje! - disse Ron rindo. - É pra já! - e se juntou novamente a Potter se sentando no seu colo e começando a embaralhar as cartas para jogar pelo Lord que ao parecer iria dormir como um bebê no seu ombro enquanto esta apostava com seu dinheiro. Cascos de cavalos foram escutados junto de alguns gritinhos histéricos de algumas das mulheres presentes. Ginny assustada largou suas cartas na mesa. Lord Potter também alarmado acordou e se incorporou tentando lembrar do que fazia com a pequena Ginny no colo. - Malfoy! - gritou um dos homens e pronto todos estavam esperando de pé a chegada do seu senhor. Vários cavalos apareceram na pequena estrada de terra e montados neles vinhas os piores senhores que os servos dessas terras poderiam chegar a conhecer. Junto com Malfoy - o filho - chegavam Crabbe, Goyle, Nott e Zabini. Lord Malfoy desceu do cavalo com toda a sua pompa e se dirigiu ate a mesa aonde havia um pequeno banquete. Arrancou um pedaço de peru e comeu limpando os dedos sujos na calça. Enquanto tudo isso acontecia todos os servos ficaram calados e ajoelhados ante o senhor. A banda parou de tocar e os homens de Malfoy desmontaram suas celas também para se aproveitarem da festa. - O que foi? - perguntou Draco aos berros - vão parar só porque eu cheguei? Não sabia que minha presença era tão magnífica assim! - disse com cinismo - alias, o que vocês estão festejando aqui?! Arthur levantou-se da sua posição medíocre e começou a explicar para o seu senhor o porque da festa estar ocorrendo. - Então tem um jovem fazendo 15 anos de idade que eu ainda não conheço? Pelo que me lembro conheço todas que nestas terras trabalham! - começou se passeando entre as pessoas que só levantavam a cabeça por curiosidade e a abaixavam rapidamente com medo de que o senhor os visse espiando - certamente a moça de ser feia como o diabo para eu não conhece-la! - os homens que o acompanhavam riram. Tudo isso só servia para incrementar a raiva de todos os Weasley que começavam a ficar corados de ira. - Por favor moça, apresente-se ante nos! - sorriu maldosamente Zabini se aproximando mais dos convidados. Ginny correu ate os pés de Lord Malfoy e se atirou na sua frente escondendo a cabeça entre o emaranhado de cabelo ruivo antes que este vira seu rosto. - Por favor My Lord, não era intenção de meu pai ao planejar a festa lhe incomodar! - apelou - se existira alguma forma de consertar o nosso erro eu peso por favor que My Lord a considere! - Levante! - ordenou secamente. Ginny fez o ordenado e ele tirou os cabelos que caiam sobre seu rosto para poder ver melhor a garota atemorizada. - Já considerei! - disse este com um sorriso malicioso que gelou o coração dela - prossigam com a festa! Acho que vou me divertir um pouco com vocês!
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A pouco conhecia aquele homem loiro, mas esse pouco já lhe fazia pensar que o odiava. Chegara se adonando da festa e rebaixando a todos quanto fosse capaz. Mas o pior foi ver a pequena Ginny caindo nas garras daquele salafrário. A pouco que o loiro chegara e esse tempo foi suficiente para deixar o bêbado Lord que a pouco estivera esfarrapado e jogando por dinheiro, sóbrio e cheio de ira. Não sabia por que, mas ver aquele asqueroso homem tirando suas luvas para poder passar melhor as mãos por sobre o corpo da inocente ruivinha lhe trazia um sentimento que nunca antes experimentara. Uma mistura de ódio e enjôo. - Harry! Sua vez! - chamou-lhe a atenção Ronald que via a raiva nos olhos do companheiro de apostas. - Não estou mais com vontade de apostar... - empurrou o dinheiro que tinha posto encima da mesa para os companheiros que o fitaram abismados e se retirou ali com bruscamente. - Hey! - Ronald o seguiu e o empurrou para dentro da cabana - não estou dizendo isto porque me preocupo com o senhor que mal conheço. Pode ser importante, mas quem manda aqui é Malfoy! Então se ele quer ou não abusar da minha irmã - ressaltou a palavra "minha"- esta no direito dele e nos temos que escutar calado! Entendeu?! - Claro, mas dentro de pouco tempo as coisas vão mudar aqui! - enfrentou-o Harry se soltando dos punhos do outro com dificuldade - eu sou o verdadeiro dono destas terras! E como tal penso mudar muitas coisas! - Ronald não pareceu surpreso. - Já se via que tinha porte de nobre, mas o que interessa aqui não é se My Lord é ou não dono das terras que estamos pisando senão na situação na que esta! - cuspiu na sua cara o ruivo - Malfoy esta ai fora com sues homens e tem armas. Nós só temos inchadas e pás para trabalhar a terra. Não estamos em condições de nos enfrentar a eles e prejudicar aos varias mulher e crianças que aqui se encontram então tente manter a calma porque eu já estou a perdendo com o senhor! - acabou com um grito histérico que assustou Harry. - Entendo. Só não consigo aceitar a forma na qual Malfoy se aproveita das suas mulher e vocês não fazem nada para revidar! - Nunca se esqueça! A vida está primeiro, não importa o jeito do qual ela seja vivida. Abaixe a cabeça para alguns assuntos My Lord e vai ver como a sua vida vai ser muito mais longa. - Nem os mais conceituados filósofos diriam uma frase tão tocante senhor... - Ronald...Ron...o senhor não se adapta a um esfarrapado que nem eu! - Aonde aprendeu isso Ron? - perguntou o moreno interessado. - Com a vida My Lord, com a vida! - riu-se o outro - agora é melhor voltarmos para a festa, nossa presença lá pode ser necessária.
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E a noite se arrastava e aos poucos todos começaram a ir embora. Pelo menos aqueles que ainda não estavam bêbados ou desmaiados. - Vamos Draco! - chamou Nott tentando caminhar numa línea reta. - Vão vocês...eu ainda quero me divertir mais um pouco antes de voltar para aquela vadia da minha mulher - disse com a voz embargada pela bebida enquanto Ginny cobria as vias respiratórias com as mãos pelo bafo insuportável do loiro. - E vai se divertir como Draco? - perguntou um dos armários ambulantes. Lord Malfoy riu de forma debochada e começou a puxar a ruiva com ele ate o cavalo. Ginny tentou se soltar, mas este era mais forte que ela. - Solte-me! - gritou vendo as más intenções nos olhos gelados dele - por favor... - implorou - socorro! - vendo que este não a soltaria. Ele a puxou e a beijou de forma arrebatadora. Com nojo ela cuspiu no rosto dele e tentou se safar dos braços fortes do homem o que não gerou um bom resultado e este só acabou pegando-a pela cintura e levantando-a no ar para leva-la consigo. Começou a berrar desesperada e viu como sues irmãos e os amigos destes levantavam-se e travavam uma luta para chegar até ela. Avistou Lord Potter desembainhando a espada e entrando em colisão com Lord Zabini. O nobre senhor podia não ser forte, mas usava com grande perícia a sua espada. Este último conseguiu jogar Zabini no chão e correu entre a multidão que se formava chegando ate ela e puxando-a com ele. Os dois a puxava com muita força e a impressão que tinha era de que a qualquer momento seu corpo se rasgaria em dois. Até que seu irmão Ronald chegou por trás de Lord Malfoy e quebrou uma das jarras de barro da sua mãe na cabeça do loiro que imediatamente caiu no chão atordoado. - Seus insolentes! - gritou com raiva - vocês vão me pagar caro! - Vamos ver Malfoy! - Potter elevou sua voz para ser escutado com firmeza. - Quem é você?! - perguntou com raiva. - Só diga ao seu pai que Lord Potter voltou as suas terras para tomar o que é seu por direito! - Malfoy pareceu ainda mais atordoado com esta afirmação, mas foi puxado por Crabbe e Goyle que o fizeram montar no seu cavalo e partir dali sem mais explicações.
